Qual a diferença entre psicologia é educação?

Em um mundo inteiramente digital, a escola só perde em poder de influência para os meios de comunicação, o que aumenta a responsabilidade em trabalhar não somente conhecimento, mas também outros aspectos como cidadania, tolerância, respeito e empatia.

Ocorre que a escola e os estudantes são organismos vivos em permanente interação. E o produto desse inter-relacionamento (que envolve linguagens, proximidade afetiva e metodologias de ensino) pode ter resultados positivos em algumas pessoas e negativos em outras. Daí a importância de ter um profissional graduado em Psicologia e, possivelmente, pós-graduado em Psicologia Educacional e Escolar dentro da instituição de ensino.

Na esteira da conscientização dessa relevância é que foi aprovada a Lei Federal nº 13.935/2019, que garante a presença de psicólogos(as) nas instituições escolares públicas de educação básica.

Focados no desenvolvimento de projetos para a melhoria da qualidade do processo de ensino e aprendizagem, esses profissionais têm agora, diante de si, um oceano de novas oportunidades de trabalho, com desafios que exigem qualificação sólida para o exercício de uma prática científica de excelência e eticamente sustentada.

Ou seja, é preciso se preparar para assumir esse tipo de função em uma escola, até porque durante a faculdade nem sempre é possível adquirir toda a base necessária. A educação continuada é a melhor opção nesse caso e em tantos outros que demandam especialistas.

Afinal, Psicologia Escolar e Educacional são sinônimos?

Embora semelhantes e intimamente ligadas, Psicologia Escolar e Psicologia Educacional são coisas bem diferentes. Enquanto a primeira se refere a um campo de atuação, a segunda diz respeito a uma área do conhecimento.

Entrando mais a fundo, a Psicologia Educacional é uma subárea teórica da Psicologia que trabalha os saberes ligados ao processo psíquico de aquisição do conhecimento. Já a Psicologia Escolar é uma subárea aplicada da Psicologia que tem a intervenção prática no ambiente escolar, mediante a aplicação dos conhecimentos da Psicologia Educacional.

Entendeu a razão pela qual, apesar de não serem idênticas, estão inteiramente conectadas? Não há como exercer a prática do psicólogo no contexto educacional (Psicologia Escolar) sem base teórica profunda dos mecanismos cognitivos de aprendizagem (Psicologia Educacional).

Sendo assim, o profissional que se interessa por essa oportunidade de atuação precisa primeiro se dedicar aos estudos da área educacional para depois colocar sua capacitação em prática, assumindo o papel de psicólogo escolar. Estamos falando de uma especialidade da Psicologia que deve exigir pelo menos dois anos de estudo a mais, fora o período do curso universitário.

Quais as atividades realizadas pelos profissionais da área de Psicologia Escolar e Educacional?

Um profissional especializado em Psicologia Escolar e Educacional pode atuar em diversas vertentes. Aproveite para conhecer algumas delas a seguir.

Pesquisa científica do processo de aquisição do saber

Essa é uma vertente ligada às investigações dos impulsos psicológicos na conquista do conhecimento. Trata-se de uma área fundamental para a atuação aplicada do psicólogo escolar, principalmente para o estudo das dificuldades que podem surgir no caminho da aprendizagem e para o desenvolvimento de teorias, metodologias e técnicas que ajudem a contorná-las.

Colaboração em projetos político-pedagógicos (PPP)

É o documento que norteia a escola a planejar suas estratégias educacionais e metas de evolução no processo de ensino e aprendizagem. Logo, esse é um trabalho que exige dedicação de uma equipe preparada para a tarefa de definir o "plano de funcionamento" da instituição de ensino, incluindo profissionais especializados em Psicologia Escolar e Educacional, além de professores, pedagogos e outros.

Qual a diferença entre psicologia é educação?

Mediação na relação família-escola

A escola não é um ambiente desconectado de outros campos relacionais dos alunos, especialmente o familiar. É inegável que, em muitos casos, o nível de envolvimento dos estudantes com a escola e seu comportamento na interação com outros colegas têm relação direta com o núcleo familiar — fato que, caso ignorado pela instituição, pode resultar em um desequilíbrio nas relações e no ambiente de aprendizado.

Nessa perspectiva, o trabalho da Psicologia Educacional com as famílias dos alunos tem sido o principal papel desses profissionais dentro da escola. Essa mediação se expressa por meio de acompanhamento individual, aproximação das famílias em situações de dificuldades comportamentais e aconselhamento em questões como discriminação, bullying, rendimento acadêmico, eventuais impactos de divórcios etc.

Trazer os pais para participarem (e se integrarem) plenamente ao processo de construção do conhecimento (e também de valores) de seus filhos é fundamental no sucesso da escolarização.

Direção escolar

A direção escolar é administradora de recursos e, ao mesmo tempo, de relações humanas. Cabe a esse(a) profissional garantir a perfeita execução das atribuições de cada colaborador, descentralizar responsabilidades, fiscalizar uso dos materiais, controlar a produtividade, além de assegurar, em última linha, a harmonização das relações entre estudantes e profissionais.

A formação em Psicologia também contribuir bastante para que a pessoa responsável pela direção consiga desempenhar suas tarefas. Inclusive, isso pode garantir alguns diferenciais para a instituição de ensino, pensando na qualidade do seu atendimento, do plano pedagógico e também de como o aprendizado é conduzido.

Orientação educacional

O especialista em Psicologia Educacional e Escolar tem competências para:

  • identificar eventuais problemas de comportamento ou dificuldades de aprendizagem nos estudantes;
  • oferecer caminhos para aumentar o potencial de aprendizado em cada criança e adolescente;
  • compreender as reações de cada aluno de acordo com suas experiências familiares e sociais;
  • oferecer auxílios aos educadores para ajustar linguagens e dinâmicas em busca da melhor absorção dos conteúdos;
  • auxiliar na criação de um programa de inclusão de estudantes especiais.

Aqui vale a pena fazer um destaque: um erro comum dos profissionais de educação é associar o psicólogo escolar ao contexto de fornecimento de diagnósticos com finalidades terapêuticas, atribuição esta que é, na verdade, função do psicólogo clínico.

O objetivo do psicólogo escolar e educacional é, fundamentalmente, ampliar e democratizar o processo educacional por meio de análises e aplicações específicas ao contexto cognitivo de cada aluno.

Quais são os principais desafios desse profissional?

De forma geral, na educação privada, um dos principais desafios do especialista em Psicologia Escolar e Educacional é conseguir trabalhar com os conceitos da área em um segmento que não está acostumado a lidar com psicólogos no auxílio às práticas pedagógicas.

Esse obstáculo costuma ser vencido gradativamente, por meio de diálogos, bem como pela proposição de ações cuja aplicação se mostre eficaz aos olhos dos próprios professores. Trata-se de um trabalho progressivo de conquista de confiança.

Além dessa possível resistência inicial dos próprios educadores, é preciso que o profissional consiga ultrapassar a barreira de ser um mero assistente social para se tornar um agente ativo no processo de construção coletiva do saber.

Isso passa pela formação de base do profissional, o que reforça a importância de escolher uma faculdade com excelente corpo docente, bem avaliada no ENADE (Exame Nacional do Desempenho Estudantil) e que ofereça um vasto campo de estágios (propiciando o contato do aluno com elementos práticos do curso desde os primeiros períodos).

Outro fator que começou a ser pauta nos últimos anos e foi reforçado com a pandemia é o ensino a distância. Tanto o EAD quanto o modelo híbrido de ensino (que combina o formato presencial e online) requerem uma atenção especial para amparar os alunos que muitas vezes estão distantes fisicamente da escola.

A pandemia deixou isso muito claro, já que a necessidade do isolamento social por conta da saúde fez com que o mundo todo precisasse adotar a educação à distância de alguma forma. As instituições e profissionais que já estavam mais preparados para essa missão conseguiram alcançar bons resultados, enquanto a realidade para muitos outros foi caótica. Mais uma vez foi confirmada a importância do suporte psicológico no processo de aprendizado.

Já em relação aos desafios vividos na educação pública, podemos observar que uma das maiores questões é aprender a lidar com as desigualdades sociais profundas, restrições de espaço físico (muitas escolas não têm espaço de escuta), além da previsível rejeição inicial dos docentes servidores públicos (mais resistentes a projetos de mudança).

Mas, paradoxalmente, é exatamente por conta desses desafios específicos da educação básica pública que a magia da Psicologia Escolar e Educacional é mais gratificante nesse contexto. É nesse ambiente, muitas vezes cercado de distorções ambientais, sociais e familiares, que o psicólogo enxergará, de fato, seu poder transformador na sociedade.

Ele será um verdadeiro instrumento de mudança do mundo por meio de direcionamentos psíquicos de reinserção de crianças e adolescentes ao prazer libertador do conhecimento. Não há dúvidas de que o saber de um psicólogo junto à sua disposição no trabalho pode fazer a diferença para os estudantes ao longo do tempo.

Quais são os requisitos para ingressar na área?

Para atuar na área, é preciso ter bacharelado em Psicologia. Entretanto, apenas a formação generalista não joga luz aos aspectos particulares do processo cognitivo de aprendizado no ambiente escolar.

Essa especialização virá apenas com uma pós-graduação em Psicologia Educacional e Escolar que, além de lançar uma lupa sobre essa subárea do conhecimento, trabalhará em sinergia com a teoria e a prática, muito mais do que é possível fazer na graduação.

Toda essa exigência de qualificação é fruto da importância que se dá hoje ao psicólogo da educação. Até a primeira metade do século XX, a atuação do psicólogo na escola se restringia ao aspecto clínico “profissional-aluno”, em que se evitava interferir nas decisões em sala de aula e, portanto, no sistema escolar como um todo.

Os problemas corriqueiros no ambiente escolar, como evasão, repetência, bullying, intolerância à diversidade cultural e diferenças sociais, entretanto, abriram oportunidades que se desse voz aos que sabem por excelência.

Hoje, a atuação da Psicologia Escolar e Educativa não se limita ao universo particular do aluno, mas a todo o funcionamento da instituição educacional. Isso dá a esse psicólogo um papel-chave no sucesso das políticas pedagógicas. A razão é que, pegando emprestado o ensinamento de Jean Piaget, no mundo atual, não há dúvidas que:

“os fenômenos humanos são biológicos em suas raízes, sociais em seus fins e mentais em seus meios”.

Não há, portanto, educação completa sem a presença de um profissional da Psicologia, considerando que a aprendizagem é um processo complexo e que envolve aspectos diversos da mente humana. O propósito de ter um time com capacitações diversas e complementares é justamente conseguir otimizar o serviço oferecido.

Então, nada melhor do que ter o suporte de pessoas com conhecimento específico sobre Psicologia Escolar e Educacional para fazerem a diferença. Essa formação é um diferencial importante para os profissionais que desejam atuar na área, sobretudo levando em conta que agora temos uma lei para garantir a presença dos psicólogos em instituições de ensino e o reconhecimento vem crescendo a cada dia.

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Qual a diferença entre psicologia é educação?

Em ambiente escolar, um psicólogo cuida das questões comportamentais e emocionais do discente, e que possivelmente estão entravando seu aprendizado. Por sua vez, o pedagogo aborda as demais práticas de aprendizados e os processos educacionais e dificuldades dos alunos.

Qual relação entre psicologia é educação?

A psicologia é, sem sombra de dúvida, uma ciência pedagógica, na medida em que se faz ciência aplicada. A pedagogia educativa, por sua vez, se faz psicologia ao reconhecer que o processo de ensino e aprendizagem é, no fundo, fruto de uma relação humana, para além de um processo meramente cognitivo.

Qual é a principal finalidade da psicologia da educação?

A finalidade principal da Psicologia da Educação é utilizar e aplicar os conhecimentos, os princípios e os métodos da psicologia para construir, intervir no estudo dos fenômenos educativos.