Qual era a visão dos europeus em relação aos africanos?

O objetivo da parceria África-Europa é criar um espaço de solidariedade, segurança, paz e prosperidade sustentável.

Cimeira UE-União Africana

Duas Uniões, uma visão conjunta

Em fevereiro de 2022, os dirigentes africanos e europeus definiram uma visão conjunta para uma parceria renovada.

Os objetivos da parceria são a solidariedade, a segurança, a paz e o desenvolvimento e prosperidade económicos sustentáveis e sustentados para os cidadãos da União Africana e da União Europeia, hoje e no futuro, reunindo pessoas, regiões e organizações.
Esta parceria renovada envolverá:

  • um pacote de investimento da Europa em África de 150 mil milhões de euros
  • o fornecimento de 450 milhões de doses de vacinas a África até meados de 2022
  • o reforço da cooperação em matéria de paz e segurança
  • uma parceria reforçada em matéria de migração e mobilidade
  • o empenho no multilateralismo
  • Cimeira UE-União Africana (17-18 de fevereiro de 2022)

De que forma cooperam os países africanos e a UE?

Os países africanos e a UE cooperam em vários quadros diferentes, como:

  • o Acordo de Cotonu
  • a Estratégia Conjunta África-UE

Para além destes quadros, o Conselho adotou três estratégias regionais para:

  • o Corno de África
  • o golfo da Guiné
  • o Sael

As relações África-UE desenvolvem-se igualmente no âmbito de diálogos formais, como as cimeiras UE-UA.

Os quadros de cooperação em pormenor

Acordo de Cotonu

O Acordo de Cotonu é o quadro geral em que se inscrevem as relações da UE com os países de África, das Caraíbas e do Pacífico (ACP). Abrange as relações da UE com 79 países, dos quais 48 países da África Subsariana.

  • Acordo de Cotonu (informações gerais)

Estratégia Conjunta África-UE

A Estratégia Conjunta África-UE foi adotada em 2007, enquanto canal formal para as relações da UE com os países africanos, tendo sido aprovada pela União Africana e pelas instituições da UE, bem como pelos países africanos e da União Europeia.

Esta estratégia é executada por meio de planos de ação periódicos. Em 2014, os países africanos e da UE aprovaram o roteiro para 2014-2017, que fixa cinco grandes prioridades e domínios de ação conjunta.

  • Roteiro UE-África 2014-2017 (2 e 3 de abril de 2014)

Em 4 de maio de 2017, a alta representante para a Política Externa e de Segurança Comum e a Comissão emitiram uma comunicação conjunta sobre um novo impulso para a Parceria África-UE. O Conselho dos Negócios Estrangeiros congratulou-se com esta comunicação conjunta na reunião de 15 de maio de 2017.

  • Comunicação conjunta ao Parlamento Europeu e ao Conselho, intitulada "Conferir um novo impulso à Parceria África-UE"
  • Parceria África-UE

Em março de 2020, a Comissão Europeia e o Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE) emitiram uma comunicação conjunta intitulada "Rumo a uma estratégia abrangente para África", na qual propõem cooperar em cinco domínios principais:

  • a transição ecológica e o acesso à energia
  • a transformação digital
  • o crescimento sustentável e o emprego
  • a paz, a segurança e a governação
  • a migração e a mobilidade

Estas propostas assentam numa dinâmica crescente das relações UE-África. O aprofundamento da cooperação baseada em interesses e valores partilhados permitirá a ambas as partes alcançar os seus objetivos comuns e enfrentar os desafios globais.

As propostas apresentam não só as oportunidades e os desafios em cada um destes domínios, mas também 10 linhas de ação claras como base para a cooperação futura.

  • Rumo a uma estratégia abrangente para África (ficha informativa, Comissão Europeia)

Em 30 de junho de 2020, o Conselho aprovou conclusões sobre África, reafirmando a importância capital de uma parceria UE-África mais forte.

De acordo com as conclusões, a comunicação conjunta constitui uma excelente base para iniciar uma nova e ambiciosa parceria com África. A sexta Cimeira UE-UA foi considerada como um momento crucial para renovar uma abordagem estratégica conjunta abrangente que concretize estas aspirações.

  • No caminho para uma parceria mais profunda e mais forte, à altura das aspirações europeias e africanas: Conselho adota conclusões sobre África (Conclusões do Conselho, 30 de junho de 2020)

Reforçar os sistemas de saúde de África

Pandemia de COVID-19

A pandemia de COVID-19 mostrou-nos até que ponto os nossos dois continentes são interdependentes. Uma vez que desafios mundiais requerem soluções mundiais, a UE elaborou planos para apoiar os esforços dos países parceiros na luta contra a pandemia. Para apoiar estas ações, a UE e os seus Estados-Membros comprometeram-se a mobilizar um pacote de resposta mundial "Equipa Europa" de quase 38,5 mil milhões de euros.

Na sexta cimeira UE-UA, a UE reafirmou igualmente o seu compromisso de fornecer a África pelo menos 450 milhões de doses de vacinas até meados de 2022. A Equipa Europa contribuiu com mais de 3 mil milhões de dólares (ou seja, o equivalente a 400 milhões de doses de vacinas) para o mecanismo COVAX e o processo de vacinação no continente africano, e mobilizará 425 milhões de euros para acelerar o ritmo da vacinação e apoiar a distribuição eficiente de doses, a formação de equipas médicas, as análises e sequenciação.

  • Exemplos do apoio humanitário da UE durante a pandemia de COVID-19 (Serviço Europeu para a Ação Externa)

Estratégias regionais

1. Corno de África

O Corno de África esteve a braços com repetidas secas nos últimos anos, o que provocou uma grave crise humanitária.

Em 2011, a UE adotou um Quadro Estratégico para o Corno de África, que descreve as medidas a tomar pela UE para ajudar os povos daquela região a alcançar a paz, a estabilidade, a segurança, a prosperidade e a governação responsável.

  • Quadro Estratégico para o Corno de África, novembro de 2011

Em 2015, o Conselho adotou o Plano de Ação Regional para o Corno de África 2015-2020, que definiu a abordagem da UE para lidar com os principais problemas da região. O plano de ação teve em conta os desafios que se tornaram mais críticos ao longo dos anos, nomeadamente:

  • a influência de toda a região no Corno de África
  • a radicalização
  • a migração e a deslocação forçada

A execução do plano de ação foi conduzida pela alta representante e pela Comissão. O Conselho é regularmente informado sobre a sua execução, nomeadamente através de relatórios anuais.

  • Conclusões do Conselho sobre o Plano de Ação Regional da UE para o Corno de África 2015-2020
  • Relatório anual – Plano de Ação Regional para o Corno de África 2015/2016

2. Golfo da Guiné

Os países da região do golfo da Guiné estão confrontados com uma crescente instabilidade devido à falta de controlo sobre as águas costeiras e a própria costa.

Em resultado desta situação, assiste-se a um aumento da atividade criminosa, nomeadamente:

  • o tráfico de drogas, seres humanos, armas, diamantes, medicamentos contrafeitos, resíduos ilegais, etc.
  • a pirataria e os assaltos à mão armada no mar
  • o roubo de petróleo
  • a pesca ilegal

Em março de 2014, o Conselho adotou uma Estratégia para o Golfo da Guiné, que descreve a forma como a UE pode ajudar os países da região a fazerem face a estes desafios e a reforçarem as suas capacidades marítimas, o Estado de direito e a eficácia da governação.

  • Estratégia da UE para o Golfo da Guiné

Um ano mais tarde, em março de 2015, o Conselho adotou o Plano de Ação para o Golfo da Guiné 2015-2020. Este plano definiu o apoio da UE no sentido de dar resposta aos desafios no domínio da segurança marítima e da criminalidade organizada na região.

  • Plano de Ação da UE para o Golfo da Guiné (16 de março de 2015)

3. Sael

A Estratégia da UE para a Segurança e o Desenvolvimento na Região do Sael foi apresentada em 2011 pela alta representante e pela Comissão, a pedido do Conselho.

O documento centra-se em quatro vertentes de ação:

  • desenvolvimento
  • boa governação e resolução de conflitos internos
  • segurança política e diplomática e Estado de direito
  • luta contra o extremismo violento
  • Estratégia da UE para a Segurança e o Desenvolvimento do Sael

O Plano de Ação Regional para o Sael 2015-2020, adotado em 2015, constituiu uma base sólida para prosseguir os objetivos da estratégia. A ênfase recaiu em quatro domínios que são altamente relevantes para a estabilização da região, a saber:

  • prevenção e combate à radicalização
  • criação de adequadas condições para a juventude
  • migração, mobilidade e gestão de fronteiras
  • luta contra o tráfico e a criminalidade organizada transnacional
  • Plano de Ação Regional para o Sael 2015-2020

Diálogos formais

A parceria UE-África é desenvolvida no âmbito de diálogos formais a vários níveis:

  • as cimeiras UE-UA que, em princípio, se realizam de três em três anos e reúnem chefes de Estado ou de Governo
  • as reuniões a nível ministerial (ou "troicas"), realizadas periodicamente, que reúnem representantes dos países africanos e da UE, da Comissão da União Africana e das instituições da UE, nomeadamente do Conselho da UE
  • as reuniões entre a Comissão da UA e a Comissão da UE

A sexta cimeira UE-UA teve lugar em 17 e 18 de fevereiro de 2022, em Bruxelas.

  • Cimeira UE-União Africana (17-18 de fevereiro de 2022)

Sexta Cimeira UE-UA

Em fevereiro de 2022, os dirigentes africanos e europeus definiram uma visão conjunta para uma parceria renovada. Os objetivos da parceria são a solidariedade, a segurança, a paz e o desenvolvimento e prosperidade económicos sustentáveis e sustentados para os cidadãos das duas Uniões, hoje e no futuro, reunindo pessoas, regiões e organizações.
Esta parceria renovada envolverá:

  • um pacote de investimento da Europa em África de 150 mil milhões de euros
  • o fornecimento de 450 milhões de doses de vacinas a África até meados de 2022
  • o reforço da cooperação em matéria de paz e segurança
  • uma parceria reforçada em matéria de migração e mobilidade
  • o empenho no multilateralismo
  • Sexta Cimeira União Europeia-União Africana: uma visão conjunta para 2030 (comunicado de imprensa, 18 de fevereiro de 2022)

Instâncias preparatórias do Conselho

No Conselho, são responsáveis pelas relações África-UE as seguintes instâncias:

  • Grupo da África (COAFR)
  • Grupo do Maxerreque/Magrebe (MAMA)
  • Grupo da África, Caraíbas e Pacífico (ACP)

Quais são os domínios de cooperação?

Comércio

A UE negociou uma série de Acordos de Parceria Económica (APE) com 48 países da África Subsariana, no quadro do Acordo de Cotonu. Estes acordos visam criar uma parceria comum de comércio e desenvolvimento, com o apoio da ajuda ao desenvolvimento.

Para mais informações, visite a página relativa ao Acordo de Cotonu:

  • Acordo de Cotonu (informações gerais)

Desenvolvimento

A UE financia programas e iniciativas de desenvolvimento a favor de vários países por toda a África.

A maior parte do financiamento provém do Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED), que dispunha de um orçamento de 30,5 mil milhões de euros para o período de 2014-2020.

  • Acordo interno sobre o 11.º Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED)

Segurança

A UE lançou várias missões e operações militares e civis em África, no âmbito da política comum de segurança e defesa (PCSD).

Atualmente, há missões da UE destacadas nos seguintes países:

  • República Centro-Africana
  • Líbia
  • Mali
  • Moçambique
  • Níger
  • Somália
  • Missões e operações em curso (SEAE)

Migração

A UE aplicou medidas para controlar as suas fronteiras externas e melhor gerir os fluxos migratórios.

Os migrantes empreendem viagens longas e perigosas para atravessar o mar Mediterrâneo e chegar à Europa.

Em novembro de 2015, a UE e os dirigentes africanos chegaram a acordo sobre o Plano de Ação de Valeta, que compreende 16 medidas concretas para fazer face ao afluxo maciço de migrantes na Europa.

Em fevereiro de 2017, os dirigentes da UE chegaram a acordo sobre novas medidas para reduzir as chegadas irregulares por esta rota. Comprometeram-se a reforçar a cooperação com a Líbia e a lutar contra os passadores de migrantes.

  • Plano de Ação Conjunto de Valeta (Comissão Europeia)
  • Declaração dos membros do Conselho Europeu, reunidos em Malta, sobre os aspetos externos da migração: a questão da rota do Mediterrâneo Central (3 de fevereiro de 2017)
  • Política de migração da UE (informações gerais)

Fundo Fiduciário de Emergência da UE para África

Em julho de 2019, a UE aprovou cinco novos programas relacionados com a migração no Norte de África, num montante total de 61,5 milhões de euros. Os programas visam proteger e prestar assistência aos refugiados e migrantes vulneráveis, melhorar as condições de vida e a resiliência dos líbios e promover a migração e mobilidade da mão de obra.

Os programas foram adotados no âmbito do Fundo Fiduciário de Emergência da UE para África, criado em novembro de 2015 no intuito de combater as causas profundas das deslocações forçadas e da migração irregular e de contribuir para uma melhor gestão da migração. O orçamento geral do Fundo Fiduciário de Emergência da UE para África ascende a mais de 5 mil milhões de euros.

  • Fundo Fiduciário da UE para África: novas ações no domínio da migração para apoiar as pessoas vulneráveis e fomentar a resiliência das comunidades de acolhimento no Norte de África (comunicado de imprensa da Comissão, 3 de julho de 2019)
  • Fundo Fiduciário da UE para África (ficha informativa do SEAE)

Medidas destinadas a fazer face à situação migratória na Líbia

As ações da UE na Líbia centram-se nos seguintes pontos:

  1. Formação da guarda costeira
  2. Proteção e prestação de assistência aos migrantes e refugiados
  3. Apoio às comunidades locais
  4. Melhoria da gestão das fronteiras

No total, a UE consagrou 700 milhões de euros para apoiar a Líbia desde 2015 ao abrigo de vários instrumentos de financiamento, incluindo o Fundo Fiduciário de Emergência da UE para África (455 milhões de euros).

  • Apoio à migração na Líbia (ficha informativa do SEAE)

Luta contra o terrorismo

A UE apoia iniciativas e atividades de luta contra o terrorismo no continente africano.

Em junho de 2020, para reiterar o seu compromisso inabalável de proteger os cidadãos da UE contra o terrorismo e o extremismo violento, o Conselho apelou a que se intensificassem a ação externa e as medidas da UE em matéria de luta contra o terrorismo em determinados domínios prioritários, nomeadamente o Norte de África, a região do Sael e o Corno de África.

  • Prevenção e luta contra o terrorismo e o extremismo violento: Conselho adota conclusões sobre a ação externa da UE (comunicado de imprensa, 16 de junho de 2020)

Em junho de 2017, a UE comprometeu-se a conceder 50 milhões de euros para apoiar a recém-criada Força Conjunta do G5 Sael, a fim de reforçar a segurança na região.

  • 50 milhões de euros para a nova Força Conjunta dos países do Sael: UE reforça o seu apoio à segurança na região (Comissão Europeia)

Em 2013, a UE adotou um Plano de Ação de Luta contra o Terrorismo para o Corno de África e o Iémen.

  • Plano de Ação da UE de luta contra o terrorismo para o Corno de África e o Iémen

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Como era o olhar dos europeus sobre a África?

A África no imaginário europeu Resultado de observações rasas e interpretações religiosas. Para os europeus da época, os africanos representavam os “Outros”. As quais tinham-se um distanciamento, estranhamento e por vezes, sentimento de superioridade, pautadas por uma visão etnocêntrica.

Qual era a visão predominante dos europeus?

Até o início do Século XX (portanto, até o ano de 1900), os europeus tinham uma visão bastante negativa sobre a África, baseada nas ideias do Darwinismo Social e do "Racismo Científico", vendo o continente africano como uma "terra de atraso".

Por que a visão que os europeus tinham da África era equivocada?

Resposta: A visão que os europeus tinham da África era equivocada porque, no continente africano, inúmeros povos se estabeleceram e desenvolveram formas eficientes de sobrevivência e organização social: desde grupos que se organizaram em comunidades menores, vivendo dos recursos naturais, até vastos reinos e impérios, ...