Show Assim como a antítese e paradoxo, as figuras de linguagem eufemismo, hipérbole e gradação também podem ser estudadas em conjunto por haver uma relação de sentido entre elas, o que facilita a compreensão de seus significados. Vamos, primeiramente, analisar como figura separadamente.
EufemismoTem a função de atenuar, ou seja, amenizar uma determinada mensagem. No dia-a-dia, fazemos isso principalmente quando comunicamos algo ruim. Por exemplo, são famosas as expressões “Ele descansou” ou “Virou um anjo ou uma estrela” para dizer que alguém faleceu. Isso porque a morte é um assunto delicado de se tratar diretamente. Assim como a mentira pode ser substituída pela expressão “faltar com a verdade”. HipérboleTrata-se da figura contrária ao eufemismo. Se eufemismo ameniza uma ideia, a hipérbole exagera. É só reparar no nome: HIPER-bole. Aquilo que é hiper é grande. Quando dizemos, por exemplo, que “estamos morrendo de fome”, realmente não vamos morrer em alguns minutos por estar passando fome. Ou seja, essa é uma expressão que exagera a realidade, assim como “tinha um mar de gente” para dizer que estava lotado ou “chorei litros assistindo aquele filme” para afirmar que chorou bastante. Agora que já entendemos essas figuras e podemos assimilar a oposição existente entre elas, fica mais fácil compreender a última figura (gradação), que utiliza uma das anteriores (eufemismo ou hipérbole). GradaçãoConsiste na figura que utiliza uma sequência de palavras de maneira gradativa, dentro de uma mesma ideia. Para entender o que é gradativo, pense numa escala de vários tons de cinza. Em um extremo, teremos um tom mais claro de cinza, próximo do branco. No extremo oposto, encontramos um tom mais escuro de cinza, próximo do preto. Agora podemos mentalmente substituir o branco e o preto da escala de cinzas pelas figuras eufemismo e hipérbole. Na gradação, a sequência de palavras podem ir se amenizando (se tornando uma a uma mais eufêmica) ou ir se exagerando (se tornando uma a uma mais hiperbólica). Vejamos exemplos para tornar mais claro:
Nesse caso, as palavras, em relação a seus significados, vão diminuindo gradativamente.
Já nessa frase, a gradação acontece de maneira progressiva, já que a cada palavra, aumenta-se a distância. Dessa forma, percebe-se que na gradação temos a presença do eufemismo ou da hipérbole e que essas últimas são opostas. Confira o vídeo abaixo para entender melhor o assunto. Aproveite e inscreva-se aqui no Canal do infoEnem no Youtube para ficar por dentro de nossas dicas e orientações. As figuras de linguagem são recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em figuras de som, figuras de construção, figuras de pensamento e figuras de palavras. Figuras de som a) aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais. b) assonância:
consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos. c) paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de significados distintos. Figuras de construção a) elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto. b)
zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes. c) polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período. d) inversão: consiste na mudança da ordem natural dos termos na frase. e) silepse: consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com o que se subentende, com o que está implícito. A silepse pode ser: • De gênero • De número • De pessoa f) anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Normalmente, isso ocorre porque se inicia uma determinada construção sintática e depois se opta por outra. g) pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem. h) anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou
frases. Figuras de pensamento a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido. b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico. c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável. d) hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática. e) prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são
próprios de seres animados. f) gradação ou clímax: é a apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax) g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma coisa personificada). Figuras de palavras a) metáfora:
consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido. b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de
significados não é mais feita com base em traços de semelhança, como na metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os termos. Observe: c) catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido figurado. d)
antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por uma expressão que o identifique com facilidade: e) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. Vícios de linguagem A gramática é um conjunto de regras que estabelece um determinado uso da língua, denominado norma culta ou língua padrão. Acontece que as normas estabelecidas pela gramática normativa nem sempre são obedecidas, em se tratando da linguagem escrita. O ato de desviar-se da norma padrão no intuito de alcançar uma maior expressividade, refere-se às figuras de linguagem. Quando o desvio se dá pelo não conhecimento da norma culta, temos os chamados vícios de linguagem. a) barbarismo: consiste em grafar ou pronunciar uma palavra em desacordo com a norma culta. b) solecismo: consiste em desviar-se da norma culta na construção sintática. c) ambiguidade ou anfibologia: trata-se de construir a frase de um modo tal que ela apresente mais de um sentido. d) cacófato: consiste no mau som produzido pela junção de palavras. e) pleonasmo vicioso: consiste na repetição desnecessária de uma ideia. f) eco: trata-se da repetição de palavras terminadas pelo mesmo som. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Qual a figura de linguagem não se deve faltar com a verdade?Nesse caso, em vez de falar que alguém mentiu, diz-se que não se deve faltar com a verdade”. Isso é, portanto, um eufemismo.
Quais são os 4 tipos de figuras de linguagem?As figuras de linguagem são divididas em: figuras de som, figuras de construção, figuras de pensamento e figuras de palavras.
Qual a figura de linguagem mais usada diariamente?A metáfora é, provavelmente, a figura de linguagem que mais utilizamos no nosso dia a dia. Ela se baseia em uma comparação implícita, sem o elemento comparativo (“como” ou “tal qual”, por exemplo), em que uma característica de determinada coisa é atribuída ao elemento metaforizado.
Quais são os tipos de figuras de linguagem?Exemplos: elipse, zeugma, hipérbato, polissíndeto, assíndeto, anacoluto, pleonasmo, silepse e anáfora. Figuras de som ou harmonia: estão associadas à sonoridade das palavras. Exemplos: aliteração, paronomásia, assonância e onomatopeia.
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