Durante a prática de exercícios ou mesmo em repouso, o consumo de oxigênio depende da taxa do fluxo sangüíneo e da quantidade de oxigênio que pode ser extraída do tecido por litro de sangue. A equação de Fick expressa este fenômeno: Show VO2 = Q x (CaO2 – CvO2), em que: O oxigênio se difunde do sangue para o músculo, e a taxa de difusão depende da magnitude do gradiente da pO2 entre o sangue capilar e a mitocôndria muscular (onde o oxigênio é utilizado na fosforilação oxidativa), assim como da distância em que o oxigênio deverá difundir-se. A principal distância de difusão diminui durante exercícios devido à prévia abertura dos capilares não-perfusionados ao redor das fibras musculares. Uma baixa da pO2 é mantida no sarcoplasma muscular por outro pigmento ligante de oxigênio, chamado mioglobina. Esse pigmento tem maior afinidade com o oxigênio do que a hemoglobina e apenas libera oxigênio em pO2 muito baixa, um pouco acima daquela encontrada próximo à mitocrôndia metabolicamente ativa. As mitocôndrias não são uniformemente distribuídas dentro da fibra muscular, mas estão concentradas próximo à periferia, perto dos capilares (Maughan, Gleeson e Greenhaff, 2000). O músculo parece não conseguir extrair todo o oxigênio que é enviado pela circulação arterial durante os exercícios intensos. Isto significa que o sangue venoso drenado no músculo em atividade máxima não está totalmente sem oxigênio. A porcentagem de saturação de oxigênio da hemoglobina no sangue venoso que sai do músculo cai de 50 a 60% no repouso para menos de 10% durante exercícios intensos. A pO2 venosa correspondente é de 25 a 40 mmHg e 10-15 mmHg, respectivamente. Então, em consumos elevados de oxigênio, os músculos extraem a maior parte (mas não o total) do oxigênio a eles fornecido. Limitações do consumo de oxigênio O consumo máximo de oxigênio durante os exercícios podem ser potencialmente limitados por diversos fatores, que podem ser patológicos ou mesmo psicológicos. A principal limitação em atletas sadios é, provavelmente, o máximo débito cardíaco que pode ser atingido. Essa limitação é vinculada à capacidade do sistema cardiovascular em doar oxigênio para os músculos ativos e não com a capacidade dos músculos em extrair o oxigênio do sangue. O consumo de oxigênio por todo o corpo pode ser expresso por: VO2 do corpo todo = débito cardíaco x
(CaO2 – CvO2), onde: Durante os exercícios, as possíveis limitações ao consumo máximo de oxigênio podem ser divididas nos seguintes aspectos (Maughan, Gleeson e Greenhaff, 2000): Limitações centrais Circulação central Limitações periféricas Metabolismo muscular
Bibliografia MAUGHAN, R; GLEESON, M; GREENHAFF, PAUL L. Bioquímica do Exercício e do Treinamento. Editora Manole, 2000. Não é novidade que, ao praticarmos atividades físicas, nosso organismo passa por uma série de alterações. Estas mudanças têm o objetivo de preparar e adequar nosso corpo tanto para antes, como para depois da prática. Neste caso, o estresse fisiológico irá gerar efeitos temporários (agudos) e permanentes (crônicos). De maneira a exemplificar: o aumento da frequência cardíaca é um efeito agudo e o aumento da massa muscular, um efeito crônico. Dessa forma o consumo de oxigênio e o gasto calórico não serão diferentes. Contudo, já é comprovado que, após o término do exercício, o consumo de oxigênio não retorna ao nível normal imediatamente. Esta demanda energética durante o período de recuperação após o exercício é conhecida como consumo excedente de oxigênio após o exercício (EPOC). As Causas do EPOCEmbora suas causas não sejam totalmente esclarecidas, é provável que os seguintes fatores contribuam para que o EPOC ocorra durante a primeira hora após o exercício (aproximadamente). Estes são conhecidos como efeitos rápidos do EPOC.
Após esta primeira hora, outros eventos fisiológicos ocorrem de maneira contínua e causam um impacto menor no consumo de oxigênio. São denominados efeitos lentos:
Mas quanto tempo dura o EPOC?De acordo com os estudos, o tempo de duração e a magnitude do EPOC estão diretamente ligados à intensidade (esforço realizado) e ao volume (duração) do exercício. Quanto maior o volume e/ou a intensidade, maior o EPOC. Para ser mais específico, o aumento da magnitude do EPOC ocorre de maneira linear, conforme aumentamos o volume, e de maneira exponencial, conforme aumentamos a intensidade do exercício. Os estudos apontam que exercício aeróbios e resistidos, podem gerar um EPOC mais prolongado.Como proposta, para manter este estado prolongado do EPOC, pode-se realizar exercícios com intensidade submáxima ou supramáxima. Quando a intensidade for submáxima, a duração do exercício deve ser maior ou igual a 50min, com intensidade próxima aos 70% do consumo máximo de oxigênio. Nos exercícios submáximos, o tempo de duração do exercício deve ser maior ou igual a 6min e com intensidade de 110% do consumo máximo de oxigênio. Devemos deixar claro que mesmo com um EPOC mais prolongado, o total de consumo de oxigênio proveniente do EPOC fica entre 6-15%. Ou seja, uma quantidade relativamente pequena ao considerarmos o total do exercício. Sendo assim, se a sua intenção é utilizar o EPOC com o objetivo de emagrecer ou perder peso, não confie apenas no EPOC. Apesar dele ser associado ao emagrecimento, o consumo de oxigênio pós exercício é muito baixo para este fim. Para tanto, vários são os fatores que podem lhe auxiliar neste objetivo. Primeiramente, a continuidade do treinamento e de uma alimentação adequada é o que vão te fazer emagrecer. Neste caso, o acompanhamento de bons profissionais de Educação Física e Nutrição vão te ajudar muito neste processo. Além disso, é importante entender que cada corpo funciona de uma maneira diferente. Um corpo que é mais treinado terá respostas diferentes de um corpo não treinado. Para saber mais, acompanhe a videoaula sobre EPOC no link abaixo: Conheça também nossos programas de treinos clicando aqui. E qualquer dúvida, entre em contato conosco! Foto Destaque: @sporlab. Disponível em: unsplash.com O que é consumo excessivo de oxigênio após o exercício?Durante exercício aeróbico de alta intensidade e de maior duração, a captação de oxigênio da recuperação pode continuar elevada por período consideravelmente maior, a esse processo damos o nome de EPOC - consumo excessivo de oxigênio após o exercício.
Como é chamado o aumento de taxa metabólica por algum tempo após o exercício?Após a execução de uma sessão de exercícios, aeróbio ou contra resistência, a taxa metabólica permanece elevada em relação aos valores de repouso, para que o organismo retorne ao seu estado de equilíbrio.
Como funciona o consumo de oxigênio pelo músculo?O oxigênio se difunde do sangue para o músculo, e a taxa de difusão depende da magnitude do gradiente da pO2 entre o sangue capilar e a mitocôndria muscular (onde o oxigênio é utilizado na fosforilação oxidativa), assim como da distância em que o oxigênio deverá difundir-se.
Porque a quantidade de o2 consumido é co2 produzido aumentou logo após o exercício?Segundo Gaesser & Brooks4, o principal fator contribuinte para o aumento na taxa metabólica pós-exercício é a temperatura corporal elevada. Há um aumento na atividade enzimática com a elevação na temperatura corporal, sendo possível esperar uma relação direta entre o consumo de oxigênio e a temperatura.
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