Qual seria a consequência ecológica se todas as bactérias fixadoras de?

Quando se fala em bactérias geralmente nos lembramos de doenças, já que alguns desses organismos são capazes de causá-las, sendo a penicilina, inclusive, considerada uma das maiores descobertas da área médica por combater muitas dessas doenças.

Entretanto, esses seres procariontes foram e são essenciais para a manutenção da vida em nosso planeta, a começar pelo próprio fato de terem sido os primeiros organismos a aparecer na superfície terrestre, há cerca de 4,6 bilhões de anos. Disponibilizando oxigênio na atmosfera e reduzindo as concentrações de CO2, permitiram a colonização de novos organismos. Além disso, mitocôndrias e cloroplastos são derivados de bactérias endossimbiontes, ou seja: sem as bactérias, não existiriam células eucariontes e, tampouco, células vegetais.

Bactérias decompositoras e saprófitas, juntamente com os fungos, são responsáveis pela reciclagem da matéria orgânica oriunda de organismos mortos e resíduos, como fezes e urina, transformando-a em moléculas de composição mais simples: papel essencial para que os ciclos do nitrogênio e oxigênio sejam desempenhados.

Quanto ao primeiro ciclo citado, bactérias do gênero Rhizobium, presentes em raízes de leguminosas, transformam o nitrogênio atmosférico em nutrientes, como nitritos e nitratos, para assimilação destes pelas plantas. Animais herbívoros, ao se alimentarem destas; e carnívoros, ao se alimentarem destes ou de outros carnívoros; também incorporarão tais substâncias ao longo da cadeia alimentar.

Outra associação mutualística se refere à presença de determinadas espécies no sistema digestório de animais ruminantes e de seres humanos (Methanobacterium smithii, Escherichia coli, Lactobacillus acidophillus, e as do gênero Pseudomonas, Acinetobacter e Moraxella). Lá, auxiliam na quebra de determinadas substâncias, como a celulose; produção de vitaminas como a D, K e B12; e, ainda, evitam a proliferação de patógenos. Na pele, contribuem na degradação de células mortas e eliminação de resíduos.

Cianobactérias, ainda, podem se associar a fungos, formando liquens. Estes, além de bioindicadores da qualidade ambiental, criam condições para que novas espécies colonizem determinados ambientes, podem fixar nitrogênio e, ainda, serem utilizados na fabricação de corantes.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

O que é fixação biológica de nitrogênio (FBN)

É o processo por meio do qual o nitrogênio (N2) presente na atmosfera é convertido em formas que podem ser utilizadas pelas plantas. A reação é catalisada pela enzima nitrogenase, que é encontrada em todas as bactérias fixadoras. Em termos de agricultura, a simbiose entre as bactérias fixadoras de nitrogênio (denominadas rizóbios) e leguminosas (família de plantas à qual pertencem a soja, o feijão, a ervilha, entre outras) é a mais importante.  

Todas as plantas fixam nitrogênio biologicamente em simbiose com os rizóbios?

Infelizmente não. A simbiose é restrita às leguminosas e se caracteriza pela formação de estruturas especializadas nas raízes, chamadas nódulos, nos quais ocorre o processo de FBN. Após a formação de nódulos nas raízes, a bactéria passa a fixar o nitrogênio atmosférico em compostos orgânicos que são utilizados pelas plantas, eliminando ou diminuindo a necessidade de uso de adubos nitrogenados.

Isso quer dizer que apenas as leguminosas são beneficiadas pelo FBN?

Não. Outras espécies de bactérias capazes de fixar o N2 atmosférico já foram encontradas em associação com gramíneas como o milho, o trigo e a cana-de-açúcar. Nessas plantas, não ocorre formação de nódulos nas raízes e as quantidades de N fixada são muito baixas. Por essa razão, não é possível dispensar a utilização de adubos nitrogenados nessas lavouras. Microrganismos fixadores também já foram encontrados em plantas como o café, dendê, mandioca, mamão e banana e a sua contribuição para essas plantas tem sido objeto de vários trabalhos de pesquisa.

Em que consiste o processo de inoculação?

Inoculação é o processo por meio do qual bactérias fixadoras de nitrogênio, selecionadas pela pesquisa, são adicionadas às sementes das plantas antes da semeadura. A inoculação é feita com um produto chamado de inoculante ou biofertilizante.

Em quais culturas é comum o uso de inoculante?

O produto vendido em maior escala é para aplicação na soja onde são vendidas mais de 20 milhões de doses no país. Outras plantas também fazem uso desta tecnologia como o feijão comum, o feijão caupi, amendoim, adubos verdes diversos, leguminosas arbóreas utilizadas na recuperação de áreas degradadas, sendo todas pertencentes a plantas que formam nódulos. Este é um produto inovador, mas bastante utilizado em outros países como o México e na Argentina, por exemplo.

O tratamento das sementes com fungicidas deve ser antes ou depois da inoculação?

Antes. É muito importante que o produtor atente para o fato de que o inoculante não pode ser misturado com os fungicidas ou micronutrientes, pois os mesmos são, em maior ou menor grau, tóxicos paras as bactérias. De maneira geral, fungicidas à base de metais pesados, como o zinco e o cobre, e alguns inseticidas organofosforados prejudicam a nodulação de leguminosas. Os herbicidas e os defensivos contra nematoides são menos tóxicos. No caso de sementes tratadas com fungicidas e inoculadas, a semeadura deve ser efetuada em, no máximo, 12 horas. Caso isso não seja possível, as sementes devem ser inoculadas novamente.

Qual a importância e as principais vantagens do processo de inoculação para a lavoura de soja?

No Brasil, graças ao processo de FBN, a inoculação substitui totalmente a necessidade do uso de adubos nitrogenados nas lavouras de soja. O inoculante contém bactérias selecionadas do gênero Bradyhrizobium, que quando associada às raízes de soja, conseguem converter o N2 da atmosfera em compostos nitrogenados, em quantidades de até 300 kg de N/ha, que serão utilizados pela planta. Além da economia obtida quando se substitui a utilização de fertilizantes nitrogenados industrias pela inoculação da soja com bactérias do gênero Bradyhrizobium, essa é uma tecnologia extremamente simples e que não polui o meio ambiente.

Qual o custo do inoculante para o produtor?

Apesar do investimento em pesquisa e tecnologia, o custo do inoculante, suficiente para o plantio de um hectare, geralmente não ultrapassa o valor de R$ 8,00.

A bactéria fixadora de N2 mais conhecida pelo público é o rizobium aplicado na soja. Em quais outras culturas ele pode ser aplicado?

No feijão, ervilha, feijão-caupi, leguminosas forrageiras, arbóreas e de adubo verde. Em relação ao feijão, devido a uma série de fatores relacionados à bactéria, à planta e ao meio ambiente, de modo diferente da cultura da soja, a inoculação nem sempre é suficiente para fornecer todo o N exigido pela cultura. Mesmo assim, vários resultados de pesquisa indicam que o feijoeiro pode se beneficiar consideravelmente do processo biológico, principalmente porque os inoculantes incluem estirpes mais eficientes.

No caso da ervilha e lentilha, a Embrapa Cerrados selecionou e lançou estirpes de rizóbio adaptadas às condições de Cerrado, capazes de substituir totalmente o uso de adubos nitrogenados nessas culturas, de modo semelhante ao que ocorre com a soja. Para o feijão-caupi, em trabalhos coordenados pela Embrapa Agrobiologia, a seleção de estirpes eficientes e adaptadas às condições regionais culminou com o lançamento da estirpe BR 3267, que possibilitou incrementos de produtividade de até 40% em condições experimentais e de até 52% nas áreas de agricultores experimentadores.

O milho também é uma cultura que pode ser beneficiada pela FBN?

Sim. A pesquisa descobriu uma bactéria capaz de reduzir o nitrogênio do ar de forma assimilável pela planta, chamada de Herbaspirillum seropedicae. A bactéria foi isolada inicialmente de arroz, milho e sorgo e posteriormente de outras plantas tais como cana-de-açúcar e gramíneas forrageiras. Segundo a pesquisa, utilizando essa  bactéria para o inoculante de milho, o produtor poderá reduzir em até 50% a dose do N-fertilizante.

Além da nutrição nitrogenada, a inoculação com as bactérias fixadoras de N2 pode trazer outros benefícios para as plantas?

Além da FBN, a maioria dessas bactérias também é conhecida pela capacidade de produzir hormônios de crescimento das plantas. A produção dessas substâncias promotoras de crescimento pode estimular o aumento da densidade de pelos radiculares, da taxa de aparecimento de raízes secundárias e da superfície radicular. Esse incremento resulta em melhoria na absorção de água e nutrientes, aumentando assim, a capacidade de a planta produzir e suportar estresses ambientais.

Qual seria a consequência ecológica se todas as bactérias fixadoras?

2- Qual seria a consequência ecológica se todas as bactérias fixadoras de nitrogênio fossem extintas ? R=Se essas bactérias fossem extintas, as plantas que são beneficiadas por elas seriam incapazes, naturalmente, de obter o nitrogênio e, portanto, não seriam capazes de sobreviver.

Qual a importância ecológica das bactérias para o meio ambiente?

As bactérias realizam a decomposição da matéria orgânica do solo e dos oceanos (resto de alimentos e de animais, por exemplo) e são responsáveis pela liberação de elementos indispensáveis à vida.