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Zagallo
Mário Jorge Lobo Zagallo (Atalaia, 9 de agosto de 1931)[4][5] é um ex-treinador e ex-futebolista brasileiro que atuava como ponta-esquerda. Ele detém o recorde de títulos das Copas do Mundo FIFA em geral. Já vitorioso como jogador em 1958 e 1962, ganhou a competição como treinador em 1970 (sendo, até hoje, uma das três únicas pessoas a conquistarem a Copa como jogador e como treinador) e depois como coordenador técnico em 1994, totalizando quatro conquistas em três funções diferentes.[6] Zagallo ainda treinou o Brasil em 1974 e 1998 (durante o último, obteve um vice-campeonato) e foi novamente coordenador técnico da Seleção Brasileira durante a Copa do Mundo FIFA de 2006, compondo a comissão técnica de Carlos Alberto Parreira, reeditando a parceria de 1994, dessa vez sem sucesso. Foram cinco finais em sete participações nas Copas do Mundo.[7] Por suas contribuições ao futebol, Zagallo recebeu a Ordem de Mérito da FIFA em 1992, a mais alta honraria da FIFA.[8] Já em 2013, foi eleito o 9.º melhor treinador de todos os tempos pela revista Soccer Magazine.[9][10] Carreira como jogador[editar | editar código-fonte]Retrato, com uniforme de jogador Zagallo mostrava aptidão para os esportes desde os tempos de escola, em especial o futebol. À época, ele já sabia que iria seguir carreira no futebol. No entanto, seu pai, Aroldo, queria que o filho fizesse um curso de contabilidade para ajudá-lo na fábrica de tecidos da família. Coube a seu irmão, Fernando, convencer o pai a deixá-lo fazer o que ele mais gostava: jogar bola.[11] Como era sócio do America-RJ, seu clube do coração,[12] foi no próprio clube que Zagallo iniciou sua carreira, nas divisões amadoras, além de arrumar tempo para jogar vôlei entre uma pelada e outra. Nesta época ele chegou também a jogar tênis de mesa, inclusive ganhando títulos na categoria juvenil.[13] Em 1949, o jovem venceu seu primeiro título: o Campeonato de Amadores do Rio de Janeiro. No mesmo ano, ajudou o clube a conquistar o Torneio Início do Campeonato Carioca. Flamengo[editar | editar código-fonte]Em 1950, transferiu-se para o Flamengo, clube pelo qual conquistou, dentre outros, o tricampeonato carioca (1953, 1954 e 1955). Saiu do clube logo após a Copa do Mundo FIFA de 1958. Ele não queria sair do Flamengo, mas a demora da diretoria rubro-negra fez com que ele assinasse com o Botafogo. “Eu não queria sair do Flamengo. O Fleitas Solich (técnico) e o diretor Fadel vieram até minha casa, conversaram comigo. Me lembro até hoje as palavras que disse: ‘eu não estou querendo sair, eu já tinha proposto a vocês que eu dava o meu passe em troca de um emprego na Caixa Econômica’, que era a minha garantia de futuro. ‘Eu estou jogando, mas estou pensando sempre em frente e até hoje vocês não me ouviram’. Aí veio a Portuguesa me oferecendo 3 milhões, o Palmeiras oferecendo 5 milhões, e eu acabei aceitando ir ao Botafogo por 3 milhões. Por quê? Porque o Botafogo era um time bom, além disso minha mulher era professora e ela ia perder todas as aulas dela se eu fosse para São Paulo.” Zagallo, em entrevista a Jayme Pimenta Valente Filho no livro ‘Mário Jorge Lobo Zagallo: Entre o Sagrado e o Profano, uma história de vida’, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, Portugal, 2006. Segundo números do "Almanaque do Flamengo", de Roberto Assaf e Clóvis Martins, ele disputou, pelo clube, 205 jogos (128 vitórias, 38 empates e 39 derrotas) e marcou 29 gols.[14] Botafogo[editar | editar código-fonte]Zagallo foi bicampeão carioca pelo Botafogo, clube onde também veio a conquistar a Taça Brasil, e outros títulos, além de bicampeão mundial pela Seleção Brasileira. No Botafogo participou da fase áurea do time, jogando ao lado de astros como Garrincha, Didi e Nílton Santos. Seleção Brasileira[editar | editar código-fonte]Seus títulos cariocas e a conquista da Taça Brasil o levaram a Seleção Brasileira. Com ele, o Brasil inovou taticamente e jogou em 1958 no esquema 4-3-3, pois Zagallo era um ponta-esquerda que recuava para ajudar no meio-campo. Já na Copa seguinte, a de 1962, realizada no Chile, Zagallo foi titular devido à lesão de Pepe, grande astro do Santos e companheiro de ataque de Pelé.[15] Características e estilo de jogo[editar | editar código-fonte]Zagallo era um ala esquerdo de médio porte e franzino, mas conhecido por suas habilidades técnicas. No início da carreira, ele quase nunca ganhava uma dividida, mas compensava a falta de massa muscular com muita velocidade, deslocamentos rápidos e notável inteligência tática. Era considerado um jogador à frente de seu tempo, já que fazia muito bem o trabalho defensivo, além de sua capacidade de executar ataques de áreas mais profundas do campo. Ele também era capaz de jogar como atacante, atacante principal ou atacante interno. Sua polivalência permitiu a Vicente Feola (técnico na Copa de 1958) inovar e mostrar ao mundo o 4-3-3 (à época, as equipes usavam o 4-2-4). Em entrevista ao blog Olho Tático, do jornalista André Rocha, Zagallo falou o seguinte sobre a estrutura tática de 1958: "O 4-3-3 não nasceu em 1962. Já em 1958 eu fazia a dupla função. Com a bola era um ponteiro. Mas também podia ficar e cobrir o Nilton Santos. Sem a bola, eu era o homem que dava vantagem numérica: se a jogada do adversário fosse pelo nosso lado, eu ajudava o Nilton a marcar o ponta. Dois contra um. Se fosse do lado oposto, fechava e ficávamos Zito, Didi e eu. Três contra dois no meio-campo".[16] Um exemplo de sua função em campo pôde ser vista na final da Copa de 1958. Primeiro, ele salvou, de cabeça, o que seria o segundo gol no jogo (quando ainda estava 1 a 0 para os donos da casa), quando a bola já tinha passado pelo goleiro. Depois, mais pro final do jogo, ele faria o 4º gol brasileiro na partida.[17] Carreira como treinador[editar | editar código-fonte]Meses depois de se aposentar como jogador em 1966, iniciou a carreira de treinador da categoria juvenil do Botafogo, iniciando sua longa carreira.[18] Em clubes ele treinou o próprio Botafogo em quatro oportunidades, o Flamengo três vezes (segundo números do "Almanaque do Flamengo", ele dirigiu o clube, ao todo, em 236 partidas [116 vitórias, 59 empates e 61 derrotas][14]), o Vasco da Gama duas vezes, e ainda Fluminense, Al-Hilal, Bangu e Portuguesa. Em seleções nacionais, comandou a Seleção Brasileira por três vezes, a Seleção do Kuwait, a Seleção Saudita e a Seleção dos Emirados Árabes Unidos. Seu último trabalho foi em 2006, como coordenador técnico de Carlos Alberto Parreira na Seleção Brasileira. Conquistou um mundial como técnico da Seleção Nacional e um como coordenador técnico, além de vencer duas edições da Copa das Confederações FIFA. Também como treinador, conquistou dois títulos Sul-Americanos e vários outros títulos, que o tornaram técnico de renome mundial. De acordo com o livro "Seleção Brasileira - 90 anos", de Roberto Assaf e Antonio Carlos Napoleão, os números de Zagallo como técnico da seleção principal do Brasil são os seguintes: 135 jogos (99 vitórias, 26 empates e 10 derrotas).[14] Já como comandante da seleção olímpica foram 19 partidas (14 vitórias, três empates e duas derrotas).[14] E como coordenador técnico, Zagallo esteve presente em 72 jogos (39 vitórias, 25 empates e oito derrotas).[14] Número 13[editar | editar código-fonte]Apegado publicamente ao número treze desde a época de jogador, revelou que isto originou-se com sua esposa, que era devota de Santo António, comemorado em 13 de junho.[19][20] Seu casamento foi em 13 de janeiro de 1955.[14] Algumas aparições do número na trajetória do Velho Lobo:
Outros trabalhos[editar | editar código-fonte]
Estatísticas como jogador[editar | editar código-fonte]Jogos pela Seleção Brasileira
Títulos como jogador[editar | editar código-fonte]America-RJ
Seleção Brasileira[editar | editar código-fonte]
Títulos como treinador[editar | editar código-fonte]Flamengo
Seleção Brasileira[editar | editar código-fonte]
Prêmios individuais[editar | editar código-fonte]
Referências
Ligações externas[editar | editar código-fonte]O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Zagallo
Quantas Copas do Mundo Zagallo jogador?Como jogador, o Velho Lobo conquistou a Copa do Mundo de 1958 e de 1962. Em suas três passagens como treinador na Seleção Brasileira, Zagallo conquistou o tricampeonato mundial com a amarelinha em 1970, no México, e ficou com o vice-campeonato na França em 1998.
Qual é o número da sorte do Zagallo?Talvez os mais jovens desconheçam essa associação, mas qualquer pessoa com alguma familiaridade com o mundo do futebol saberá da ligação histórica de Mário Zagallo — uma das únicas três pessoas a conquistar a Copa do Mundo como jogador e treinador — com o número 13, considerado seu número da sorte.
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