Como uma pessoa com deficiência visual poderá entender a comunicação como ajudar?

Assessoria de Imprensa 24 de maio de 2021 BLOG 1383 views 0 min. de leitura

A inclusão social tem o poder de entregar o mundo a todas as pessoas, sem exceções. No entanto, para que ela realmente atinja a todos, precisamos colocá-la em prática, e acima de tudo, precisamos entendê-la. 

É justamente a falta de entendimento que faz com que a rotina de pessoas com deficiência ainda seja cercada de dificuldades e constrangimentos. Pensando nisso, pedimos para a Aline Lazzari, pessoa com deficiência visual, pós graduada em Letras - Inglês/Português, fazer um relato das situações do seu dia a dia e nos dar algumas sugestões do que não fazer ao interagir com uma pessoa com deficiência visual. Confira a seguir:

1. Não use intermediários

A pessoa com deficiência visual é uma pessoa como qualquer outra, apenas com a limitação visual, então quando quiser se comunicar, não se dirija ao acompanhante, mas diretamente à nós. Temos total capacidade de escolher, decidir ou opinar.

2. Evite nos puxar

Quando quiser ajudar na travessia de ruas, ofereça um braço para a pessoa com deficiência visual tocar e fique um passo à frente. Ande com calma e permita que ela seja guiada pelo seu braço, pois não gostamos de ser puxados pela bengala como se fôssemos cães em uma coleira.

Outra situação que acontece por falta de conhecimento é as pessoas ficarem com medo de ajudar, por não saberem o que fazer. Basta perguntar se queremos ajuda e como pode nos auxiliar.

3. Comunique suas ações

Quando você estiver interagindo com uma pessoa cega e decidir sair do local - por exemplo - avise! Pois podemos falar com uma parede e isso é o maior mico. Deixar claro quais são os seus próximos passos pode evitar diversas situações constrangedoras. 

Comunicação é a chave, e aqui surge outro ponto: algumas pessoas, sem perceber, falam em tom de voz mais alto quando conversam com pessoas cegas. A menos que a pessoa tenha, também, uma deficiência auditiva que justifique isso, não faz nenhum sentido gritar. Fale em tom de voz usual.

4. Não tire conclusões precipitadas

Vitimizar ou superestimar uma pessoa com deficiência não é uma atitude legal. Não somos melhores e nem piores que ninguém, temos qualidades e defeitos como todos. Também não pense que todos nós temos coração puro e inocente, pois existem pessoas boas e más independentemente da deficiência. Deficiência não define caráter.

Esperamos que estas dicas possam melhorar o seu convívio com as pessoas com deficiência visual, e te ajudem a entender que a falta de visão pode até ser um obstáculo, mas jamais será uma barreira, e que pessoas com deficiência visual podem sim ter uma vida incrível, afinal “o essencial é invisível aos olhos” (O Pequeno Príncipe).

---

Texto: Aline Lazzari

Tendo em vista as campanhas a respeito de inclusão e responsabilidade social tão na moda hoje em dia, muitas pessoas super bem intencionadas estão fazendo grande confusão a respeito de como e quando ajudarem os deficientes e, sobretudo, no caso presente, os visuais, os quais estão mais expostos ao envolvimento; Isto significa: deles, os outros podem aproximar-se sem pedir licença; podem olhar para eles e observá-losà  vontade, sem que sejam notados"""" ¦ pegam neles sem que tenham tempo de reagir e assim por diante. Portanto, na tentativa de iluminar esta sociedade cheia de boa vontade, alguns deficientes visuais, assistente social, fisioterapeuta e professor, estudantes, resolveram trocar ideias e montar 20 dicas que podem ser úteis. Antes de transmiti-las, apenas alguns esclarecimentos: Os deficientes aqui referidos são pessoas que já adquiriram relativa independência, que enfrentam desafios e tentam superar as próprias limitações. Os deficientes, como as outras pessoas, são diferentes entre si; cada um tem sua própria história, suas crenças e valores. Ainda há muitos que vivemà  mercê de seus pais, cônjuges e filhos e não podemos julgá-los. Força é algo interior e pessoal. Esses, neste texto, não precisam ser considerados. Estamos referindo-nosà queles que, com ou sem dificuldade, andam pelas ruas, trabalham, em casa ou fora, possuem apenas a deficiência visual, estão inseridos em grupos sociais, enfim, na medida do possível, buscam chegar bem perto do comum das pessoas. 1ª """" - Se encontrar um deficiente visual na rua ou em algum lugar público, não o conhecendo, jamais lhe pergunte, a queima-roupa, onde vai ou onde quer ir. Esta pergunta é invasora e indiscreta, sendo bem aceita apenas por conhecidos. Pergunte-lhe, simplesmente: (Quer ou precisa de alguma ajuda)? 2ª """" - Se oferecer-lhe ajuda e ele não aceitar, não insista nem se melindre com isto. Se, por um lado, você se sente no dever de ajudar, por outro lado, ele tem o direito de não querer ser ajudado. 3ª """" - Se estiver sentado em um transporte coletivo e vir aproximar-se um DV do seu lugar, com o intento de ser gentil, você pode até perguntar se ele quer sentar-se, mas, caso ele lhe agradeça e não queira a gentileza, não fique discutindo, alegando que é perigoso ficar de pé, que ele poderá cair e tudo mais. Lembre-se de que deficiência visual não é sinônima de impossibilidade de equilibrar-se. Para o equilíbrio, bastam as mãos e as pernas. A visão, neste caso, não faz nenhuma falta. Além do mais, esses comentários abaixam a autoestima da pessoa. Assim, em vez de ajudar, você estará atrapalhando. 4ª- Não fique pedindo a terceiros que cedam seu lugar para o DV, primeiramente, porque ele sabe falar por si mesmo, caso queira pedir algo; depois, você nem sabe se ele quer o lugar, criando, assim, uma situação constrangedora para ele e para a outra pessoa, sem pensar que você próprio poderá passar vergonha, no caso dele ou da outra pessoa não concordar com você. Já houve brigas feias por causa disto e não vale a pena. 5ª Jamais fale em nome de um DV. Ele é capaz de expressar-se normalmente, sem a intervenção de terceiros. Se quem está relacionando-se com o deficiente insistir em usá-lo como intermediário, educadamente, peça-lhe que se dirija, sem medo, ao outro. 6ª """" - Quando estiver prestando alguma ajuda, jamais fique dizendo frases de suposta solidariedade, como: (é duro não enxergar; ne)? (Para a gente que vê já é difícil; imagine para vocês)! Assim, em vez de mostrar-se um bom companheiro, você estará colocando-se em uma posição de superioridade, criando uma barreira entre si e seu auxiliado. 7ª """" € Quando estiver acompanhando um DV, jamais fique insinuando que ele deveria ter um acompanhante. Se ele está sozinho, é porque não está precisando de outra pessoa o tempo todo, apenas de um facilitador para algumas situações, como em travessias difíceis e tal facilitador, algumas vezes, pode ser você mesmo. . Além disto, você está ajudando porque quer e não tem o direito de ficar dando opinião sobre o que ele deve fazer. Colaborar com alguém, de vez em quando, seja no que for, é uma responsabilidade social conferida a todos nós pelo próprio Deus, como prova de gratidão pelas dádivas recebidas. 8ª """" - Quando estiver andando ao lado do DV, não precisa ficar o tempo todo avisando-lhe subidas e descidas. Ofereça-lhe o cotovelo e, sentindo seus movimentos, ele o acompanhará sem dificuldade. Aproveite para falar outros assuntos. 9ª """" - Jamais ofereça ajuda, sob o pretexto de que para o DV é difícil fazer o que quer que seja. É comum alguém chegarà  casa de um DV, principalmente mulher e querer tomar a frente nos serviços. Isto, em vez de gentileza, é falta de respeito com a privacidade da outra pessoa, além de subestimá-la. 10ª """" - Se possível, antes de tocar na pessoa do DV, cumprimente-o ou dirija-lhe alguma palavra. O toque, por mais bem intencionado que seja, é muito invasor, principalmente quando se trata de quem não pode ver. A invasão do toque pode estender-se também aos objetos de apoio utilizados pelas pessoas com deficiência: bengala branca, muleta, cadeira-de-rodas, etc. Há pessoas que dizem que pegam direto porque não sabem o que falar. Digam-lhe apenas o motivo porque o estão tocando: um buraco, um orelhão, uma caixa de correio, um carrinho de papel ou coisa parecida, objetos que a bengala branca às vezes não identifica a tempo. Abrindo um parêntese: se o obstáculo não for demasiado perigoso, como esses que foram citados, deixe a pessoaà  vontade, porque, talvez, aquilo seja até uma referência para ela, no caso de passar sempre pelo mesmo lugar. 11ª """" € Não fique querendo ensinar as pessoas que não enxergam a fazer as coisas. Elas têm seu próprio jeito e experiência, que podem, aliás, ser até maiores que as suas. Portanto, mesmo que, dentro da sua razão, você pense que há jeitos melhores, dê-lhes o direito de pensar diferente. 12ª """" - Saiba que escada é obstáculo para cadeirantes ou pessoas que usam muleta e não para deficientes visuais. Portanto, não fique fazendo caminho mais longo em busca de rampas. 13ª """" - Quando ajudar um DV, não fique dizendo-lhe que está fazendo-lhe um favor, ainda mais se a ideia de ajudar tiver partido de você. Isto causa humilhação e até antipatia Também, educadamente, desaprove quem ficar exaltando exageradamente seu gesto, nobre, na verdade, mas não tão heroico assim. 14ª """" - Jamais fique insinuando que a ajuda sua ou de quem quer que seja é indispensável, porque o DV desenvolve seus próprios recursos, com os meios que Deus e a natureza disponibilizam a todos os seres. Só lhe faltaà  visão e, mesmo assim, os outros sentidos, bem trabalhados e estimulados, substituem-na em vários aspectos. 15ª """" - Não trate o DV com excesso de mimo e com superproteção, como se estivesse lidando com uma criancinha ou um doente. A limitação visual como qualquer outra, se bem trabalhada, torna as pessoas fortes, desafiadoras, maduras e independentes, não necessitando de excesso de cuidados. Além disto, é bom que se saiba que super proteção é preconceito velado. 16ª """" - Não fique pegando no DV quando ele estiver subindo ou descendo de um transporte coletivo. Isto só incomoda. Aliás, falando em transporte coletivo, aqui vai uma recomendação especial para motoristas e cobradores que atuam nessesà´nibus comuns, ou seja, aqueles que não são biarticulados ou ligeirinhos. Vocês não precisam sair do seu posto para atenderem ao deficiente visual. Se puderem, parem oà´nibus o mais próximo possível dele. Se houver mais de umà´nibus que pare no mesmo lugar, digam qual é o que está parando. Não precisam ficar avisando-lhes sobre os degraus, porque o DV que anda sozinho já está bem acostumado com a estrutura do transporte. 17ª """" - Não torne a limitação do deficiente visual maior do que é querendo fazer para ele ou por ele o que pode fazer sozinho. Exemplo: é comum, quando precisa abrir ou fechar uma porta ou portão alguém correrà  sua frente para fazer isto para ele e, muitas vezes, além de não ajudar, acaba atrapalhando. 18ª """" - Evite alguns gestos que só prejudicam: puxar o braço da pessoa, sobretudo, apertando, como para segurá-la. Isto descoordena todos os movimentos e até machuca; ficar empurrando-a pelas costas ou passando o braço por trás. Pode ser até carinhoso, mas é incômodo, pelo menos para a maioria das pessoas. 19ª """" - Cuidado com certas perguntas ou comentários enquanto ajuda, coisas que você não diz a pessoas estranhas comuns: (Está indo dar uma passeadinha), (Passeando a esta hora)? Comentários como estes podem ser até inocentes, mas, com certeza, você não os faria para outras pessoas. Em outras palavras, você quer dizer que deficiente não trabalha nem tem grandes compromissos; portanto, pode passear a qualquer hora. Caso queira mesmo ter um diálogo, pergunte como o faria com as outras pessoas: (você trabalha? Estuda)? Ademais, ficar perguntando a alguém se está indo passear, salvo, talvez, em um final de semana, pode até magoar, porque, às vezes, a pessoa está indo resolver uma situação triste e está bem chateada. 20ª Esta não é uma dica, mas uma reflexão: as pessoas precisam entender que excesso de ajuda e proteção humilha. Portanto, não é sinônimo de boa educação. O excesso de zelo constrange e tira a liberdade, por mais bem intencionado que seja. Portanto, não se assuste se, às vezes, o deficiente trata você com uma certa dureza. Ele está apenas tentando ser respeitado em sua dignidade pessoal a qual você está violando, quando o trata como um coitadinho, um inválido ou incapaz. Nem mesmo uma criança em pleno juízo gosta de ser tratada assim. O verdadeiro amor ao próximo é aquele que cria nele confiança, liberdade e autodeterminação. Quem trata os outros com excesso de proteção, na verdade, não está em uma relação de ajuda, mas de poder e manipulação. Está usando o outro e até abusando dele enfim, ao ler isto, você pode estar até pensando que é muito complicado; que o deficiente visual é muito melindroso e que é melhor nem tentar ajudá-lo. Isto não é verdade. É que ele tem os mesmos sentimentos que os outros seres humanos. Se você puser sua imaginação para funcionar, inclusive fechando os olhos de vez em quando, vai entender. Você gostaria que, sem você poder ver, alguém lhe agarrasse ou apertasse o braço sem dizer nada? Você fica contente quando alguém lhe diz que você é incapaz de fazer alguma coisa, quando tem certeza de que é capaz? Você gosta de opiniões alheias, quando não as pediu? Então: saiba que o deficiente visual enfrenta essas coisas diariamente e quando, lá uma vez ou outra, perde a paciência por ser tão desrespeitado em sua privacidade e dignidade, chamam-no revoltado; ingrato; complexado ou ignorante. Pense nisto; mas pense agora.

Fonte: AJIDEVI

Como podemos nos comunicar com uma pessoa com deficiência visual?

Fale diretamente com a pessoa, não de lado ou atrás dela. Faça com que a sua boca esteja bem visível. Gesticular ou segurar algo em frente a boca torna impossível a leitura labial. Fique num lugar iluminado e evite ficar contra a luz, pois isso dificulta ver o seu rosto.

Como deve ser feita a comunicação acessível para pessoas com deficiência visual?

A diretriz de alternativas em texto recomenda que conteúdos não-textuais, como imagens ou vídeos, tenham sempre uma alternativa textual, para que possam ser lidos por softwares leitores de tela ou impressos em fontes maiores, em Braille, entre outras possibilidades.

Como podemos ajudar uma pessoa uma pessoa com deficiência visual?

Como ajudar uma pessoa com deficiência visual sem constrangimento.
1) Identifique-se sempre. ... .
2) Dirija-se sempre à pessoa. ... .
3) Não force uma ajuda. ... .
4) Seja gentil. ... .
5) Olhe por onde anda. ... .
6) Ofereça lugar no transporte coletivo..

Quais os recursos que uma pessoa deficiente visual pode utilizar para facilitar a sua vida?

Confira a lista completa e veja como esses recursos podem ser úteis no dia a dia de deficientes..
Leitores pessoais. ... .
Luva robótica. ... .
Teclado em “braille” ... .
Relógio inteligente. ... .
Celular em Braille. ... .
Películas e tablets com textura..