Quais estados apresentam uma maior concentração de pessoas no Brasil?

O levantamento aponta que 21,9% da população está concentrada em 17 municípios com mais de 1 milhão de habitantes

Publicado em 27/08/2021 18h37 Atualizado em 31/10/2022 15h06

A população brasileira chegou a 213,3 milhões de habitantes. A estimativa é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira (27) e tem como data de referência, o dia 1º de julho de 2021.

A estimativa é um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para o cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios, além de referência para indicadores sociais, econômicos e demográficos. “As projeções de população do Brasil e dos estados não somente subsidiam as estimativas municipais, mas também ajudam a pensar no futuro da população. E pensar no futuro é importante porque nos mostra os desafios que teremos pela frente”, ressaltou Márcio Mitsuo Minamiguchi, gerente de Estimativas e Projeções de População do IBGE.

Municípios

Os dados apontam para uma concentração da população em grandes cidades. São 17 municípios com mais de 1 milhão de habitantes (14 deles são capitais). Esse grupo concentra 21,9% da população ou 46,7 milhões de pessoas. Outros 49 têm mais de 500 mil moradores e 326 possuem mais de 100 mil pessoas.

O município de São Paulo continua sendo o mais populoso do país, com 12,4 milhões de habitantes, seguido por Rio de Janeiro (6,8 milhões), Brasília (3,1 milhões), Salvador (2,9 milhões) e Fortaleza (2,7 milhões).

Por outro lado, de cada três municípios, dois são de baixa densidade. São 3.770 deles com menos de 20 mil habitantes, o que corresponde a 67,7% do total. Os menores são Serra da Saudade (MG), com apenas 771 habitantes, Borá (SP), com 839, Araguainha (MT), com 909, e Engenho Velho (RS), com 932 moradores.


Quais estados apresentam uma maior concentração de pessoas no Brasil?

Estados

Entre as unidades da federação, São Paulo segue como o estado mais populoso, com 46,6 milhões de habitantes, concentrando 21,9% da população total do país. Em seguida vem Minas Gerais, com 21,4 milhões de habitantes, e Rio de Janeiro, com 17,5 milhões. Já o menos populoso é Roraima, com 652.713 moradores.

Quais estados apresentam uma maior concentração de pessoas no Brasil?

Projeção x Censo

A projeção da população é feita todo ano pelo IBGE, já o Censo Demográfico é realizado a cada dez anos. “O Censo Demográfico é a maior pesquisa que o IBGE realiza e envolve a visita a todos os domicílios do Brasil. Como o Censo envolve muito trabalho e um quantitativo grande de dinheiro também, ele não pode ser realizado todos os anos. Mas como a população é uma variável muito importante, não é possível termos a população atualizada somente no momento do Censo, logo as estimativas e projeções da população visam cobrir essa necessidade de termos conhecimento da população para períodos mais curtos que o Censo Demográfico”, explicou Márcio Mitsuo Minamiguchi.

A região Sudeste é a que concentra o maior número de residentes no Brasil. Em 2018, eram 42,2% do total de 207,9 milhões de pessoas no país. Em 2012, os residentes eram 197,7 milhões.

Quais estados apresentam uma maior concentração de pessoas no Brasil?
Quais estados apresentam uma maior concentração de pessoas no Brasil?

A segunda região mais populosa é a Nordeste (27,2%), seguida do Sul (14,3%), do Norte (8,6%) e do Centro-Oeste (7,7%). Na comparação com 2012, Sul e Sudeste se mantiveram estáveis, Norte e Centro-Oeste subiram 0,3 ponto percentual cada uma e, no Nordeste, houve queda de 0,3 ponto percentual no período de seis anos.

Quais estados apresentam uma maior concentração de pessoas no Brasil?

Sudeste é a região com o maior número de residentes no Brasil. Em 2018, eles eram 42,2% dos 207,9 milhões de pessoas no país  (Arquivo/Wilson Dias/Agência Brasil)

Do total de residentes, 128,3 milhões tinham algum tipo de rendimento em 2018, o que representou 61,7%. O maior percentual ficou na região Sul (66,9%), se mantendo na frente durante seis anos. Os menores foram no Norte (53,8%) e no Nordeste (57,7%).

Os dados fazem parte da avaliação dos rendimentos de todos os tipos de trabalho e de outras fontes de pessoas residentes no Brasil, incluída na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD Contínua) Rendimento de Todas as Fontes 2018, divulgada, hoje (16), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Tipos de rendimentos

O levantamento indica que, na distribuição das pessoas por tipo de rendimento recebido, em 2018, as que tinham ganhos de todos os trabalhos eram 43,4% da população residente, o que representou 90,1 milhões de pessoas, enquanto em 2012 eram 86,1 milhões.

Já em relação aos rendimentos provenientes de outras fontes, em 2018 eram 24,9% dos residentes, que somavam 51,8 milhões. Seis anos antes eram 46,6 milhões.

Os residentes da região Sul representaram a maior parte de quem tinha ganhos habitualmente recebidos de todos os trabalhos (48,1%). E o segundo maior percentual do rendimento de origem em outras fontes (25,9%).

Repetindo comportamento de 2012, o Nordeste continuou com o menor percentual de pessoas com vencimento recebido de todos os trabalhos (36,2%) e o maior percentual das que recebiam de outras fontes (28,2%).

Entre 2012 e 2014, o Brasil registrou tendência de crescimento da participação do rendimento de todos os trabalhos, sendo o maior percentual anotado em 2014 (44,3%). Mas, em 2015, houve uma reversão da trajetória de crescimento até atingir o menor percentual em 2017 (43,1%).

Outras fontes

No rendimento de outras fontes, a situação foi diferente e o movimento de expansão verificou-se desde o início da série, sendo que, em 2017, alcançou 24,1% e, em 2018, passou para 24,9%. Segundo o IBGE, influenciado, principalmente, pela expansão de 1,5 ponto percentual na região Sudeste em 2018.

De acordo com a pesquisa, entre os componentes dos rendimentos de outras fontes, houve predomínio da categoria de aposentadoria ou pensões, que representou 14,6% na população residente com rendimento.

O percentual ficou em 7,7% em outros rendimentos, setor que inclui, por exemplo, seguro-desemprego, programas de transferência de renda do governo e ganhos de poupança. Com pensão alimentícia, doação ou mesada de não morador ficou em 2,5%, e com aluguel e arrendamento, 2,1%.

Segundo o IBGE, desde 2012, o crescimento do percentual de pessoas com rendimento de aposentadoria e pensão foi notado em todas das grandes regiões do país.

No Sudeste, entre 2017 e 2018, houve a expansão de 0,9 ponto percentual na proporção de pessoas com este tipo de rendimento. Na comparação com 2012, a região Sul teve 2,3 pontos percentuais, o maior crescimento, passando de 16,0% para 18,3% em seis anos.

Gerente da pesquisa, Maria Lúcia Vieira disse que essa variação pode ser causada pelo perfil etário dos residentes, uma vez que é a população mais envelhecida do país.

Desigualdade econômica

Ainda nas grandes regiões do país, o índice de Gini - indicador que mede distribuição, concentração e desigualdade econômica e varia de 0 (perfeita igualdade) até 1 (máxima concentração e desigualdade) - no rendimento médio real de todos os trabalhos subiu de 2017 para 2018.

No Nordeste, a desigualdade dos rendimentos caiu porque as pessoas que compõem o grupo de 1% dos mais ricos tiveram perda. Em 2017, o Gini dessa região ficou em 0,531, indo para 0,520 em 2018.

As regiões Norte e Nordeste foram as únicas que tiveram queda naqueles do 1% mais rico. “No Sudeste, o 1% mais rico, de 2017 para 2018, teve um aumento da renda de todos os trabalhos de quase 18%; nesse mesmo período, no Nordeste, o 1% mais rico teve queda de 16,5%. Então, esse recuo no Nordeste está mais relacionado à queda dos rendimentos de extratos mais ricos”, disse a analista da Coordenadoria de Trabalho e Rendimento (Coren) do IBGE, Adriana Araújo Beringuy.

* Matéria alterada às 10h37 para acréscimo de informações

Qual estado do Brasil tem a maior concentração de pessoas?

A região Sudeste é a que concentra o maior número de residentes no Brasil. Em 2018, eram 42,2% do total de 207,9 milhões de pessoas no país. Em 2012, os residentes eram 197,7 milhões. A segunda região mais populosa é a Nordeste (27,2%), seguida do Sul (14,3%), do Norte (8,6%) e do Centro-Oeste (7,7%).

Onde a concentração de população é maior?

A Ásia concentra 59,5% de toda a população mundial. Nesse continente, apenas China e Índia, ambos com mais de 1,3 bilhão de habitantes cada, concentram 36,1% do total de pessoas no planeta. Na sequência está o continente África, cujos 54 países reúnem uma população de 1.340.598.000 habitantes, 17,1% do total mundial.