Como você interpreta a frase conclusiva do autor alguns estados são mais iguais do que os outros

A Revolução dos Bichos (Título original: Animal Farm – A Fairy Story), foi concebido em 1937, mas passou a ser escrito em 1943, e só foi publicado em 1945, depois de ter tido sua publicação rejeitada por quatro editoras, conforme relatos do autor, George Orwell. Ainda segundo Orwell, não existia uma censura explícita na Inglaterra na sua época, mas ele credita sua rejeição à covardia intelectual das editoras e da imprensa, que evitavam publicar críticas ao regime Stalinista, aliado do governo britânico.

Voltando à história, ou melhor, iniciando-a, temos uma fazenda, a Granja do Solar, comandada pelo Sr. Jones que, de maneira geral, trata seus animais como animais de fazenda, explorando seu trabalho e aproveitando seus subprodutos, como ovos, leite, e abatendo os animais que servem para o consumo humano.

Um dia, o porco mais velho, o Major, convoca uma reunião para incitar os demais animais a se rebelarem contra esse sistema, expulsando o Sr. Jones e iniciando uma nova era, em que eles não teriam dono e, consequentemente, seriam livres e tudo o que produzissem seria para eles. Em sua fala, Major declara que o homem é o verdadeiro inimigo dos animais. Na fábula, Major é uma clara alusão ao pensador alemão Karl Marx, cujas ideias influenciaram a Revolução Socialista. Os homens representam o sistema capitalista, que oprime o proletariado de forma excessiva, e que, segundo o porco, usufruem, sem produzir, de todos os frutos do trabalho árduo dos animais.

Após a morte de Major, os animais se rebelam e conseguem expulsar os humanos da fazenda, e os porcos, conhecidos por serem os animais mais inteligentes, se encarregam de instruir e organizar o novo sistema de liberdade, o Animalismo. Napoleão e Bola-de-Neve foram os dois porcos que se destacaram nessa tarefa. Em dado momento, estes dois porcos se desentendem e Napoleão expulsa Bola-de-Neve da fazenda (e passa a retratá-lo como traidor), e se intitula Líder.

No início, todas as resoluções eram apresentadas pelos dois porcos principais e votadas pelos demais animais, mas após a expulsão de Bola-de-Neve, Napoleão – já que os porcos eram os animais mais espertos – tomava as decisões e apenas informava aos outros bichos. Todas as resoluções, segundo ele, eram sempre em prol do benefício da fazenda.

No início do animalismo os bichos trabalhavam de forma igual, cada um segundo suas capacidades, e tudo o que era produzido era dividido igualmente. Depois de um tempo os porcos começaram a ter um tratamento diferenciado, já que eram o cérebro da sociedade, com o trabalho mais importante, e passaram a comer melhor e a ter menos horas de trabalho.

Entrementes, o Sr. Jones e demais fazendeiros da região começaram a divulgar boatos falsos sobre a fazenda, e acreditavam que ela iria à ruína rapidamente. Eventualmente, o Sr. Jones tentou retomar o controle da fazenda, fazendo o uso da força, mas falhou nas suas tentativas, já que os animais estavam bem preparados e organizados.

Com o passar do tempo, os animais precisaram trabalhar cada vez mais, até mesmo mais que antes, mas achavam que estavam felizes, já que não tinham donos e tudo o que produziam era somente deles. No entanto, como a fazenda não dispunha de todos os meios para que pudesse evoluir, já que não podia produzir tudo lá, passou a negociar com os humanos, quebrando um dos mandamentos do animalismo.

Fazendo-se a interpretação desses últimos parágrafos, temos Napoleão como Stálin e Bola-de-Neve como Trotski. Os humanos, como capitalistas, tentam derrubar o sistema, em vão.

Os porcos realizavam uma verdadeira lavagem cerebral nos bichos da fazenda, que terminavam por aceitar e concordar com todo o tratamento diferenciado recebido por Napoleão e seus parceiros, porquanto tudo era feito visando o “bem comum”. O sistema não ia muito melhor que o anterior, mas a fazenda fazia de tudo para que o resto do mundo achasse que o Animalismo era perfeito.

Napoleão passou a repelir de forma ríspida qualquer resistência, e passou a massacrar todos os dissidentes. Modificou todos os mandamentos do Animalismo de acordo com sua conveniência e passou a mascarar dados e estatísticas em prol de seu sistema, para enganar o povo os animais. A Granja virou uma República, e Napoleão, o único candidato, passou a ser o seu presidente.

De uma forma geral, a Granja prosperou, passou a ficar rica, mas sem que os animais enriquecessem, exceto os porcos e seus parceiros mais próximos. Mas os animais, apesar de viverem em condições miseráveis, trabalhavam para eles mesmos, eram livres, sem donos. Eram felizes porque eram “iguais”. No entanto, os objetivos anunciados pelos porcos nunca eram atingidos, apesar de todo o esforço dos bichos.

Os porcos assumiram o controle explicitamente e passaram a explorar ainda mais os bichos da fazenda e, concluindo o livro, confraternizam com os humanos na Granja dos Bichos, mostrando as maravilhas do seu sistema. Os humanos veem que o animalismo não era o que eles temiam, o que os agrada. Em seu último parágrafo, ocorre um desentendimento entre os humanos e os porcos, mas os outros animais não conseguem diferenciar visualmente os porcos dos humanos, já que aqueles tinham se tornado semelhantes a estes.

Temos como outras analogias Sansão e Quitéria, os cavalos de tração, representando o povo, que se mata, literalmente, de trabalhar pelo sistema, sempre acreditando em sua ideologia; a égua Mimosa representa parte da burguesia que outrora fora agradada pelo Sr. Jones, e que, por não se adequar ao sistema, futuramente abandona a fazenda. Moisés é o corvo que prega um mundo melhor além do céu, e corresponde à Igreja (Ortodoxa Russa), que tem permissão de voltar à URSS por Stalin na Segunda Guerra mundial. Orwell explica o encontro entre porcos e humanos como sendo a Conferência de Teerã, entre Churchill Inglaterra), Rossevelt (EUA) e Stálin (URSS), prevendo que esse acordo não duraria muito, o que veio a se concretizar num futuro próximo.

Bem, essa é uma análise/resumo do livro, e que pode até parecer meio complexa e complicada, mas mesmo que não procuremos saber das analogias presentes no texto – eu só as procurei mais detalhadamente após seu término -, a leitura é muito boa, já que nos faz refletir bastante após sua conclusão. A leitura é muito rápida, como a de uma fábula para crianças mesmo, podendo ser concluída em um dia. Nesta versão são apenas 112 páginas da história em si e, logo após, temos um excelente posfácio de Christopher Hitchens, escrito em 2006, e como apêndices temos um prefácio proposto pelo autor à primeira edição inglesa (1945) e outro prefácio do autor à edição ucraniana (1947).

Leitura recomendada, e avaliação baseada na sua capacidade sucinta e simples de transmitir sua mensagem, sendo um daqueles livros que nos fazem pensar ainda um bom tempo após o termos devorado.

Para ver minha resenha completa da obra, acesse: h[...]

O que significa todos são iguais mas alguns são mais iguais que os outros?

“Os animais são todos iguais, mas uns são mais iguais do que outros.” A frase é de George Orwell, (n)A Revolução dos Bichos, uma crítica evidente às sociedades que promovem a defesa estética da igualdade enquanto, na verdade, colocam em prática a clara estratificação social entre uns e outros, os que merecem o rigor ...

O que esta frase significa como você explica que todos são iguais mas que uns são mais iguais que os outros a partir da existência de tantas diferenças em nossa sociedade?

Resposta: tratar os iguais com igualdade e, os desiguais com desigualdade, na medida de suas desigualdades. Explicação: Em alguns casos as pessoas devem ser tratadas como iguais e em outros não.

Quais foram os argumentos que o porco utilizou para convencer os animais?

O porta-voz do Animalismo é Garganta, um porco com uma capacidade incrível de persuasão. “Diziam que Garganta era capaz de convencer que o preto era branco”. A partir disso, os animais se organizam e tudo é discutido entre todos, em assembleias realizadas num galpão.

Qual das frases de George Orwell representa as ideias contidas em sua obra Revolução dos Bichos *?

“Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é o inimigo.”