Das lutas apresentadas na aula defina cada uma delas com suas palavras

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Ensino de lutas na escola: elemento pedag�gico
ou est�mulo � viol�ncia?

La ense�anza de los deportes de combate en la escuela. �Un recurso pedag�gico o un est�mulo a la violencia?

Fight at school of education: teaching component incentive or violence?

Das lutas apresentadas na aula defina cada uma delas com suas palavras

 

*Graduado em Educa��o F�sica (UNEMAT)

**Mestre. Faculdade de Educa��o F�sica (UNIC). Curso de Educa��o F�sica (UNIVAG)

N�cleo de Aptid�o F�sica, Inform�tica, Metabolismo, Esporte e Sa�de (NAFIMES/UFMT)

(Brasil)

Saulo Bonfim de Oliveira*

Adilson Domingos dos Reis Filho**

 

Resumo

          As lutas enquanto conte�do da Educa��o F�sica escolar tem sido esquecida, especialmente, por se acreditar que a pr�tica das mesmas gera viol�ncia. O objetivo deste estudo foi investigar se o conte�do lutas � abordado nas aulas de educa��o f�sica escolar e caso n�o o seja, qual seria o motivo para n�o ensin�-lo. A pesquisa foi realizada no munic�pio de C�ceres-MT, com 15 professores de educa��o f�sica, atuantes na rede p�blica e/ou privada. Utilizou-se como instrumento um question�rio fechado, contendo seis quest�es. Os principais resultados foram: aus�ncia do conte�do lutas no plano de ensino e a falta de capacita��o dos professores para ministrarem tal conte�do. Assim, a tem�tica luta ainda � pouco utilizada nas aulas de educa��o f�sica escolar, especialmente pela falta de preparo e conhecimento dos professores para lidar com a tem�tica.

          Unitermos:

Lutas. Educa��o. Conte�do. Viol�ncia.

Abstract

          The fight while content of school physical education has been forgotten, especially because they believe that the practice of fighting breeds violence. The aim of this study was to investigate whether the content is covered in class fight in school physical education. The research was conducted in the city of C�ceres-MT, with 15 physical education teachers, working in public and/or private school. It was used as instrument a questionnaire, containing six questions. The main results were: fight in the absence of content and teaching plan, lack of qualified teachers for such content. Thus, the thematic fight is not widely used in school physical education classes, especially the lack of preparation and knowledge of teachers to deal with the theme.

          Keywords:

Fight. Education. Content. Violence.

   

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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - A�o 18 - N� 180 - Mayo de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdu��o

    As lutas enquanto conte�do na Educa��o F�sica escolar ainda � pouco utilizada, muito provavelmente em decorr�ncia de algumas concep��es err�neas, especialmente, �quelas que relacionam a pr�tica das lutas � viol�ncia e/ou ao vandalismo. Outro fator que talvez iniba a utiliza��o dos conceitos e viv�ncias corporais das lutas no cotidiano das aulas de educa��o f�sica seja a falta de forma��o e informa��o acerca das possibilidades pedag�gicas para se trabalhar as lutas como conte�do.

    De acordo com Brasil (1997), nos Par�metros Curriculares Nacionais � PCN's �, a luta pode ser conceituada como jogo de oposi��o, em que os alunos podem utilizar-se de t�cnicas e estrat�gias para vencer seu oponente. Como atividades que englobam a luta, pode-se citar alguns exemplos, desde as brincadeiras de cabo de guerra e bra�o de ferro at� pr�ticas mais complexas como a capoeira, o jud�, o karat�, dentre outras (Brasil, 1998 p. 70), desde que, sejam seguidos os princ�pios de inclus�o e diversidade de movimento e, principalmente, a cultura dos alunos, atendendo assim, as necessidades dos indiv�duos.

    Como parte da cultura humana, as lutas representam um meio eficaz de educa��o e um conjunto de conte�dos altamente importante para a Educa��o F�sica escolar, pois, qualquer que seja a modalidade de luta, exige respeito �s regras, a hierarquia e a disciplina, valorizando a preserva��o da sa�de f�sica e mental de seus praticantes. As lutas assim como os demais conte�dos da educa��o f�sica, devem ser abordadas na escola de forma reflexiva, direcionada a prop�sitos mais abrangentes do que somente desenvolver capacidades e potencialidades f�sicas (SOUZA JUNIOR e SANTOS, 2010).

    Diante do exposto, Darido e Rangel (2005) indicam como possibilidade pedag�gica para o conte�do de lutas, a discuss�o dos conceitos (equil�brio/desequil�brio, imobiliza��es, hist�ria e outros), procedimentos (aprendizagem dos movimentos) e atitudes (respeito ao pr�ximo, forma��o de car�ter, dentre outras).

    Independentemente do tipo de luta abordada, o professor de Educa��o F�sica, a partir de sua forma��o pedag�gica re�ne compet�ncias e habilidades para inserir em suas aulas alguns elementos das lutas como possibilidade de forma��o integral do aluno, por�m, isso nem sempre acontece. Desta forma, o presente estudo teve como objetivo investigar se o conte�do de lutas � abordado nas aulas de educa��o f�sica escolar e caso n�o o seja, qual seria o motivo para n�o ensin�-lo.

Contextualiza��o

A origem das lutas

    A verdadeira origem das lutas continua sendo uma inc�gnita, pois muitos s�o os relatos sobre o surgimento das mesmas, por�m nenhum desses relatos demonstra ao certo a origem das lutas. Alguns autores descrevem sobre a pr�tica das lutas gregas, dos gladiadores romanos, dos combates praticados pelos chineses, entre outros. De acordo com Alves J�nior. (2001):

    Na hist�ria da humanidade quando levamos em considera��o o est�gio j� urbano, ao se fazer uma breve g�nese das lutas observa-se que n�o foram poucos os registros encontrados nas mais diversas civiliza��es. Remontando entre os anos 3000 e 1500 a.C., os sumerianos deixaram imagens de tr�s duplas de lutadores representando diversas fases de uma luta, com caracter�sticas que D. Palmer e M. Howell (ALVES J�NIOR, 2001) consideraram como sendo, �uma das provas mais antigas� do que hoje entender�amos como atividade de luta. Outras evid�ncias de pr�ticas de lutas tamb�m foram encontradas em outras culturas, atrav�s dos desenhos encontrados dentro da tumba eg�pcia de Beni Hassan e tamb�m em Creta, por volta de 2000 a.C. (ALVES J�NIOR, 2001, p 73).

    As lutas fazem parte do contexto da humanidade desde o per�odo classificado como hist�ria antiga (quatro a seis mil a.C.) sendo um aspecto natural dos indiv�duos daquela �poca visto a necessidade de sobreviv�ncia e seu car�ter utilit�rio e guerreiro. V�rios s�o os relatos de lutas em livros sagrados, como por exemplo, a B�blia Hebraica, no qual textos b�blicos relatam a luta entre Davi e Golias. Conforme Reid e Croucher (2003, p. 21): citado por Ferreira �Desde as �pocas antigas temos registro de lutas a dois. A hist�ria de Davi e Golias com uma pedra atirada por uma funda � uma das descri��es mais detalhadas [...].�

    Por volta de 1.125-255 a.C. a China alcan�a o maior esplendor de sua cultura, durante a dinastia dos Chou, foram criadas escolas que inclu�am atividades f�sicas de modo sistematizado, inclusive a luta. Sendo que, na China e na �ndia surgiram as primeiras formas de combate organizado. No Jap�o, h� registros de que o jiu-jitsu desenvolveu-se como um sistema nacional da cultura f�sica.Na Gr�cia havia os Jogos F�nebres, descrito por Homero no Canto XXIII da Il�ada, mandados celebrar por Aquiles em honra a Patr�clo, na Guerra de Tr�ia, consistia de v�rias provas incluindo a luta entre elas. Os gregos tamb�m tinham uma forma de lutar, conhecida como �pancr�cio� (FERREIRA, 2006). Em Roma, os gladiadores, lutavam entre si e contra as feras, para alegrar a multid�o nos anfiteatro.

    Alguns lutadores possuem uma vis�o filos�fica do que vem a ser uma luta, como afirma Lee (2003, p. 23): �[...] o objetivo da arte � projetar uma vis�o interior para o mundo; declarar, em uma cria��o est�tica, o esp�rito mais �ntimo e as experi�ncias pessoais de um ser humano�.

    Atualmente existem v�rias modalidades de lutas espalhadas pelo mundo, como por exemplo: Jud�, Jiu-Jitsu, Tae-Kwon-Do, Kung Fu, Boxe, Luta livre, Karat�, a Capoeira, dentre outras, que vem se destacando e conquistando seu espa�o no cen�rio mundial, conforme Trusz e Nunes (2007) �Os esportes de combates integram os jogos ol�mpicos desde seu in�cio. Na primeira olimp�ada da era moderna, em 1896, j� se faziam presente a esgrima e a luta�. Muitas das lutas citadas anteriormente se organizaram de tal forma que conquistaram seu espa�o como esporte ol�mpico.

    O principal objetivo do ensino de lutas nas escolas n�o est� ligado aos aspectos t�cnicos e t�ticos, e sim ao ensino da ess�ncia e os valores priorizados pelas lutas abordadas de forma correta. Destacamos, por exemplo, que no Brasil a capoeira por ter surgido como parte de manifesta��es da cultura dos escravos. A capoeira � privilegiada quando se diz respeito ao ensino do conte�do �lutas nas escolas�, pois apresenta em sua ess�ncia aspectos como a m�sica, o ritmo e a express�o corporal. Pode ser ainda compreendida como uma forma de express�o do anseio de liberdade do povo brasileiro colonial, mas tamb�m nasceu pela necessidade de cultivar, enraizar e propagar sua cultura. Segundo Vieira, (1998) "a capoeira surgiu no Brasil como luta de resist�ncia de uma comunidade que trazia uma imensa bagagem cultural de sua terra de origem".

O ensino de lutas nas aulas de Educa��o F�sica

    As lutas podem ser inseridas no contexto escolar n�o somente como outra modalidade como as tradicionais (futsal, basquetebol, voleibol e handebol), mas tamb�m a partir de atividades que possuem elementos da luta, como por exemplo, as brincadeiras de cabo-de-guerra, bra�o de ferro e outras. Sendo assim, o conte�do lutas pode contribuir para o esporte competitivo e de alto rendimento, como, no caso da escola, colaborar na forma��o de um indiv�duo cooperativo, disciplinado e que utilize os seus ensinamentos e fundamentos de forma positiva junto da sociedade em que vive, Segundo Ruffoni (2000, p. 2):

    Ao se propor e defender uma educa��o f�sica voltada para a cultura corporal, para a pr�tica das lutas, � imprescind�vel que se compreenda que ser� somente por meio da cultura que o esporte possuir� significados. A rela��o corpo-educa��o, por interm�dio da aprendizagem significa aprendizagem da cultura, dando �nfase aos sentidos dos acontecimentos e a aprendizagem da hist�ria, ressaltando assim a relev�ncia das a��es humanas. Corpo que se educa � corpo humano que aprende a fazer hist�ria, fazendo cultura.

    Fazendo parte da cultura, as lutas representam hoje um meio eficaz de educa��o e um conjunto de conte�dos altamente valiosos para Educa��o F�sica escolar que, infelizmente, ainda � pouco utilizada como recurso pedag�gico. Por este motivo, muitos questionam como um aluno de gradua��o poderia aprender jud� ou karat� em apenas seis meses e, assim, esteja apto a empregar o conhecimento adquirido no momento em que estivesse atuando em escolas. Contudo, entende-se que n�o se faz necess�rio ter sido um praticante, j� que o principal objetivo desse conte�do nas aulas s�o os conceitos e valores que tal pr�tica pode oferecer aos alunos. Vale destacar ainda que o conte�do de lutas n�o se resume apenas ao ensino das modalidades tidas como tradicionais (Jud�, Karat�, Kung Fu, dentre outras), mas, tamb�m, a pr�tica da luta informal, visto que existe uma gama de atividades inerentes � luta que despertam o interesse das crian�as.

    � inquestion�vel o poder de fascina��o que as lutas provocam nos alunos. Nos dias atuais, constatamos que o tema est� em voga, seja em desenhos animados, em filmes ou academias. N�o � dif�cil encontrar crian�as brincando de luta nos intervalos das aulas, colecionando figurinhas dos her�is que lutam em seus desenhos animados. Os adolescentes compram revistas que se referem ao tema, livros de t�cnicas de luta e matriculam-se em academias para realizar a pr�tica da luta. Portanto, por que n�o considerar o uso das lutas nas aulas de educa��o f�sica escolar?

    Se o fen�meno lutas aparece na escola, conforme Nascimento e Almeida (2007), isso acontece pelas aberturas preconizadas por essa institui��o para terceiros realizarem, em seu espa�o, oficinas, volunt�rias ou n�o, desvinculadas da disciplina de Educa��o F�sica e do projeto pol�tico-pedag�gico da Escola. (NASCIMENTO & ALMEIDA, 2007)

    Segundo Santos (2009, p. 3):

    N�o � fun��o da educa��o f�sica escolar a prepara��o ex�mia de lutadores. Da mesma forma, tamb�m nos cursos de forma��o de professores (as) de educa��o f�sica o que se espera � a prepara��o para atua��o como educador e n�o como um lutador profissional! Neste sentido, pensamos que a educa��o f�sica escolar ao tematizar as lutas, precisa necessariamente lidar com esse conhecimento de maneira particular e diferente do que ocorre nos campos espec�ficos dessas pr�ticas.

    De acordo com Nascimento (2007) e Santos (2009) o conte�do aparece na escola por interm�dio de terceiros, o que n�o justifica a n�o utiliza��o das lutas na educa��o f�sica escolar, pois quando abordadas por terceiros, por vezes em forma de oficinas, esta � feita a partir de um �nico tipo de luta, e de forma t�cnica, sem planejamento escolar que vise �s necessidades pedag�gicas dos alunos.

    Al�m disso, o conte�do � tratado nos Par�metros Curriculares Nacionais � PCN's (BRASIL, 1997) como cultura humana e deve ter ser abordado nas aulas de educa��o F�sica escolar de maneira l�dica, sendo o professor de Educa��o F�sica o profissional mais indica, uma vez que, se ensinado por terceiros, a prioridade poder� assentar-se no aspecto t�cnico das lutas, fugindo assim das recomenda��es e da ess�ncia da Educa��o F�sica escolar.

    Partindo deste entendimento, propiciada pelos Par�metros Curriculares Nacionais � PCN�s (BRASIL, 1997), as lutas devem ser abordadas com estrat�gias metodol�gicas que n�o visem apenas � t�cnica pela t�cnica, mas sim que o aluno a vivencie de uma maneira que lhe proporcione prazer, respeitando suas caracter�sticas de crescimento, pois o organismo humano, principalmente nessa fase est� em constantes transforma��es, que s�o �teis � vida e as adapta��es ao mundo externo.

    Outro fator determinante na inclus�o das lutas nas aulas de Educa��o F�sica escolar s�o os benef�cios que o conte�do pode trazer quando se diz respeito ao desenvolvimento do aluno, como aponta Ferreira (2006, p. 39-40):

    Esta pr�tica pode trazer in�meros benef�cios ao usu�rio, destacando-se o desenvolvimento motor, o cognitivo e o afetivo-social. No aspecto motor, observamos o desenvolvimento da lateralidade, o controle do t�nus muscular, a melhora do equil�brio e da coordena��o global, o aprimoramento da id�ia de tempo e espa�o, bem como da no��o de corpo. No aspecto cognitivo, as lutas favorecem a percep��o, o racioc�nio, a formula��o de estrat�gias e a aten��o. No que se refere ao aspecto afetivo e social, pode-se observar em alunos alguns aspectos importantes, como a rea��o a determinadas atitudes, a postura social, a socializa��o, a perseveran�a, o respeito e a determina��o.

    � comum encontrarmos professores sem a forma��o adequada ensinando as lutas, muitas vezes de forma impensada e irrespons�vel, dando �nfase apenas ao car�ter t�cnico/ competitivo, desviando assim o objetivo mais amplo da educa��o F�sica que � contribuir para o processo de forma��o plena dos alunos, assim como outros componentes curriculares que est�o presentes na escola.

Lutas versus viol�ncia

    Segundo Oliveira e Santos (2006), um dos pontos levantados por alguns professores de educa��o f�sica que n�o foram contemplados em sua forma��o acad�mica com a disciplina de Lutas, � que a utiliza��o de elementos das pr�ticas de lutas nas aulas de educa��o f�sica escolar poderia favorecer o aumento de agressividade entre os escolares. Tal inseguran�a ocorre frequentemente entre aqueles que n�o puderam vivenciar em sua forma��o as possibilidades de se trabalhar os conceitos e procedimentos das diversas formas de lutas para o enriquecimento cinest�sico-corporal e cultural de quem �s pratica.

    Oliveira e Santos (2006) diz:

    Ao inv�s de aumentar a agressividade, ela contribuir� eficientemente, como comprova a literatura e a pr�xis educativa de quem trabalha com lutas aplicadas a mais de 28 anos, que as lutas s�o preponderantes no ato de refreamento do comportamento de agressividade e ainda estudos comprovam que as lutas atuam na forma��o do car�ter das crian�as e adolescentes os tornando perseverantes com a auto estima positiva e altamente seguros de sua capacidade de vencer sem ter medo de perder (OLIVEIRA e SANTOS, 2006, p 5).

    Dessa forma, deve-se ter consci�ncia que durante o desenvolvimento desse conte�do na escola, a explica��o e aplica��o das regras devem partir do professor e, porque n�o, constru�das pelo professor e pelo aluno. O professor justifica os motivos de utiliza��o desse conte�do, tornando-o compreens�vel ao aluno, que por sua vez, poder� auxiliar o professor na organiza��o e desenvolvimento do mesmo.

    Quando abordado como conte�do da Educa��o F�sica na escola de forma alguma deve assumir uma condi��o de enfrentamento e confus�o entre os alunos, pois como afirma Reid e Croucher (1983, p. 29):

    [...] o surgimento de uma arte marcial n�o depende somente da pr�tica de certos movimentos e da capacidade de resistir a prova��es f�sicas. As artes marciais tamb�m t�m um conte�do intelectual e um sistema de valores.

Material e m�todos

    O presente estudo foi realizado no munic�pio de C�ceres-MT, Brasil, com 15 professores de educa��o f�sica, atuantes na rede p�blica e/ou privada. Utilizou-se como instrumento um question�rio fechado, contendo seis quest�es, cujo objetivo foi o de levantar dados a respeito da import�ncia dada pelos professores ao conte�do de lutas na escola, bem como a rela��o com a viol�ncia e de que forma as lutas podem contribuir no desenvolvimento dos alunos durante a sua pr�tica. Todos os professores assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido concordando em ser volunt�rios da pesquisa.

Resultados e discuss�o

    Nas tabelas 1 e 2, s�o apresentadas as perguntas e respostas dos professores em rela��o ao conte�do de lutas e a sua utiliza��o nas aulas de educa��o f�sica escolar.

    Na tabela 1, dos 15 professores entrevistados, apenas quatro declararam utilizar a luta como conte�do de suas aulas, sendo que, um dos professores � faixa-prata em Tae-Kwon-Do.

Tabela 1.Utiliza��o do conte�do Lutas na Educa��o F�sica escolar

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    Em rela��o � import�ncia do conte�do de lutas nas aulas de educa��o f�sica, apenas um dos 15 professores considerou que n�o seria importante a utiliza��o dos conceitos e pr�ticas corporais que envolvem as lutas, justificando a n�o inser��o das lutas em suas aulas. Esse mesmo professor tamb�m considera que tal pr�tica poderia incentivar a viol�ncia entre os alunos (Tabela 1).

    Contraditoriamente, tal professor relatou assim como os demais entrevistados, que o ensino das lutas poderia ajudar na disciplina dos alunos (Tabela 1). Observa-se pela confus�o e contradi��o de respostas que existem ainda professores que desconhecem as possibilidades de se trabalhar com o conte�do de lutas no �mbito escolar, talvez pela falta de interesse e comodismo ou pelo fato dessa tem�tica n�o ter sido oferecida em sua forma��o acad�mica.

    � comum encontrarmos profissionais de Educa��o F�sica que se negam a trabalhar o conte�do de lutas devido a compreens�es equivocadas de que estas podem contribuir para uma atividade de viol�ncia por parte dos seus praticantes, no caso em quest�o os alunos. Por�m segundo Brasil (1998, p. 96):

    A compreens�o por parte do educando do ato de lutar (por que lutar, com quem lutar, contra quem ou contra o que lutar; a compreens�o e viv�ncia de lutas no contexto escolar (lutas X viol�ncia; viv�ncia de momentos para a aprecia��o e reflex�o sobre as lutas e a m�dia; an�lise dos dados da realidade positiva das rela��es positivas e negativas com rela��o � pr�tica das lutas e a viol�ncia na adolesc�ncia (luta como defesa pessoal e n�o para arrumar briga).

    A tabela 2 apresenta a continuidade do question�rio aplicado aos professores, quando estes foram indagados sobre quais seriam as contribui��es e as dificuldades encontradas por eles para a utiliza��o das lutas como conte�do da educa��o f�sica.

Tabela 2. Contribui��o e dificuldades para o ensino das Lutas na Educa��o F�sica escolar

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    Quando indagados como as lutas poderiam contribuir para o desenvolvimento dos alunos (Tabela 2), observa-se que a maioria dos professores entende que as lutas possuem uma riqueza de movimentos, assim como, a responsabilidade proporcionada por elas. Corroborando com as respostas obtidas junto aos professores, Ferreira (2006, p. 39-40) relata que:

    [...] esta pr�tica pode trazer in�meros benef�cios ao usu�rio, destacando-se o desenvolvimento motor, o cognitivo e o afetivo-social. No aspecto motor, observamos o desenvolvimento da lateralidade, o controle do t�nus muscular, a melhora do equil�brio e da coordena��o global, o aprimoramento da id�ia de tempo e espa�o, bem como da no��o de corpo. No aspecto cognitivo, as lutas favorecem a percep��o, o racioc�nio, a formula��o de estrat�gias e a aten��o. No que se refere ao aspecto afetivo e social, pode-se observar em alunos alguns aspectos importantes, como a rea��o a determinadas atitudes, a postura social, a socializa��o, a perseveran�a, o respeito e a determina��o.

    Em rela��o � maior dificuldade encontrada pelo professor para se implantar o conte�do de lutas nas aulas de Educa��o F�sica, foram apresentadas duas op��es (Tabela 2). Destas, dez professores responderam que a maior dificuldade � a falta de materiais e cinco que � a falta de preparo e conhecimento sobre o assunto. Vale lembrar que nem sempre todas as escolas s�o equipadas com materiais que auxiliam na pr�tica pedag�gica de in�meras atividades, e assim, alguns conte�dos deixam de ser oferecidos por falta desses elementos como foi levantado pela maioria dos professores entrevistados. Contudo, in�meros materiais alternativos podem ser utilizados para o ensino das lutas, bastando para isso ao professor � criatividade e o interesse, podendo dar �nfase a ludicidade dos movimentos e n�o a t�cnica per se. Quanto � falta de conhecimento apontada por alguns professores, conforme Oliveira e Santos (2006, p. 6):

    � prov�vel que muitos profissionais n�o utilizem deste conte�do, pelo fato de n�o o dominarem. Mas se este conte�do faz parte da cultura corporal, ele pode ser utilizado da melhor maneira poss�vel, propiciando � crian�a vivenciar diferentes tipos de lutas que fazem parte da cultura corporal do ser humano desde muitos s�culos.

    Ainda segundo os autores, a falta de informa��o de muitos profissionais em rela��o �s lutas, ocorre pela falta de embasamento te�rico-pr�tico da forma��o acad�mica.

    Deve se levar em conta que as lutas devem ser trabalhadas de forma diferenciada das formas encontradas em academias ou clubes, pois s�o v�rias as formas encontradas para se implantar o conte�do nas aulas (OLIVEIRA; SANTOS, 2006). Conforme mencionado anteriormente, n�o h� a necessidade do professor de educa��o f�sica ser um lutador, mas ao menos, ter um m�nino de conhecimento, podendo utilizar-se de filmes, palestras de mestres de variadas lutas, dentre outros recursos, para que sejam transmitidos os ensinamentos e valores das lutas.

    Destaca-se ainda que as lutas devem ser abordadas em todas as fases escolares dos alunos, como afirma Ferreira (2006, p. 37):

    Ao se lecionar a disciplina de educa��o f�sica, desde a educa��o infantil at� o ensino m�dio, comprova-se que as lutas fazem sucesso em todas as faixas et�rias. Na educa��o infantil, as lutas de animais (luta do sapo, luta do jacar� ou a luta do saci) t�m ajudado muito na libera��o de agressividade das crian�as, al�m de serem trabalhados, nestas atividades, todos os fatores psicomotores. No ensino fundamental, lutas que requerem um maior esfor�o trazem excelentes respostas, como a luta do �empurra e puxa� ou o �uga-uga� (tirar o colega de dentro do c�rculo central). No ensino m�dio, as modalidades come�am a ser exploradas de uma maneira mais profunda, levando ao conhecimento do tema, fazendo um resgate hist�rico das modalidades e as relacionando com a �tica e os valores.

Conclus�o

    Fundamentados na literatura e nas respostas dos professores aqui apresentadas, pode-se concluir, ao menos para este estudo que o conte�do lutas ainda � pouco utilizado nas aulas de educa��o f�sica escolar, especialmente pela falta de preparo e conhecimento dos professores para lidar com a tem�tica. Espera-se que, com a abordagem das lutas nas matrizes curriculares atuais, os futuros professores possam usufruir deste campo de conhecimento para o enriquecimento da forma��o cultural de seus alunos.

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  • VIEIRA, L. R. O jogo da Capoeira: Corpo e cultura popular no Brasil. Rio de Janeiro, 2� ed. Sprint, 1998.

Outros artigos em Portugu�s

 
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Quais são os 3 tipos de lutas?

Os principais tipos de luta.
Muay thai..
Karatê.
Jiu-jitsu..
Taekwondo..
Kung fu..
Capoeira..

O que são lutas de exemplos?

As lutas são caracterizadas pelo uso de técnicas de agarramento, derrubadas e golpes que podem ser realizadas por dois ou mais competidores. Existem diferentes estilos de lutas e elas podem variar conforme as regras. As técnicas de lutas estão presentes nas artes marciais e também em sistemas militares.

Quais são as atividades de lutas?

Existem dezenas de tipos, mas as mais conhecidas são: Judô, Taekwondo, Karatê, Krav Maga, Jiu-jitsu, Muay Thai e Kung Fu. Elas surgiram como técnicas de defesa orientais voltadas para a luta individual e se espalharam pelo mundo como atividades físicas eficientes e modalidades esportivas.

Qual é o significado da palavra Taekwondo?

De origem coreana, taekwondo significa “a arte de usar os pés e as mãos na luta”. Há mais de dois mil anos, o rei Ching Heung, da 24ª dinastia Silla, formou uma tropa de elite com guerreiros especialistas em combates corporais. Batizado de Hwa Rang Do, o grupo funcionava como os samurais japoneses.