Fiz bariátrica e não estou emagrecendo

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, aproximadamente 15% dos pacientes que passam por cirurgia bariátrica, após cinco anos, voltam a engordar.

Os motivos variam entre técnicos, metabólicos e psicológicos, mas, em geral, voltar a engordar está diretamente ligado a uma não mudança de hábitos do paciente.

“Quem acha que a cirurgia é um milagre, que vai ajudar independente do como estiver se alimentando, é um sério candidato a ficar com aspecto de desnutrido, ou voltar a engordar, pois sua alimentação é incorreta”, alerta o cirurgião da obesidade Prof. Dr. Roberto Luiz Kaiser Júnior.

Contar com acompanhamento de equipe multidisciplinar, no pré e pós-operatório é fundamental para construir uma nova relação com a saúde.

Em geral são envolvidos o cirurgião, nutricionista, psicólogo e fisioterapeuta.

Os profissionais irão ajudar o paciente nessa readaptação para não voltar a engordar.

É importante ressaltar que, além da perda de peso, a cirurgia é para melhorar a saúde como um todo, controlando doenças associadas à obesidade.

Não volte a engordar

Listamos 10 atitudes que irão ajudar quem passou por cirurgia bariátrica não voltar a engordar.

  1. Adote hábitos alimentares saudáveis. Alimentos calóricos poderão ser consumidos, mas de forma equilibrada.  Alta ingestão de açúcar e gordura podem levá-lo a engordar novamente.
  2. Insira uma prática regular de exercícios físicos na sua rotina. Além de ajudar no processo de eliminação de peso, irá colaborar para que não volte a engordar, proporcionando mais qualidade de vida.
  3. Cuidado com o consumo de bebidas alcoólicas. Além de calóricas, alguns pacientes acabam substituindo a compulsão alimentar pela alcoólica.
  4. Atenção para a nova rotina alimentar. O estômago menor faz a pessoa se alimentar de maneira mais fracionada. Se a ingestão for de alimentos calóricos, fica mais fácil voltar a engordar.
  5. Mantenha o acompanhamento pós-cirurgia em longo prazo, com o médico e equipe multidisciplinar. O abandono pode levá-lo a um novo ganho de peso, ou outros problemas de saúde.
  6. É necessário também um acompanhamento psicológico que irá auxiliar o indivíduo a lidar melhor com as mudanças sofridas no corpo.
  7. Frequente grupos de apoio. Além do acompanhamento com os profissionais, pode ser interessante trocar ideias por quem já passou pelo mesmo problema que você. Estar em grupo é uma forma de ajuda mútua que não voltar a engordar.  
  8. Durma bem. Durante o sono há a liberação de melatonina, hormônio que, entre outras coisas, ajuda a diminuir o desejo por doces. Ou seja, dormir pode ajudá-lo a não engordar novamente.
  9. Não use a comida como conselheira. É comum as pessoas sentirem necessidade de comer em momentos de extrema felicidade, tristeza ou ansiedade. Isso não é fome, apenas uma necessidade psicológica, que poderá fazê-lo engordar novamente.
  10. Registre suas conquistas. Após a cirurgia bariátrica é importante que você veja que seus objetivos de perda de peso e ganho de qualidade de vida estão sendo alcançados. Manter isso presente na memória vai ajudá-lo a não querer sair da nova rotina e correr o risco de engordar novamente.

Confira mais informações sobre a cirurgia bariátrica em https://kaiserclinica.com.br/cirurgia-bariatrica

Fonte – Dr. Roberto Luiz Kaiser Júnior e Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica

Fiz bariátrica e não estou emagrecendo
Este relato publicado em um grande site americano é de uma mulher canadense que se submeteu a um bypass gástrico. Ela relata sua experiência em um texto inspirador e provocador a respeito da cirurgia bariátrica e de como ela pode transformar a vida de quem opta pelo tratamento cirúrgico da obesidade.

Há nove meses eu fiz um bypass gástrico. Quando contei às pessoas que faria a cirurgia elas ficaram chocadas, afinal eu não era tão “grande”. Fizeram várias perguntas:

“Você está segura de fazer algo tão drástico?”

“Não dá para tentar reduzir o peso mais uma vez?”

“O bypass gástrico não deveria ser apenas para quem está doente e obesa ao invés de quem está doente e cansada de ser obesa?”

Aqui está minha resposta: a decisão não foi fácil de tomar. Um ano se passou desde que meu médico sugeriu a cirurgia bariátrica até que eu fosse encaminhada ao programa. Mas, uma vez tomada a decisão, eu queria resolver este assunto. Eu queria iniciar uma nova vida.

Eu fiz tudo corretamente: pesquisei e li, fui a sessões com o psicólogo e me certifiquei de que tanto minha cabeça quanto meu coração estavam preparados para a mudança de vida significante que iria passar. Segui ao pé da letra todas as instruções dadas pelo meu cirurgião e os resultados estão sendo espetaculares.

Eu perdi quase 40 quilos e meu IMC caiu de 41 para 25, um nível normal. A porcentagem de gordura do meu corpo desceu do nível dos 40% para os 20%. Minha pressão sanguínea saiu de uma média de 126/85 para 106/55. Em resumo, eu sou “normal”. Pareço mais alta e cinco anos mais jovem. E estou mais feliz do que em toda minha vida.

Ainda assim há algo em minha redução de peso que me incomoda: eu deixei de ser invisível e passei a ser visível, o que é desconfortável e irritante ao mesmo tempo.

Quando eu era obesa, era também invisível. Eu poderia entrar em uma loja de alta qualidade sem ser abordada por nenhuma vendedora ou perguntada se precisava de alguma ajuda. Eu podia ir para a academia e fazer meu exercício em total isolamento, acenando com a cabeça para outras mulheres obesas, nos solidarizando com nossas camisas iguais (porque no Canadá não é certo vender mais de um modelo ou cor de camisas de ginástica tamanho grande).

Agora, quando vou a lojas, as vendedoras me bajulam. Uma vez entrei em uma em que a vendedora trouxe todos os vestidos do meu tamanho disponíveis, uma depois da outra. Isso me dá raiva: antes eu não merecia ter estilo, bom gosto, bons preços ou acessórios incríveis? Eu não merecia ser tratada como um ser humano? Esta parte da redução de peso me deixa com raiva e me lembre de nunca, nunca destratar alguém por ser obeso.

As pessoas olham para mim quando vou à academia. Não apenas as mulheres obesas, mas os homens também. Eles olham de cima abaixo e me avaliam, tentam iniciar conversas e dão dicas para os exercícios. Isso me deixa desconfortável. Não é algo normal para mim e, mesmo que meus amigos digam que isso é a forma de paquera atualmente, faz com que eu me sinta estranha, como um objeto.

Pela primeira vez em minha vida me sinto insegura. Eu deixei a irmandade dos invisíveis para um objeto de desejo masculino. Eu ainda comprimento as outras mulheres e as digo que estão indo bem, mas elas não me olham mais como uma delas, como se agora eu não pudesse mais celebrar seus esforços. Isto me entristece: perdi minhas amigas da academia.

Além disso, as pessoas bem intencionadas e gentis que não conseguem compreender o que suas palavras realmente significam:

“Você parece tão mais jovem, alta, bonita, inteligente” (essa foi dura).

“Você não irá perder mais peso, né? Você já parou, certo? Talvez você deva se alimentar mais, não é bom perder demais”.

“Eu gostaria de fazer esta cirurgia. É uma forma tão fácil de emagrecer”.

Estes são meus amigos e colegas, pessoas com quem eu me relaciono casualmente. Eu não sei o que dizer para eles além de que meu corpo irá se acostumar, que eu como até estar satisfeita, que eu como vários tipos de comida e que algumas delas me fazem passar mal e que eu ainda estou aprendendo sobre meu novo sistema digestivo. Ou então digo que se eles pensam que é fácil, não é.

Eu tomo um monte de vitamina B12, um tipo de cálcio especial que tenho que importar dos EUA, bastante vitamina D e ácido fólico. Eu tentei ir a um café da manhã na última semana e tive que sair no meio de uma ótima conversa porque meu estômago rejeitou algo que havia comido e eu vomitei. Eu não posso comer caramelos, o que é um crime contra a humanidade. Eu não posso beber líquido muito rápido porque me dá gases e não posso comer nada muito doce porque começo a ficar enjoada e a suar como se estivesse tendo um ataque de pânico. Eu tenho sobras de pele nas coxas e abaixo do queixo. Isto não é fácil. Eu que faço parecer ser fácil.

Se eu me arrependo do bypass gástrico? Nem por um segundo. Me sinto como se a perda de peso permitisse que outras pessoas além de quem sou íntima pudesse ver o meu verdadeiro eu. Apenas levará um bom tempo para que me acostume a não ser mais invisível.

Com informações do Business Insider. Leia o original aqui.

Crédito da foto: Christi Nielsen via Compfight cc

O que fazer para acelerar a perda de peso após bariátrica?

Não volte a engordar.
Adote hábitos alimentares saudáveis. ... .
Insira uma prática regular de exercícios físicos na sua rotina. ... .
Cuidado com o consumo de bebidas alcoólicas. ... .
Atenção para a nova rotina alimentar. ... .
Mantenha o acompanhamento pós-cirurgia em longo prazo, com o médico e equipe multidisciplinar..

É normal fazer bariátrica e não emagrecer?

Algumas pessoas porém, podem passar por momentos em que o emagrecimento vai estacionar, fase chamada de platô. Contudo não é necessário se desesperar, visto que esta é uma reação normal do organismo à operação. Seguindo as orientações dos médicos e nutricionistas as fases de platô passam e a pessoa volta a emagrecer.

Quanto tempo dura o efeito platô pós bariátrica?

É aceitável que este reganho gire em torno de 10-15% do peso mínimo atingido e pode acontecer até 5 anos após a cirurgia, e ocorre devido a diversos fatores como vida sedentária, baixa aderências a alimentação saudável, alterações hormonais diversas, além de falta de seguimento multiprofissional no pós-operatório.

Quanto tempo depois da bariátrica começa a perder peso?

A grande maioria da redução de peso ocorre de 12 a 14 meses pós-cirúrgicos. Após este período, os pacientes que foram submetidos ao bypass gástrico perdem de 30 a 35% do seu peso inicial, enquanto a cirurgia por gastrectomia vertical permite que os pacientes reduzam o seu peso corporal de 25 a 30%.