O empreendedor tem algumas características de perfil comportamental em comum

1. INTRODUÇÃO

Continuamente se evidencia a necessidade de incentivar empreendedores para que estes impactem no desenvolvimento da economia, gerando novas ideias e as transformando em empreendimentos de sucesso (Raufflet, Bres & Filion, 2014). Nesse sentido, existe uma dependência cada vez maior da capacidade de ativos intelectuais para gerar soluções que visem ao desenvolvimento econômico e social (Quandt et al., 2014). Mesmo em outras épocas, resgatando-se Schumpeter (1985), os empreendedores já assumiam papel relevante nestas frentes, por se caracterizarem como detentores de habilidades capazes de impulsionar tal processo de desenvolvimento.

Estes indivíduos empreendedores, na visão de McClelland (1972), possuem uma estrutura motivacional diferenciada pela presença marcante da necessidade de realização, o que os encoraja a buscar objetivos que envolvem atividades desafiadoras, porém com riscos calculados. Tais características podem ser aperfeiçoadas, mediante processos de aprendizagem (Politis, 2005; Dolabela & Filion, 2013; Zampier & Takahashi, 2014). Nesse processo de aprendizagem, desponta a universidade, com o papel de desenvolver os alunos.

Conforme dados do estudo GEM (2016), o percentual de brasileiros empreendedores iniciais, com idade entre 18 e 24 anos, aumentou de 18% (2012) para 20% (2016). Outro dado interessante é que mais de 30 milhões de brasileiros com ensino superior completo são empreendedores (GEM, 2017). A partir destes dados, entende-se que o empreendedorismo é uma possibilidade para os universitários que estão se preparando para o mercado. No entanto, segundo a pesquisa “Empreendedorismo nas Universidades Brasileiras” (Sebrae & Endeavor, 2016), as universidades brasileiras não estão atendendo às necessidades desses alunos, visto que apenas 36% do corpo discente das universidades está satisfeito com as iniciativas de empreendedorismo promovidas por sua instituição.

Nesse sentido, o ensino em cursos de graduação deve oportunizar conhecimentos que ampliem a formação superior básica. Deve, ainda, estar em sintonia com as demandas da sociedade, assim como com a geração de conhecimentos na área de empreendedorismo, por meio de pesquisa científica. Desta forma, poderá haver contribuição mais efetiva para a qualidade de vida das pessoas, minimizando as desigualdades sociais e oportunizando a geração de emprego e renda (Flores, Hoeltgebaum & Silveira, 2008).

Sob esse enfoque, Garcia et al. (2012) defendem que uns dos principais instrumentos que contribuem para o desenvolvimento econômico e tecnológico dos países são os empreendedores acadêmicos, ou seja, empreendedores que ainda estão inseridos em instituições de ensino superior. Isso ocorre devido à possibilidade desses alunos criarem organizações estruturadas a partir de conhecimentos científicos e tecnológicos. Desse modo, tais empresas possuem maiores chances de estabelecer atividades inovadoras, contribuindo, assim, para efeitos ou resultados positivos para a sociedade.

Colaborando com o exposto, a Comissão Europeia (2007) reforça a relevância de programas de formação empreendedora identificando países como Espanha, Irlanda, Chipre, Polônia e Reino Unido que contemplam o empreendedorismo nos currículos de ensino básico. Somado a isso, destaca-se que a referida Comissão, em 2012, estabeleceu diretrizes estratégicas para o avanço do perfil empreendedor por meio da educação como uma das principais ações para a promoção da atividade empreendedora no referido bloco (Comissão Europeia, 2012).

Outra questão relevante, em relação ao ensino do empreendedorismo, diz respeito ao seu objetivo, que consiste tanto em repensar um negócio já existente, quanto estruturar um novo negócio, incentivando o comportamento empreendedor (Krakauer et al., 2015) e preparando o aluno para ingressar no mercado de trabalho. Nessa perspectiva, o mercado passou a ser um desafio para os formandos, pois as empresas não conseguem mais absorver profissionais e os alunos devem ser estimulados a desenvolver seu potencial empreendedor ao longo do curso superior, para assegurar seu futuro profissional (Moreira et al., 2015).

Neste cenário, inserem-se os futuros empreendedores, hoje acadêmicos de graduação, os quais atuarão em atividades empreendedoras que demandam certas habilidades que podem ser aprimoradas com o desenvolvimento de características empreendedoras ao longo da graduação, vislumbrando uma melhor inserção e adaptação às exigências do mercado de trabalho. Segundo Minello (2010), é a partir do nível de habilidades que os alunos apresentam maior propensão de apresentar características empreendedoras, podendo estas serem moldadas e estimuladas.

A partir do exposto, o objetivo deste estudo consiste em analisar as características comportamentais empreendedoras (CCE’s) presentes em discentes da Universidade Federal de Santa Maria, campus de Frederico Westphalen (UFSM-FW). De forma específica, pretende-se verificar o perfil dos discentes, identificar e comparar as características empreendedoras de acordo com o curso de graduação desses discentes.

Entende-se que o presente estudo pode contribuir para uma reflexão acerca das características comportamentais empreendedoras junto aos discentes da UFSM-FW. E com relação ao reflexo social, este estudo pode fomentar o comportamento empreendedor na instituição pesquisada, fortalecendo, futuramente, a capacidade competitiva de empreendimentos oriundos do meio acadêmico, proporcionando, com isso, maior circulação de renda, mais empregos e repercutindo na melhoria da qualidade de vida da população.

No próximo capítulo, é apresentado o referencial teórico para este estudo, contemplando as características comportamentais empreendedoras.

2. CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS EMPREENDEDORAS (CCE’S)

O empreendedor não é um ator social estático no que se refere ao seu comportamento, mas um indivíduo dinâmico. Estes não se desviam de seus objetivos, eles agem repetidamente ou mudam de estratégia a fim de enfrentar desafios e superar obstáculos, mesmo que seja necessário o sacrifício pessoal (Carreira et al., 2015). A respeito do comportamento empreendedor, Engelman e Fracasso (2013) consideram que as características empreendedoras podem contribuir para o sucesso dos empreendimentos.

Essas características são: busca de oportunidades e iniciativa, correr riscos calculados, persistência, exigência de qualidade, comprometimento, busca de informações, estabelecimento de metas, planejamento e monitoramento sistemático, persuasão e redes de contato, independência e autoconfiança (MSI, 1990) e outras habilidades e características individuais. Para identificar o comportamento empreendedor e essas características comportamentais empreendedoras, Brancher, Oliveira e Roncon (2012) apontam que é imprescindível analisar o trabalho de David McClelland.

Considerando que as CCE’s podem favorecer o sucesso de empreendimentos, tais características ganham relevância, podendo ser desenvolvidas (Raupp & Beuren, 2011). Para estes autores, nem todos possuem habilidades que permitem empreender. Eles entendem que são necessárias algumas características inerentes ao indivíduo e outras que possam ser aprendidas, e que o conjunto dessas características permite converter o esforço desse indivíduo, denominado empreendedor, em desenvolvimento de uma nova ideia, que culminará com a criação de um empreendimento.

Dentre os autores que estudaram as características comportamentais empreendedoras, destaca-se David McClelland (1961), que foi um dos primeiros estudiosos a usar as teorias da ciência comportamental para realizar estudos de cunho empírico sobre a motivação para empreender. A teoria de McClelland (1972) se sobressai dentre as demais pela facilidade de abordagem, sendo considerada ainda hoje uma das teorias mais importantes, conhecidas e complexas dentre as teorias comportamentais da motivação humana psicológica. McClelland (1972) procurou estabelecer uma relação entre a necessidade de realização e o desenvolvimento econômico de determinadas sociedades (Chyng & Kitahara, 2015), valendo-se de um método denominado “Thematic Aperception Test” (T.A.T) e testes de resolução de problemas. McClelland e seus colaboradores concluíram que três grupos de características empreendedoras são essenciais e insubstituíveis, sendo elas sucesso, afiliação e poder (McClelland, 1972).

Os estudos de McClelland foram aprimorados na década de 80, em que a USAID (Agência para o Desenvolvimento Internacional das Nações Unidas), a Management Systems International (MSI) e a McBeer e Company, empresa de consultoria de McClelland, iniciaram um projeto para estudos mais abrangentes acerca das características comportamentais empreendedoras. O projeto iniciou a partir de um estudo em 34 países, nos quais foram identificadas diversas características comportamentais empreendedoras, comuns aos empreendedores de sucesso. Estes estudos iniciais trouxeram 20 características comportamentais empreendedoras agrupadas em três grupos: sucesso, afiliação e poder (McClelland, 1987).

Esses estudos foram modificados durante o final de 1986 e início de 1990, as características foram reduzidas para dez características comportamentais empreendedoras (MSI, 1990). Essas características foram escolhidas por meio de um processo realizado em quatro etapas. Inicialmente, fora realizada uma revisão minuciosa da literatura, conduzida por Heber and Company, para determinar as características que emergiram de sua pesquisa na Índia, no Equador e no Malawi. Esta investigação produziu uma lista inicial de 20 características, que fora modificada para quinze e posteriormente reduzidas para dez (MSI, 1990).

A redução das características ocorreu por meio da formatação de uma nova nomenclatura e subdivisão de grupos, foram feitos novos módulos e exercícios, posteriormente, testados em campo, incorporando-os em programas existentes no Quênia, no Senegal, no Inglaterra e nos Estados Unidos. Com o passar dos anos, novas revisões foram realizadas a partir desta experiência e o pacote final completo das dez características comportamentais empreendedora foi montado para uma aplicação teste no Malawi, em julho de 1986 (MSI, 1990).

As características comportamentais empreendedoras foram reagrupadas em três categorias de competências pessoais diferentes: realização, planejamento e poder e referem-se às seguintes características: busca de oportunidades e iniciativa; persistência; comprometimento; exigência de qualidade e eficiência; correr riscos calculados; estabelecimento de metas; busca de informações; planejamento e monitoramento sistemáticos; persuasão e rede de contatos; e independência e autoconfiança (MSI, 1990). Sendo estas as características que o empreendedor bem-sucedido deve ter ou que precisa desenvolver.

Em seu estudo, McClelland (1972) destaca o comportamento das pessoas com seu vínculo de trabalho, organizações e mercado de trabalho. Ele traz, ainda, as mudanças do século XX, evidenciando os temas relacionados ao empreendedorismo, ao empreendedor e ao comportamento empreendedor, o que revela a importância de estudar e fomentar o empreendedor diante de sua importância no desenvolvimento econômico. Segundo Câmara e Andalécio (2012), a literatura sobre o que são os empreendedores e suas características mais marcantes é vasta. A personalidade foi amplamente estudada por McClelland (1961). Para o estudioso, a necessidade específica de realização é presente e gera uma estrutura motivacional diferenciada no empreendedor (McClelland, 1961).

McClelland (1972), tendo como premissas o enfrentamento de desafios e a percepção de oportunidades dos indivíduos, classificou a sociedade em dois grupos, os que apresentam predisposição para empreender e os que não se disporiam a correr riscos de tal natureza. O estudo das características do primeiro grupo permitiu a McClelland traçar um perfil empreendedor, que está continuamente em busca de realização profissional e pessoal. Zampier e Takahashi (2014) salientam que este perfil é marcado por ações empreendedoras, sendo que tais ações refletem o comportamento empreendedor, o que corrobora a ideia de McClelland (1987), que segmentou estas características em três dimensões: realização, planejamento e poder.

Essas dimensões apontam uma série de características, definida pelo comportamento empreendedor frente aos desafios vivenciados em seu cotidiano. As dimensões e as respectivas características comportamentais empreendedoras são apresentadas na Figura 1, constante no MSI (1990).

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Figura 1
Dimensões e características comportamentais empreendedoras
Fonte: Adaptada de MSI (1990, p.80-81).

Ante aos desafios demandados pela criação, o empreendedorismo e a inovação têm se destacado como alguns dos temas emergentes, constituindo-se em importantes instrumentos na busca de soluções para os problemas sociais, para a geração de trabalho e renda, e na busca pelo desenvolvimento social e econômico (Casado, Siluk & Zampieri, 2012).

Para Nassif, Hashimoto e Amaral (2014), as características pessoais, incluindo a sua capacidade inovadora e a experiência acumulada, bem como o constante aprimoramento das habilidades para criar e gerenciar negócios, são a chave para os empreendedores alcançarem o sucesso. O desenvolvimento das características e das habilidades empreendedoras é um modo de “autoenriquecimento” (Boutillier & Uzunidis, 2014).

As características comportamentais empreendedoras podem ajudar os indivíduos a enfrentar os desafios de empreender (McClelland, 1978), assim como a inexistência delas pode inviabilizar a formação de um empreendimento. Para Minello (2014), o comportamento do empreendedor, no papel de gestor do seu próprio negócio, evidencia-se também na sua capacidade de lidar com a adversidade e na própria adversidade. Nesse caso, o ensino do empreendedorismo pode ajudar a aprimorar tais características e habilidades de gestão, direcionando para a educação empreendedora (Leiva, Alegre & Monge, 2014).

Nesse contexto, ao visualizar as universidades como um sistema educacional, a mesma é uma área central de intervenção ao desenvolvimento de características empreendedoras, que podem levar a um comportamento mais empreendedor (Dinis et al., 2013). Desenvolver o comportamento empreendedor, para Souza (2001), é capacitar o aluno para que ele crie, conduza e execute o processo de elaborar novos planos de vida.

Para Krüger e Minello (2017), as universidades atuam como propulsoras do desenvolvimento científico, do conhecimento e são estimuladoras de sua aplicação de maneira vivencial, por meio da tríade ensino, pesquisa e extensão, o que é inerente para o progresso econômico e social. Concomitante a isso, Etzkowitz (2009) propõe que a universidade empreendedora se dá a partir da transformação/criação dessa universidade de pesquisa. As universidades são as principais influenciadoras nesse processo de desenvolvimento de indivíduos empreendedores (Minello, Bürger & Krüger, 2017).

Na visão de Lorentz (2015), temas como comportamento e características empreendedoras vêm ganhando maior atenção nas instituições de educação superior, na medida em que ocorre maior profissionalização no alcance dos resultados esperados. Complementando, Souza e Santos (2013) colocam que incorporar o comportamento empreendedor na academia pode trazer diversas vantagens, tais como ambiente de inovação e estruturas mais ágeis e flexíveis, o que reflete, por conseguinte, em benefícios para a sociedade. Ademais, conforme Machado, Lenzi e Manthey (2017), o interesse pelo tema empreendedorismo entre os alunos e as instituições está promovendo, cada vez mais, ações para desenvolvimento das competências empreendedoras.

Nessa perspectiva, Lorentz (2015) evidencia que o indivíduo empreendedor manifesta uma série de características que o identifica, distinguindo-o de acordo com o conjunto de habilidades que mais se aproxima da sua forma de ser. Nesse sentido, as características empreendedoras fazem com que o empreendedor seja um ator social dinâmico em questões comportamentais (Marinho, 2016). Para Moreira (2011), é necessário que se desenvolva nos alunos um comportamento empreendedor durante o percurso acadêmico, de forma que estes consigam assumir a responsabilidade por suas carreiras, seja ao preparar-se para os desafios profissionais do mercado de trabalho ou na criação dos mais diferentes empreendimentos.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A abordagem metodológica utilizada nesta pesquisa é quantitativa, quanto aos objetivos é descritiva e a estratégia adotada foi o levantamento. Para Ramos (2013), a utilização de métodos quantitativos para análise da realidade social presente em um mesmo estudo, ou separados em estudos diferentes, tem o propósito de descrever e/ou comparar características de grupos sociais, realidades, contextos ou instituições e estabelecer relações. A pesquisa do tipo descritiva procura descrever as características de uma determinada população ou os fatos e os fenômenos de uma realidade, o que pode proporcionar uma maior familiaridade com o problema, tornando-o mais explícito e favorecendo o aprimoramento de ideias e considerações dos mais variados aspectos ligados ao fato estudado (Triviños, 1987).

O instrumento utilizado refere-se às características comportamentais empreendedoras (CCE’s) desenvolvido a partir dos estudos de McClelland (Mansfield et al., 1987), com o objetivo de identificar as características comportamentais empreendedoras dos discentes. Este questionário é baseado nas 10 CCE’s de McClelland (MSI, 1990), composto por 55 afirmações. O instrumento foi respondido de acordo com uma escala de 5 pontos Likert, correspondendo à seguinte gradação: 1 = nunca, 2 = raras vezes, 3 = as vezes, 4 = frequentemente e 5 = sempre. De acordo com sua percepção, diante de cada uma das 55 assertivas que compõem o instrumento, conforme estabelecido na Figura 2.

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Figura 2
Características e questões do instrumento das CCE’s

* Questões negativas.

Fonte: Adaptada de Mansfield et al. (1987).

O (*) da Figura 2 corresponde às questões negativas, cuja pontuação deve ser subtraída do resultado final da respectiva característica e se deve acrescentar 6 (seis) pontos ao final do somatório. As questões de número 11, 22, 33, 44 e 55 correspondem ao “Fator de Correção”, utilizado para evitar que, muitas vezes de modo inconsciente, o respondente apresente uma autoimagem excessivamente favorável. O Fator de Correção é utilizado se o somatório da pontuação dessas questões for igual ou superior a 20 (vinte) pontos. Se isso ocorrer, todas as CCE’s devem ser corrigidas com a subtração dos pontos correspondentes (Mansfield et al., 1987).

Na Tabela 1 consta o fator de correção para as CCE’s. A pontuação máxima é de 25 pontos para cada uma das características. Quando o total for igual ou superior a 15 pontos, o indivíduo possui a respectiva característica e é considerado empreendedor (Mansfield et al., 1987).

A população total desta pesquisa é composta por 923 indivíduos da Universidade Federal de Santa Maria, campus de Frederico Westphalen, distribuídos em seis cursos de graduação. Para o cálculo do tamanho mínimo da amostra, optou-se pela fórmula a seguir (Equação 1), que segundo Fonseca e Martins (1996), é para uma população finita. Considerou-se um nível de confiança de 95% e um erro padrão de 5%, a amostra mínima calculada foi de 272 indivíduos.

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Equação (1)

Sendo:

e – erro amostral;

N – tamanho da população;

n – amostra mínima

a = 0,05 – Nível de Significância

p = 0,5 e q = 0,5;

= 1,96 para um nível de confiança de 95%.

A coleta de dados ocorreu nos meses de outubro a novembro de 2016, por meio de entrega pessoal nas salas de aula. Participaram 615 indivíduos, destes foram desconsiderados 18 instrumentos preenchidos de modo incompleto.

Após a coleta dos dados, realizou-se o processo de tabulação e codificação desses dados. Para tratamento e análise dos dados coletados, foram realizados testes estatísticos, utilizando o software Statistical Packagefor the Social Sciences – SPSS® versão 24. Nessa ocasião foram analisados quantitativamente e explorados os dados do modelo proposto por McClelland (Mansfield et al., 1987).

Os testes estatísticos compreendem estatística descritiva em que foram calculados mínimo, máximo, médias e o desvio padrão de cada característica e dimensão, também se verificaram as intensidades das características. Em seguida, para estimar a confiabilidade, foi medida a consistência interna por meio do coeficiente alfa de Cronbach (Sampieri, Collado & Lucio, 2013).

O valor do coeficiente alfa de Cronbach pode variar de 0 a 1, sendo que, quanto mais próximo de 1, melhor a confiabilidade, pois maior será a consistência interna do instrumento ou maior a congruência entre os itens, indicando a homogeneidade da medida do mesmo fenômeno (Matthiensen, 2011).

4. ANÁLISE E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS

Nesta etapa do trabalho, apresentam-se a análise e a discussão dos resultados, apurados após a aplicação dos questionários aos discentes da UFSM-FW, no intuito de responder os objetivos estabelecidos no estudo. Salienta-se que os dados obtidos na coleta, por meio do questionário de Mansfield et al. (1987), têm metodologia própria para análise, que prevê um fator de correção aplicado aos questionários que apresentarem uma supervalorização das características. Na Tabela 2, demonstram-se os totais e os percentuais de questionários que necessitaram do fator de correção.

Tabela 2

Fator de correção

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Fonte: Elaborada pelos autores.

A partir da Tabela 2, constata-se que para 89,6% dos alunos não foi necessário o fator de correção, o que revela que os mesmos não criaram uma imagem favorável das suas características comportamentais empreendedoras.

4.1. Perfil dos Pesquisados

Da população de 923 alunos, foram obtidos 615 questionários nos seis cursos de graduação da UFSM-FW. Destes, foram desconsiderados 18 instrumentos respondidos de modo incompleto. O total e o percentual de respondentes são apresentados na Tabela 3.

Tabela 3

Totais de respondentes

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Fonte: Elaborada pelos autores.

A amostra é composta por 597 discentes de graduação, superior à amostra mínima calculada, e representa 64,7% da população, sendo 297 pessoas do gênero masculino (49,7%) e 300 do gênero feminino (50,3%). No que se refere à faixa etária, 87,9% (525) possuem até 23 anos. Em relação ao estado civil, os solteiros representam 97% dos respondentes. Quanto ao trabalho, 77,2% (461) dos respondentes afirmam que não trabalham. Quanto ao questionamento sobre já ter cursado disciplinas relacionadas ao empreendedorismo, 76,2% (455) dos respondentes afirmaram nunca ter cursado quaisquer disciplinas relacionadas ao empreendedorismo.

4.2. Características Comportamentais Empreendedoras

A análise dos resultados iniciou com o cálculo de mínimos, máximos, médias, desvio padrão e variância de cada característica e dimensão das CCE’s dos discentes participantes. Na Tabela 4 se apresenta a estatística descritiva das CCE’s.

Tabela 4

Estatística descritiva CCE’s

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Fonte: Elaborada pelos autores. Nº válido (Listwise) 597.

A partir do Tabela 4 é possível identificar as pontuações mínimas e máximas de cada característica e dimensão, assim como as médias, desvio padrão e variância. Para as características, o limite máximo é de 25 pontos, que não foi atingido nas características de persistência “24” e correr riscos calculados “24”. A maior média ocorre na característica correr riscos calculados “16,54” e a menor média ocorre na característica estabelecimento de metas “19,56”. O menor desvio padrão ocorre na dimensão realização das CCE’s, que contempla as cinco características iniciais e demonstra singularidade entre os resultados.

Dentre as dez características comportamentais, destaca-se a característica estabelecimento de metas, que obteve maior média “19,56”. Na Figura 3 constam as médias das características comportamentais empreendedoras dos discentes.

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Figura 3.
Média das CCE’s
Fonte: Elaborada pelos autores.

A partir da média, verifica-se que os discentes pesquisados possuem as características (³15,0), e que as mesmas estão na zona de 15,0 e 20,0 pontos.

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Figura 4
Zona de pontuação das médias das CCE’s
Fonte: Elaborada pelos autores.

Ao considerar 25,00 como a pontuação máxima e 15,00 como a pontuação mínima para a presença das características (Mansfield et al., 1987), constata-se, por meio da média, que as características dos discentes pesquisados podem ser aprimoradas e desenvolvidas tendo em vista o limite máximo dessa pontuação. Para Minuzzi, Vargas e Fialho (2016), graduandos necessitam desenvolver as CCE’s para que possam competir no mercado, em que o principal desafio é a necessidade de profissionais flexíveis e adaptáveis ao ambiente de negócios.

Para estimar a confiabilidade, foi medida a consistência interna por meio do coeficiente alfa de Cronbach (Sampieri, Collado & Lucio, 2013). O coeficiente alfa de Cronbach é calculado pela Equação 2.

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Equação (2)

Que corresponde a:

k corresponde ao número de itens do questionário;

s^2i corresponde à soma das variâncias de cada item;

s^2t corresponde à variância total do questionário, determinada como a soma de todas as variâncias.

O alfa de Cronbach obteve a = 0,843. Deste modo, os valores resultantes da aplicação dos questionários com os 597 discentes são confiáveis. Em seguida, foi realizado o teste de normalidade Shapiro-Wilk, que para Shapiro e Wilk (1965) é recomendado para amostras com menos de 2000 observações. Os resultados são apresentados na Tabela 5.

Tabela 5

Teste de normalidade Shapiro-Wilkab

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Fonte: Elaborada pelos autores. ic

a Correlação de Significância de Lilliefors.

b Excluem-se casos pelo Método Listwise.

Os resultados para o teste de normalidade indicaram que os escores obtiveram significância maior que 0,05, indicando que a distribuição dos dados é uma distribuição normal (Sig.<0,05), resultado considerado médio (Hair Jr. et al., 2009) e indicam que a análise fatorial é apropriada.

Nesse sentido foi realizado o teste de esfericidade de Bartlett, que para Lopes (2016) tem por finalidade testar a hipótese de que as variáveis não sejam correlacionadas (Ho) (p > 0,05). A hipótese básica diz que a matriz de correlação é uma matriz identidade, indicando que o modelo fatorial é inadequado. O teste de esfericidade Bartlett resultou em uma Sig. de 0,000, ou seja, indica a significância das correlações entre os fatores das CCE’s, apoiando a conveniência da análise fatorial para o instrumento, com nível de confiança de 95%. (Hair Jr. et al., 2009).

Na Tabela 6 consta a contribuição percentual dos fatores, a variância total, em que se percebe que três fatores representam 67,21% de contribuição.

Tabela 6

Extração de fatoresa – CCE’s

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Fonte: Elaborada pelos autores. a Método de Extração: Análise de Componente Principal.

A análise fatorial para as características empreendedoras atende a relação mínima de 1:5, ou seja, 5 casos na amostra para cada variável do estudo (Hair Jr. et al., 2009). Utilizou-se o método de componentes principais com tratamento pairwise para os casos omissos, o método de componentes principais que, para Almeida (2013), objetiva explicar o máximo possível a variância dos dados, criando uma combinação linear entre as variáveis. É utilizado para combinar variáveis em um número menor de fatores, usualmente para facilitar cálculos ou estimativas. Para determinar a quantidade de fatores extraídos, foi utilizado o método eigenvalue, que indica que os fatores devem ter um autovalor maior que 1.

Para rotação dos fatores, optou-se pelo método Varimax, que atribui altas cargas sobre os fatores e diminui o número de variáveis em cada setor, não alterando as variâncias e as comunalidades, o que para Hair Jr. et al. (2009) facilita a interpretação dos fatores, pois cada fator novo, após rotação, deve apresentar uma correlação forte com uma ou mais variáveis e correlação fraca com as demais variáveis.

No Gráfico escarpa (Figura 4), consta o número de componentes fatoriais extraídos em relação aos autovalores associados a esses fatores, e verificam-se três fatores acima do limite 1,00. No estudo de Bartel (2010) também se verificaram três fatores acima de 1,00, no entanto Bartel optou por realizar a matriz de coeficientes das cargas fatoriais somente para dois fatores.

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Figura 5
Gráfico de escarpa – CCE’s
Fonte: Elaborado pelos autores.

No presente estudo considerou-se o resultado do critério da raiz latente (Tabela 6) confirmado no Gráfico de escarpa (Figura 5), em que três fatores apresentaram autovalor maior que um.

Após análise dos componentes extraídos, demonstra-se a matriz de coeficientes das cargas fatoriais (Tabela 7). Verifica-se como os itens agrupam-se em relação aos fatores. Foram incluídos na escala apenas os itens com cargas fatoriais superiores ou iguais a 0,30, para Hair Jr. et al. (2009). Para amostras superiores a 350, é indicado utilizar carga fatorial de 0,30, relembra-se que a amostra da presente análise é composta por 597 discentes.

Tabela 7

Matriz de coeficiente das cargas fatoriais – CCE’s

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Fonte: Elaborada pelos autores.

A partir da Tabela 7, verifica-se que os resultados coincidem com a classificação das características elaboradas por McClelland, em que a dimensão realização compreende as características de busca de oportunidades e iniciativa, persistência, comprometimento, exigência de qualidade e eficiência e correr riscos calculados; a dimensão planejamento compreende as características de estabelecimento de metas, busca de informações e planejamento e monitoramento sistemáticos; e a dimensão poder contempla as características de persuasão e redes de contato e independência e autoconfiança. Esse resultado confirma os fatores de cada dimensão do instrumento de características comportamentais empreendedoras (Mansfield et al., 1987). Para tal análise, não foi levado em consideração os valores das comunalidades.

4.3. Comparação das Características Comportamentais Empreendedoras entre os Cursos

Levando em consideração a variável curso, se infere que as características comportamentais empreendedoras podem se expressar de diferentes maneiras. Para Clark (2006), o princípio da universidade empreendedora fundamenta-se numa cultura empreendedora permeando por toda universidade. Diante disso, as características comportamentais empreendedoras devem constar nos alunos indiferente do curso de graduação que realizem, como futuros empreendedores em suas respectivas áreas de atuação. Na Tabela 8, apresentam-se as pontuações das respectivas características comportamentais empreendedoras para cada curso de graduação pesquisado.

Tabela 8

CCE's x Curso

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Fonte: Elaborada pelos autores.

A partir do Tabela 8, infere-se que as pontuações mais baixas ocorrem na característica Correr riscos calculados, nos cursos de Agronomia “16,19” e Sistemas de informação “16,29”. Essa característica também foi a mais baixa na média geral dos cursos pesquisados. Nesse sentido, para McClelland (MSI, 1990), esses discentes não avaliam ou calculam os riscos, não tomam medidas para reduzir os riscos ou controlar os resultados e tendem a não se colocar em situações que impliquem desafios ou riscos moderados, sendo uma característica importante para o desenvolvimento do comportamento empreendedor.

As pontuações mais altas são observáveis na característica Estabelecimento de metas, nos cursos de Engenharia Florestal “19,87” e Relações Públicas “19,82”. Essa característica também obteve maior pontuação na média geral dos cursos. Um indivíduo com esta característica procura definir metas de longo prazo, claras e específicas e continuamente define e revisa os objetivos de curto prazo (MSI, 1990), o que pode ser justificado por se tratarem de alunos de graduação que estão se preparando para a atividade profissional.

Constata-se que o curso de Agronomia obteve pontuações mais baixas em mais características, diante dos demais cursos, sendo quatro características: Busca de oportunidades e iniciativa “17,72”, Persistência “16,57”, Correr riscos calculados “16,19” e Planejamento e monitoramento sistemáticos “16,70”. O curso de Engenharia Florestal obteve pontuações mais altas em quatro características, diante dos demais cursos, sendo: Estabelecimento de metas “19,87”, Busca de informações “18,65”, Planejamento e monitoramento sistemáticos “17,23” e Persistência “17,44”.

Verifica-se que, apesar de serem cursos de diferentes áreas, as pontuações para cada característica obtiveram similitude dentre os cursos. A maior discrepância entre a pontuação mínima e máxima é observável na característica Exigência de qualidade e eficiência, com diferença de “1,23”. As demais características apresentam diferença igual ou inferior a “1,00”.

Em seguida foi realizada a comparação das pontuações entre as dimensões Realizações, Planejamento e Poder, diante dos seis cursos de graduação pesquisados (Figura 6).

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Figura 6
CCE’s x Dimensões
Fonte: Elaborada pelos autores.

Diante da comparação das dimensões das características comportamentais empreendedoras, infere-se que a dimensão Planejamento (Figura 5) obteve pontuação superior em todos os cursos de graduação. Para Gomes (2011), o planejamento é considerado a base para o sucesso, dentro e fora da sala de aula, nesse sentido o comportamento empreendedor pode oportunizar ao estudante enxergar e avaliar determinada situação, assumindo uma posição proativa frente a ela, capacitando-o a elaborar e planejar formas e estratégias de interagir com aquilo que ele passou a perceber (Lopes, 2014), por isso o desenvolvimento do comportamento empreendedor deve ser estimulado no meio acadêmico.

A dimensão Realização obteve a menor pontuação nos cursos de Engenharia Ambiental e Sanitária, Engenharia Florestal e Sistemas de Informação, enquanto a dimensão Poder consta com pontuação menor nos cursos de Agronomia, Jornalismo e Relações Públicas.

Diante do exposto, constata-se que os discentes dos cursos pesquisados possuem as dez características comportamentais empreendedoras (³15,00) (Mansfield et al., 1987), sendo a característica com menor pontuação Correr riscos calculados e com maior pontuação Estabelecimento de metas. O curso com menores pontuações foi Agronomia e com maiores pontuações Engenharia Florestal, no entanto se verificou similitude nas pontuações das características, a maior diferença ocorreu na característica Exigência de qualidade e eficiência. Dentre as dimensões, Planejamento obteve maioria em todos os cursos e é considerada a base para o sucesso.

Relacionando esses resultados ao fato de 76% dos respondentes nunca ter cursado quaisquer disciplinas relacionadas ao empreendedorismo, infere-se que, apesar dos seis cursos apresentarem as dez CCE’s, a universidade empreendedora ainda não é concreta na instituição pesquisada, quando se considera que a mesma deva permear por todos os cursos.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os discentes, para Minuzzi, Vargas e Fialho (2016), necessitam desenvolver as CCE’s para que possam competir no mercado, cujo principal desafio é a necessidade de profissionais flexíveis e adaptáveis ao ambiente de negócios. Isso corrobora o desenvolvimento do comportamento empreendedor e a ideia da universidade empreendedora, que, para Clark, deve permear por toda instituição.

Diante do contexto abordado e considerando a importância do empreendedorismo para o desenvolvimento das organizações, resgata-se o objetivo deste estudo, que consiste em analisar as características comportamentais empreendedoras (CCE’s) presentes em discentes da Universidade Federal de Santa Maria, campus de Frederico Westphalen (UFSM-FW). Foi possível verificar que os discentes da UFSM-FW possuem as dez características comportamentais empreendedoras, no entanto elas podem ser aprimoradas, visto que constam na zona de 15 e 20 pontos e a pontuação máxima é de 25 pontos.

Relacionando esse resultado ao fato de que 76% dos respondentes nunca cursaram quaisquer disciplinas relacionadas ao empreendedorismo, infere-se que, apesar dos mesmos apresentarem as dez CCE’s, a universidade empreendedora ainda não foi concretizada na instituição pesquisada, quando se considera que o empreendedorismo deve permear em todos os cursos.

De forma específica, verificou-se o perfil dos discentes participantes da pesquisa, a amostra foi homogênea, sendo a maioria jovens com até 23 anos, solteiros e que não trabalham. Além disso, realizaram-se testes estatísticos. A consistência interna das escalas foi avaliada pelo Coeficiente de Alfa Cronbach, atestando fidedignidade para a medida e avaliação dos construtos. Por meio da estatística descritiva analisaram-se mínimos, máximos, médias, desvio padrão e variância das CCE’s. A partir da análise fatorial, confirmaram-se as características com as respectivas dimensões.

Entende-se que o estudo traz contribuições para a área acadêmica e para a sociedade. Os resultados contribuem para um maior entendimento quanto às características comportamentais empreendedoras dos alunos de graduação da UFSM-FW. A partir dessa consciência, espera-se que os órgãos competentes da UFSM ampliem o fomento e o estímulo ao empreendedorismo na graduação, contemplando discentes, docentes e técnicos administrativos, promovendo uma cultura empreendedora na instituição, não apenas como uma opção profissional, mas também instigando o desenvolvimento de um comportamento mais empreendedor.

Também se identificaram e compararam as características empreendedoras de acordo com o curso de graduação desses discentes, em que se verificaram as características mais baixas e mais altas, e os cursos com pontuação mais baixa e mais alta, sendo que a característica com menor pontuação foi Correr riscos calculados e com maior, Estabelecimento de metas. O curso com menores pontuações foi Agronomia e com maior Engenharia Florestal. A dimensão planejamento obteve maior pontuação em todos cursos pesquisados.

O estudo se limitou ao campus de Frederico Westphalen, da Universidade Federal de Santa Maria. Contudo, há que se ter cautela quanto à generalização dos resultados, visto que outras variáveis que este estudo não abordou podem influenciar nos resultados, como a cultura.

Por fim, sugere-se a replicação da presente pesquisa em outros cursos de graduação da instituição pesquisada e em demais instituições de ensino superior e básico, nacionais e internacionais, para que seja possível estabelecer uma comparação entre os resultados obtidos, considerando também diferenças culturas. Seria interessante, também, realizar um acompanhamento longitudinal da evolução dessas características comportamentais nos indivíduos pesquisados.

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Autor notes

Doutoranda

Doutor

Quais são as principais características do comportamento empreendedor?

Assim, o empreendedor: Persegue objetivos desafiantes e importantes para si mesmo. Tem clara visão de longo prazo. Cria objetivos mensuráveis, com indicadores de resultado.

Qual deve ser o perfil de um empreendedor?

Um perfil empreendedor entende de organização, é proativo, é criativo, paciente e muito mais. Isso porque para empreender é preciso planejamento e paciência para a colheita dos frutos. Além disso, lembre-se que o empreendedorismo está ligado à inovação e para isso é preciso ter criatividade, para inventar e inovar.

O que não condiz com o perfil de um empreendedor?

Não empreendedores: Não são dotados de paciência para montar operações do “zero”. E com isso enxergam em uma estrutura de suporte de trabalho, algo essencial para o desempenho de suas atividades; Não estão dispostos a viver sem a garantia de sua remuneração.

O que é um comportamento empreendedor?

Comportamento empreendedor é o conjunto de qualidades e ações que tornam um indivíduo mais propício ao sucesso no mundo do empreendedorismo. Essas qualidades geralmente estão relacionadas ao pensamento inovador, habilidades interpessoais, liderança e, claro, persistência.