Quais serão as consequências do aumento populacional em relação aos recursos naturais?

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Um desenvolvimento viável irá obrigar a uma diminuição do ritmo de crescimento da população, que é actualmente de mais mil milhões de habitantes em cada 13 anos, defendem os autores deste estudo, intitulado "População e Ambiente: o desafio planetário"."A maioria dos países desenvolvidos consome os seus recursos mais rapidamente do que eles se podem regenerar", sublinham Don Hinrichsen e Bryant Robey. Por outro lado, "a maioria dos países em vias de desenvolvimento, com o seu rápido crescimento populacional, fazendo face a necessidades urgentes no que diz respeito às suas condições de vida, causam danos irreparáveis aos recursos naturais, dos quais dependem para sobreviver", acrescenta o relatório.
"Falta de água, enfraquecimento dos solos, destruição das florestas, poluição do ar e dos recursos hídricos, degradação das costas", são apenas algumas das consequências do sobrepovoamento do planeta e do uso desregrado dos recursos. O documento acrescenta que se estes problemas não forem resolvidos "a humanidade enfrentará um ambiente em crescente degradação e poderá mesmo ser confrontada com um desastre ecológico".
Para os dois autores, um desenvolvimento viável passa pela diminuição do ritmo de crescimento populacional, em especial nos países em vias de desenvolvimento, a fim de "se ganhar tempo para proteger os recursos naturais".
Entre as soluções apontadas pelo estudo, sugere-se aos governos mundiais o recurso mais regrado da energia, uma melhor gestão das zonas urbanas, a protecção da água, um crescente controlo da exploração florestal e a preservação das terras cultiváveis.

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19 de outubro de 2022

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A crescente população contribui para aumentar a pressão sobre os recursos naturais do planeta, mas a questão é complexa e há poucas soluções, afirmaram cientistas reunidos na conferência  "Planeta sob Pressão", celebrada em Londres, a poucos meses da Rio+20.

Segundo os especialistas, reunidos durante quatro dias para discutir a saúde do planeta, as respostas têm seguido na direção de educar as mulheres de países pobres e ampliar seu acesso aos anticoncepcionais, mas também com vistas à reforma dos padrões de consumo nos países ricos.

Os cientistas participantes apontaram o crescimento populacional como um grande responsável indireto pelo aquecimento global, pelo esgotamento de recursos, pela poluição e pela perda de biodiversidade.

Mas também afirmaram que o tema desapareceu quase que completamente das discussões políticas, em parte devido a questões religiosas, mas também por causa das lembranças traumáticas de controles coercitivos da natalidade em países pobres nos anos 1970 que ninguém quer repetir.

Quais serão as consequências do aumento populacional em relação aos recursos naturais?
Prédios residenciais são vistos em Po Lam, uma das 'cidades-satélites' de Hong Kong, na China (Foto: Bobby Yip/Reuters)

Controle populacional
Para a professora Diana Liverman, da Universidade do Arizona, o vínculo entre crescimento populacional e danos ambientais emergiu em meados do século XX. "Os 50 anos entre 1950 e 2000 foram um período de mudanças dramáticas e sem precedentes na história humana", afirmou.

Neste tempo, a proporção de pessoas no planeta dobrou, de três para seis bilhões. Agora, está em sete bilhões e segundo algumas estimativas pode chegar a nove bilhões em 2050. A boa notícia é que a taxa de fertilidade - número de filhos por mulher - caiu pela metade, de 5 para 2, desde 1950 e diminuirá abaixo da taxa de reposição, de 2,1 por volta de 2025, afirmou Liverman.

"Isto significa que há uma forte probabilidade de que o crescimento da população se estabilizará em torno dos nove bilhões e pode, na verdade, cair depois disso", acrescentou Liverman.

Outros especialistas alertaram que a estatística pura pode mascarar muitas complexidades. "A capacidade de suporte do mundo não é um número puro, mas depende de estilo de vida, tecnologia e assim por diante", rebateu Lorde Martin Rees, da Royal Society, a academia britânica de ciências, que publicará no próximo mês um estudo sobre demografia e meio ambiente.

Consumo
Embora a população esteja se estabilizando ou diminuindo nos países ricos, estas ecomomias permanecem, de longe, as maiores fontes de danos ambientais, com emissões de gases-estufa per capita correspondentes ao dobro ou ao quádruplo daquelas dos países em desenvolvimento.

O grande crescimento populacional acontecerá em países em desenvolvimento, especialmente na África subsaariana. Estes países têm pouca responsabilidade nas mudanças climáticas, mas são os mais afetados porque têm poucos recursos financeiros e condições de se adaptar.

As estratégias para trabalhar com os fatores demográficos que contribuem para os danos ambientais seguem essencialmente em dois caminhos, afirmaram os especialistas.

Um é o da mudança de padrões de consumo, de forma que os países ricos - e os gigantes emergentes ansiosos por reproduzir o estilo de vida dos primeiros - usem energia e recursos de forma mais sustentável.

Mulheres
O outro é proteger os direitos das mulheres, seu acesso à educação, ao trabalho e à contracepção. "Se você tem desenvolvimento econômico e educa as mulheres e elas conseguem oportunidades no mercado de trabalho, elas tendem não só a reduzir o número de filhos, mas a retardar crucialmente o momento de tê-los", explicou Sarah Harper, diretora do Instituto de Envelhecimento da População da Universidade de Oxford.

"E se você atrasa o momento de começar a ter filhos, tende a ter famílias menores", acrescentou. Tais mudanças podem ter um efeito "surpreendentemente rápido" na redução das taxas de natalidade, disse Stephen Tyler, que trabalha com um grupo denominado Rede de Cidades Asiáticas Resistentes às Mudanças Climáticas (ACCCRN, na sigla em inglês).

No entanto, segundo os cientistas, mais de 200 milhões de mulheres de países em desenvolvimento ainda não conseguem atender às suas necessidades de planejamento familiar. Mas o financiamento para o acesso à contracepção caiu 30% entre 1995 e 2008, "como resultado da pressão legislativa de grupos religiosos nos EUA e em outros países", afirmaram.

Como o aumento da população impacta os recursos naturais?

Os cientistas participantes apontaram o crescimento populacional como um grande responsável indireto pelo aquecimento global, pelo esgotamento de recursos, pela poluição e pela perda de biodiversidade.

Quais são as principais consequências do crescimento populacional?

O crescimento acelerado da população mundial trouxe consequências para o meio ambiente, como desmatamento e esgotamento de solos, e também ampliou problemas sociais, como a fome, uma preocupação mundial que está associada à distribuição de riquezas.

Qual a relação entre o aumento da população e a quantidade de recursos naturais?

A outra vertente científica garante que o crescimento da população não compromete as reservas de recursos naturais no mundo, além disso, que o planeta consegue suprir as necessidades de uma superpopulação.

Quais as consequências que o aumento da população humana traz para o planeta?

O crescimento da população aumenta os níveis de poluição do ar, poluição da água, contaminação do solo e poluição sonora . A poluição do ar está causando mudanças na composição atmosférica e consequente aquecimento global e acidificação do oceano .