O que aconteceu com a Kanui?

Aquela fora a primeira vez na semana na qual Kanui conseguiu contornar Lyl e sair da cantina sem uma refeição completa, estava criando uma verdadeira amizade com a mulher e isso estava a rendendo quase um quilo a mais. Tirou a primeira mordida da sua barra de cereal de gosto estranho e rumou até a sala da sua primeira aula.

(S/n) resistiu o máximo que pôde, mas Filosofia era praticamente uma aula base e muito exigida pelos professores, não se via mais com desculpas para evitar as aulas. Aquela era sua primeira aula do semestre, então não sabia o que esperar, se arrependeu de ter se inscrito nessa matéria logo no primeiro semestre, mas sabia que assim que acabasse o número de horas de aulas exigido todo o resto seria mais fácil.

Abriu a porta da sala e encarou os alunos que já estavam ali nas classes individuais, olhou em volta procurando uma vazia e se surpreendeu com quem encontrou. Ken mexia no celular sem prestar atenção no mundo a sua volta, completamente distraído, a garota sorriu, mordeu a barra de cereal mais uma vez e andou em direção ao garoto que ainda não levantara o olhar do aparelho eletrônico.

Se aproximou sem chamar atenção e parou atrás do azulado dando uma olhada na tela do celular dele, se surpreendeu ao vê-lo tão concenteado num vídeo de desenho, não fazia a menor ideia de que Ken gostasse de esboços e rabiscos, Kanui não era um exemplo de desenhista, mas gostava de rascunhar flores quando estava entediada.

A menina sorriu e aproximou o corpo um pouco mais perto, Ken ainda não a tinha percebido e isso foi o suficiente pra arrancar um sorriso sapeca da garota.

-O que você está vendo? -Kanui perguntou de repente um tanto alto. Ken pulou de leve da cadeira sem cair e a encarou rapidamente com uma expressão assustada, a (c/c) percebeu que por muito pouco o azulado não gritou, mas tremeu um pouco. O susto fez a garota rir e o menino a encarar sério.

-Você quase me infartou. -ele diz simplista e cruza os braços fingindo ficar bravo.

-Ah, para. -ela senta na classe ao lado da dele- Não sabia que gostava de desenho.

-Eu não classificaria isso como "gostar", tá mais para necessidade. -ele faz aspas com os dedos.

-Como assim?

-Digamos que se eu não aprender a desenhar logo eu posso tirar uma bela nota vermelha em Desenho Técnico II. -ele ri sem graça.

Kanui riu fraco.

-O Jim te mandou mensagem hoje? -Ken pergunta de repente.

-Não, por quê?

-Ele me mandou uma mensagem dizendo que quer reunir a equipe hoje. Como você bem sabe, amanhã é a tão esperada Amostra Científica e ele quer repassar todas as informações.

-Mas a gente já não leu os relatórios?

-É que é essencial que todos nós saibamos tudo, os profissionais escolhem quem eles querem que respondam quando perguntarem.

-Sério? Eu não estava sabendo disso.

-É a sua primeira amostra, né?

-Sim.

-Pois é, eles fazem perguntas de repente no meio das explicações do projeto e escolhem na hora quem vai responder.

-E se outra pessoa responder.

-Bem, varia bastante, eles vão saber quem é o coordenador do projeto então muitas vezes isso influência, as vezes ocorre perda de pontos, mas pode ser pior.

-Pior como?

-Pior do tipo de alguém não poder falar o resto da apresentação ou ser expulso.

Kanui não evitou o espanto, embora soubesse o quanto a amostra era levada a sério não imaginava que era tanto assim. Respirou e procurou manter a calma, estava tranquila até então, mas foi como se a ficha só tivesse caído agora. Finalmente estava tendo a real noção do quanto aquilo era importante.

-Hey, sem pânico. Eles fazem parecer assustador, mas é praticamente uma feira de ciências da escola. -Ken tenta acalmá-la ao perceber que a garota começara a ficar nervosa.

Kanui encarou Ken por alguns instantes, confiava nele e acreditou em suas palavras. Respirou fundo e lentamente tentando trazer sua tranquilidade de volta. Olhou novamente para o garoto e decidiu mudar de assunto.

-Está na universadade há quanto tempo, Ken?

Ele riu sem graça coçando a nuca e desviando o olhar para o celular pousado sobre a mesa e com a tela desligada. Voltou o olhar para ela com um sorriso.

-Digamos que eu percebi muito cedo o que queria, e dediquei minha vida exclusivamente a isso.

-Pode ser mais claro? -ela pergunta sorrindo também.

-Talvez eu tenha nascido com o dom. Sabe, comecei a estudar computação desde os meus seis e era praticamente isso o que eu fazia o dia todo quando não estava jogando bola com meus amigos da rua.

-E o que você quer dizer com isso tudo? -ela sorri.

-Quero dizer que eu decidi não esperar, eu consegui ser aceito na universidade quando completei 12 anos de idade, até o ano passado eu precisava lidar com a universidade e o fundamental ao mesmo tempo.

Kanui o encarava com surpresa e claramente impressionada.

-Então já está na...

-Turma 1-C. Exatamente. E em breve ingresso na turma 1-B, que na verdade é só uma classificação, eles só vão atualizar minha carteira de estudante da universidade e é isso. -ele da de ombros.

Ela sorri.

-Isso é incrível!

-Na verdade não é grande coisa. Muitos alunos daqui fazem isso, se você prestar atenção acaba encontrando gente mais nova que nós por ai.

-Eu também percebi o que queria um tanto cedo. -ela sorri boba.

-Com quantos anos? -ele pergunta.

-Quatro.

Dessa vez é Ken quem está impressionado.

-Eu também comecei a estudar sobre desde então, talvez minha individualidade tenha deixado algumas coisas mais fáceis, mas eu não quis apressar as coisas, talvez seja por isso que eu não tenha pensado em fazer o teste para entrar na universidade antes de terminar o fundamental.

-E está certa. Veja, estou a muito mais tempo que você e mesmo assim estamos assistindo a mesma aula.

Ela riu fraco.

-Eu gosto disso na U.C.T, a mistura de alunos.

Ele sorri.

-Eu também gosto, aliás, eu gosto de tudo nessa universidade.

Neste momento o professor adentra a sala já mandando os demais sentar e ficar em silêncio. Kanui vira para frente e se endireita na cadeira dando uma olhadela em Ken que guardava seu celular na mochila pendurada na cadeira. Ela sorri e ri fraco, falando um pouco mais baixo.

-Sou obrigada a discordar, já percebi que não vou gostar dessa aula.
Ken sorri e tapa a boca com a mão a fim de não chamar a atenção do professor com risadas.

--X--

Seu coque desmanchava enquanto ela virava os corredores rumo ao laboratório 112, Kanui odiava quando o nó não era forte o suficiente e sentia seu penteado soltar aos poucos. Bufou e tirou o elástico de cabelo preto do pulso para amarrar as madeixas novamente, se o cabelo não ficaria preso sozinho, ficará com o elástico.

Seu dia parecia ter passado em câmera lenta, talvez pela ansiedade que tinha do dia seguinte. Tirando a mensagem de Katsuki dizendo que não poderia ir à Amostra Científica, ela não tinha falado com os meninos o dia inteiro. Pelo que Bakugo contara, a turma deles iria tirar o dia para ir ao shopping e comprar o que precisariam para o acampamento e fariam viagem na sexta. Então nem ele nem Deku conseguiriam viajar para vê-la.

Seus pensamentos rondavam em muitos assuntos ao mesmo tempo e sentia sufocada por não estar conseguindo se organizar como queria, logo ela, que sempre precisou ter tudo planejado para não se sentir uma barata tonta. Virou a direita e encontrou a placa do laboratório 112. Se aproximou e abriu a porta sem cerimônias.

Encontrou todos os seus amigos ali dentro, Ken digitava algo no notebook, Satori mexia no celular e Jim parecia arrumar algo no computador do laboratório. Ao ouvir a porta da sala fechar todos se viraram para a (c/c) e Sati sorriu.

-(S/n)! Como está amiga? -ela se aproxima para abraçar-la e é prontamente retribuída.

-Estou bem, e você? -ela sorri para a loira quando se separam.

-Tirando o nervosismo de amanhã, estou bem também.

-Legal galera. Agora que todos chegaram acho que já podemos começar.

Jim arruma três cadeiras uma do lado da outra e todas direcionadas para o quadro branco. Entre o quadro e as cadeiras esta uma mesinha circular com uma pequeno aparelho em cima. Yutaki fez um gesto para os demais se sentarem nas cadeiras e foi rapidamente obedecido. Satori sentou no meio enquanto Kanui e Ken sentaram nas pontas.

(S/n) segurava uma caneta e um bloco de notas na qual pretendia anotar os tópicos para que pudesse estudar com calma em seu dormitório mais tarde. Desde sempre estudava assim e sempre deu certo. Não conseguiu evitar um sorriso, embora fosse um assunto sério aquilo conseguia ser divertido para a mesma.

Jim gira o quadro branco mostrando o outro lado que continha anotações em vermelho, azu e preto, tira um pequeno controle remoto do bolso de seu jaleco branco e aponta para o aparelho na mesinha circular. Ao apertar um botão o aparelho exibe um holograma na coloração azul. O holograma era da estrutura dos micro robôs em um tamanho médio de 30cm. Era possível ver com uma clareza absurda como cada pedacinho havia sido construído e Kanui sentiu os olhos brilharem. A universidade não parava de lhe proporcionar encantos cada vez maiores.

-Seguinte, eu vou apresentar o projeto inteiro exatamente como está escrito no raletório. Quando eu terminar vocês vão fazer todas as perguntas e observações que tiverem sobre esse projeto. Se eu souber eu vou responder, se eu não souber nós vamos pesquisar as respostas agora mesmo. Precisa estar perfeito.

-Okay. -Kenizy concorda com um sorriso de lado.

-Vou pegar meu bloco de anotações. -Satori diz levantando da cadeira e seguindo em direção à sua mochila.

-Pergunta. -Kanui diz levantando seu braço e abaixando logo em seguida- O que acontece se foros bem na amostra?

-Se ele agradar muito os profissionais, além de ir para o "upgrade" que é o reestudo com os profissionais, nós vamos ganhar pontos. -diz Jim.

-Esses pontos contabilizam nas nossas avaliações e ganhamos alguns reconhecimentos a mais, como a confiança dos professores para realizar coisas mais sérias ou utilizar equipamentos mais restritos. Coisas assim. -continua Ken.

-No final, vai nos beneficiar mais em nossos futuros estudos. É isso. -Jim da de ombros- Eles dizem que também tem premiações, mas eu nunca vi uma.

-Talvez ninguém nunca tenha conseguido uma. -diz Satori voltando para o seu lugar.

Kanui pensava em tudo o que seus amigos diziam.

-Ou nunca tenha merecido uma.

--X--

Quando Kanui abriu os olhos percebeu que o grande dia finalmente chegara. Um sorriso cresceu e se estendeu de uma ponta da orelha à outra. Pulou da cama e correu para o banheiro, nem viu o horário, mas sabia que era extremamente cedo, pois seu alarme ainda nem tinha tocado. Naquela tarde seria a amostra, as aulas da manhã haviam sido suspensas para que os cientistas pudessem organizar tudo o que faltava.

Assim que amarrou seu cabelo num rabo de cavalo alto e colocou seu óculos inteligentes checou as horas pela primeira vez, quase seis da manhã em ponto. Ainda tinha muito tempo e nem tantas coisas para fazer. Decidiu que começaria cedo e que seu dia merecia começar da melhor maneira, e com isso queria dizer com um ótimo e completo café da manhã.

Passou pelas portas da cantina já abertas e se dirigiu até o balcão vendo o que tinha disponível. Depois de escolher e pegar seu café com Lyl, Kanui procurou algum lugar disponível para se sentar e comer tranquilamente.

A reunião da noite anterior até não tinha acabado tão tarde, era meia noite e meia quando a mesma chegou em seu dormitório. Jim explicou tudo de maneira rápida e clara, além do tanto de restrições que a amostra tinha a equipe (ou cientista) também tinha um tempo x para apresentar seu projeto e esse tempo variava de ano em ano, então eles só saberiam o tempo de tinha no momento em que fossem apresentar.

(S/n) lera aquele relatório tantas vezes que a mesma acreditava já o saber de cor. Sentia uma mistura de nervosismo e confiança que não dava para entender. Pelo que Satori havia afirmado o balcão da equipe deles já estava arrumado e reservado, então nem seria preciso chegar mais cedo exceto pelo fato de Jim ter pedido para repassarem as informações mais uma vez.

Eles ensaiaram diversas vezes a apresentação que Jim ordenou, com direito a pesquisas de complemento de informações e mapas mentais para seguir a ordem de informações da maneira correta. Kanui sabia que por ser o coordenador Jim era quem estava mais nervoso, pois todo a responsabilidade de algo errado cairia sobre ele e ficaria registrado em seu nome de estudante da U.C.T.

Essa era outra coisa que (S/n) descobrira, se a apresentação fosse um fiasco o cientista responsável pelo trabalho que teria registrado em sua ficha estudantil e isso seria levado muito em conta na hora em que Jim fosse fazer ou pedir qualquer coisa para a universidade.

Quanto mais Kanui sabia, mais nervosa ficava, pensava que se a amostra era daquele jeito, tinha medo de descobrir como funcionava a Convenção dos Mestres que era praticamente a amostra científica elevada ao cubo.

Terminou seu café um pouco perdida em seus pensamentos e jogou seu lixo na lixeira perto da saída, segurou a alça da sua bolsa de carteiro com um pouco mais de força e rumou para a biblioteca a fim de estudar Propriedades Periódicas para a sua atividade que seria entregue na semana seguinte, pensou em porque não havia pedido a ajuda de Satori, mas embora quisesse, decidiu não incomodar a amiga naquela hora da manhã, a loira certamente estaria estudando algo importante também.

Colocou sua bolsa sobre uma mesa da biblioteca e buscou alguns livros que a ajudariam como seus estudos. Tirou seu notebook da bolsa e o ligou, uma das suas melhores maneiras de estudar era fazendo resumos ou mapas mentais dos conteúdos. Lembrava que seus resumos sempre ajudavam seus colegas na época da escola e que nos dias anteriores dos testes e provas sempre recebia diversas mensagens implorando pelos resumos, isso quando não pediam para ver alguns minutos antes da avaliação. Sorriu com as lembranças.

Percebeu seu celular com a notificação de uma mensagem, pensou que talvez pudesse ser Deku ou Kacchan mas ao pegar o aparelho se decepcionou com a mensagem merchan da sua operadora de celular. Decidiu mandar um "bom dia" com alguns coraçõezinhos para seus dois melhores amigos, sua tia e sua mãe.

Guardou o celular no bolso do jaleco depois de mandar as mensagens e colocou a senha para abrir seu laptop. Abriu o navegador da internet e recebeu a notificação de um site de notícias na qual a (c/c) seguia. Kanui estava prestes a fechar a notificação, mas decidiu apenas ler a manchete.

"Restaurantes desperdiçam mais de 9 mil toneladas de comida no país"

Aquela manchete foi o click que Kanui não sabia que precisava, abriu na manchete e abriu novas guias já pesquisando outro assunto diferente do que ela havia ido pesquisar inicialmente. Colocou os livros de Propriedades Periódicas de lado, a atividade podia esperar. Abriu o Word e começou um resumo completamente diferente.

--X--

O espaço onde as Amostras Científicas aconteciam era maior que uma quadra de futebol. A jovem cientista sentiu-se menor que uma formiga ao passar pelo portões simplesmente gigantescos. Levantou seu olhar para o teto e notou o quanto estavam distantes, se precisasse chutar uma altura diria que com certeza tinha mais de 30 metros. O tamanho daquele lugar era realmente assustador.

Ao passar pelos projetos de outras equipes e cientistas Kanui ficava completamente curiosa em saber sobre cada um, encontrou todo o tipo de coisa, estruturas feitas de diversos materiais diferentes, painéis enormes extremamente coloridos e detalhados, compartimentos misteriosos, maquete ricas em detalhes e realismo e muito mais.

O robozinhos da universidade corriam de um lado a outro ajudando os cientistas com seus projetos, a (c/c) inclusive esbarrou em Roborgue, o robozinho que a recebeu no seu primeiro dia na universidade e a ajudou em tudo o que precisava.

Finalmente encontrou o espaço da sua equipe, não tinha visto como ficara então não evitou surpresa com a tamanha produção atrativa que Satori conseguiu fazer sozinha. Um placa grande escrita: "Micro Robôs" foi a primeiro coisa que a chamou atenção, dois banners de um metro e meio ilustravam a estrutura dos micro robôs e o processo de decomposição feita por eles, exatamente como apareceram nos hologramas de Jim na apresentação da noite anterior. Atrás dos cartazes uma cabine larga preta misteriosa que a chamava para entrar por causa da sua curiosidade.

Jim e Satori já estavam ali, enquanto a loira lia o relatório mais uma vez o garoto olhava algo no celular e claramente ansioso. (S/n) se aproxima de seus amigos e os cumprimenta.

-Sinto que meu coração vai sair pela boca, é assim em todas as amostras! -Manzai diz depois de se soltar do abraço da amiga.

-Imagina como eu estou me sentindo sendo a primeiro vez! -ela diz.

-Depois você se acostuma. -diz Ken se aproximando das garotas e as cumprimentando.

-Ken! Graças a Deus você chegou! -Jim fala com certo desespero.

-Mas eu cheguei antes do horário combinado. -o azulado responde confuso.

-Eu sei! Eu quero que você cheque a bateria dos robôs e se tudo estava funcionando certinho.

-Okay, vamos lá conferir. -ele diz entrando na cabine sendo seguido por Jim.

Tomada pela curiosidade Kanui segue os garotos junto de Satori e ambas ficam ao lado da porta na parte de dentro. A pedido de Jim, Manzai fechou a porta e com a ajuda de uma lanterna Ken ligou um painel de metal instalada no centro da cabine escura. Logo sua superfície começa a brilhar e o primeiro holograma da apresentação aparece exatamente como Kanui viu na primeira vez.

Por mais que aquilo não devesse mais ser novidade para a cientista, os olhos da (c/c) começaram a brilhar. Ao inspecionar tudo Ken correu o olhar para as meninas e percebeu o brilho de Kanui, o azulado sorriu de lado e deixou a garota sem graça por ele ter notado e achado graça.

-Tudo certo aqui. -ele diz por fim para Jim.

-Ótimo! E os robôs?

Kenizy pegou a caixa de vidro na qual os robôs estavam e pegou um para inspecionar. Com Jim segurando a lanterna Ken pegou alguns equipamentos desconhecidos por Kanui da mochila e simulou seu espaço de análises do laboratório. Alguns minutos inspecionando e ele levanta o olhar para o amigo com uma expressão não das melhores.

-O que foi? -o moreno perguntou preocupado.

-Você pegou do laboratório a caixa de robôs errada. Esses aqui aqui não tem o sensor, quando você os ligasse eles iam ficar voando por ai igual a mosquitos tontos.

-Eu não acredito. -Jim bate com a mão na testa.

-Está falando daquela caixa em cima da estante do canto? -Kanui perguntou.

-Essa mesma! -Ken sorriu.

-Eu sei onde está! Eu posso levar a caixa errada e pegar a certa sem problemas!

-Pelo amor de tudo o que é mais sagrado, faça isso num flash, (S/n)! Temos 10 minutos até a nossa vez! -Jim diz quase hiperventilando.

-Não se preocupe, Jim! Eu vou voando!

Ken colocou o micro robô devolta na caixa e pega um bolinho de no máximo 5 chaves do bolso.

-Essa é a chave da porta do laboratório. -ele entrega o chaveiro segurando a chave a qual se referia.

-Okay! -ela pega a chave e a caixa- Eu já volto!

Kanui saiu da cabine e local da amostra com passos rápidos, tinha medo de correr e cair derrubando tudo então andava da maneira mais rápida que conseguia.

--X--

Abriu a porta do laboratório e colocou a caixa com os micro robôs sobre a grande mesa no centro, andou até a estante no canto da sala e procurou pela caixa correta, a estante era mais alta então Kanui não conseguia ver com clareza as coisas que estavam em cima. Pegou uma cadeira e subiu conseguindo ver com mais facilidade tudo o que estava ali, pegou a caixa e checou se era a correta, ao ter a afirmação a mesma desce da cadeira com cuidado e a coloca no lugar de onde havia pegado inicialmente.

(S/n) se dirige até a porta do laboratório e a fecha novamente trancando-a com a chave. Se vira em direção para o local da amostra e põe as chaves no bolso do jaleco. Ela segura a parte debaixo da caixa com as duas mãos para ter certeza de que não as derrubaria. Sabia que seu tempo não era tão longo, mas voltava andando. Antes uma apresentação um pouco atrasada do que não ter uma apresentação.

Virou um corredor quando ela ouviu uma voz alta em uma das salas, era uma voz feminina e claramente desesperada, Kanui olhou em volta procurando pela possível sala de onde ouvira a voz. Mais uma vez escutou:

-SUA ANTA! OLHA O QUE VOCÊ FEZ!

(S/n) teve a certeza de que conhecia aquela voz, se aproximou da porta da sala e deu algumas batidinhas de leve.

-Akemi?

Por alguns segundos não ouviu uma resposta, mas logo a loira abre a porta encarando Kanui com surpresa.

-O que está fazendo aqui?

-Eu estava buscando algo para o projeto da minha equipe e ouvi sua voz. Parecia que queria ajuda.

Akemi suspirou pesado e claramente irritada. Deu passagem para a (c/c) entrar e a mesma o fez encontrando com mais dois garotos.

-Esses são meus colegas, vamos apresentar o nosso projeto juntos.

-Oi. -Kanui diz sem graça.

-Eae. -um deles responde.

-Tudo bem? -o outro pergunta.

Kanui apenas concorda com a cabeça com um sorriso amarelo, olhou para a garota.

-E qual o problema?

-Nosso projeto é sobre possíveis exceções contra a gravidade. Estudamos por muito tempo objetos que tenham uma massa não muito grande e que por isso poderíamos inverter a gravidade com esse aparelho. -ela aponta meu um equipamento sobre uma das classes da sala- Mas acontece que esse IDIOTA calculou a massa errada e provavelmente encontramos os objetos errados!

Akemi fuzilava um dos garotos com os olhos e ele parecia visivelmente desconfortável e decepcionado com o que fizera. Kanui pensou um pouco e olhou em volta se aproximou da mesa do professor e colocou a sua caixa ali, pegou um giz e começou a escrever no quadro com rapidez.

Yamazaki e sua equipe viram o cálculo de (S/n) ganhar corpo e em poucos minutos o quadro estava cheio de números e letras.

- X é igual a menos 0,2591 e 1,8534. Ou seja, dos materiais que vocês tem, peguem apenas os objetos que estão entre essa massa.

-Tipo o quê? -Akemi perguntou.

Kanui olhou em volta, seu olhar parou em sua mão e a garota entendeu o giz em direção à loira.

-Tipo esse pedaço de giz.

Akemi olhou para o giz por alguns segundos, seus olhos começaram a brilhar e ela pegou o giz rapidamente.

-Você é uma gênia! -ela diz com um enorme sorriso.

-Cara, você errou longe. -um garoto fala pro outro que abaixou o olhar com vergonha.

-Muito obrigada, (S/n)! -Akemi sorri- Prometo dar o meu melhor quando formos dar um jeito nesse seu cabelo!

Kanui sorriu sem graça e concordou com a cabeça afirmando que precisava ir, Akemi aceitou e abriu a porta para a (c/c) agradecendo mais algumas vezes, os garotos agradeceram também a mesma assentiu pegando sua caixa e saindo da sala.

Pegou seu celular do bolso e teve um susto, tinha um minuto para chegar e ela ainda estava do outro lado da universidade. Kanui começou a correr o mais rápido de podia sem correr o risco de derrubar a caixa e os robôs dentro. Quando chegou onde seus amigos estavam a mesma mal conseguia respirar e puxava o ar pesadamente.

-Onde você estava!? -Jim perguntou quase pirando.

-Desculpa, aconteceu uns problemas no caminho mas eu já resolvi.

-Pensei que o Jim ia arrancar todos os cabelos da cabeça se você não chegasse nos próximos 10 segundos. -Ken sorriu brincalhão- Você está bem?

Kanui apenas concordou não conseguindo falar muito.

-Nosso projeto é o próximo! -Satori afirma.

-Rápido! Vamos arrumar isso lá na cabine antes que eu quase infarte de novo!

Todos concordaram e entraram na cabine preta.

--X--

-Okay, agora é a vez deste grupo. -diz um dos professores avaliadores, o mesmo segurava uma prancheta e anotava algo junto dos outros dois professores.

Os quatro jovens estavam lado a lado, um mais nervoso que o outro.

-Quem de vocês é o coordenador? -pergunta o professor da direita.

Jim levanta um braço timidamente, Kanui pode perceber como o garoto estava um pouco trêmulo, por mais nervosa que estive a (c/c) não sentia estar naquele ponto, ou era o que ela imaginava.

-Muito bem. -o professor no meio termina de escrever e levanta o olhar para o grupo- Podem começar a apresentação.

-Por favor, entrem conosco. -Jim diz mostrando a cabine atrás dele e de seus amigos.

Em fila, os alunos entram na cabine sendo seguidos pelos professores. Ken liga o painel rapidamente e logo o primeiro holograma da apresentação aparece iluminando todo o ambiente antes escuro agora em um tom de azul.

Jim começa com a introdução, exatamente como ensaiado diversas vezes por eles, Kanui ouvira aquelas falas tantas vezes que era capaz que fazer a apresentação inteira sozinha e de cabeça. Os professores poderiam interromper e fazer perguntas a qualquer hora, então assim como os outros, ela precisa estar completamente atenta às falas e em que parte da apresentação o projeto se encontrava.

Ken passou a explicar parte por parte de como foi o processo para a criação e construção dos robôs, desde o planejamento de design até a criação de uma configuração original e feita do zero. (S/n) intercalava o olhar entre o amigo e os professores disfarçadamente, Ken estava concentrado e não gaguejou em um momento sequer, já os profissionais não paravam de escrever desde que chegaram, pareciam até a (c/c) durante as aulas.

Chegara a vez de Satori que começou a citar todos os pontos positivos do projeto e cada custo que teve. Ela tinha a mania de falar gesticulando com as mãos, mas talvez pelo nervosismo ela mais gesticulava do que falava e Kanui não pôde deixar de se perguntar se coisas como essa os faziam perder pontos. Julgou que não, pois se fosse o caso os meninos certamente teriam a alertado sobre isso antes.

Conforme a apresentação seguia Ken apertava um botão do controle para mudar os hologramas ilustrativos. Kanui estava estranhando que até o momento nenhum dos professores emitira um som sequer, quando chegou a sua vez ela passou a falar tudo o que Jim dera para ela decorar, tudo aquilo estava no relatório e ela aproveitava para complementar com informações extras que ela sabia sobre.

Mais uma vez Jim ficou com a palavra e começou a encerrar toda a explicação do teórico. Quando eles terminaram Kanui sentia-se desconfortável, os professores não interromperam em momento algum. Satori pegava a maçã enquanto Kanui pegava a caixa e Jim guiava os professores para o lado de fora, Ken tirou algo do bolso e apertando um botãozinho do aparelho aquilo logo se transformou em uma mesa do mesmo tamanho que um classe normal.

O azulado colocou a mesa entre o grupo dele e os professores, Sati posicionou a maçã e (S/n) pôs a caixa um pouco mais afastada e destapada. Jim pegou o controle e ligou os robôs dando os devidos comandos, rapidamente os robozinhos começaram seu trabalho e antes de completar um minuto a maçã já tinha sido decomposta por inteiro. Depois de Jim dar a apresentação do projeto como encerrada os professores continuaram escrevendo até finalmente terminarem.

-É um projeto realmente muito bom, tem um ótimo embasamento, não parece ter erros de montagem e eles estão muito bem calibrados fazendo exatamente o que eles foram criados para fazer. -disse o professor do meio- Nós temos apenas uma pergunta em relação ao projeto e queremos que o coordenador responda.

Kanui conseguiu perceber Jim engolir em seco, aquela parecia ser uma pressão tremenda e apenas ele poderia lidar com aquilo. Passou a prestar atenção nos professores e em qual seria a pergunta.

-Com esse projeto vocês realmente provaram o seu funcionamento. Mas agora eu pergunto, qual a utilidade desses robôs?

(S/n) sempre soube que Jim era muito bom em se mostrar neutro nas situações, mas mesmo fingindo a (c/c) notara como ele estava internamente desesperado. Satori também percebeu pois passou a encará-lo também torcendo para que ele respondesse a pergunta?

-Perdão, poderia repetir? -Jim pediu com a voz um tanto trêmula.

-Pelo visto esse projeto é muito demorado e trabalhoso de se fazer, mas não foi explicado em momento algum qual seria a sua utilidade, como ele se torna essencial para a nossa vivência?

Aquilo não estava no relatório, em momento algum Jim ou qualquer outro dos quatro pareceu refletir sobre aquela pergunta, eles estavam tão preocupados em fazer os robôs funcionarem que pensar em o quê eles seriam usados não tinha sido esclarecido em nenhuma das reuniões.

Mas para desespero maior de Kanui ela sabia exatamente o que e como responder, era sobre exatamente aquilo que ela estudara de manhã e já tinha formado todos os argumentos para responder aquela questão. O fato de não poder abrir a boca e ajudar Jim a deixava nervosa.

-Bem... Eu... Hã... -Jim claramente não sabia o que dizer.

-E então? -o professor pressiona.

-Estima-se que por ano o nosso país desperdiça cerca de 40 mil toneladas de comida e 15% dessa quantidade esta relacionada aos restaurantes, o que equivale em média a 6 mil toneladas de comida desperdiçada. Provamos que o nosso projeto é economicamente prático e poderia fácilmente ser bancado pelos grandes restaurantes e instituições ambientais. Além que fazermos essa comida circular como gás na atmosfera poderemos evoluir esse mesmo sistema dos robôs para eles descomporem lixos mais pesados e no futuro acabar com o acúmulo de lixo no mundo.

Quando se deu por conta todas as informações explodiram na sua boca e todos presentes encaravam Kanui que engoliu em seco. Jim a encarava assustado e ela não sabia dizer se era por ela ter respondido uma pergunta que não era pra ela ou por ela saber responder. A (c/c) olhou para os professores e todos eles anotavam em suas pranchetas.

Quando terminaram tudo o que os professores fizeram fora agradecer pela apresentação e se dirigir para o próximo projeto. Kanui viu eles se afastarem e quando se virou deu de cara com um Jim irritado.

-O que você pensa que está fazendo!?

-Como assim? -ela pergunta assustada.

-Por que você respondeu aquela pergunta!? Tem noção que pode ter colocado todo o nosso projeto em risco!? Todo o trabalho que tivemos em vão porque você não segurou a língua e respondeu uma pergunta que não era pra você!

-Você claramente não sabia!

-Mas eu ia responder! Estava pensando na melhor resposta. Você não podia ter feito aquilo!?

-Jim, eu estava tentando ajudar!

-Mas não ajudou!

-Okay, já chega! -Ken se posicionou entre os dois- Tendo sido uma ação certa ou não ela já aconteceu e nós não podemos mais reverter isso.

-Nós não vamos brigar por causa de uma amostra qualquer. Se acontecer de perdermos pontos, paciência, mas o nosso grupo vale mais do que isso. -Satori afirma com segurança.

-Eles tem razão. -Kanui diz olhando nos olhos de Jim com uma expressão um tanto triste- Eu não queria estragar nada, não era essa a intenção, mas eu peço desculpas por isso, Jim.

O moreno suspirou pesado e abriu um pequeno sorriso.

-Eu também exagerei, fiquei muito nervoso o não medi minhas palavras. Me desculpa (S/n).

Os dois sorriram e se abraçaram, logo Satori e Ken se unirão também ao que virou um abraço coletivo. A partir do momento em que o projeto terminava de ser avaliado ele ficava aberto para as pessoas verem também. Kanui e seu grupo não pretendia ficar muito, eles não tinham a obrigação de ficar então poderiam arrumar suas coisas e ir embora a qualquer momento.

Kanui estava pensando em propor isso aos seus amigos quando ela percebe duas pessoas andando em sua direção, ela vira sua atenção para essas pessoas e os olhos da (c/c) começam a brilhar de felicidade e surpresa.

(S/n) corre em direção a sua mãe e sua tia e as abraça forte.

-O que fazem aqui? Como sabia da minha amostra? -ela pergunta sorrindente e muito feliz.

-Esqueceu que você me contou ontem, bobinha!? -responda a tia com um sorriso sapeca e apertando o nariz da mais nova.

-Não pensei que fossem realmente vir!

-Mas desde o segundo que você me contou eu liguei para o meu chefe e praticamente exige uma folga no período da tarde!

-E como eu ainda não fui chamada para outra viagem quis vir ver o projeto da minha filhinha também! -diz a mãe com um sorrisão orgulhoso.

-Venham! Vou apresentar os amigos que eu fiz aqui pra vocês e depois a gente apresenta o projeto! -ela diz já muito mais animada e puxando as mais velhas que riram das reação da mesma.

--X--

O sinal para o intervalo do almoço ecoou pelos corredores e rapidamente o som da movimentação era possível ser escutado do lado de fora da sala de aula. Kanui deu umas batidinhas em suas roupas para tirar a poeira antes que levantar da cadeira e arrumar seus materiais.

O dia anterior havia terminado bem divertido, depois de terminarem de apresentar o projeto a tia e a mãe de Kanui insistiram em sair com os quatro jovens para alguma lanchonete da cidade. De princípio eles resistiram, mas depois notaram que realmente não tinham motivo para negar. Arrumaram suas coisas tudo rapidamente e todos rumaram para uma pizzaria no centro da cidade.

Quando Kanui chegou em seu dormitório já era por volta de uma e meia da manhã, seus amigos adoraram sua família e todos tiveram uma noite muito divertida e cheia de pizza. Combinaram de fazer aquilo mais vezes e em outros lugares, mas os estudantes ainda tinham aula no dia seguinte então tiveram que terminar a noite antes do que gostariam.

A cantina era sempre lotada de gente, mas felizmente Kanui encontrara uma mesa ainda vazia, pegou seu celular para checar o horário quando notou alguém sentar ao seu lado.

-Falando com alguém? -Ken pergunta com um sorriso.

Kanui ri fraco.

-Apenas vendo as horas.

-Tudo bem?

-Sim e contigo?

-Tá de brincadeira? Acabei de completar o número de horas exigido de Filosofia. Eu estou ótimo!

Kanui riu.

-Sortudo. -ela respondeu sorrindo brincalhona

-Oi gente! -Satori senta do outro lado da mesa junto de Jim.

-Eae pessoal. -diz o moreno.

-Tudo bem? -Kanui pergunta com um sorriso pro casal.

Jim e Satori se entreolham com grandes sorrisos o que deixa tanto Kanui quanto Ken confusos.

-Temos notícias. -Jim fala.

-Sobre o quê? -Ken pergunta.

-Sobre nossos projetos. -Jim sorri.

-Uma delas é que a minha última aula do primeiro turno era com um dos professores que nos avaliaram ontem. Aí quando o sinal tocou ele me chamou para uma conversa. -Satori começou- Eles querem falar com nós quatro.

-Falar o quê? -Kanui pergunta curiosa.

Manzai olhou sorrindo para o seu namorado pedindo que ele terminasse. Jim assentiu e olhos nos olhos de Kanui e Ken um de cada vez.

-Querem que assinemos a permissão de pesquisa.

-Mentira! -Ken passou as mãos pelos cabelos sem acreditar e abrindo um enorme sorriso bobo.

-Eu não entendi. -(S/n) diz um pouco sem graça e confusa.

-Lembra quando eu disse que se vêem futuro em um projeto ele é passado para os profissionais o melhorarem? -o moreno pergunta.

-Sim. -ela concorda.

-Então, nosso projeto tem futuro! Querem a nossa permissão para os profissionais estudarem o projeto!

Kanui precisou de mais alguns segundos para assimilar. Satori não esperou.

-O professor disse que o nosso projeto ficou tão bom que eles não tiraram pontos por você ter respondido a pergunta! Pelo contrário, sua resposta era o que faltava para eles quererem estudar o projeto! -a loira sorria. 

-Oh. Meu. Deus! -a (c/c) falou pausadamente e pondo as mãos na boca.

-Querem falar com a gente hoje no fim das aulas! -Manzai completou.

Os quatro se encaravan entre si, todos com grandes sorrisos nos rostos e muito animados.

-(S/n), eu te devo desculpas. -Jim falou.

-Pelo quê?

-Eu realmente não sabia responder aquela pergunta, e se respondesse a resposta provavelmente não convenceria os professores a quererem o nosso projeto. Graças a você nossas carreiras de cientistas vão avançar muito mais rápido.

-Em todos os meus anos aqui nenhum dos projetos em que participei agradaram completamente os avaliadores. -Ken dizia olhando para (S/n).

-Se o nosso projeto um dia for realmente para o mercado como um produto para indústrias nós teremos os créditos pela sua invenção e uma pequena porcentagem das vendas! -Satori diz animada.

Kanui não conseguia acreditar, todos os projetos, trabalhos e estudos da sua equipe estavam indo de bom pra melhor. Ela via todo o esforço e dedicação que seus colegas tinham igualmente como ela em sempre conseguir o melhor do que eles queriam. Sentia-se muito orgulhosa e sortuda por ter feito amigos tão incríveis e o grande sorriso em seu rosto dizia isso muito bem.

Jim e Ken buscaram o almoço dos quatro, todos comeram enquanto conversavam animadamente sobre possíveis futuros projetos, filmes e o que os professores falariam para o grupo no final do dia, uma ansiedade saudável pairava naquela mesa e, talvez pela primera vez naquela universidade, era uma ansiedade positiva.

De repente Kanui pareceu se dar conta que algo que Satori dissera no começo da conversa.

-Tem mais algo que vocês queriam contar? -ela encarou a amiga que engoliu o que comia antes de responder.

-Verdade! -ela olhou para Jim- Você quer contar?

-Posso? -ele pergunta com um sorriso e olhos brilhando fazendo a namorada rir fraco.

-Vai em frente.

Jim voltou o olhar para (S/n).

-Enquanto vínhamos pra cá passamos por um dos murais de avisos da universidade. -ele abriu o sorriso enquanto fazia uma pequena pausa dramático- Vocês não vão acreditar.

-Pelo amor de Deus, Jim! Para de enrolação e fala logo. -Ken diz já sentindo o coração na boca.

-A lista dos projetos aprovados para a Convenção dos Mestres saiu essa manhã... -o moreno é interrompido por uma loira animada.

-A GENTE TA DENTRO! -Satori gritou de emoção fazendo as pessoas das mesas ao redor olharem para eles.

Primeiro Kanui sentiu o coração parar, depois e começou a bater rápido demais e depois achou que estivesse prestes a ter um ataque cardíaco com um ataque de asma ao mesmo tempo, e ela nem tinha asma. A frase de Sati repetia diversas e diversas vezes com ela ainda tentando assimilar, tinha medo de aquilo ser realmente o que ela estava pensando que era e só a ideia tirou o ar novamente.

-O que você disse... É realmente o que você disse? -ela perguntou depois de quase um minuto raciocinando. Ken ainda processava a informação e não tirava os olhos do seu prato de comida.

-O quê? -Manzai perguntou confusa.

-(S/n). O nosso projeto foi aceitou!

Ouvir aquilo de Jim em alto e bom som era tudo o que Kanui precisaria para surtar, felizmente seu corpo se contentou em apenas sofrer mais uma tremenda falta de ar e ela começou a hiperventilar.

-Amiga, fica calma! -Satori se aproximou da (c/c) e começou a abaná-la.

-Eu não consigo acreditar. Isso é sério mesmo?

-Nós nunca brincaríamos com algo assim, (S/n). -Jim disse a encarando nos olhos.

-Meu Senhor Jesus Cristo. -Ken diz pela primeira vez- Depois dessa Convenção eu já tô pronto pra subir!

-Credo Ken! -Satori exclama- Tá amarrado!

-Vocês têm noção dos quão grande e importante é isso!? -Ken pergunta pro grupo- De toda a universidade apenas 15 projetos de, sei lá, 300 são aprovados pra participar disso!

-Eu acho que minha pressão caiu. -Kanui se apoia na mesa e segura a testa.

-(S/n)! Respira, amiga! -Satori segura os ombros da (c/c).

-(S/n). -Jim chama e ela o encara- Você lembra do nosso acordo para caso esse projeto fosse aceito? -ela abre um mínimo sorriso e assente.

-A partir de agora, nossas vidas serão dedicadas para esse projeto. -ela diz e todos se encaram sorrindo e nervosos.

--X--

Kanui já estava a praticamente quatro horas sentada na cama e com aquele notebook no colo fazendo pesquisas para o projeto da Convenção dos Mestres. Era sábado de manhã e a sua ficha ainda não tinha caído completamente. Decidiu descansar os olhos um pouco e esticar o corpo. Se espreguiçou e sentiu alguns ossos estralarem, levantou da cama e pegou uma toalha rumando para o banheiro.

Quando saiu do banheiro seguiu até seu guarda roupa procurando o que vestir, de repente ouve seu celular tocar sobre a cama e a mesma ainda enrolada na toalha pega o aparelho para atender.

-Alô?

-Oi querida!

-Tia! Tudo bem por ai?

-Tudo ótimo, ainda bem! Sua mãe e eu estamos te ligando para te fazer um convite!

-Convite? -ela riu- Que convite querem me fazer?

-Sua mãe descobriu um parque que chegou na cidade recentemente, poderíamos ir todas juntas e aproveitar que hoje é meu dia de folga e nos divertirmos um pouco! O que acha?

Kanui sentiu seu sorriso crescer em seu rosto.

-Acho incrível! Vou me arrumar aqui e chego aí em meia hora!

-Que ótimo! Vamos te esperar então! Beijinhos.

Encerrou a ligação e olhou para seu notebook, saber do trabalho que tinha para fazer só a fazer querer sair com sua família mais ainda. Talvez seria seu último divertimento por um longo tempo, iria aproveitar a oportunidade.

Voltou para seu guarda roupa e tirou dali uma calça moletom e uma camiseta de algodão bem levinha no corpo. Já que iria se movimentar bastante aquela parecia uma ótima escolha. Depois de se vestir e arrumar seu cabelo num rabo de cavalo alto a mesma senta na cama e checa as horas no celular.

Não falava com Deku ou Kacchan desde quarta quando os convidou para sua amostra científica, quinta ela estava muito ocupada com a amostra e sexta preferiu não incomodar no primeiro dia do acampamento, discou o número de Kacchan, mas apagou logo em seguida.

Discou o celular de Deku, mas também desistiu, no final optou por apenas mandar uma mensagem para os dois.

Você
Oii
Tudo bem??

Suspirou pesado e virou sua atenção para o notebook que ainda permanecia ligado na cama, salvou sua pesquisa e desligou pondo-o sobre a escrivaninha. Pegou sua bolsa e seu conjunto de chaves, colocou o celular na bolsa e saiu trancando a porta.

Quando chegou na casa de sua mãe e tia bateu de leve na porta logo a abrindo. Abriu um grande sorriso olhando para o lado de dentro e aos poucos entrando no lugar.

-Cheguei! -ela avisa alto e entrando por completo tirando seus sapatos.

-(S/n)! -Kanui vê sua tia saindo do quarto e indo cumprimentá-la- Estamos quase prontas, espera na sala por enquanto!

-Okay. -ela concorda indo até a sala e sentando no sofá.

Viu sua tia voltar para o quarto e apressar sua mãe que reclamou de volta. Aquilo a fez rir fraco, elas eram muito engraçadas. Olhou em volta com mais atenção, embora já tivesse visitado aquela casa diversas vezes nunca tinha parado para prestar verdadeira atenção.

Alguns quadros pendurados nas paredes com diferentes estilos davam muito cor para o ambiente. Algumas bugigangas das viagens de sua mãe estavam espalhadas por todos os lados da casa e na estante no canto direito da sala tinham algumas fotos de Kanui junto de suas medalhas que ganhou em concursos e competições sobre ciência e matemática.

A garota sorriu e levantou do sofá para olhar tudo com mais atenção, sua visão caiu num carrinho vermelho sobre a mesa de centro.

(S/n) se ajoelhou e pegou o carrinho de mais ou menos 10 centímetros, era todo feito de um plástico barato e tinho alguns adesivos de chamas e decoravam o carrinho.

-Eu adoro esse! -a mãe disse atrás da garota fazendo a mesma tomar um leve susto.

-De onde veio?

-Trouxe do Brasil, eu comprei porque parece ser um brinquedo bem comum por lá, mas o que me chamou atenção é isso aqui.

A mulher pega o carrinho e o coloca sobre a mesa fazendo o brinquedo dar ré. Kanui ouvi alguns barulhinhos do que parecia ser uma mola. Quando sua mãe solta o carrinho o mesmo começa a andar sozinho pela mesa até cair no chão. Kanui pega o brinquedo de volta e vê que as rodinhas continuam girando e no final ficam mais rápidas até parar. A mesma sorri genuinamente e encara sua mãe.

-É bem legal.

-As vezes eu brinco com isso quando estou no tédio. -a mais velha sorri mostrando os dentes- Se chama carrinho de fricção, quando você puxa as rodas de trás enrola pequenas molas que quando solta disparam o carrinho numa velocidade constante dependente da força exigida no carrinho.

Kanui olhava sua mãe com surpresa e depois volta seu olhar para o carrinho.

-Eu achei muito interessante e procurei entender como isso funcionava. Pelo que parece o carrinho tem um eixo carretel para enrolar a mola e quando é solta a mola desenrola girando o eixo e impulsionando o carrinho. Funciona melhor em madeira ou carpete, em vidro não é tão bom, mas pelo menos você conseguiu ver como funciona.

-Fricção... -(S/n) repetiu baixo pensando em algo parecido que ouviu uma vez, mexia no carrinho com distração- É o mesmo mecanismo de um relógio mecânico. -ela abriu um pequeno sorriso- Como é possível haver tanta ciência num brinquedo de plástico?
Sua mãe sorriu de volta.

-A curiosidade de uma criança.

Kanui a encarou sorrindo, sua mãe sempre dizia isso quando a garota começava a se perguntar como as coisas funcionavam e encarava tudo com curiosidade. Ela até tinha razão.

-Desculpa a demora gente! Estou pronta e já podemos ir! -a tia chega na sala colocando sua bolsa e pegando as chaves do carro.
A mãe de (S/n) percebe a filha encarando o carrinho mais um pouco antes de por no lugar em que pegou.

-Quer ficar com ele?

Kanui a encara assustada e olha para o carrinho mais um vez, a mesma sorri e assente pegando o brinquedo de volta com mais animação e colocando na bolsa logo se levantando.

--X--

Depois de muito insistir, Satori finalmente conseguiu convencer seu namorado, Ken e (S/n) a comemorarem mais uma vez as coisas incríveis que estava acontecendo com o grupo. Tirando o receio de Ken em deixar os equipamentos cheirando a gordura, todos concordaram em pedir uma pizza e comer no laboratório enquanto conversavam e ouviam músicas legais no notebook de Kanui.

-Essa série perece ser meio entediante. -Jim diz depois de ouvir a descrição da série que Ken estava assistindo.

-Não se deixe engatar, ela é genial! -o azulado afirmava com um enorme sorriso.

-Ta bom, me convenceu, vou dar uma chance. -o moreno sorri.

-Que série anda assistindo, (S/n)? -Satori pergunta para a amiga que mastigava um pedaço de pizza descontraída.

-Ultimamente não tenho tido muito tempo pra isso, mas a última que eu estava acompanhando era uma série pocilial bem interessante.

-Casos de homicídios? -Ken pergunta interessado.

-E cheia de suspense. -ela sorri.

-Me conte mais. -ele diz virando sua atenção total para a garota que ri, sabia que Ken adorava qualquer coisa com suspense.

De repente sentiu seu celular tocar no bolso, a mesma pega o aparelho e vê o nome não conseguindo evitar a surpresa. Era Deku.

-Com licença gente. -ela diz se levantando e saindo do laboratório e atendendo a ligação.

-Oi Deku! -ela diz animada.

-Er.. Oi Kanui.

(S/n) sentiu a voz do garoto meio trêmula, mas deixou passar.

-Como está o acampamento?

-Hã.. Estava legal, eu acho. -Kanui estranhou, mas Izuku continuou antes que ela pudesse perguntar- Como foi a amostra científica?

Rapidamente sentiu a animação de volta.

-Deku, foi incrível! Você não vai acreditar! Gostaram tanto do nosso projeto que recebemos o pedido dos profissionais para podemos estuda-lo! Isso é uma grande coisa!

-Nossa, que legal! Fico muito feliz por você de verdade.

Kanui não conseguiu mais fingir.

-Deku... O que aconteceu?

Ouviu um suspiro pesado do outro lado, era algo sério.

-Kanui... Aconteceu uma coisa no acampamento, muito séria. -pequena pausa, a ansiedade dominava o corpo da (c/c)- É sobre o Kacchan.

-O-O quê aconteceu? -ela gaguejou um pouco.

-Ele... -Kanui percebia o quanto Izuku estava mal precisando dizer aquilo em voz alta, o que só deixava a garota mais nervosa ainda- Os vilões capturaram ele.

Foi como se sua visão tivesse ficado turva de repente, sua cabeça girava e ela começou a ver tudo em tons de azul fazendo-a acreditar que realmente fosse desmaiar, ouviu abafadamente a voz de Midoriya a chamando mas parecia ecos em sua mente. Sem nem perceber deixou seu celular escorregar da sua mão e espatifar no chão fazendo um baque alto e coar pelo corredor vazio.

Qual o prazo de entrega da Kanui?

O prazo de entrega das compras na Kanui também é informado e varia de acordo com a região. Por exemplo, para São Paulo (capital), o prazo é de aproximadamente três dias úteis, já para outras regiões esse prazo pode ser um pouco maior.

Como pedir reembolso na kanui?

Para isso, o produto deverá estar em sua embalagem original, sem indícios de uso e com todos os itens e acessórios recebidos. Nesse caso, você poderá pedir um vale-compras no valor pago do produto devolvido ou solicitar o estorno do valor pago.