Para elas, o animal não é um inimigo, e sim um companheiro para todas as horas

D2 (5º ano l.p.) from Cidinha Paulo

Para elas, o animal não é um inimigo, e sim um companheiro para todas as horas


Escolha o cap�tulo que deseja estudar:


Eclesi�stico 1

1. Toda sabedoria vem do Senhor e est� com ele para sempre.
2. Quem poder� contar a areia das praias, as gotas da chuva e os dias do mundo?
3. Quem poder� explorar a altura do c�u, a extens�o da terra e a profundeza do abismo?
4. A sabedoria foi criada antes de todas as coisas, e a intelig�ncia prudente foi criada antes dos s�culos.
5. A quem foi revelada a raiz da sabedoria? Quem conhece os seus projetos?
6. Somente um � s�bio, e � por demais terr�vel quando se assenta em seu trono:
7. � o Senhor, ele que criou a sabedoria, a conheceu, a enumerou e a derramou sobre todas as suas obras.
8. Ele a repartiu entre os seres vivos, conforme a sua generosidade, e a concedeu a todos aqueles que o amam.
9. O temor do Senhor � gl�ria e honra, alegria e coroa de j�bilo.
10. O temor do Senhor alegra o cora��o, d� contentamento, gozo e vida longa.
11. Quem teme ao Senhor acabar� bem, e ser� aben�oado no dia da morte.
12. O princ�pio da sabedoria � temer ao Senhor, e os fi�is a recebem j� no seio materno.
13. Ela se firma entre os homens com alicerce perene, e permanece junto com os descendentes deles.
14. A plenitude da sabedoria � temer ao Senhor e, com seus frutos, ela embriaga os homens.
15. Ela enche a casa deles com tesouros, e os celeiros com seus produtos.
16. A coroa da sabedoria � temer ao Senhor, e ela faz florescer a paz e a sa�de.
17. Deus viu e enumerou a sabedoria, fazendo chover a ci�ncia e a intelig�ncia, e exaltando a honra daqueles que a possuem.
18. A raiz da sabedoria � temer ao Senhor, e seus ramos s�o vida longa.
19. A irrita��o injusta n�o se poder� justificar, porque o �mpeto da paix�o provoca ru�na.
20. O homem paciente resiste at� o momento oportuno, e ser� recompensado no final com a alegria.
21. At� o momento certo, ele esconde o que pensa, e muitos elogiar�o a sua intelig�ncia.
22. Os prov�rbios instrutivos s�o o tesouro da sabedoria, mas o pecador detesta a religi�o.
23. Se voc� deseja ter sabedoria, observe os mandamentos, e ent�o o Senhor a conceder� para voc�.
24. O temor do Senhor � sabedoria e educa��o, e se compraz na fidelidade e na mansid�o.
25. N�o seja desobediente ao temor do Senhor, e dele n�o se aproxime de cora��o fingido.
26. N�o seja hip�crita no trato com os homens, e saiba controlar suas palavras.
27. N�o se eleve, para n�o cair, atraindo a vergonha sobre voc� mesmo,
28. porque o Senhor descobrir� o que voc� esconde e o humilhar� no meio da assembl�ia.
29. Isso porque voc� n�o procurou o temor do Senhor e manteve o cora��o cheio de falsidade.


Eclesi�stico 2

1. Meu filho, se voc� se apresenta para servir ao Senhor, prepare-se para a prova��o.
2. Tenha cora��o reto, seja constante e n�o se desvie no tempo da adversidade.
3. Una-se ao Senhor e n�o se separe, para que voc� no �ltimo dia seja exaltado.
4. Aceite tudo o que lhe acontecer, e seja paciente nas situa��es dolorosas,
5. porque o ouro � provado no fogo e as pessoas escolhidas, no forno da humilha��o.
6. Confie no Senhor, e ele o ajudar�; seja reto o seu caminho, e espere no Senhor.
7. Voc�s que temem ao Senhor, confiem na miseric�rdia dele, e n�o se desviem, para n�o ca�rem.
8. Voc�s que temem ao Senhor, confiem nele, que n�o lhes negar� a recompensa de voc�s.
9. Voc�s que temem ao Senhor, esperem dele os benef�cios, a felicidade eterna e a miseric�rdia.
10. Examinem a hist�ria, e ver�o. Quem confiou no Senhor, e ficou desiludido? Quem perseverou no seu temor, e foi abandonado? Quem o invocou, e n�o foi atendido?
11. Porque o Senhor � compassivo e misericordioso, perdoa os pecados e salva no tempo do perigo.
12. Ai dos cora��es covardes e m�os pregui�osas, ai do pecador que anda por dois caminhos!
13. Ai do cora��o pregui�oso que n�o confia, porque n�o ser� protegido!
14. Ai de voc�s que perderam a paci�ncia! O que far�o voc�s quando o Senhor lhes pedir contas?
15. Os que temem ao Senhor n�o desobedecem �s suas palavras, e aqueles que o amam observam os caminhos dele.
16. Os que temem ao Senhor procuram agradar-lhe, e aqueles que o amam cumprem a Lei.
17. Os que temem ao Senhor preparam seus cora��es, e diante dele se humilham.
18. Cada um de n�s se coloque nas m�os do Senhor, e n�o nas m�os dos homens, pois a miseric�rdia dele � como a sua grandeza.


Eclesi�stico 3

1. Escutem-me, filhos, porque eu sou o pai de voc�s. Fa�am o que lhes digo, e ser�o salvos.
2. O Senhor quer que o pai seja honrado pelos filhos, e confirma a autoridade da m�e sobre os filhos.
3. Quem honra o pr�prio pai alcan�a o perd�o dos pecados,
4. e quem respeita sua m�e � como quem ajunta um tesouro.
5. Quem honra seu pai ser� respeitado pelos seus pr�prios filhos, e quando rezar ser� atendido.
6. Quem honra o seu pai ter� vida longa, e quem obedece ao Senhor dar� alegria � sua m�e.
7. Quem teme ao Senhor, honra seus pais, e serve a eles como se fossem seus patr�es.
8. Honre a seu pai em atos e palavras, para que a b�n��o dele venha sobre voc�.
9. A b�n��o do pai consolida a casa dos filhos, mas a maldi��o da m�e arranca os alicerces.
10. N�o se vanglorie com a desonra de seu pai, porque voc� n�o conseguir� honra nenhuma com a desonra de seu pai.
11. Pois a gl�ria do homem est� na honra do seu pai, e a desonra da m�e � vergonha para os filhos.
12. Meu filho, cuide de seu pai na velhice, e n�o o abandone enquanto ele viver.
13. Mesmo que ele fique caduco, seja compreensivo e n�o o despreze, enquanto voc� est� em pleno vigor,
14. pois a caridade feita ao pai n�o ser� esquecida, e valer� como repara��o pelos pecados que voc� tiver cometido.
15. No dia do perigo, o Senhor se lembrar� de voc�, e seus pecados se derreter�o como geada ao sol.
16. Quem despreza seu pai � um blasfemador, e quem irrita sua m�e ser� amaldi�oado pelo Senhor.
17. Meu filho, seja modesto em sua atividade, e ser� mais estimado que um homem generoso.
18. Quanto mais importante voc� for, tanto mais seja humilde, e encontrar� favor diante do Senhor.
19. Pois o poder do Senhor � grande,
20. mas ele � glorificado pelos humildes.
21. N�o procure o que � muito dif�cil para voc�, e n�o investigue coisas que superam suas for�as.
22. Empenhe-se naquilo que lhe foi ordenado, e n�o se ocupe de coisas misteriosas.
23. N�o se aplique em coisas que superam sua capacidade, porque j� lhe foi mostrado mais do que a intelig�ncia humana pode compreender.
24. Muitos se perderam por suas especula��es e se extraviaram por suas ilus�es perversas.
25. Um cora��o obstinado acabar� mal, e quem ama o perigo nele cair�.
26. Um cora��o obstinado acumula sofrimentos, e o pecador vai somando pecado a pecado.
27. A desgra�a n�o cura o soberbo, porque a planta do mal criou ra�zes nele.
28. A mente s�bia medita a par�bola, e o s�bio deseja ter ouvido atento.
29. A �gua apaga o fogo, e a esmola apaga os pecados.
30. Quem retribui com o bem armazena para o futuro, e no tempo de sua queda encontrar� apoio.


Eclesi�stico 4

1. Meu filho, n�o recuse ajudar o pobre, e n�o seja insens�vel ao olhar dos necessitados.
2. N�o fa�a sofrer aquele que tem fome, e n�o piore a situa��o de quem est� em dificuldade.
3. N�o perturbe mais ainda a quem j� est� desesperado, e n�o se negue a dar alguma coisa ao necessitado.
4. N�o rejeite a s�plica de um pobre, e n�o desvie do indigente o seu olhar.
5. N�o desvie o olhar daquele que pede alguma coisa para voc�, e n�o d� ocasi�o para que algu�m o amaldi�oe,
6. porque se uma pessoa amaldi�oa voc� com amargura, o Criador atender� ao pedido dela.
7. Seja simp�tico para a comunidade, e diante de um grande abaixe a cabe�a.
8. Incline o ouvido ao pobre e responda com delicadeza � sauda��o dele.
9. Arranque o oprimido do poder do opressor, e n�o seja covarde em fazer justi�a.
10. Seja como um pai para os �rf�os e como um marido para a m�e deles. Desse modo, voc� ser� como um filho do Alt�ssimo, e o Alt�ssimo amar� voc� mais do que a sua pr�pria m�e.
11. A sabedoria educa os seus filhos e cuida daqueles que a procuram.
12. Quem tem amor a ela, ama a vida, e os que madrugam para procur�-la, ficar�o cheios de alegria.
13. Quem a possui, ter� como heran�a a honra, e aonde quer que v�, o Senhor o aben�oar�.
14. Aqueles que servem a ela prestam culto ao Santo, e o Senhor ama aqueles que a amam.
15. Quem a escuta, julga com justi�a, e quem lhe d� aten��o viver� tranq�ilo.
16. Quem nela confia, a receber� como heran�a, e seus descendentes a conservar�o como propriedade.
17. Primeiro, ela o conduzir� por caminhos tortuosos, causando-lhe medo e tremor, e o atormentar� com sua disciplina, at� que o homem confie nela e at� que ela o tenha provado com suas exig�ncias.
18. Depois, ela o reconduzir� pelo caminho reto, o alegrar� e lhe manifestar� os seus segredos.
19. Se ele se desviar, ela o abandonar� e o entregar� ao sabor do pr�prio destino.
20. Observe as circunst�ncias, mas guarde-se do mal e n�o se envergonhe de si mesmo.
21. Existe uma vergonha que conduz ao pecado, e existe uma vergonha que traz honra e gra�a.
22. N�o seja muito severo consigo mesmo, e n�o se envergonhe do seu erro.
23. N�o deixe de falar no momento oportuno, e n�o esconda a sua sabedoria,
24. porque � pelo falar que se reconhece a sabedoria, e � pela palavra que se percebe a instru��o.
25. N�o contradiga a verdade, mas envergonhe-se de sua pr�pria ignor�ncia.
26. N�o se envergonhe de confessar os pr�prios pecados, e n�o se oponha � correnteza de um rio.
27. N�o se submeta a um insensato, e n�o seja parcial em favor de um poderoso.
28. Lute at� � morte pela verdade, e o Senhor Deus combater� por voc�.
29. N�o seja arrogante no falar, nem pregui�oso e covarde no agir.
30. N�o seja um le�o para a sua fam�lia, nem suspeite de seus dependentes.
31. N�o tenha a m�o aberta para receber e fechada na hora de dar.


Eclesi�stico 5

1. N�o confie em suas riquezas, nem diga: "Elas resolvem tudo".
2. N�o siga o seu instinto nem a sua for�a, para satisfazer os seus caprichos.
3. N�o diga: "Quem me poder� dominar?" Porque o Senhor castiga, e castigar� voc�.
4. N�o diga: "Pequei, e nada me aconteceu", pois o Senhor � paciente.
5. N�o fique muito seguro do perd�o, a ponto de amontoar pecados.
6. N�o diga: "A miseric�rdia de Deus � grande, e ele me perdoar� todos os meus pecados". Porque ele tem compaix�o e c�lera, e sua ira cair� sobre os pecadores.
7. N�o demore para se converter ao Senhor, e n�o fique adiando isso de um dia para outro, porque a ira do Senhor vir� de repente, e voc� perecer� no dia do castigo.
8. N�o confie nas riquezas injustas, porque elas n�o o ajudar�o no dia da desgra�a.
9. N�o peneire o gr�o em qualquer vento, nem siga por qualquer dire��o.
10. Seja constante no modo de pensar e coerente na maneira de falar.
11. Esteja pronto para ouvir e lento para dar a resposta.
12. Se voc� for capaz, responda a seu pr�ximo; se n�o for, fique calado.
13. Falar pode trazer honra ou desonra, e a l�ngua do homem � a sua ru�na.
14. N�o tenha fama de caluniador, nem use a l�ngua para preparar armadilhas, porque para o ladr�o existe a vergonha, e para o homem falso uma condena��o severa.
15. Evite erros grandes e pequenos, e de amigo n�o se transforme em inimigo.


Eclesi�stico 6

1. A m� fama atrai a vergonha e o desprezo, e essa � a sorte do pecador que n�o tem palavra.
2. N�o seja v�tima de sua pr�pria paix�o, para que ela n�o o despedace como touro furioso.
3. Ela poder� devorar as folhas que voc� tem, e lhe far� perder os frutos, deixando-o como �rvore seca.
4. A paix�o violenta destr�i quem a possui e o transforma em zombaria diante dos inimigos.
5. Palavras af�veis aumentam os amigos, e fala am�vel encontra acolhida.
6. Tenha muitos conhecidos, mas um s� confidente entre mil.
7. Se voc� quiser um amigo, coloque-o � prova, e n�o v� logo confiando nele.
8. Porque existe amigo de ocasi�o, que n�o ser� fiel quando voc� estiver na pior.
9. Existe amigo que se transforma em inimigo, e envergonhar� voc�, revelando suas coisas particulares.
10. Existe amigo que � companheiro de mesa, mas que n�o ser� fiel quando voc� estiver na pior.
11. Quando tudo correr bem, ele estar� com voc�, mas quando as coisas forem mal, ele fugir� para longe.
12. Se voc� for apanhado pela desgra�a, lhe dar� as costas e se esconder� de voc�.
13. Mantenha-se longe de seus inimigos e seja cauteloso com os amigos.
14. Amigo fiel � prote��o poderosa, e quem o encontrar, ter� encontrado um tesouro.
15. Amigo fiel n�o tem pre�o, e o seu valor � incalcul�vel.
16. Amigo fiel � rem�dio que cura, e os que temem ao Senhor o encontrar�o.
17. Quem teme ao Senhor tem amigos verdadeiros, pois tal e qual ele �, assim ser� o seu amigo.
18. Meu filho, empenhe-se na disciplina desde a juventude, e at� na velhice voc� ter� a sabedoria.
19. Aproxime-se dela como quem ara e semeia, e espere pelos seus frutos saborosos. Voc� ter� um pouco de trabalho para cultiv�-la, mas logo comer� dos seus frutos.
20. Para os insensatos, ela � penosa, e quem n�o tem bom senso desistir� dela.
21. Ele a considera pesada como pedra, e logo se desfar� dela.
22. A sabedoria merece o nome que tem, pois n�o se manifesta para muitas pessoas.
23. Escute, meu filho, aceite minha opini�o e n�o rejeite o meu conselho.
24. Coloque os p�s nos grilh�es dela e o pesco�o debaixo do seu jugo.
25. Incline o ombro para carreg�-la, sem se irritar com suas amarras.
26. Aproxime-se dela com alma aberta, e siga-lhe os caminhos com todas as for�as.
27. Procure suas pegadas, e ela se manifestar� a voc�. Uma vez possu�da, n�o a deixe mais.
28. No fim, voc� encontrar� nela o repouso, e ela se transformar� em alegria para voc�.
29. Os grilh�es dela ser�o para voc� uma poderosa prote��o, e o jugo dela um enfeite precioso.
30. Seu jugo ser� ornamento de ouro e seus grilh�es fitas de p�rpura.
31. Voc� a vestir� qual manto de gl�ria, e a ter� na cabe�a como coroa de alegria.
32. Se voc� quiser, meu filho, ficar� instru�do e se voc� se empenhar, se tornar� h�bil.
33. Se voc� gosta de escutar, aprender�; e se der ouvido, se tornar� s�bio.
34. Freq�ente a reuni�o dos anci�os e apegue-se a quem for s�bio.
35. Escute de boa vontade toda palavra divina, e n�o se descuide das m�ximas s�bias.
36. Se voc� encontrar um homem s�bio, madrugue para visit�-lo, e que seu p� gaste a soleira da porta dele.
37. Reflita sobre os preceitos do Senhor e medite sem cessar nos mandamentos dele. Ent�o ele fortificar� em voc� a intelig�ncia, e o seu desejo de sabedoria ficar� saciado.


Eclesi�stico 7

1. N�o fa�a o mal, e o mal n�o lhe acontecer�.
2. Afaste-se da injusti�a, e ela se afastar� de voc�.
3. Meu filho, n�o semeie nos sulcos da injusti�a, e n�o a recolher� sete vezes mais.
4. N�o pe�a ao Senhor o poder, nem ao rei um lugar de honra.
5. N�o pretenda ser justo diante do Senhor, nem s�bio diante do rei.
6. N�o procure tornar-se juiz, se n�o tiver for�a para eliminar a injusti�a. Do contr�rio, voc� se acovardaria diante de um poderoso e mancharia a sua pr�pria integridade.
7. N�o ofenda a assembl�ia da cidade, para n�o se tornar inimigo do povo.
8. N�o repita duas vezes o mesmo pecado, porque basta uma vez para se tornar culpado.
9. N�o diga: "Deus levar� em conta as minhas numerosas ofertas, e quando eu as oferecer ao Deus Alt�ssimo, ele as aceitar�".
10. N�o seja vacilante na ora��o, nem deixe de dar esmola.
11. N�o zombe de um homem desesperado, porque existe algu�m que humilha e exalta.
12. N�o planeje mentiras contra seu irm�o, nem algo semelhante contra um amigo.
13. N�o queira mentir de modo nenhum, porque as conseq��ncias nunca s�o boas.
14. N�o fale demais na assembl�ia dos anci�os, e n�o repita palavras na ora��o.
15. N�o despreze o trabalho pesado, nem o trabalho rural, criado pelo Alt�ssimo.
16. N�o se junte � multid�o dos pecadores. Lembre-se: a c�lera divina n�o tardar�.
17. Humilhe-se profundamente, porque o castigo do injusto � fogo e vermes.
18. N�o troque um amigo por dinheiro, nem o irm�o fiel pelo ouro mais precioso.
19. N�o despreze uma esposa s�bia e boa, porque a bondade dela vale mais que o ouro.
20. N�o maltrate o empregado que trabalha fielmente, nem o assalariado que d� tudo de si.
21. Ame como a si mesmo o empregado inteligente, e n�o lhe recuse a liberdade.
22. Voc� possui animais? Cuide deles. Se eles s�o �teis para voc�, conserve-os.
23. Voc� tem filhos? Eduque-os e ensine-os a obedecer desde a inf�ncia.
24. Voc� tem filhas? Cuide do corpo delas, e n�o seja indulgente com elas.
25. Arrume casamento para sua filha, e ter� realizado uma grande tarefa, mas fa�a que ela se case com homem sensato.
26. Voc� ama a sua esposa? N�o se separe dela. Se voc� n�o a ama, n�o confie nela.
27. Honre a seu pai de todo cora��o, e n�o esque�a as dores de sua m�e.
28. Lembre-se de que eles o geraram. O que voc� lhes dar� em troca por tudo o que eles deram a voc�?
29. Tema ao Senhor de todo cora��o e respeite os seus sacerdotes.
30. Ame com todas as for�as aquele que criou voc�, e n�o abandone os ministros dele.
31. Tema ao Senhor e honre o sacerdote, dando-lhe a parte que cabe a ele, como foi ordenado a voc�: os primeiros frutos, os sacrif�cios pelo pecado, a oferta das esp�duas, o sacrif�cio de santifica��o e os primeiros frutos das coisas consagradas.
32. Estenda a m�o ao pobre, e voc� ser� plenamente aben�oado.
33. Que sua generosidade se estenda a todos os seres vivos, e n�o negue sua aten��o nem aos mortos.
34. N�o evite aqueles que choram, e sofra com os que sofrem.
35. N�o demore para visitar um doente, porque isso far� com que voc� seja amado.
36. Em tudo o que voc� faz, lembre-se do seu fim, e jamais pecar�.


Eclesi�stico 8

1. N�o processe nenhum homem poderoso, para n�o cair nas m�os dele.
2. N�o brigue com homem rico, para que ele n�o coloque o peso do dinheiro dele contra voc�, pois o ouro j� corrompeu muita gente e perverteu a consci�ncia dos reis.
3. N�o discuta com homem falador, para n�o amontoar lenha no fogo dele.
4. N�o brinque com o ignorante, para que ele n�o insulte os seus antepassados.
5. N�o repreenda o homem que se converteu do pecado. Lembre-se de que todos somos culpados.
6. N�o despreze o homem velho, porque alguns de n�s tamb�m ficar�o velhos.
7. N�o se alegre com a morte de ningu�m. Lembre-se de que todos n�s morreremos.
8. N�o despreze os ensinamentos dos s�bios. Ao contr�rio, medite sempre em suas m�ximas, porque deles voc� aprender� a disciplina e a arte de servir aos poderosos.
9. N�o rejeite o ensinamento dos anci�os, porque eles tamb�m aprenderam dos pr�prios pais. � deles que voc� aprender� a pensar e a responder no momento oportuno.
10. N�o atice as brasas do pecador, para n�o se queimar no fogo de sua chama.
11. Nunca replique ao insolente, para que ele n�o arme ciladas com o que voc� diz.
12. N�o fa�a empr�stimo a ningu�m mais forte que voc�. E se j� lhe emprestou, pode considerar como coisa perdida.
13. N�o se torne fiador al�m de suas possibilidades. E se j� fez isso, pense em como vai pagar.
14. N�o mova processo contra um juiz, porque decidir�o a causa em favor dele.
15. N�o viaje com nenhum aventureiro, para que a situa��o n�o fique insuport�vel: ele agir� conforme os pr�prios caprichos, e voc� se perder� com ele, por causa da imprud�ncia dele.
16. N�o discuta com o violento, nem ande com ele em lugar solit�rio, porque o sangue para ele � um nada, e ele o matar� onde n�o h� possibilidades de socorro.
17. N�o fa�a confid�ncias para uma pessoa ing�nua, porque ela n�o � capaz de manter segredo.
18. Diante de um estranho, n�o fa�a nada que deva ficar em segredo, porque voc� n�o sabe o que poder� acontecer.
19. N�o abra o seu cora��o para qualquer pessoa, para que ela n�o leve embora a sua felicidade.


Eclesi�stico 9

1. N�o tenha ci�mes da esposa que voc� ama, para que ela n�o aprenda a maltrat�-lo.
2. N�o se entregue a uma mulher, para que ela n�o o domine.
3. N�o v� ao encontro da mulher f�cil, para n�o cair em suas armadilhas.
4. N�o se entretenha com uma tocadora de lira, para n�o ficar preso em suas artimanhas.
5. N�o fixe o olhar numa virgem, para n�o ser castigado com ela.
6. N�o se entregue �s prostitutas, para n�o perder o patrim�nio que voc� tem.
7. N�o fique olhando pelas ruas da cidade, nem vagando em recantos solit�rios.
8. Desvie o seu olhar de uma mulher bonita e n�o fite uma beleza que n�o pertence a voc�. Muitos j� se perderam por causa de uma bela mulher, porque o amor por ela queima como fogo.
9. Nunca se assente � mesa ao lado de mulher casada, nem festeje bebendo vinho com ela, para que seu cora��o n�o se enamore e a paix�o o fa�a escorregar para a ru�na.
10. N�o abandone um velho amigo, porque o novo n�o � como ele. Amigo novo � vinho novo: deixe que ele envelhe�a, e depois o beber� com prazer.
11. N�o inveje o sucesso do pecador, porque voc� n�o sabe qual ser� o fim dele.
12. N�o sinta prazer com a felicidade do injusto. Lembre-se: eles n�o chegar�o impunes � mans�o dos mortos.
13. Fique longe do homem que pode matar, e voc� n�o se sentir� amea�ado de morte. Se voc� se aproxima dele, fique atento para n�o errar, para que ele n�o lhe tire a vida. Saiba que voc� est� caminhando entre armadilhas e andando em cima de muralhas.
14. Responda como puder ao seu pr�ximo, e pe�a conselhos aos s�bios.
15. Converse com homens de bom senso e tenha sempre como assunto as leis do Alt�ssimo.
16. Que seus companheiros de mesa sejam homens justos, e seja seu orgulho temer ao Senhor.
17. O trabalho manual de um artes�o s�bio � elogiado, mas o chefe do povo deve ser s�bio em suas palavras.
18. O homem falador � o terror da cidade; quem n�o sabe controlar a palavra ser� detestado.


Eclesi�stico 10

1. Governante s�bio educa o seu povo, e a autoridade de um homem que tem bom senso � bem organizada.
2. Tal � o governante do povo, tais s�o os ministros; tal � o chefe da cidade, tais s�o os habitantes.
3. Um rei sem instru��o arru�na o seu povo, e uma cidade ter� prosperidade com o bom senso dos seus chefes.
4. O governo do mundo est� nas m�os do Senhor, e no momento oportuno ele faz aparecer o homem certo.
5. O sucesso de um homem est� nas m�os do Senhor, e � ele que investe de autoridade o magistrado.
6. Seja qual for a ofensa, n�o guarde ressentimento contra o pr�ximo, e n�o fa�a nada levado pela raiva.
7. A soberba � odiosa para o Senhor e para os homens, e os dois abominam a injusti�a.
8. O poder passa de uma na��o para outra por causa da injusti�a, da viol�ncia e das riquezas.
9. Por que se orgulha quem � p� e cinza, se quando vivo j� tem podrid�o nos intestinos?
10. Uma longa doen�a desafia o m�dico, e quem hoje � rei, amanh� morrer�.
11. Quando o homem morre, recebe de heran�a insetos, feras e vermes.
12. A ess�ncia do orgulho humano � afastar-se do Senhor e manter o cora��o longe de quem o criou.
13. O pecado � o princ�pio do orgulho. Quem se entrega a ele espalha abomina��o. Por isso, o Senhor pune a pessoa com castigos incr�veis, e a destr�i completamente.
14. O Senhor derruba o trono dos poderosos e faz os humilhados assentar-se no lugar deles.
15. O Senhor arranca a raiz das na��es, e no lugar delas planta os oprimidos.
16. O Senhor destr�i o territ�rio das na��es e o arrasa at� os alicerces.
17. Ele arranca as na��es e as aniquila, e faz desaparecer da terra a lembran�a delas.
18. O orgulho n�o foi feito para o homem, nem a ira violenta para os nascidos de mulher.
19. Qual � a ra�a digna de honra? A ra�a dos homens. Qual � a ra�a digna de honra? A dos que temem ao Senhor.
20. Qual � a ra�a digna de desprezo? A ra�a dos homens. Qual � a ra�a digna de desprezo? A dos que n�o obedecem aos mandamentos.
21. Entre irm�os, presta-se honra ao mais velho, por�m aos olhos do Senhor s�o honrados aqueles que temem ao Senhor.
22. Seja ele rico, honrado ou pobre, a honra de algu�m est� em temer ao Senhor.
23. N�o � justo desprezar um pobre que tenha bom senso, e n�o conv�m exaltar um homem pecador.
24. O nobre, o juiz e o poderoso s�o respeitados, mas nenhum deles � maior do que algu�m que teme ao Senhor.
25. Homens livres servem a um escravo s�bio, e o homem s�bio n�o se queixa disso.
26. N�o se considere s�bio ao realizar o seu trabalho, e n�o se glorie no tempo da necessidade.
27. � melhor uma pessoa que trabalha e tem tudo em abund�ncia, do que algu�m que se gloria e tem falta de alimento.
28. Meu filho, conserve sua honra com mod�stia, e saiba apreciar o justo valor que voc� tem.
29. Quem dar� raz�o �quele que prejudica a si mesmo? Quem estimar� aquele que menospreza a si pr�prio?
30. O pobre � honrado por seu saber, e o rico por suas riquezas.
31. Quem � honrado na pobreza mais ainda o ser� na riqueza. Quem � desprezado na riqueza mais ainda o ser� na pobreza.


Eclesi�stico 11

1. A sabedoria do pobre o faz andar de cabe�a erguida, e lhe permite sentar-se entre os grandes.
2. N�o elogie um homem por sua beleza, nem deteste uma pessoa por sua apar�ncia.
3. A abelha � pequena entre os seres que voam, mas o que ela produz � o que h� de mais doce.
4. N�o fique envaidecido por causa das roupas que voc� usa, nem se torne soberbo nos dias gloriosos, porque as obras do Senhor s�o admir�veis, mas permanecem ocultas aos homens.
5. Muitos soberbos acabaram por sentar-se no ch�o, e um desconhecido recebeu a coroa deles.
6. Muitos poderosos foram profundamente humilhados, e muitos homens ilustres ca�ram em poder de outros.
7. N�o critique antes de verificar; examine primeiro, para depois julgar.
8. N�o responda antes de escutar, e n�o interrompa a conversa.
9. N�o brigue por alguma coisa que n�o diz respeito a voc�, nem se meta em briga de pecadores.
10. Meu filho, n�o se encha de coisas para fazer. Se exagerar, acabar� cometendo erros; e mesmo se correr, n�o chegar�, nem fugindo conseguir� escapar.
11. H� pessoas que trabalham, se afadigam e se atropelam e, apesar de tudo, est�o sempre atrasadas.
12. Existem pessoas fracas e necessitadas de ajuda, carentes de bens e ricas de mis�ria. O Senhor, por�m, olha para elas com benevol�ncia e as reergue da mis�ria,
13. fazendo-as ficar de cabe�a erguida, a tal ponto que muitos se admiram.
14. Bem e mal, vida e morte, pobreza e riqueza, tudo prov�m do Senhor.
15. Sabedoria, bom senso e conhecimento da Lei v�m do Senhor, e dele procedem o amor e a pr�tica das boas obras.
16. O erro e as trevas foram criados para os pecadores; e os que gostam do mal, no mal envelhecem.
17. O dom do Senhor � reservado para os justos, e o seu favor sempre os conduz.
18. H� quem se enriquece por meio de priva��o e economia, e acaba ganhando isto:
19. Quando ele pensa que j� pode descansar e aproveitar seus bens, n�o sabe que logo vai chegar o tempo de morrer e deixar tudo para os outros.
20. Persevere em sua tarefa, fa�a dela a sua vida, e envelhe�a cumprindo o seu dever.
21. N�o admire o que o pecador faz. Confie no Senhor e persevere na fadiga, pois � f�cil para o Senhor enriquecer um pobre de repente.
22. A b�n��o do Senhor � a recompensa para quem � fiel, e a b�n��o dele floresce num instante.
23. N�o diga: "Do que � que eu preciso? O que ainda me falta?"
24. N�o diga: "Tenho tudo o que preciso. Que desgra�a me pode acontecer?"
25. No tempo da prosperidade, a pessoa se esquece da desgra�a, e no tempo da desgra�a nem se lembra da prosperidade.
26. � f�cil para o Senhor, na hora da morte, pagar ao homem conforme a conduta de cada um.
27. A infelicidade de um momento faz esquecer o bem-estar, e � na hora da morte que as obras de um homem se manifestam.
28. N�o proclame feliz uma pessoa antes que ela morra, pois � somente no fim que se conhece o homem.
29. N�o introduza qualquer pessoa em sua casa, porque s�o muitas as ciladas do fraudulento.
30. O cora��o do orgulhoso � como a perdiz que serve de isca na gaiola: como espi�o, ele fica esperando que voc� caia em ru�na.
31. Ele arma ciladas, transformando o bem em mal, e encontra defeitos at� mesmo nas melhores coisas.
32. Como a fa�sca acende um grande braseiro, o homem perverso tem sede de sangue.
33. Cuidado com o perverso, pois ele trama o mal: ele poder� sujar para sempre o nome que voc� tem.
34. Hospede o estrangeiro, e ele provocar� desordens, transformando voc� num estranho para seus pr�prios familiares.


Eclesi�stico 12

1. Se voc� faz o bem, saiba a quem, e assim ter� recompensa pelo benef�cio que fez.
2. Fa�a o bem ao justo, e voc� ser� recompensado, ou por ele ou pelo Alt�ssimo.
3. N�o existe recompensa para quem persevera no mal e se recusa a dar esmola.
4. Ajude o homem fiel, e nunca o pecador.
5. Fa�a o bem ao pobre, mas n�o d� nada ao injusto. Recuse dar-lhe p�o, e n�o o ajude em nada, para que ele n�o tire proveito �s custas de voc�, que acabar� encontrando o dobro de males por todos os benef�cios que tiver feito a ele.
6. O pr�prio Alt�ssimo detesta os pecadores, e inflige aos injustos o castigo que eles merecem.
7. Ajude o homem bom, e n�o o pecador.
8. O amigo n�o se revela na prosperidade, nem o inimigo se esconde no tempo da desgra�a.
9. Quando algu�m prospera, os inimigos ficam tristes, mas quando algu�m cai na desgra�a, at� o amigo vai embora.
10. Jamais confie no inimigo, pois a sua maldade � metal que enferruja.
11. Mesmo que ele se abaixe e fa�a muitos cumprimentos, tome cuidado e desconfie dele; comporte-se com ele como quem limpa o espelho, e voc� perceber� que a ferrugem dele n�o resiste por muito tempo.
12. N�o o coloque ao seu lado, para que ele n�o empurre voc� e ocupe o seu lugar; n�o o coloque sentado � sua direita, para que ele n�o procure ocupar a sua cadeira. Caso contr�rio, tarde demais voc� ver� que eu tenho raz�o, e ficar� arrependido por n�o ter ouvido os meus conselhos.
13. Quem vai ter d� de um encantador que � mordido pela serpente e de todos os que domam feras?
14. � o que acontece com quem se associa a um pecador e se envolve nos pecados dele.
15. Por um instante, ficar� com voc�, mas quando voc� trope�a, ele n�o lhe d� apoio.
16. O inimigo tem l�bios doces, mas no cora��o planeja como jogar voc� no buraco. O inimigo tem l�grimas nos olhos, mas na primeira ocasi�o lhe beber� at� o sangue.
17. Se acontecer a voc� uma desgra�a, ele ser� o primeiro a chegar e, com a desculpa de ajudar, pegar� voc� pelo p�.
18. Ele vai sacudir a cabe�a e agitar as m�os, mas logo depois far� mexericos e voltar� as costas.


Eclesi�stico 13

1. Quem mexe com piche, acaba se sujando, e quem freq�enta o orgulhoso, torna-se como ele.
2. N�o levante peso muito grande para voc�, e n�o conviva com algu�m mais forte ou mais rico que voc�. Pode, por acaso, a panela de barro se juntar com a panela de ferro? Haver� um choque, e a primeira se quebrar�.
3. O rico comete injusti�a, e ainda amea�a; o pobre � injusti�ado, e ainda precisa pedir desculpas.
4. Enquanto voc� for �til, o rico o explorar�, mas quando voc� precisar, ele o abandonar�.
5. Se voc� possuir bens, ele viver� com voc�, e o explorar� sem remorso.
6. Enquanto ele precisar, enganar� voc�, sorrir� e lhe dar� esperan�as. Dir� coisas bonitas e perguntar�: "Do que voc� precisa?"
7. Far� voc� ficar envergonhado nos banquetes dele, at� despoj�-lo por duas ou tr�s vezes. Por fim, vendo voc�, passar� adiante e sacudir� contra voc� a cabe�a.
8. Cuidado para n�o enganarem voc�, e para n�o ficar humilhado por sua pr�pria falta de bom senso.
9. Quando um poderoso o convidar, recuse com alguma desculpa, e ele o convidar� com maior insist�ncia.
10. N�o se entusiasme muito para depois n�o ser rejeitado, nem se mantenha muito distante, para n�o ser esquecido.
11. N�o se dirija a ele de igual para igual, nem acredite em suas muitas palavras:
12. com seu palavreado, ele p�e voc� � prova e, mesmo sorrindo, ele o est� examinando.
13. Ele n�o guardar� os segredos que voc� lhe confiar, e n�o o poupar� de maus tratos e correntes.
14. Tenha cuidado e preste aten��o, porque voc� est� caminhando na beira do precip�cio.
15. Todo animal gosta do seu semelhante, e todo homem gosta do seu pr�ximo.
16. Todo animal se une com os de sua esp�cie, e todo homem se associa com seu semelhante.
17. O que h� de comum entre o lobo e o cordeiro? A mesma coisa acontece entre o pecador e o fiel.
18. Que paz pode haver entre a hiena e o c�o? E que paz pode haver entre o rico e o pobre?
19. Os le�es ca�am os asnos selvagens, e os ricos ca�am os pobres.
20. Para o orgulhoso a humildade � humilha��o, e para o rico o pobre � detest�vel.
21. Quando o rico trope�a, seus amigos o sustentam; quando o pobre cai, seus amigos o rejeitam.
22. Quando o rico comete um erro, muitos o defendem; e se ele diz tolices, os outros o aprovam. Quando o pobre erra, todos o condenam; e quando fala com bom senso, ningu�m o escuta.
23. Quando o rico fala, todos se calam e elevam at� �s nuvens o seu talento; quando o pobre fala, as pessoas perguntam: "Quem � esse fulano?" E quando trope�a, o ajudam a cair.
24. A riqueza � boa quando nela n�o h� pecado; mas a pobreza � m�, na opini�o do injusto.
25. A consci�ncia do homem modifica as fei��es do seu rosto, tanto para o bem quanto para o mal.
26. Rosto alegre � sinal de bom cora��o, mas inventar prov�rbios � trabalho fatigante.


Eclesi�stico 14

1. Feliz o homem que n�o pecou por palavras e n�o � atormentado pelo remorso dos pecados.
2. Feliz quem n�o � acusado por sua consci�ncia e quem n�o perdeu a esperan�a.
3. A riqueza n�o conv�m para o homem mesquinho, nem grandes bens para o homem invejoso.
4. Quem se priva para acumular, ajunta para os outros. Ser�o outros que desfrutar�o seus bens.
5. Quem � mau para si mesmo, com quem ser� bom? N�o aproveita nem mesmo os seus pr�prios bens.
6. Ningu�m � pior do que aquele que maltrata a si mesmo. Essa � a recompensa de sua pr�pria maldade.
7. Se faz o bem � por distra��o, mas no fim mostrar� a sua maldade.
8. Mau � o homem de olhar invejoso, que vira o rosto e despreza a vida dos outros.
9. O avarento n�o se satisfaz com uma parte apenas, pois a avidez insana resseca-lhe a alma.
10. O avarento � cioso do seu p�o e mesquinho em sua pr�pria mesa.
11. Meu filho, trate-se bem na medida do poss�vel, e apresente ao Senhor as ofertas que deve a ele.
12. Lembre-se: a morte n�o tarda, e voc� n�o sabe a que horas ela vai chegar.
13. Antes de morrer, fa�a o bem ao amigo e reparta com ele conforme o que voc� possui.
14. N�o se prive de um dia feliz, nem deixe escapar um desejo leg�timo.
15. Por acaso voc� n�o vai deixar para outros o fruto de suas fadigas, e n�o vai ficar para os herdeiros o fruto de seus sacrif�cios?
16. D� e receba, e divirta-se, porque no mundo dos mortos n�o existe alegria.
17. Todo corpo envelhece como roupa, porque a morte � uma lei eterna.
18. As folhas verdes em �rvore frondosa caem ou brotam. O mesmo acontece com as gera��es humanas: uns morrem, outros nascem.
19. Toda obra perec�vel desaparece, e aquele que a fez ir� com ela.
20. Feliz o homem que se dedica � sabedoria, que reflete com intelig�ncia,
21. que medita no cora��o sobre os caminhos da sabedoria e com a mente penetra os segredos dela.
22. Ele a persegue como ca�ador e p�e-se de espreita em seus caminhos.
23. Ele se inclina para olhar por suas janelas e escuta junto �s suas portas.
24. Ele p�ra perto da casa da sabedoria e fixa o prego nas suas paredes.
25. Ele arma a tenda junto a ela, e acampa na moradia da felicidade.
26. Ele coloca seus filhos sob a prote��o dela e se abriga debaixo de seus ramos.
27. Ela o protege do calor, e ele habita � sombra de sua gl�ria.


Eclesi�stico 15

1. Assim age quem teme ao Senhor, e quem � fiel � Lei alcan�ar� a sabedoria.
2. A lei ir� ao seu encontro como m�e, e o acolher� como jovem esposa.
3. Ela o alimentar� com o p�o da intelig�ncia e o saciar� com a �gua da sabedoria.
4. Ele se apoiar� nela, e n�o vacilar�. Nela confiar�, e n�o ser� confundido.
5. Ela o elevar� acima de seus companheiros e o far� falar no meio da assembl�ia.
6. Ele ficar� contente, ter� uma coroa de alegria e alcan�ar� fama duradoura.
7. Os insensatos nunca alcan�ar�o a sabedoria, e os pecadores jamais a contemplar�o.
8. Ela est� longe do orgulhoso, e os mentirosos nem a percebem.
9. O louvor destoa na boca dos pecadores, porque n�o lhes foi concedido pelo Senhor.
10. Porque, de fato, � na sabedoria que se exprime o louvor, e � o Senhor quem o inspira.
11. N�o diga: "Eu me afastei por culpa do Senhor". Porque Deus n�o faz aquilo que ele pr�prio detesta.
12. N�o diga: "Foi ele quem me fez desviar". Porque Deus n�o tem necessidade do pecador.
13. O Senhor detesta qualquer tipo de abomina��o, e nenhuma delas � desejada por quem teme ao Senhor.
14. Desde o princ�pio, Deus criou o homem e o entregou ao poder de suas pr�prias decis�es.
15. Se voc� quiser, observar� os mandamentos, e sua fidelidade vai depender da boa vontade que voc� mesmo tiver.
16. Ele p�s voc� diante do fogo e da �gua, e voc� poder� estender a m�o para aquilo que quiser.
17. A vida e a morte est�o diante dos homens, e a cada um ser� dado o que cada um escolher.
18. De fato, a sabedoria do Senhor � grande, pois ele � Todo-poderoso e tudo v�.
19. Seus olhos est�o sobre aqueles que o temem, e ele conhece cada a��o que o homem realiza.
20. Ele n�o mandou ningu�m se tornar injusto e a ningu�m deu permiss�o para pecar.


Eclesi�stico 16

1. N�o deseje ter muitos filhos, para serem in�teis, nem fique alegre com filhos injustos.
2. Ainda que eles se multipliquem, n�o fique alegre, se neles n�o houver o temor do Senhor.
3. N�o confie na longa vida deles, nem se ap�ie no seu grande n�mero, porque � prefer�vel ter apenas um, a ter mil, e morrer sem filhos a ter filhos injustos.
4. A cidade poder� ser repovoada por meio de uma s� pessoa de bom senso, enquanto a ra�a dos injustos ser� destru�da.
5. Meu olho j� viu muitas coisas desse tipo e meu ouvido j� ouviu coisas mais espantosas ainda.
6. Na assembl�ia dos pecadores um fogo se acende, e a c�lera de Deus se acende contra um povo rebelde.
7. Deus n�o perdoou os gigantes de outrora, que se revoltaram, prevalecendo-se de suas pr�prias for�as.
8. Ele n�o poupou os concidad�os de L�, mas os detestou por causa do orgulho deles.
9. N�o teve compaix�o de um povo que foi destinado � destrui��o, por causa do orgulho de seus pecados.
10. Assim ele tratou os seiscentos mil soldados que se uniram na pr�pria arrog�ncia.
11. Mesmo que houvesse um s� homem obstinado, seria estranho se ficasse sem castigo.
12. Pois a miseric�rdia e a ira pertencem ao Senhor, poderoso quando perdoa e quando derrama a ira.
13. Sua miseric�rdia � t�o grande quanto o seu castigo, e ele julga o homem conforme as obras de cada um.
14. O pecador n�o fugir� com o seu roubo, e a paci�ncia do fiel n�o ficar� frustrada.
15. Todo aquele que d� esmola ter� uma recompensa, e cada um ser� tratado segundo as pr�prias a��es.
16. N�o diga: "Vou me esconder do Senhor. L� de cima, quem se lembrar� de mim?
17. No meio de tanta gente, quem me reconhecer�? Quem sou eu nesta imensa cria��o?"
18. Veja bem! O c�u, o mais alto do c�u, o abismo e a terra, tudo isso treme diante da visita de Deus.
19. Os montes e os alicerces da terra se abalam de pavor quando Deus olha para eles.
20. Mas ningu�m reflete sobre essas coisas. Quem faz caso do modo de agir dele?
21. Assim como o furac�o que ningu�m v�, a maior parte das obras de Deus fica escondida.
22. "Quem anunciar� as obras da justi�a de Deus, ou quem esperar� por elas? A alian�a, de fato, est� longe".
23. Assim pensa o homem de mente curta; o insensato que se transvia s� pensa loucuras.
24. Escute-me, filho, e aprenda a ci�ncia. Aplique sua mente aos meus conselhos.
25. Vou apresentar a minha instru��o de maneira precisa, e com exatid�o anunciarei a ci�ncia.
26. No princ�pio, o Senhor criou as suas obras e, depois de hav�-las feito, colocou cada uma em seu lugar.
27. Fixou uma ordem eterna para suas obras, desde a origem delas at� o seu futuro long�nquo. Elas n�o t�m fome e n�o se cansam, e nunca abandonam suas atividades.
28. Nenhuma delas jamais se choca com a outra, e nunca desobedecem ao comando dele.
29. Depois disso, o Senhor olhou para a terra e com seus bens a encheu.
30. Cobriu a superf�cie dela com todo tipo de animais, e eles voltar�o para ela.


Eclesi�stico 17

1. Da terra o Senhor criou o homem, e para ela o faz voltar novamente.
2. Concedeu aos homens dias contados e tempo medido, e deu-lhes poder sobre todas as coisas que existem na terra.
3. Revestiu-os com a sua pr�pria for�a e os criou � sua imagem.
4. Infundiu em todos os seres vivos o temor para com os homens, para que estes dominassem as feras e p�ssaros.
5. Deu-lhes discernimento, l�ngua, olhos, ouvidos e mente para pensar.
6. Encheu-os de ci�ncia e intelig�ncia, e tamb�m mostrou-lhes o bem e o mal.
7. Infundiu o seu temor na consci�ncia deles, para mostrar-lhes a grandeza de suas obras.
8. Eles louvar�o o seu nome santo, cantando a grandeza de suas obras.
9. Concedeu aos homens a ci�ncia e lhes entregou como heran�a a lei da vida.
10. Fez com eles uma alian�a eterna e deu-lhes a conhecer suas senten�as.
11. Os olhos dos homens contemplaram a grandeza da gl�ria de Deus, e seus ouvidos ouviram a majestade de sua voz.
12. E disse a eles: "Cuidado para n�o cometer injusti�a!" E ordenou que cada um se preocupasse com o pr�ximo.
13. Os caminhos dos homens est�o sempre diante de Deus, e n�o ficam escondidos aos olhos dele.
14. Para cada povo estabeleceu um chefe, mas Israel � a por��o do Senhor.
15. Todas as a��es dos homens est�o diante dele como o sol, e seus olhos observam continuamente a conduta deles.
16. As injusti�as que cometem n�o lhe ficam escondidas, e todos os pecados deles est�o diante do Senhor.
17. A esmola que o homem faz � para ele mesmo um selo, e ele conserva uma boa obra como a pupila do pr�prio olho.
18. Por fim, Deus se levantar� para lhes dar a recompensa, devolvendo a cada um o que cada um merece.
19. A quem se arrepende, ele oferece o retorno, e reconforta os que perderam a esperan�a.
20. Converta-se ao Senhor e abandone o pecado. Suplique diante dele e reduza a ofensa que voc� lhe fez.
21. Volte para o Alt�ssimo, vire as costas para a injusti�a e deteste profundamente aquilo que ele abomina.
22. Quem louvar� o Alt�ssimo na mans�o dos mortos, em lugar dos vivos e de todos os que o glorificam?
23. Os mortos n�o existem mais e j� n�o louvam; s� louva ao Senhor quem tem vida e sa�de.
24. Como � grande a miseric�rdia do Senhor, e o seu perd�o para todos os que se convertem para ele!
25. O homem n�o pode ter tudo, pois o ser humano n�o � imortal.
26. Nada � mais luminoso que o sol. Todavia, tamb�m ele desaparece. O homem, que � carne e sangue, planeja o mal.
27. Deus passa revista ao ex�rcito celeste, e os homens s�o apenas terra e cinza.


Eclesi�stico 18

1. Aquele que vive para sempre criou o universo inteiro.
2. Somente o Senhor � justo.
3. A ningu�m � poss�vel anunciar as obras dele. E quem � capaz de lhe investigar as grandezas?
4. Quem poder� medir o poder da majestade dele? Quem ousar� contar seus feitos de miseric�rdia?
5. N�o h� nada para tirar e nada para acrescentar. N�o � poss�vel investigar as maravilhas do Senhor.
6. Quando algu�m chega ao fim, est� apenas come�ando; e quando p�ra, ent�o fica perplexo.
7. O que � o homem, e para que serve? Qual � o seu bem e qual � o seu mal?
8. A dura��o de sua vida � de cem anos no m�ximo.
9. Como gota no mar e gr�o na areia, tais s�o os seus poucos anos frente a um dia da eternidade.
10. � por isso que o Senhor tem paci�ncia com os homens, e derrama sobre eles a sua miseric�rdia.
11. Ele v� e reconhece que o fim deles � miser�vel, e por isso multiplica para eles o seu perd�o.
12. A miseric�rdia do homem � para o seu pr�ximo, por�m a miseric�rdia do Senhor � para todos os seres vivos.
13. Ele repreende, corrige, ensina e dirige, como o pastor conduz o seu rebanho.
14. Ele tem compaix�o dos que aceitam a corre��o, e dos que se esfor�am para lhe cumprir os mandamentos.
15. Meu filho, quando voc� faz um favor, n�o repreenda, nem ofenda com palavras ao dar esmola.
16. O orvalho abranda o calor, e a palavra � melhor que o presente.
17. De fato, n�o vale mais a palavra que o presente? O homem generoso oferece as duas coisas.
18. O insensato reprova sem usar tato, e o presente dado de m� vontade faz chorar.
19. Aprenda antes de falar, e cuide-se para n�o ficar doente.
20. Examine a si mesmo antes do julgamento e, no momento da senten�a, voc� encontrar� perd�o.
21. Humilhe-se para n�o ficar doente, e quando pecar arrependa-se.
22. Que nada impe�a voc� de cumprir logo uma promessa; n�o espere at� � morte para cumpri-la.
23. Prepare-se antes de fazer uma promessa, para n�o ser como algu�m que tenta o Senhor.
24. Lembre-se da ira que vir� nos �ltimos dias, no tempo da vingan�a, quando Deus desviar o rosto.
25. No tempo da abund�ncia, lembre-se da carestia; nos dias de riqueza, lembre-se da pobreza e da mis�ria.
26. Entre o amanhecer e a tarde, o tempo muda, e tudo � passageiro diante do Senhor.
27. O homem s�bio sempre age com cautela, e evita a neglig�ncia quando o pecado se espalha.
28. Todo homem de bom senso conhece a sabedoria, e presta homenagem �quele que a encontrou.
29. Os que sabem falar bem, tornam-se s�bios e derramam como chuva prov�rbios refinados.
30. N�o siga suas paix�es. Coloque freio nos seus desejos.
31. Se voc� permite satisfazer a paix�o, ela tornar� voc� motivo de zombaria para seus inimigos.
32. N�o se entregue a uma vida de prazeres, para n�o se empobrecer com os gastos.
33. N�o se empobre�a banqueteando com dinheiro emprestado, quando voc� n�o tem nada no bolso.


Eclesi�stico 19

1. Oper�rio beberr�o nunca ficar� rico, e quem despreza o pouco, cair� logo na mis�ria.
2. Vinhos e mulheres fazem perder o bom senso, e quem anda com prostitutas torna-se cada vez mais imprudente.
3. Podrid�o e vermes tomar�o conta dele, porque sua imprud�ncia provocar� sua ru�na.
4. Quem confia muito depressa, � porque n�o tem ju�zo; e quem peca, prejudica a si mesmo.
5. Quem sente prazer na maldade, ser� condenado,
6. e quem detesta a tagarelice, escapa do mal.
7. Nunca repita um boato, e voc� n�o perder� nada.
8. N�o conte nada para o seu amigo ou inimigo; s� o fa�a quando o sil�ncio se torna cumplicidade.
9. Caso contr�rio, quem ouvir, n�o confiar� mais em voc�, e quando ele tiver oportunidade, lhe mostrar� �dio.
10. Voc� ouviu alguma coisa? Que ela morra com voc�. Ag�ente firme, n�o receie explodir.
11. O insensato se abala por causa de um segredo, como a mulher gr�vida no momento de dar � luz.
12. O segredo no peito do insensato � como flecha fincada na coxa.
13. Pergunte ao seu amigo: talvez ele n�o tenha feito o que est�o dizendo dele; ou, se fez, n�o continuar� fazendo.
14. Pergunte ao pr�ximo: talvez ele n�o tenha falado o que est�o dizendo; ou, se falou, n�o o repetir� mais.
15. Pergunte ao amigo; porque muitas vezes se trata de cal�nia. N�o acredite em tudo o que se diz.
16. �s vezes, a pessoa escorrega sem querer. Quem nunca pecou com a l�ngua?
17. Pergunte ao seu pr�ximo, antes de amea��-lo, e assim voc� estar� observando a lei do Alt�ssimo.
18. Toda a sabedoria consiste em temer ao Senhor, e em toda a sabedoria existe a pr�tica da Lei.
19. Conhecer o mal n�o � sabedoria, e o conselho dos pecadores n�o � prud�ncia.
20. Existe habilidade que � abomin�vel, e quem n�o tem sabedoria � insensato.
21. � melhor ter pouca intelig�ncia com temor, do que ser muito inteligente, mas transgressor da Lei.
22. Existe uma ast�cia h�bil, no entanto injusta, e h� quem use meios fraudulentos para aparentar retid�o.
23. Existe malvado que anda curvado pela tristeza, mas por dentro est� cheio de falsidade:
24. ele abaixa a cabe�a e se faz de surdo, mas quando ningu�m est� vendo ataca voc� de surpresa.
25. Se ele n�o prejudica voc�, � porque n�o tem for�a, mas na primeira ocasi�o lhe far� o mal.
26. Pode-se conhecer o homem pelo semblante, e pelo aspecto do rosto se conhece a pessoa sensata.
27. A roupa de um homem, seu modo de sorrir e seu jeito de andar revelam quem ele �.


Eclesi�stico 20

1. H� repreens�es inoportunas, e h� quem se cala por prud�ncia.
2. � melhor repreender do que se irritar,
3. mas quem admite a pr�pria culpa evita o castigo.
4. Como eunuco que tenta violar uma jovem, assim � aquele que quer fazer justi�a com viol�ncia.
5. H� quem se cala e � reconhecido como s�bio, e h� quem � odiado porque fala demais.
6. H� quem se cala por n�o saber o que responder, e h� quem se cala porque sabe qual � o momento certo.
7. O homem s�bio fica em sil�ncio at� a hora oportuna, mas o falador e o insensato a deixam passar.
8. Quem fala demais torna-se detest�vel, e quem procura se impor acaba sendo odiado.
9. Na desgra�a, um homem pode encontrar a salva��o, enquanto que a fortuna pode provocar a ru�na.
10. H� presentes que n�o servem para nada, e h� presentes que rendem o dobro.
11. H� quem procura gl�ria e encontra humilha��o, e quem foi humilhado, mas levanta a cabe�a.
12. H� quem compra barato muitas coisas, e acaba pagando sete vezes mais.
13. Com suas palavras o s�bio se torna am�vel, mas o insensato derrama suas gentilezas inutilmente.
14. O presente do insensato n�o ajudar� voc� em nada, porque ele espera avidamente receber sete vezes mais.
15. Ele d� pouco e reclama muito, gritando alto como leiloeiro; hoje faz um empr�stimo, e amanh� j� quer a restitui��o. Esse tipo de homem � sempre odioso.
16. O insensato diz: "N�o tenho amigos. Ningu�m reconhece os benef�cios que eu fa�o".
17. At� os que comem do seu p�o falam mal dele, e quantos muitas vezes n�o zombam dele!
18. � melhor escorregar no ch�o do que no falar, pois a queda dos maus chega depressa.
19. Do homem grosseiro saem palavras fora de hora, que se multiplicam na boca dos insensatos.
20. Ningu�m aceita prov�rbio dito por um insensato, porque ele n�o sabe diz�-lo na hora certa.
21. H� quem n�o pode pecar, s� por causa da pobreza, e ainda consegue descansar sem remorso.
22. H� quem se destr�i por causa do respeito humano, e h� quem se perde por respeito ao insensato.
23. H� quem por timidez faz promessas a um amigo, e sem necessidade o transforma em inimigo.
24. A mentira � mancha infame para o homem, e est� sempre na boca dos insensatos.
25. Um ladr�o vale mais do que um mentiroso incorrig�vel, mas os dois ter�o como heran�a a perdi��o.
26. O v�cio do mentiroso � uma desonra, e a vergonha sempre o acompanha.
27. O s�bio se promove com a palavra, e o homem de bom senso agrada aos poderosos.
28. Quem cultiva a terra consegue boa colheita, e quem agrada os poderosos consegue perd�o para a injusti�a.
29. Favores e presentes cegam o s�bio: s�o morda�a na boca, porque impedem a repreens�o.
30. Sabedoria escondida e tesouro oculto s�o coisas in�teis.
31. � melhor um homem que esconde a sua loucura, do que um homem que esconde a pr�pria sabedoria.


Eclesi�stico 21

1. Meu filho, voc� pecou? N�o torne a pecar, e pe�a perd�o das culpas passadas.
2. Fuja do pecado como de uma serpente, porque, se voc� se aproximar, ele o morder�. Os dentes dele s�o dentes de le�o, capazes de destruir vidas humanas.
3. Toda desobedi�ncia � como espada de dois gumes, e sua ferida n�o tem cura.
4. Crueldade e arrog�ncia destroem a riqueza, e por isso a casa do soberbo ser� devastada.
5. A s�plica do pobre sai de sua boca e vai direto aos ouvidos de Deus, que lhe faz justi�a imediatamente.
6. Quem despreza a corre��o segue o caminho do pecador, mas quem teme ao Senhor se arrepende sinceramente.
7. De longe se conhece o falador, mas quem reflete sabe reconhecer quando trope�a.
8. Quem constr�i a pr�pria casa com dinheiro de outros, ajunta pedras para sua pr�pria sepultura.
9. A reuni�o dos injustos � monte de estopa, que acabar� em chamas de fogo.
10. O caminho dos pecadores � bem pavimentado, mas desemboca nas profundezas da mans�o dos mortos.
11. Quem observa a Lei torna-se capaz de controlar seu pr�prio pensamento, e a sabedoria � a perfei��o do temor ao Senhor.
12. Quem n�o tem capacidade n�o consegue ficar instru�do, mas existe capacidade que aumenta a amargura.
13. A ci�ncia do s�bio � vasta como inunda��o, e o seu conselho � como fonte de vida.
14. A mente do insensato � como vaso quebrado: n�o guarda nenhum conhecimento.
15. Quando o inteligente ouve uma palavra s�bia, ele a recebe e a enriquece. Quando o folgaz�o ouve uma palavra s�bia, ele a despreza e a joga para tr�s.
16. A explica��o dada pelo insensato � como fardo de viagem, mas na boca do inteligente encontra-se a gra�a.
17. A assembl�ia solicita o discurso do sensato, e reflete seriamente em suas palavras.
18. Para o imbecil a sabedoria � como casa em ru�nas, e sua ci�ncia � um discurso que n�o se entende.
19. Para o imbecil a instru��o � como corrente nos p�s e algema na m�o direita.
20. O insensato ri alto, fazendo barulho; o s�bio sorri discretamente.
21. Para o s�bio a instru��o � j�ia de ouro, um bracelete no bra�o direito.
22. O imbecil entra numa casa apressadamente, mas o homem experiente mostra-se respeitoso.
23. O imbecil espia da porta o que h� dentro da casa, mas a pessoa educada fica do lado de fora.
24. O mal-educado fica ouvindo atr�s da porta, mas o homem prudente se envergonha de fazer isso.
25. Os faladores repetem o que os outros dizem, por�m os s�bios pesam suas pr�prias palavras na balan�a.
26. Os imbecis t�m a mente na l�ngua; os s�bios t�m a l�ngua na mente.
27. Quando o injusto amaldi�oa Satan�s, est� amaldi�oando a si pr�prio.
28. O maledicente prejudica a si mesmo, e acaba sendo detestado pela vizinhan�a.


Eclesi�stico 22

1. O pregui�oso � como pedra cheia de lodo, e todos zombam dele com desprezo.
2. O pregui�oso parece monte de esterco: quem toca nele, logo sacode a m�o.
3. Filho mal-educado � vergonha para o pai, e se for uma filha, a desgra�a � ainda maior.
4. Filha sensata arranja marido; filha sem-vergonha � desgra�a para os pais.
5. Filha insolente envergonha o pai e o marido, e � desprezada pelos dois.
6. Advert�ncia fora de hora � como festa em vel�rio, mas vara e disciplina � sabedoria em qualquer tempo.
7. Ensinar o imbecil � como emendar cacos, ou acordar algu�m que dorme sono profundo.
8. Falar ao imbecil � como falar a quem est� dormindo; no fim ele pergunta: "O que � que foi mesmo?"
9. Chore pelo morto, porque ele perdeu a luz; chore pelo imbecil, porque ele perdeu o bom-senso.
10. � menos triste chorar pelo morto que agora descansa, porque a vida do imbecil � pior que a morte.
11. O luto pelo morto dura sete dias, mas para o imbecil e para o injusto dura a vida inteira.
12. N�o gaste palavras com o insensato, e evite andar com o est�pido.
13. Fique longe dele, para n�o se aborrecer e n�o se sujar lidando com ele. Afaste-se dele e ficar� tranq�ilo, e a insensatez dele n�o irritar� voc�.
14. O que � mais pesado que o chumbo? Qual � o seu nome, sen�o "insensato"?
15. Areia, sal e barra de ferro s�o mais f�ceis de carregar do que um insensato.
16. Casas travadas com viga de madeira n�o vir�o abaixo por ocasi�o de um terremoto; da mesma forma, a mente que decide ap�s muito refletir n�o se deixar� abalar no momento do perigo.
17. Mente apoiada em reflex�o prudente � como enfeite de estuque em muro polido.
18. Cascalho no alto do muro n�o resiste ao vento, e mente que vacila diante de opini�es insensatas tamb�m n�o resiste diante de amea�as.
19. Quem machuca os olhos faz cair l�grimas, e quem fere um cora��o revela os sentimentos dele.
20. Quem atira pedra nos p�ssaros acaba por afugent�-los, e quem ofende um amigo perde a amizade.
21. Embora j� tenha empunhado a espada contra o amigo, n�o se desespere, porque ainda h� rem�dio.
22. Ainda que j� tenha aberto a boca contra o amigo, n�o se apavore, porque pode haver reconcilia��o. Mas o ultraje, a arrog�ncia, a viola��o de segredos e a trai��o s�o coisas que fazem o amigo fugir.
23. Conquiste a confian�a do pr�ximo quando ele est� na pobreza, para desfrutar junto, quando ele estiver na prosperidade. Fa�a-lhe companhia quando ele estiver na dificuldade, para que voc� possa ter parte na heran�a dele.
24. Antes que o fogo se acenda, a chamin� solta fuma�a e vapor, e antes do sangue v�m os insultos.
25. N�o me envergonho de defender um amigo, e nem me escondo da sua presen�a;
26. mas, se algum mal por culpa dele me acontecer, quem ficar sabendo tomar� cuidado com ele.
27. Quem ir� colocar um guarda na minha boca e um selo de prud�ncia nos meus l�bios, para eu n�o cair por culpa deles e a minha l�ngua n�o me arruinar?


Eclesi�stico 23

1. Senhor, pai e soberano da minha vida, n�o me abandones ao capricho deles, e por culpa deles n�o me deixes cair.
2. Quem ir� dar chicotadas em meus pensamentos e disciplinar a minha mente com a sabedoria, para que os meus erros n�o sejam poupados e as culpas deles n�o sejam toleradas?
3. Dessa forma os meus erros n�o se multiplicar�o, e os meus pecados n�o se avolumar�o; n�o cairei diante dos meus advers�rios, e o meu inimigo n�o se alegrar� �s minhas custas.
4. Senhor, pai e Deus da minha vida, n�o permitas que o meu olhar seja altivo.
5. Afasta de mim os maus desejos.
6. Que a sensualidade e a lux�ria n�o me dominem. N�o me entregues ao desejo vergonhoso.
7. Meus filhos, escutem como disciplinar a boca. Quem assim fizer nunca ser� surpreendido.
8. O pecador ser� apanhado por seus pr�prios l�bios, e o maldizente e o orgulhoso trope�ar�o neles.
9. N�o se acostume a fazer juramentos, nem se habitue a repetir o Nome Santo.
10. O escravo est� sempre sob controle, e n�o escapa de ficar marcado pelos golpes. O mesmo acontece com quem jura e repete o nome de Deus por qualquer coisa: nunca ficar� livre de pecar.
11. O homem que vive fazendo juramentos acaba cometendo muitos pecados, e o chicote n�o se afastar� da sua casa. Se ele erra, cai em pecado. Se n�o cumpre o juramento, peca duas vezes. Se jura em falso, n�o ser� perdoado, e sua casa ficar� cheia de desgra�as.
12. H� um modo de falar que � compar�vel � morte, e que n�o deveria ser encontrado entre os descendentes de Jac�. Os homens fi�is ficam longe de tais coisas, e assim n�o se afundam em pecados.
13. N�o se acostume a dizer vulgaridades grosseiras, pois nelas h� sempre motivo de pecado.
14. Lembre-se de seu pai e sua m�e, quando voc� se sentar entre os grandes. N�o esque�a seus pais, quando estiver diante dos grandes; voc� se tornaria t�o imbecil no seu comportamento que desejaria n�o ter nascido, e amaldi�oaria o seu pr�prio nascimento.
15. O homem acostumado � linguagem inconveniente ficar� incorrig�vel at� o fim da vida.
16. H� duas esp�cies de coisas que multiplicam os pecados, e uma terceira que provoca a ira:
17. a paix�o que arde como fogo aceso e que n�o se apaga enquanto n�o se consumar; o homem entregue � sensualidade, que n�o cessa enquanto o fogo n�o o devorar; o homem sensual, para o qual todo alimento � doce, e n�o se satisfaz enquanto n�o morrer;
18. o homem que trai o leito matrimonial, dizendo: "Quem me v�? As trevas me envolvem e as paredes me escondem. Ningu�m me v�. O que tenho a temer? O Alt�ssimo n�o se lembrar� dos meus pecados".
19. Ele s� tem medo do que os homens v�em, e n�o sabe que os olhos do Senhor s�o mil vezes mais luminosos que o sol, porque v�em todos os caminhos dos homens e penetram os lugares mais escondidos.
20. Deus conhecia as coisas, ainda antes de criar o universo, e o mesmo acontece depois que as criou.
21. Tal homem ser� castigado na pra�a da cidade e ser� preso onde n�o espera.
22. O mesmo acontece com a mulher que abandona o marido e gera um herdeiro com outro homem.
23. Em primeiro lugar, ela desobedece � lei do Alt�ssimo; em segundo, ofende o seu marido; em terceiro, se prostitui com o adult�rio e gera filhos de um estranho.
24. Ela ser� arrastada diante da assembl�ia, e sobre os seus filhos se far� uma pesquisa.
25. Seus filhos n�o criar�o ra�zes e seus ramos n�o dar�o frutos.
26. A mem�ria dela ser� amaldi�oada, e sua inf�mia nunca ser� apagada.
27. Os sobreviventes saber�o que nada � melhor do que o temor do Senhor, e nada � mais doce do que observar os seus mandamentos.


Eclesi�stico 24

1. A Sabedoria louva a si mesma e se gloria no meio do seu povo.
2. Ela abre a boca na assembl�ia do Alt�ssimo e se glorifica diante do poder dele:
3. "Eu sa� da boca do Alt�ssimo e recobri a terra como n�voa.
4. Armei a minha tenda nas alturas, e o meu trono ficava sobre uma coluna de nuvens.
5. Percorri sozinha a ab�bada do c�u e passei pelas profundezas dos abismos.
6. Estendi o meu poder sobre as ondas do mar, sobre a terra inteira e sobre todos os povos e na��es.
7. Em todos eles procurei um lugar para repousar e uma propriedade onde pudesse me estabelecer.
8. Ent�o o Criador do universo me deu uma ordem. Aquele que me criou armou a minha tenda, e disse: 'Instale-se em Jac� e tome Israel como heran�a'.
9. Ele me criou desde o princ�pio, antes dos s�culos, e eu nunca deixarei de existir.
10. Oficiei na Tenda santa, na presen�a dele, e desse modo me estabeleci em Si�o.
11. Ele me fez habitar na cidade amada, e em Jerusal�m exer�o o meu poder.
12. Coloquei ra�zes no meio de um povo glorioso, na por��o do Senhor, seu patrim�nio.
13. Cresci como cedro no L�bano e como cipreste nos montes do Hermon.
14. Cresci como palmeira de Engadi e como roseira em Jeric�. Cresci como oliveira majestosa na plan�cie, e fiquei alta como pl�tano.
15. Espalhei o meu perfume como canela, b�lsamo e mirra escolhida, como g�lbano, �nix, estoraque e vapor de incenso na Tenda.
16. Estendi os meus ramos como terebinto, e a minha ramagem � bela e frondosa.
17. Como videira produzi brotos graciosos, e as minhas flores e frutos s�o belos e abundantes.
18. Venham a mim voc�s todos que me desejam, e fiquem saciados com os meus frutos.
19. Pensar em mim � mais doce que o mel, e possuir-me � mais doce que o favo de mel.
20. Os que se alimentam de mim ter�o ainda mais fome, e os que bebem de mim ter�o ainda mais sede.
21. Quem me obedece n�o ficar� envergonhado, e os que trabalham comigo n�o pecar�o".
22. Tudo isso � o livro da Alian�a do Deus Alt�ssimo, a Lei que Mois�s nos deu como heran�a para as comunidades de Jac�.
23. A Lei transborda de Sabedoria como o Fison, e como o rio Tigre no tempo dos primeiros frutos.
24. Ela inunda de intelig�ncia como o rio Eufrates e como o rio Jord�o nos dias da colheita.
25. Ela espalha instru��o como o rio Nilo e como o Geon no tempo da vindima.
26. O primeiro homem n�o esgota o conhecimento dela, e o �ltimo tamb�m n�o conseguir� investig�-la completamente.
27. De fato, o pensamento dela � maior do que o mar, e o seu conselho � maior do que o oceano.
28. Eu sou como o canal de um rio, um curso d'�gua que rega o para�so.
29. Eu disse: "Vou regar meu jardim e empapar os meus canteiros". Mas o meu canal se tornou um rio, e o meu rio se transformou em mar.
30. Farei que a minha instru��o resplande�a como aurora, para que ilumine os lugares mais distantes.
31. Derramarei o ensinamento como profecia e o transmitirei para as gera��es futuras.
32. Vejam: N�o trabalhei apenas para mim, mas para todos os que procuram a sabedoria.


Eclesi�stico 25

1. Tr�s coisas me satisfazem e agradam ao Senhor e aos homens: conc�rdia entre irm�os, amizade entre vizinhos e mulher vivendo em harmonia com o marido.
2. H� tamb�m tr�s tipos de pessoas que eu detesto e cujo comportamento me irrita profundamente: o pobre orgulhoso, o rico mentiroso e o anci�o ad�ltero e sem bom senso.
3. Se voc� n�o acumulou na juventude, como poderia encontrar alguma coisa na velhice?
4. Como � belo para os cabelos brancos saber julgar, e para os anci�os saber dar conselhos!
5. Como fica bem a sabedoria para os anci�os e o discernimento s�bio para as pessoas honradas!
6. A coroa dos anci�os � uma grande experi�ncia, e o orgulho deles � temer ao Senhor.
7. H� nove coisas que, no meu �ntimo, considero felizes, e a d�cima eu proclamo com a minha boca: o homem que se alegra com seus filhos; aquele que vive para ver a ru�na de seus inimigos;
8. feliz aquele que vive com mulher de bom senso; aquele que n�o faz trabalhar juntos o boi e o burro; aquele que n�o peca por palavra; aquele que n�o serve a um patr�o indigno;
9. feliz aquele que encontrou a prud�ncia; e aquele que fala para quem escuta.
10. Como � grande aquele que encontrou a sabedoria! Mas ningu�m ultrapassa aquele que teme ao Senhor.
11. O temor do Senhor ultrapassa tudo, e a quem ser� comparado aquele que o possui?
12. Nenhuma ferida � como a do cora��o, e maldade nenhuma � como a da mulher!
13. Nenhuma desgra�a � como a causada pelos advers�rios, e nenhuma vingan�a � como a dos inimigos.
14. N�o h� veneno pior do que o veneno da serpente, nem ira pior do que a do inimigo.
15. Prefiro morar com um le�o ou drag�o a morar com mulher maldosa.
16. A maldade da mulher muda a sua fisionomia, e seu rosto fica tenebroso como o de um urso.
17. Seu marido vai sentar-se no meio dos vizinhos e, constrangido, suspira amargamente.
18. Qualquer maldade � um nada diante da maldade da mulher: caia sobre ela a sorte dos pecadores!
19. Como ladeira de areia para os p�s de um velho, assim � a mulher faladeira para um marido pac�fico.
20. N�o se deixe prender pela beleza de uma mulher, nem se apaixone por ela.
21. Motivo de irrita��o, desprezo e grande vergonha � a mulher sustentar o marido.
22. Cora��o abatido, rosto triste e cora��o ferido, � a obra da mulher m�.
23. M�os inertes e joelhos vacilantes, � a mulher que n�o torna feliz o pr�prio marido.
24. Foi pela mulher que come�ou o pecado, e � por culpa dela que todos morremos.
25. N�o deixe a �gua escapar, nem d� liberdade de falar para a mulher m�.
26. Se ela n�o obedece �s ordens que voc� lhe d�, separe-se dela.


Eclesi�stico 26

1. Feliz o marido que tem mulher virtuosa; a dura��o de sua vida ser� o dobro.
2. Mulher habilidosa � alegria para o marido, que viver� em paz por toda a vida.
3. Uma boa mulher � uma sorte grande, que ser� dada aos que temem ao Senhor.
4. Rico ou pobre, estar� contente e ter� sempre rosto alegre.
5. Meu cora��o teme tr�s coisas, e uma quarta me assusta: cal�nia espalhada pela cidade, revolta do povo e acusa��o falsa. Tudo isso � pior que a morte.
6. Mas a mulher ciumenta de uma rival causa grande dor e afli��o. E a praga da l�ngua � o ponto comum de todas essas coisas.
7. Mulher m� � canga de boi mal ajeitada, e querer domin�-la � como pegar escorpi�o.
8. Mulher embriagada provoca indigna��o, e n�o consegue esconder a sua inconveni�ncia.
9. A m� conduta da mulher se manifesta na excita��o dos olhos, e se reconhece pelas p�lpebras.
10. Reforce a vigil�ncia sobre a filha impetuosa, para que ela n�o se aproveite da fraqueza que voc� tem.
11. Cuidado com os olhos desavergonhados dela, e n�o estranhe que ofenda voc�.
12. Como viajante sedento, ela abre a boca e bebe qualquer �gua que encontra; ela se assenta diante de qualquer estaca e abre a aljava para qualquer flecha.
13. Mulher graciosa alegra o marido, e com seu saber o fortalece.
14. Mulher discreta � dom do Senhor, e mulher bem-educada n�o tem pre�o.
15. Mulher modesta duplica seu encanto, e n�o h� valor que pague a mulher casta.
16. Como o sol levantando-se sobre as montanhas do Senhor, assim � a beleza da mulher em sua casa bem arrumada.
17. Como l�mpada brilhando no candelabro sagrado, tal � a beleza do rosto num corpo bem acabado.
18. Colunas de ouro sobre bases de prata, assim s�o as belas pernas sobre s�lidos p�s.
19. Duas coisas me entristecem e uma terceira me d� raiva: o soldado reduzido � mis�ria, homens s�bios tratados com desprezo, e aquele que passa da justi�a para o pecado: a este o Senhor o entregar� � morte pela espada.
20. Dificilmente um comerciante fica isento de culpa e um negociante fica livre de pecado.


Eclesi�stico 27

1. Muitos pecam por amor ao lucro, e quem busca enriquecer-se age sem escr�pulos.
2. Entre as junturas das pedras finca-se a estaca, e entre a compra e a venda o pecado se infiltra.
3. Se a pessoa n�o se agarra com firmeza ao temor do Senhor, sua casa logo ser� destru�da.
4. Sacudindo a peneira, ficam os restos, e quando a pessoa discute aparecem seus defeitos.
5. O forno prova os vasos do oleiro, e a prova do homem est� no seu racioc�nio.
6. O fruto da �rvore mostra como ela foi cultivada, e a palavra revela o �ntimo do homem.
7. Nunca elogie um homem antes que ele fale, porque o falar prova quem s�o as pessoas.
8. Se voc� procura a justi�a, certamente a encontrar�, e se revestir� dela como roupa de festa.
9. Cada passarinho se aninha com outros da mesma esp�cie, e a verdade volta para aqueles que a praticam.
10. O le�o espreita a presa, e o pecado espreita aqueles que praticam a injusti�a.
11. O homem fiel fala sempre com sabedoria, mas o insensato muda como a lua.
12. Me�a o tempo quando estiver entre os insensatos, mas demore-se quando estiver entre os s�bios.
13. A conversa dos insensatos � detest�vel, e o riso deles � orgia de pecado.
14. A conversa de quem vive jurando eri�a os cabelos, e suas discuss�es obrigam a tapar os ouvidos.
15. A briga dos orgulhosos faz derramar sangue, e os insultos que eles fazem machucam os ouvidos.
16. Quem revela o segredo destr�i a confian�a, e nunca mais encontrar� um amigo �ntimo.
17. Ame o seu amigo e seja fiel a ele. Contudo, se voc� revelou os segredos dele, n�o o procure mais.
18. Porque, assim como se perde uma pessoa que morre, da mesma forma voc� perdeu a amizade do seu pr�ximo.
19. Como p�ssaro que escapa da m�o, voc� deixou escapar seu amigo, e n�o conseguir� mais apanh�-lo.
20. N�o v� atr�s, pois ele j� foi para longe, fugindo como gazela que escapou da armadilha.
21. Uma ferida pode ser curada, e pode-se perdoar um insulto, mas para quem revelou segredos n�o h� mais esperan�a.
22. Quem pisca um olho est� planejando maldade, mas quem o conhece afasta-se dele.
23. Na frente de voc�, ele fala com delicadeza e elogia o que voc� diz, mas, por detr�s ele fala diferente, e arma ciladas com as mesmas palavras que voc� disse.
24. Eu detesto muitas coisas, e a esse tal muito mais, e tamb�m o Senhor o detesta.
25. Jogue uma pedra para o alto, e ela cair� em sua pr�pria cabe�a; d� um golpe por trai��o, e voc� receber� o golpe de volta.
26. Quem cava um buraco, nele cair�; quem prepara uma armadilha, ficar� preso nela.
27. O mal se volta contra quem o pratica, e sem que a pessoa saiba de onde ele vem.
28. Sarcasmo e ultraje s�o pr�prios do soberbo, mas a vingan�a o espreita como le�o.
29. Os que se alegram com a queda dos fi�is ser�o apanhados na pr�pria armadilha e, antes de morrer, a dor os consumir�.
30. Rancor e c�lera s�o coisas abomin�veis, mas o pecador as conserva.


Eclesi�stico 28

1. Quem se vinga sofrer� a vingan�a do Senhor, que severamente lhe pedir� contas de seus pecados.
2. Perdoe a injusti�a que o seu pr�ximo cometeu e, quando voc� pedir, Deus tamb�m perdoar� os pecados que voc� tiver cometido.
3. Se um homem guarda rancor contra outro, como poder� pedir que Deus o cure?
4. Se n�o usa de miseric�rdia para com o seu semelhante, como se atreve a pedir perd�o de seus pr�prios pecados?
5. Se ele, que � carne, guarda rancor, quem perdoar� os seus pecados?
6. Lembre-se do seu fim, e pare de odiar. Lembre-se da corrup��o e da morte, e persevere nos mandamentos.
7. Lembre-se dos mandamentos, e n�o guarde rancor contra o seu pr�ximo. Lembre-se da alian�a com o Alt�ssimo, e n�o leve em conta a ofensa que fizeram a voc�.
8. Fique longe das discuss�es, e voc� evitar� o pecado, porque o homem raivoso ati�a a briga.
9. O homem pecador provoca disc�rdia entre os amigos e desaven�a entre os que vivem em paz.
10. Quanto mais lenha, tanto mais arde o fogo, e quanto mais teimosia, tanto mais aumenta a briga. O furor de um homem depende de sua for�a, e sua c�lera � proporcional � sua riqueza.
11. A luta repentina acende o fogo, e a briga violenta derrama sangue.
12. Se voc� sopra uma fagulha, ela se inflama, e se voc� lhe cospe em cima, ela se apaga. Note bem que as duas coisas saem da mesma boca.
13. Amaldi�oem o difamador e o homem falso, porque eles arru�nam muitos que vivem em paz.
14. A l�ngua intrometida inquieta muitos, fazendo-os fugir de na��o em na��o; ela destr�i cidades fortes e devasta as casas dos poderosos.
15. A l�ngua intrometida faz com que mulheres excelentes sejam repudiadas, privando-as do fruto de seus trabalhos.
16. Quem d� aten��o a ela n�o encontra mais descanso nem tranq�ilidade em casa.
17. A chicotada deixa marca, mas o golpe da l�ngua quebra os ossos.
18. Muitos j� ca�ram pelo fio da espada, mas n�o foram tantos como as v�timas da l�ngua.
19. Feliz de quem se protege dela e n�o se exp�e ao seu furor. Feliz quem n�o arrastou o jugo dela, nem foi enredado em suas cadeias.
20. De fato, o jugo dela � de ferro, e suas cadeias s�o de bronze.
21. A morte que ela provoca � terr�vel, e � prefer�vel estar no t�mulo.
22. Ela, por�m, n�o tem poder sobre os homens fi�is, que n�o se queimar�o em sua chama.
23. Os que abandonam o Senhor, nela cair�o, e ela os consumir� sem se apagar; ela se lan�ar� contra eles como le�o, e como pantera os despeda�ar�.
24. Aten��o! Proteja a sua propriedade com uma cerca de espinhos e guarde bem o seu ouro e prata.
25. Pese na balan�a as palavras que voc� diz, e feche a boca com porta de ferrolho.
26. Cuidado para n�o trope�ar com a l�ngua, para n�o cair diante de quem espreita voc�.


Eclesi�stico 29

1. Quem pratica miseric�rdia faz empr�stimos ao pr�ximo, e quem lhe estende a m�o cumpre os mandamentos.
2. Empreste ao pr�ximo quando ele tiver necessidade, e devolva ao pr�ximo no tempo combinado.
3. Mantenha a palavra dada e seja fiel com o pr�ximo, e em qualquer momento voc� encontrar� o que precisa.
4. Muitos consideram o empr�stimo como se fosse coisa achada, e deixam os credores em dificuldade.
5. Antes de receberem, beijam a m�o do credor e amaciam a voz para conseguir os bens do pr�ximo. Na hora de devolver, por�m, adiam a data, respondem com palavras evasivas e culpam as circunst�ncias.
6. Quando eles podem pagar, com dificuldade o credor recupera a metade, e pode considerar isso como um achado. Caso contr�rio, o credor ficar� sem os bens que emprestou e, al�m disso, ganhar� sem motivo um inimigo. Este lhe devolver� maldi��es e inj�rias e, em vez de agradecer, o desprezar�.
7. Muitos, por causa de tais maldades, se recusam a fazer empr�stimos, com medo de perder os bens sem mais nem menos.
8. Com o pobre, por�m, seja compreensivo, e n�o o fa�a esperar muito pela esmola.
9. Por causa do mandamento, socorra o indigente conforme a necessidade dele. N�o o despe�a de m�os vazias.
10. Perca o dinheiro com o irm�o e o amigo, para que ele n�o se enferruje inutilmente debaixo de uma pedra.
11. Use seus bens segundo os mandamentos do Alt�ssimo, e eles ser�o mais �teis para voc� do que o ouro.
12. D� esmola daquilo que voc� tem nos celeiros, e ela o livrar� de qualquer desgra�a;
13. mais do que forte escudo e lan�a pesada, ela combater� por voc� diante do inimigo.
14. O homem bom se disp�e a ser fiador do seu pr�ximo, mas aquele que perdeu a vergonha o abandona.
15. N�o se esque�a do favor prestado pelo seu fiador, pois ele se exp�s por voc�.
16. O pecador se aproveita dos bens do seu fiador, e o ingrato abandona propositalmente quem o ajudou.
17. A fian�a j� arruinou muitos que prosperavam e os agitou como ondas do mar.
18. Ela deixou sem casa homens poderosos, que foram obrigados a vagar em meio a estrangeiros.
19. O pecador que se apressa em ser fiador para buscar lucro, acabar� nos tribunais.
20. Ajude seu pr�ximo conforme o que voc� pode, mas tome cuidado para tamb�m voc� n�o se arruinar.
21. S�o coisas indispens�veis para a vida: �gua, p�o, roupa e casa para preservar a pr�pria intimidade.
22. � melhor viver vida de pobre embaixo de um barraco, do que saborear comidas em casa alheia.
23. Com pouco ou muito esteja contente, e voc� n�o ser� desprezado como imigrante.
24. � vida dura andar de casa em casa, porque voc� � imigrante por onde anda, e n�o pode abrir a boca.
25. Voc� ser� recebido como estranho, beber� constrangido, e ainda ouvir� coisas desagrad�veis:
26. "Venha, forasteiro, arrume a mesa e, se tiver alguma coisa, me d� de comer".
27. Ou: "Saia, forasteiro! D� o lugar para uma pessoa mais digna. Preciso da casa para hospedar o meu irm�o".
28. Ser censurado pelo dono da casa e insultado pelo credor s�o coisas duras para um homem sensato.


Eclesi�stico 30

1. Quem ama o pr�prio filho, usa bastante o chicote, para no fim se alegrar.
2. Quem corrige o pr�prio filho, depois ter� satisfa��o, e ficar� orgulhoso dele na frente dos conhecidos.
3. Quem educa o pr�prio filho faz inveja ao inimigo, e fica alegre diante dos amigos.
4. O pai morre, mas � como se n�o tivesse morrido, porque deixa depois de si algu�m semelhante a ele.
5. Durante a vida, o pai se alegra ao ver o filho, e n�o fica triste na hora da morte.
6. Para os inimigos, deixa um vingador; para os amigos, deixa algu�m que ir� recompens�-los.
7. Quem mima o pr�prio filho, depois ter� que lhe curar as feridas, e, a cada grito dele, suas entranhas estremecer�o.
8. O cavalo xucro se torna intrat�vel, e o filho entregue a si mesmo se torna teimoso.
9. D� muito mimo a seu filho, e ele trar� surpresas desagrad�veis para voc�; siga os caprichos dele, e ele deixar� voc� triste.
10. N�o ria com ele, e com ele voc� tamb�m n�o ir� chorar, para que voc� n�o acabe rangendo os dentes.
11. N�o lhe d� liberdade na juventude, nem feche os olhos para os defeitos dele.
12. Obrigue-o a curvar o pesco�o enquanto � jovem, e bata nas costas dele enquanto � menino, para que n�o cres�a teimoso, n�o lhe desobede�a e nem lhe cause muito sofrimento.
13. Corrija seu filho e fa�a-o respons�vel, para depois voc� n�o trope�ar na insol�ncia dele.
14. � melhor um pobre robusto e sadio do que um rico cheio de doen�as.
15. Sa�de e vigor valem mais do que todo o ouro, e � melhor um corpo robusto que uma enorme fortuna.
16. N�o h� riqueza maior que a sa�de do corpo, nem maior satisfa��o que um cora��o contente.
17. � melhor a morte do que viver com amargura, e o descanso eterno vale mais do que doen�a cr�nica.
18. Boa comida diante de boca fechada � como oferta de alimentos em cima de um t�mulo.
19. De que serve oferecer frutos ao �dolo? Ele n�o come nem sente cheiro. Assim � aquele que est� sendo perseguido pelo Senhor:
20. fica observando e suspirando, como eunuco abra�ado a uma jovem.
21. N�o se deixe dominar pela tristeza, nem se aflija com preocupa��es.
22. Alegria do cora��o � vida para o homem, e a satisfa��o lhe prolonga a vida.
23. Anime-se, console o cora��o e afaste a melancolia para longe. Pois a melancolia j� arruinou muita gente, e n�o serve para nada.
24. Inveja e ira encurtam os anos, e a preocupa��o faz envelhecer antes do tempo.
25. Cora��o alegre favorece o bom apetite e faz sentir o gosto da comida.


Eclesi�stico 31

1. A ins�nia por causa da riqueza consome o corpo, e a preocupa��o que ela provoca afasta o sono.
2. As preocupa��es do dia n�o deixam dormir, e s�o piores que doen�a grave para tirar o sono.
3. O rico se afadiga para acumular riquezas e, quando descansa, afoga-se em prazeres.
4. O pobre se afadiga, consumindo suas for�as e, quando descansa, cai na mis�ria.
5. Quem ama o ouro n�o se conserva justo, e quem corre atr�s do lucro, com ele se perder�.
6. Muitos foram v�timas do ouro, e sua ru�na foi inevit�vel.
7. � uma armadilha para os que com ele se entusiasmam, e todo insensato � apanhado nela.
8. Feliz o rico que se conserva �ntegro e n�o corre atr�s do ouro.
9. Quem � esse homem? N�s o felicitaremos, porque realizou coisa maravilhosa no meio do seu povo.
10. Quem sofreu essa prova e se revelou perfeito? Tal fato ser� para ele motivo de gl�ria. Quem podia violar a lei e n�o violou? E quem podia fazer o mal e n�o o fez?
11. A prosperidade dessa pessoa ser� garantida, e a assembl�ia celebrar� a sua generosidade.
12. Voc� est� sentado diante de uma farta mesa? N�o escancare a boca diante dela, nem diga: "Quanta coisa!"
13. Lembre-se: olhar �vido � coisa m�. Existe criatura pior que o olho? � por isso que o olho lacrimeja por qualquer motivo.
14. N�o estenda a m�o para onde outro estiver olhando, nem se precipite junto com ele para o mesmo prato.
15. Compreenda o que o seu pr�ximo quer a partir do que voc� mesmo quer. Pense naquilo que desagrada a voc�.
16. Coma educadamente o que lhe oferecerem e n�o mastigue de boca aberta, para n�o ser desagrad�vel.
17. Por educa��o acabe primeiro e n�o seja guloso, para que n�o o desprezem.
18. Se estiver sentado entre muitos convidados, n�o seja o primeiro a estender a m�o.
19. O homem bem educado se satisfaz com pouca coisa e, quando vai para a cama, n�o se sente sufocado.
20. O sono saud�vel depende do est�mago moderado: a pessoa se levanta cedo e com boa disposi��o. O homem guloso � sempre acompanhado por mal-estar, ins�nia, n�usea e c�lica.
21. Por�m, se voc� foi for�ado a comer muito, levante-se, v� vomitar, e ficar� aliviado.
22. Escute-me, filho, e n�o me despreze, e depois voc� compreender� o que estou falando. Seja moderado em tudo o que fizer, e nenhuma doen�a o atingir�.
23. Muitos far�o elogios a quem � pr�digo em dar banquetes, e o testemunho sobre a generosidade dele � verdadeiro.
24. A cidade inteira critica quem � mesquinho ao dar banquete, e � correto o testemunho sobre a mesquinhez dele.
25. N�o banque o valente com o vinho, porque ele j� arruinou muita gente.
26. A fornalha prova a t�mpera do metal, e o vinho esquenta a briga dos arrogantes.
27. O vinho traz vida para os homens, desde que voc� o beba com modera��o. Que vida existe quando falta vinho? Ele foi criado para alegrar as pessoas.
28. Bebido em tempo certo e na medida certa, o vinho traz gozo para o cora��o e alegria para a alma.
29. Todavia, bebido em excesso, por v�cio ou desafio, o vinho traz amargura para a alma.
30. A embriaguez aumenta a ira do insensato para sua pr�pria ru�na, diminuindo-lhe as for�as e provocando ferimentos.
31. Num banquete, n�o repreenda o pr�ximo, nem zombe por ele estar alegre; n�o o reprove com palavras, nem o atormente com reclama��es.


Eclesi�stico 32

1. Pediram para voc� presidir o banquete? N�o fique envaidecido, mas se comporte com os outros como se fosse um deles. Cuide de cada um, e depois sente-se.
2. Tendo providenciado o que cada um necessita, acomode-se para alegrar-se com eles e receber a coroa pelo seu bom desempenho.
3. Fale, anci�o, pois isso conv�m a voc�, mas tenha discri��o e n�o atrapalhe a m�sica.
4. Durante o espet�culo, n�o fique falando, e n�o exiba sua sabedoria fora de hora.
5. Como rubi em anel de ouro, assim � uma audi��o musical durante um banquete.
6. Como esmeralda engastada em ouro, assim � uma �ria musical unida ao vinho delicioso.
7. Fale, jovem, se for necess�rio, mas apenas umas duas vezes, quando interrogado.
8. Resuma o que tem a dizer, e diga muito em poucas palavras. Seja como algu�m que sabe, mas se cala.
9. N�o procure impor-se no meio dos grandes, nem fique tagarelando enquanto outro fala.
10. Antes do trov�o vem o raio, e a gra�a precede o homem modesto.
11. Chegando a hora levante-se, e n�o fique por �ltimo. Volte logo para casa, em vez de ficar vagando.
12. A� voc� poder� divertir-se e fazer o que desejar, mas n�o peque falando com insol�ncia.
13. Por tudo isso, agrade�a ao seu Criador, que o enche de benef�cios.
14. Quem teme ao Senhor aceita a corre��o, e aqueles que o buscam encontram o seu favor.
15. Quem investiga a Lei, dela ficar� saciado, mas para o hip�crita ela � motivo de queda.
16. Os que temem ao Senhor encontram a justi�a, e suas a��es justas brilham como luz.
17. O homem pecador n�o aceita a corre��o, e encontra sempre justificativa para seguir os pr�prios caprichos.
18. O homem de bom senso n�o deixa de refletir, enquanto o estrangeiro e o orgulhoso n�o conhecem o temor.
19. N�o fa�a nada sem refletir, e n�o mude de id�ia enquanto est� agindo.
20. N�o ande por caminho acidentado, e voc� n�o trope�ar� nas pedras.
21. N�o confie no caminho que n�o tem obst�culos,
22. e seja cauteloso at� com seus filhos.
23. Em tudo o que voc� faz, acredite em si mesmo, porque tamb�m isso � observar os mandamentos.
24. Quem acredita na Lei, observa os mandamentos; quem confia no Senhor, n�o ficar� frustrado.


Eclesi�stico 33

1. Quem teme ao Senhor n�o sofre nenhum mal, e se passar por alguma tenta��o, ficar� livre dela.
2. O homem s�bio n�o odeia a Lei, mas quem finge am�-la � como navio na tempestade.
3. O homem de bom senso confia na Lei; para ele, a Lei � digna de confian�a como a resposta de um or�culo.
4. Prepare seu discurso, e voc� ser� ouvido; p�e ordem na instru��o, e s� depois responda.
5. As emo��es do insensato s�o como roda de carro, e seu racioc�nio � como eixo que gira.
6. O amigo zombador � como o cavalo no cio: relincha sempre, qualquer que seja o cavaleiro montado.
7. Por que um dia � mais importante do que o outro, se a luz de cada dia do ano vem sempre do sol?
8. Eles foram separados no pensamento do Senhor, que diferenciou as esta��es do ano e as festas.
9. Elevou e consagrou alguns deles, e deixou outros como dias comuns.
10. Tamb�m os homens v�m todos do mesmo solo, e da terra Ad�o foi criado.
11. Mas o Senhor, na sua grande sabedoria, os distinguiu, e diversificou os caminhos deles.
12. A uns, ele aben�oou e exaltou, consagrando-os e aproximando-os de si; a outros amaldi�oou e humilhou, derrubando-os de suas posi��es.
13. Como argila na m�o do oleiro, que ele amolda conforme quer, assim s�o os homens nas m�os do seu Criador, que lhes retribui segundo o julgamento dele.
14. Diante do mal est� o bem, diante da morte est� a vida, e diante do fiel est� o pecador.
15. Considere, portanto, todas as obras do Alt�ssimo que, duas a duas, est�o todas uma diante da outra.
16. Quanto a mim, eu sou o �ltimo a ficar desperto, como aquele que colhe os restolhos atr�s dos vindimadores.
17. Com a b�n��o do Senhor, atingi a meta, e como o vindimador, enchi o tanque de espremer uvas.
18. Vejam que eu n�o me afadiguei s� para mim, mas para todos aqueles que procuram a instru��o.
19. Escutem-me, chefes do povo, e ou�am-me, presidentes da assembl�ia.
20. Enquanto viver, n�o d� poderes sobre voc� ao seu filho, mulher, irm�o e amigo. N�o d� seus bens a outro, para depois n�o se arrepender e ter que pedi-los de volta.
21. Enquanto estiver vivo e tiver um sopro de vida, n�o se entregue ao poder de ningu�m.
22. � melhor que seus filhos pe�am a voc�, do que voc� depender deles.
23. Em tudo o que voc� faz, seja sempre dono de seus atos, e n�o deixe que se manche a sua boa fama.
24. Quando chegar o fim dos dias de sua vida, no momento da morte, reparta a heran�a.
25. Para o asno, forragem, chicote e carga; para o escravo, p�o, corre��o e trabalho.
26. Fa�a o seu escravo trabalhar com disciplina, e voc� encontrar� sossego. Deixe-o com as m�os livres, e ele procurar� a liberdade.
27. Jugo e r�dea dobram o pesco�o; torturas e interrogat�rio dobram o mau escravo.
28. Mande-o trabalhar, para que n�o fique ocioso, porque a ociosidade ensina muitos males.
29. Obrigue-o ao trabalho que compete a ele; e se n�o obedecer, prenda-o em correntes.
30. Entretanto, n�o cometa excessos com ningu�m, e n�o pratique nada contra a justi�a.
31. Se voc� tem s� um escravo, trate-o como a voc� mesmo, pois voc� o comprou a pre�o de sangue.
32. Se voc� tem s� um escravo, trate-o como irm�o, porque voc� precisa dele, assim como de si mesmo.
33. Se voc� o maltratar, ele fugir�, e por qual caminho voc� ir� procur�-lo?


Eclesi�stico 34

1. O insensato tem esperan�as v�s e ilus�rias, e os imbecis voam com os sonhos.
2. Quem confia nos sonhos est� agarrando sombras e perseguindo o vento.
3. A vis�o dos sonhos � um simples reflexo, � como imagem do rosto diante do espelho.
4. Do impuro, o que pode sair de puro? E que verdade se pode tirar da mentira?
5. Adivinha��es, press�gios e sonhos s�o coisas in�teis, como as imagina��es da mulher em dores de parto.
6. Se n�o forem enviados pelo Alt�ssimo numa de suas visitas, n�o lhes d� aten��o.
7. Os sonhos fizeram muitos extraviar-se, e muitos que neles esperaram acabaram caindo.
8. A perfei��o da Lei est� al�m dessas mentiras, e a sabedoria � perfeita para a boca do fiel.
9. O homem que muito viajou conhece muitas coisas, e quem tem muita experi�ncia fala com discernimento.
10. Quem n�o foi provado conhece pouco, mas quem muito viaja aumenta sua habilidade.
11. Vi muitas coisas em minhas viagens, e o meu conhecimento ultrapassa as minhas palavras.
12. Muitas vezes estive em perigo de morte, mas fui salvo gra�as � minha experi�ncia.
13. O esp�rito daqueles que temem ao Senhor viver�, porque a esperan�a deles est� em algu�m que pode salv�-los.
14. Quem teme ao Senhor n�o tem medo de nada e n�o se assusta, porque o Senhor � a sua esperan�a.
15. Feliz aquele que teme ao Senhor. Em quem se ap�ia? Quem � que o sustenta?
16. O Senhor cuida daqueles que o amam. Ele � escudo poderoso e sustent�culo forte, abrigo contra o vento sufocante e abrigo contra o ardor do meio-dia, prote��o contra os obst�culos e socorro contra as quedas.
17. O Senhor eleva a alma e ilumina os olhos, concedendo sa�de, vida e b�n��o.
18. Oferecer sacrif�cio de bens injustamente adquiridos � fazer zombaria, e as ofertas dos infi�is n�o s�o agrad�veis.
19. O Alt�ssimo n�o gosta das ofertas dos injustos e n�o � pela abund�ncia das v�timas que ele perdoa os pecados.
20. Como quem imola o filho na presen�a do pr�prio pai, assim � aquele que oferece sacrif�cios com os bens dos pobres.
21. O p�o dos indigentes � a vida dos pobres, e quem tira a vida dos pobres � assassino.
22. Mata o pr�ximo quem lhe tira seus meios de vida, e derrama sangue quem priva o oper�rio de seu sal�rio.
23. Um constr�i e outro derruba. Que proveito tiram disso, al�m da fadiga?
24. Um aben�oa, outro amaldi�oa. Qual dos dois ser� ouvido pelo Senhor?
25. Um se purifica do contato com cad�ver, e depois o toca de novo. Que proveito tira de sua purifica��o?
26. Assim � o homem que jejua por seus pecados, mas depois vai e os comete de novo. Quem ouvir� a s�plica dele? De que serviu a sua humilha��o?


Eclesi�stico 35

1. Observar a Lei vale mais do que oferecer sacrif�cios, e observar os mandamentos � como oferecer sacrif�cio de comunh�o.
2. Retribuir um favor � como oferecer flor de farinha, e dar esmola � como oferecer sacrif�cio de louvor.
3. O que agrada ao Senhor � afastar-se do mal, e o sacrif�cio pelo pecado � afastar-se da injusti�a.
4. N�o se apresente de m�os vazias diante do Senhor, pois tudo isso � pedido pelos mandamentos.
5. A oferta do justo alegra o altar, e o perfume dela sobe at� o Alt�ssimo.
6. O sacrif�cio do justo � aceito, e o seu memorial n�o ficar� esquecido.
7. Glorifique o Senhor com generosidade, e n�o seja mesquinho nos primeiros frutos que voc� oferece.
8. Quando oferecer alguma coisa, esteja de rosto alegre, e consagre o d�zimo com boa vontade.
9. Ofere�a ao Alt�ssimo conforme o dom que ele fez a voc�; d� com generosidade, segundo suas possibilidades.
10. Porque o Senhor retribui a oferta e ele, em troca, lhe dar� sete vezes mais.
11. N�o tente subornar a Deus, porque ele n�o aceitar� o suborno. N�o confie num sacrif�cio injusto,
12. porque o Senhor � juiz que n�o faz diferen�a entre as pessoas.
13. Ele n�o d� prefer�ncia a ningu�m contra o pobre. Pelo contr�rio, atende a s�plica do oprimido.
14. Ele n�o despreza a s�plica do �rf�o, nem a vi�va que desafoga suas queixas.
15. Ser� que as l�grimas da vi�va n�o lhe descem pela face, e o grito dela n�o se levanta contra quem a faz chorar?
16. Quem serve ao Senhor ser� recebido com benevol�ncia, e sua s�plica chegar� at� as nuvens.
17. A s�plica do pobre penetra as nuvens, e ele n�o sossega, enquanto ela n�o chegar at� l�.
18. Ele n�o desiste, at� que o Alt�ssimo intervenha para fazer justi�a aos justos e realize o julgamento.
19. O Senhor n�o tardar�, nem ter� paci�ncia com os injustos,
20. enquanto n�o quebrar as costas dos cru�is e tomar vingan�a das na��es;
21. enquanto n�o exterminar a multid�o dos orgulhosos e quebrar o cetro dos injustos,
22. enquanto n�o retribuir a cada um conforme as suas a��es e julgar as a��es humanas segundo as inten��es de cada um;
23. enquanto n�o fizer justi�a ao seu povo e o alegrar com a sua miseric�rdia.
24. A miseric�rdia � bem-vinda no tempo da afli��o, como as nuvens de chuva no tempo da seca.


Eclesi�stico 36

1. Tem compaix�o e olha por n�s, Senhor Deus do universo. Infunde o teu temor em todas as na��es.
2. Levanta a tua m�o contra as na��es estrangeiras, para que elas vejam o teu poder.
3. Castigando-nos, tu mostraste �s na��es a tua santidade. Agora, mostra-nos a tua grandeza, castigando as na��es.
4. Desse modo elas reconhecer�o, como tamb�m n�s reconhecemos, que n�o existe um Deus al�m de ti, Senhor.
5. Renova os sinais e realiza outros prod�gios. Glorifica a tua m�o e o teu bra�o direito.
6. Desperta o teu furor e derrama a tua ira, para destruir o advers�rio e abater o inimigo.
7. Apressa o tempo e lembra-te do juramento, e assim teus grandes feitos ser�o proclamados.
8. Que o sobrevivente seja devorado pela ira do fogo, e os que maltratam o teu povo encontrem a ru�na.
9. Esmaga a cabe�a dos chefes inimigos, que dizem: "N�o h� ningu�m como n�s!"
10. Re�ne todas as tribos de Jac� e d�-lhes a heran�a, como no princ�pio.
11. Senhor, tem piedade do povo que � chamado com o teu nome. Tem piedade de Israel, que trataste como primog�nito.
12. Tem compaix�o de Jerusal�m, tua cidade santa, e lugar do teu repouso.
13. Enche Si�o com o relato das tuas maravilhas, e o teu povo com a tua gl�ria.
14. D� testemunho diante das tuas criaturas, que existem desde o princ�pio, e cumpre as profecias feitas em teu nome.
15. Recompensa aqueles que esperam em ti, e que os teus profetas sejam dignos de cr�dito.
16. Senhor, ouve a ora��o dos teus servos, segundo a b�n��o de Aar�o sobre o teu povo.
17. E todos os que habitam a terra reconhe�am que tu �s o Senhor, o Deus dos s�culos.
18. O est�mago consome todo tipo de alimento, mas um alimento � melhor do que outro.
19. O paladar distingue o gosto da ca�a, e a mente s�bia discerne as palavras mentirosas.
20. Cora��o perverso causa tristeza, mas o homem experiente o acalma.
21. A mulher aceita qualquer marido, mas as mulheres n�o s�o todas iguais.
22. A beleza da mulher alegra o rosto e supera todos os desejos do homem.
23. Se nos l�bios dela existe bondade e do�ura, o seu marido � o mais feliz dos homens.
24. Quem adquire esposa tem o come�o da fortuna, pois ela � auxiliar semelhante a ele e coluna de apoio.
25. Onde n�o h� cerca, a propriedade � saqueada, e onde n�o h� mulher, o homem vagueia gemendo.
26. Quem confia em ladr�o esperto que corre de cidade em cidade?
27. Assim � o homem que n�o tem ninho e se deita onde a noite o surpreende.


Eclesi�stico 37

1. Todo amigo declara amizade, mas existe amigo que � amigo s� de nome.
2. Por acaso, n�o � tristeza mortal o companheiro ou amigo que se transforma em inimigo?
3. � inclina��o perversa! De onde saiu voc� para cobrir a terra com trai��o?
4. O companheiro se alegra com o amigo na felicidade, mas no momento da desgra�a torna-se hostil.
5. O companheiro sofre com o amigo por interesse, mas no momento da briga toma o escudo.
6. Em seu cora��o n�o se esque�a do amigo; e n�o se esque�a dele quando voc� estiver na prosperidade.
7. Todo conselheiro d� conselhos, mas h� quem d� conselho em seu pr�prio interesse.
8. Seja cauteloso com o conselheiro, e procure saber quais s�o as necessidades dele. Pois ele pode aconselhar em benef�cio pr�prio e n�o lan�ar a sorte em favor de voc�,
9. dizendo: "Voc� est� num bom caminho". Depois, ele fica de longe, vendo o que vai acontecer a voc�.
10. N�o pe�a conselhos a quem olha voc� com desconfian�a, e esconda a sua inten��o de todos os que t�m inveja de voc�.
11. Nunca pe�a conselhos a uma mulher sobre a rival dela; nem a um covarde sobre a guerra; nem a um negociante sobre o com�rcio; nem a um comprador sobre a venda; nem a um invejoso sobre a gratid�o; nem a um ego�sta sobre a bondade; nem a um pregui�oso sobre o trabalho; nem a um empreiteiro sobre o fim da tarefa; nem a um empregado pregui�oso sobre um grande trabalho. N�o procure nenhuma dessas pessoas para receber delas algum conselho.
12. Ao contr�rio, freq�ente sempre o homem fiel, a quem voc� conhece como praticante dos mandamentos, que tenha a mesma disposi��o sua e que, se voc� trope�ar, sofrer� com voc�.
13. Siga o conselho do seu pr�prio cora��o, porque mais do que este ningu�m ser� fiel a voc�.
14. A alma do homem freq�entemente o avisa melhor do que sete sentinelas colocadas em lugar alto.
15. Al�m disso tudo, pe�a ao Alt�ssimo que dirija seu comportamento conforme a verdade.
16. A palavra � o princ�pio de qualquer obra, e antes de agir, � preciso refletir.
17. A raiz dos pensamentos � a mente, e ela produz quatro ramos:
18. bem e mal, vida e morte. Mas os quatro s�o dominados pela l�ngua.
19. Existe quem � capaz de instruir muitas pessoas, mas � in�til para si mesmo.
20. Existe quem ostenta sabedoria em palavras, mas � detestado e acaba morrendo de fome.
21. Porque o Senhor n�o lhe concede sua gra�a, ele fica desprovido de qualquer sabedoria.
22. Existe quem � s�bio s� para si, e os frutos seguros de sua intelig�ncia est�o em sua pr�pria boca.
23. O homem s�bio instrui o seu povo. Todos podem confiar nos frutos de sua intelig�ncia.
24. O homem s�bio � cumulado de b�n��os, e � proclamado feliz por todos os que o v�em.
25. A vida do homem tem os dias contados, por�m os dias de Israel s�o incont�veis.
26. O s�bio gozar� de confian�a no meio do seu povo, e seu nome viver� para sempre.
27. Meu filho, prove a si mesmo durante a sua vida. Veja o que � prejudicial, e n�o o conceda a si pr�prio.
28. Nem tudo conv�m a todos, nem todos gostam de tudo.
29. N�o seja insaci�vel de prazeres, nem se precipite sobre os pratos de comida.
30. Porque o abuso na comida provoca doen�as, e a gula produz c�licas.
31. Muitos morreram por causa da gula, e quem sabe se controlar vive muito tempo.


Eclesi�stico 38

1. Honre os m�dicos por seus servi�os, pois tamb�m o m�dico foi criado pelo Senhor.
2. Do Alt�ssimo vem a cura, e o m�dico recebe do rei o pagamento.
3. A ci�ncia do m�dico o faz levantar a cabe�a e ser admirado pelos grandes.
4. Da terra, o Senhor criou os rem�dios, e o homem de bom senso n�o os despreza.
5. N�o foi para manifestar o poder do Senhor que as �guas foram ado�adas com um peda�o de madeira?
6. O Senhor deu aos homens a ci�ncia para que pudessem glorific�-lo por causa das maravilhas dele.
7. Com elas, o m�dico cura e elimina a dor, e o farmac�utico prepara as f�rmulas.
8. Dessa maneira, as obras de Deus n�o t�m fim, e dele vem o bem-estar para a terra.
9. Meu filho, se voc� ficar doente, n�o se descuide. Suplique ao Senhor, e ele o curar�.
10. Evite as faltas, lave as m�os e purifique o cora��o de todo pecado.
11. Ofere�a incenso e um memorial de flor de farinha, e fa�a gordas ofertas, conforme suas possibilidades.
12. Depois, consulte o m�dico, pois tamb�m ele foi criado pelo Senhor. N�o o afaste, porque voc� precisa dele.
13. H� casos em que a cura depende s� dele.
14. Ele tamb�m suplica ao Senhor, a fim de que lhe conceda aliviar a doen�a e curar seus pacientes.
15. Quem peca contra o seu Criador, que caia nas m�os do m�dico!
16. Meu filho, derrame l�grimas pelo morto, e fa�a luto como algu�m que sofre profundamente. Depois enterre o cad�ver segundo o costume, e n�o deixe de honrar o t�mulo dele.
17. Chore amargamente, bata no peito e observe o luto proporcional � dignidade do morto, durante um ou dois dias, para evitar os coment�rios do povo; e depois console-se de sua tristeza.
18. Porque a tristeza leva para a morte, e qualquer afli��o do cora��o consome as for�as.
19. Na desgra�a a tristeza permanece, e uma vida triste � insuport�vel.
20. N�o entregue seu cora��o � tristeza, mas afaste-a, pensando no fim que voc� ter�.
21. N�o se esque�a: da morte n�o h� retorno. Sua tristeza em nada servir� ao morto, e voc� acabar� se prejudicando.
22. Lembre-se: a sorte dele ser� tamb�m a sua. Eu ontem, e voc� hoje.
23. Quando o morto repousa, pare de pensar nele. Console-se, porque o esp�rito dele j� partiu.
24. A sabedoria do escriba � adquirida em horas de lazer. Aquele que est� livre de atividades, torna-se s�bio.
25. Como poder� tornar-se s�bio aquele que maneja o arado e cuja gl�ria consiste em manejar o ferr�o? Como pode tornar-se s�bio aquele que guia bois, n�o abandona o trabalho e s� sabe falar das crias de vacas?
26. Somente se preocupa com os sulcos que tra�a, e fica sem dormir, preocupado com a forragem das bezerras.
27. O mesmo acontece com todo carpinteiro e construtor, e com qualquer pessoa que trabalha dia e noite: aqueles que fazem entalhes para os selos procuram pacientemente variar o desenho; eles tentam reproduzir o modelo e se preocupam em terminar o trabalho.
28. Da mesma forma, o ferreiro se assenta diante da bigorna e se entrega a trabalhar o ferro: a chama de fogo seca-lhe a carne, e ele se debate com o calor da forja; o barulho do martelo o ensurdece e seus olhos se fixam no modelo do objeto. Ele se esfor�a em acabar o trabalho e fica atento para retoc�-lo, at� ficar perfeito.
29. O oleiro se assenta para fazer o trabalho, girando a roda com os p�s e dedicando total cuidado � sua obra. Todos os seus gestos s�o calculados:
30. com o bra�o modela a argila e com os p�s quebra sua resist�ncia; ele se preocupa em acabar o polimento e passa a noite limpando o forno.
31. Todos esses artes�os confiam em suas pr�prias m�os, e cada um � h�bil em sua profiss�o.
32. Sem eles, seria imposs�vel construir uma cidade, e ningu�m poderia nelas habitar ou andar.
33. Mas eles n�o s�o requisitados no conselho do povo, n�o t�m lugar especial na assembl�ia, n�o se assentam na cadeira do juiz, nem conhecem as disposi��es legais.
34. Eles n�o brilham pela cultura, nem pelo julgamento, e n�o entendem de prov�rbios. Entretanto, s�o eles que sustentam as necessidades b�sicas, e a ora��o deles consiste em realizar o pr�prio trabalho.


Eclesi�stico 39

1. Diferente � o caso de quem se aplica em meditar a Lei do Alt�ssimo. Ele investiga a sabedoria de todos os antigos e se dedica ao estudo das profecias.
2. Preserva as senten�as dos homens famosos e penetra a sutileza das par�bolas.
3. Busca o sentido oculto dos prov�rbios e se ocupa com os enigmas das par�bolas.
4. Desempenha fun��es entre os grandes e marca presen�a nas reuni�es dos chefes. Viaja entre povos estrangeiros, fazendo a experi�ncia do bem e do mal entre os homens.
5. De manh� cedinho, dirige o cora��o ao Senhor que o criou e reza diante do Alt�ssimo, abrindo a boca em ora��o e implorando por seus pecados.
6. Se for da vontade do supremo Senhor, ele ficar� repleto do esp�rito de intelig�ncia e far� chover palavras de sabedoria e agradecer� ao Senhor na ora��o.
7. O Senhor dirigir� seu conselho e sua ci�ncia, e ele meditar� nos mist�rios divinos.
8. Ele far� brilhar a instru��o do seu ensinamento e se orgulhar� com a Lei da Alian�a do Senhor.
9. Muitos elogiar�o a sua intelig�ncia, e ele nunca ser� esquecido. N�o desaparecer� a sua recorda��o, e a sua fama viver� de gera��o em gera��o.
10. Os povos falar�o da sua sabedoria e a assembl�ia proclamar� os seus louvores.
11. Se viver por muito tempo, deixar� um nome mais famoso que mil outros, e quando morrer, isso lhe bastar�.
12. Vou expor agora as minhas reflex�es, pois estou repleto delas como a lua cheia.
13. Escutem-me, filhos santos, e cres�am como roseira plantada � beira d'�gua corrente.
14. Espalhem bom perfume como incenso e flores�am como l�rio. Espalhem perfume e entoem um canto, bendizendo ao Senhor por todas as suas obras.
15. Engrande�am o nome do Senhor e proclamem os louvores dele com seus c�nticos e c�taras. Voc�s o louvar�o assim:
16. Como s�o magn�ficas todas as obras do Senhor! Todas as suas ordens s�o executadas pontualmente. N�o � preciso dizer: "O que � isto? Por que aquilo?" Todas as coisas ser�o esclarecidas a seu tempo.
17. A uma ordem dele, a �gua parou e se juntou e, � sua voz, se formaram os reservat�rios de �gua.
18. Sob sua ordem, tudo o que ele deseja � realizado, e n�o h� quem possa impedir sua obra de salva��o.
19. Diante dele est�o todas as obras dos homens, e nada consegue esconder-se de seus olhos.
20. Seu olhar se estende de eternidade em eternidade, e para ele nada � extraordin�rio.
21. N�o � preciso dizer: "O que � isto? Por que aquilo?" Pois todas as coisas foram criadas para uma finalidade.
22. Sua b�n��o transborda como rio e rega a terra como inunda��o.
23. Dessa forma, as na��es fazem experi�ncia de sua ira, tal e qual como transformou as �guas em deserto salgado.
24. Seus caminhos s�o retos para os homens santos, mas para os injustos est�o cheios de obst�culos.
25. Desde o princ�pio, as coisas boas foram criadas para os bons, assim como os males foram criados para os pecadores.
26. Para a vida do homem, as coisas de primeira necessidade s�o as seguintes: �gua, fogo, ferro, sal, farinha de trigo, leite, mel, suco de uva, �leo e roupa.
27. Todas essas coisas s�o boas para os fi�is, mas para os pecadores se tornam m�s.
28. H� ventos que foram criados para castigar e que, enfurecendo, se tornam flagelo. Quando chegar o fim, eles desencadear�o sua viol�ncia, e aplacar�o o furor do seu Criador.
29. Fogo e granizo, fome e morte foram criados para castigar.
30. Os dentes das feras, os escorpi�es, as cobras e a espada vingadora existem para arruinar os injustos.
31. A uma ordem do Senhor, essas coisas se alegram e est�o prontas na terra para qualquer necessidade. No tempo oportuno, n�o transgredir�o a ordem recebida.
32. Por isso, desde o in�cio tive certeza e, depois de refletir, coloquei por escrito:
33. "Todas as obras do Senhor s�o boas, e ele prev� todas as necessidades no momento certo".
34. N�o se pode dizer: "Isto � pior do que aquilo", porque no momento certo todas as coisas ser�o reconhecidas como boas.
35. Agora, cantem hinos com o cora��o e com a boca, e bendigam o nome do Senhor.


Eclesi�stico 40

1. Sorte penosa foi criada para cada homem, e jugo pesado foi dado aos filhos de Ad�o, desde o dia em que saem do ventre materno at� o dia em que voltam para a m�e de todos. O objeto de suas reflex�es e o temor do seu cora��o exprimem a espera pelo dia da morte.
3. Desde aquele que se assenta em trono glorioso at� o mendigo sentado no ch�o e na cinza;
4. desde aquele que veste p�rpura e coroa at� o que se veste com pano grosseiro, tudo � raiva, inveja, ansiedade, inquieta��o, medo da morte, ressentimento e brigas.
5. Mesmo quando o homem repousa na cama, o sonho noturno lhe perturba os pensamentos.
6. Por um pouco, quase nada, ele repousa. Mas no sono, como em pleno dia, fica perturbado pelos fantasmas de sua mente, como quem fugiu da linha de batalha.
7. No momento em que est� para salvar-se, acorda, e fica maravilhado porque n�o havia nada a temer.
8. Isso acontece a toda criatura, desde o homem at� o animal, mas para o pecador � sete vezes pior:
9. morte, sangue, luta, espada, mis�ria, fome, destrui��o e flagelos.
10. Tais males foram criados para os injustos, e foi por causa deles que aconteceu o dil�vio.
11. Tudo o que vem da terra volta para a terra, e tudo o que vem da �gua volta para o mar.
12. Todo suborno e injusti�a desaparecer�o, mas a fidelidade permanecer� para sempre.
13. A riqueza dos injustos desaparecer� como torrente, como trov�o que ribomba no meio da tempestade.
14. Assim como o injusto se alegrar� abrindo as m�os, tamb�m os transgressores cair�o na ru�na.
15. Os brotos dos injustos n�o multiplicar�o seus ramos, porque s�o como ra�zes impuras sobre pedra dura.
16. S�o como cani�o na margem do rio, � beira d'�gua, que � arrancado antes de qualquer outra erva.
17. A bondade � como para�so de b�n��os, e a miseric�rdia permanece para sempre.
18. Doce � a vida de quem � aut�nomo e do trabalhador. No entanto, mais feliz que os dois � aquele que encontra um tesouro.
19. Os filhos e a funda��o de uma cidade perpetuam o nome, por�m acima dos dois est� a mulher irrepreens�vel.
20. Vinho e m�sica alegram o cora��o; mas acima das duas est� o amor � sabedoria.
21. Flauta e harpa tornam agrad�vel o canto, mas acima dos dois est� a voz melodiosa.
22. A gra�a e a beleza agradam aos olhos, mas acima delas est� o verde dos campos.
23. O amigo e o companheiro s�o encontrados no momento oportuno, mas acima dos dois est� a mulher com o homem.
24. Irm�os e ajuda s�o �teis no tempo da afli��o, mas acima dos dois est� a esmola que liberta.
25. Ouro e prata d�o firmeza aos p�s, mas acima dos dois estima-se o conselho.
26. Riqueza e for�a engrandecem o cora��o, mas acima delas est� o temor do Senhor. Com o temor do Senhor nada falta, e al�m dele n�o � preciso buscar outra ajuda.
27. O temor do Senhor � como para�so de b�n��os, e sua prote��o est� acima de qualquer gl�ria.
28. Meu filho, n�o viva mendigando, porque � melhor morrer do que mendigar.
29. A pessoa que fica olhando para a mesa dos outros tem uma vida que nem se pode chamar de vida. Ela suja a garganta com o alimento alheio, mas o homem s�bio e educado evita fazer isso.
30. Na boca da pessoa que n�o tem vergonha, mendigar � agrad�vel. Contudo, no seu ventre, isso lhe queima como fogo.


Eclesi�stico 41

1. � morte, como � amarga a sua lembran�a para o homem que vive tranq�ilo entre seus bens, para o homem seguro e afortunado em tudo, e ainda com for�as para experimentar o prazer!
2. � morte, sua senten�a � bem-vinda para o homem indigente e sem for�as, para o velho em idade avan�ada e preocupado com tudo, para o rebelde que perdeu a paci�ncia!
3. N�o tema a senten�a da morte. Lembre-se dos que vieram antes de voc� e dos que vir�o depois.
4. Essa � a senten�a do Senhor para todo ser vivo. Por que revoltar-se contra a vontade do Alt�ssimo? Quer voc� viva dez, cem, ou mil anos, na mans�o dos mortos ningu�m ficar� discutindo sobre a vida.
5. Os filhos dos pecadores tornam-se filhos abomin�veis, que freq�entam a casa dos injustos.
6. A heran�a dos filhos dos pecadores acabar� em ru�na, e a desonra ficar� para sempre com a descend�ncia deles.
7. Os filhos censuram um pai injusto, porque � por causa deste que eles sofrem a desonra.
8. Ai de voc�s, homens injustos, que abandonaram a Lei do Deus Alt�ssimo!
9. Voc�s nasceram, mas foi para a perdi��o. Na hora da morte, voc�s v�o ter como heran�a a perdi��o.
10. Tudo o que vem da terra, voltar� para a terra, e os injustos ir�o da maldi��o para a ru�na.
11. Os homens fazem luto por um cad�ver, mas o nome maldito dos pecadores ser� apagado.
12. Cuide bem do seu pr�prio nome, pois ele acompanhar� voc� mais do que mil tesouros preciosos.
13. Mesmo a vida feliz tem seus dias contados, mas o bom nome permanece para sempre.
14. Meus filhos, conservem a instru��o em paz, pois a sabedoria escondida e o tesouro invis�vel n�o servem para nada.
15. Mais vale o homem que esconde a sua insensatez do que o homem que esconde a sua sabedoria.
16. Envergonhem-se apenas nos casos que vou dizer, porque n�o � bom cultivar qualquer tipo de vergonha, nem tudo � igualmente apreciado por todos.
17. Envergonhem-se da prostitui��o diante dos pais, e da mentira diante de um chefe e de um poderoso.
18. Envergonhem-se de um crime diante do juiz e do magistrado, e da injusti�a diante da assembl�ia e do povo.
19. Envergonhe-se da deslealdade diante do companheiro e do amigo, e do roubo diante da vizinhan�a onde voc� mora.
20. Envergonhe-se diante da fidelidade de Deus e da alian�a dele, por apoiar os cotovelos sobre os p�es;
21. por ser desdenhoso ao receber ou dar alguma coisa; por ficar em sil�ncio diante de quem o cumprimenta;
22. por dirigir olhares para uma prostituta; por evitar o encontro com um parente;
23. por apropriar-se de uma heran�a ou doa��o; por dirigir olhares cobi�osos para a mulher casada;
24. por ter intimidades com uma escrava - n�o se aproxime do leito dela;
25. por dizer palavras ofensivas aos amigos - n�o ofenda ningu�m depois de lhe ter dado alguma coisa;
26. por repetir uma palavra que voc� ouviu; por revelar segredos.
27. Dessa forma, voc� ter� a verdadeira vergonha e ser� estimado por todos.


Eclesi�stico 42

1. Contudo, n�o sinta vergonha das seguintes coisas, e n�o peque por respeito humano.
2. N�o se envergonhe da Lei do Alt�ssimo, nem da Alian�a, nem do julgamento que condena os injustos.
3. N�o se envergonhe de fazer as contas com companheiros ou colegas de viagem, nem de partilhar a heran�a com outras pessoas.
4. N�o se envergonhe da exatid�o da balan�a e dos pesos, nem de adquirir muito ou pouco.
5. N�o se envergonhe de discutir o pre�o com o comerciante, nem de corrigir os filhos com severidade, nem de ensang�entar as costas do escravo pregui�oso.
6. Com a mulher curiosa � bom lacrar os documentos, e use a chave onde houver muitas m�os.
7. Conte e pese bem tudo o que voc� deixar em dep�sito, e anote por escrito tudo o que der ou receber.
8. N�o se envergonhe de corrigir o insensato, o imbecil e o velho decr�pito que tenta competir com os jovens. Dessa forma, voc� mostrar� que � verdadeiramente instru�do, e ser� aprovado por todos.
9. A filha � para o pai uma preocupa��o secreta, e o cuidado por ela tira o sono dele: quando jovem, que ela n�o passe do tempo de se casar e, quando casada, que n�o seja repudiada;
10. se � virgem, que n�o seja violada e n�o fique gr�vida ainda na casa do pai; se tem marido, que n�o erre e, quando casada, que n�o seja est�ril.
11. Vigie bem a filha audaciosa, para que ela n�o torne voc� objeto da zombaria dos inimigos, assunto da cidade, chacota do povo, envergonhando voc� diante de todos.
12. N�o se detenha na beleza de um ser humano, nem se assente no meio das mulheres,
13. porque da roupa sai a tra�a, e da mulher a mal�cia feminina.
14. � melhor a maldade do homem do que a bondade da mulher: a mulher cobre de vergonha e chega a expor ao insulto.
15. Vou recordar agora as obras do Senhor e contar tudo o que vi. Com suas palavras, o Senhor fez as suas obras.
16. O sol brilha, iluminando todas as coisas, e a obra do Senhor est� cheia de sua gl�ria.
17. Nem mesmo os santos do Senhor s�o capazes de contar todas as maravilhas dele, tudo aquilo que o Senhor Todo-poderoso estabeleceu, para que o universo se consolidasse na gl�ria de Deus.
18. Ele sonda o abismo e o cora��o, e penetra todos os segredos deles. O Alt�ssimo conhece toda a ci�ncia e observa os sinais dos tempos,
19. anunciando as coisas passadas e futuras e revelando os vest�gios das coisas escondidas.
20. Nenhum pensamento lhe escapa e nenhuma palavra lhe fica escondida.
21. Ele disp�s em ordem as maravilhas de sua sabedoria, porque s� ele existe desde sempre e para sempre. Nada lhe pode ser acrescentado e nada lhe pode ser tirado, e ele n�o precisa do conselho de ningu�m.
22. Como s�o agrad�veis todas as suas obras, ainda que delas se veja apenas uma fa�sca!
23. Todas essas coisas vivem e permanecem para sempre em todas as necessidades, e todas lhe obedecem.
24. Todas as coisas existem aos pares, uma diante da outra, e ele n�o fez nada incompleto.
25. Uma coisa completa a bondade da outra, e ningu�m se cansa de contemplar a gl�ria de Deus.


Eclesi�stico 43

1. O orgulho das alturas � o firmamento l�mpido; o espet�culo do c�u � uma vis�o de gl�ria.
2. Ao aparecer no horizonte, o sol proclama: "Como a obra do Alt�ssimo � maravilhosa!"
3. Ao meio-dia, ele seca a terra, e ningu�m pode resistir ao seu calor.
4. N�s ati�amos a fornalha para produzir calor, mas o sol queima as montanhas tr�s vezes mais, exalando vapores quentes, dardejando seus raios e deslumbrando os olhos.
5. Grande � o Senhor que o fez, e a palavra dele o faz ir mais depressa.
6. Tamb�m a lua � exata em suas fases, regulando as datas e marcando o tempo.
7. Da lua depende a indica��o das festas, e vai diminuindo a claridade at� desaparecer.
8. � dela que o m�s recebe o nome, enquanto ela cresce admiravelmente segundo suas fases. Ela � a bandeira dos ex�rcitos celestes, brilhando no firmamento do c�u.
9. Beleza do c�u � o brilho dos astros, enfeite luminoso nas alturas do Senhor.
10. Eles se comportam conforme as ordens do Santo; jamais abandonam o seu posto de guarda.
11. Contemple o arco-�ris e bendiga aquele que o fez. Ele � magn�fico em seu esplendor.
12. Cinge o c�u com um c�rculo de gl�ria, estendido pelas m�os do Alt�ssimo.
13. Com sua ordem, o Senhor faz cair a neve e lan�a os raios do seu julgamento.
14. Assim se abrem seus dep�sitos, e as nuvens voam como p�ssaros.
15. Com poder ele condensa as nuvens, que se fragmentam em pedras de granizo.
16. Quando aparece, os montes se abalam, e por sua vontade sopra o vento do sul.
17. O estrondo do seu trov�o faz a terra tremer, assim como o furac�o do norte e os ciclones.
18. Ele faz descer a neve como p�ssaros que pousam, e a sua queda � como a dos gafanhotos. O olho admira a beleza de sua brancura, e o cora��o se extasia ao v�-la caindo.
19. Ele derrama sobre a terra a geada como sal, que gela formando pontas de espinho.
20. O vento frio do norte sopra, e o gelo se forma sobre a �gua, pousa sobre a �gua parada, e a reveste como coura�a.
21. Esse vento devora as montanhas e abrasa o deserto, consumindo como fogo o verde das plantas.
22. A n�voa �mida do orvalho, depois do ver�o, traz alegria.
23. Com sua palavra, o Senhor domesticou o oceano, e a� plantou as ilhas.
24. Os navegantes falam do perigo do mar, e n�s ficamos espantados com o que ouvimos:
25. a� existem coisas estranhas e maravilhosas, animais de toda esp�cie e monstros marinhos.
26. Gra�as ao Senhor, o seu mensageiro chega a bom porto, e por sua palavra tudo se ajusta.
27. Poder�amos falar muitas coisas e nunca terminar�amos. Mas, para concluir, podemos dizer: "Ele � tudo".
28. Como poder�amos encontrar for�as para louv�-lo? Ele � o Grande, e est� acima de todas as suas obras.
29. O Senhor � terr�vel e soberanamente imenso, e o seu poder � maravilhoso.
30. Glorifiquem e exaltem o Senhor o quanto puderem, porque ele estar� sempre mais alto. Ao exalt�-lo, multipliquem a pr�pria for�a, e n�o se cansem, porque nunca chegar�o ao fim.
31. Quem o contemplou, para poder descrev�-lo? Quem o louvar� como ele merece?
32. Ainda h� muitos mist�rios maiores do que esses, pois contemplamos poucas coisas de suas obras.
33. De fato, o Senhor criou todas as coisas, e aos seus fi�is deu a sabedoria.


Eclesi�stico 44

1. Vamos fazer o elogio dos homens ilustres, nossos antepassados atrav�s das gera��es.
2. O Senhor neles criou imensa fama, pois mostrou sua grandeza desde os tempos antigos.
3. Alguns exerceram autoridade de rei e ganharam fama por seus feitos. Outros, por sua intelig�ncia, se tornaram conselheiros, e fizeram revela��es prof�ticas.
4. Uns guiaram o povo com suas decis�es, compreendendo os costumes de sua gente e tendo palavras s�bias para instru�-la.
5. Outros compuseram c�nticos melodiosos e escreveram narrativas po�ticas.
6. Outros ainda foram ricos e cheios de poder, vivendo na paz em suas casas.
7. Todos, por�m, foram honrados por seus contempor�neos e glorificados enquanto viviam.
8. Alguns deixaram o nome, que ainda � lembrado com elogios.
9. Outros n�o deixaram nenhuma lembran�a e desapareceram como se n�o tivessem existido. Foram-se embora como se nunca tivessem estado aqui, tanto eles como os filhos que tiveram.
10. Mas aqueles que vamos lembrar foram homens de bem, cujos atos de justi�a n�o foram esquecidos.
11. Na sua descend�ncia, eles t�m uma rica heran�a, que � a sua posteridade.
12. Seus descendentes permanecem fi�is �s alian�as, e gra�as a eles tamb�m seus netos.
13. A descend�ncia deles permanecer� para sempre, e sua fama jamais se apagar�.
14. Seus corpos foram sepultados em paz, e o nome deles viver� atrav�s das gera��es.
15. Os povos proclamar�o a sabedoria deles, e a assembl�ia celebrar� o seu louvor.
16. Henoc agradou ao Senhor e foi arrebatado, tornando-se modelo de convers�o para as gera��es.
17. No� foi reconhecido como homem perfeito e justo, e no tempo da ira assegurou a reconcilia��o: por meio dele, um resto sobreviveu na terra, quando aconteceu o dil�vio.
18. Alian�as eternas foram firmadas com ele, para que os seres n�o fossem mais destru�dos por um dil�vio.
19. Abra�o foi o grande pai de muitos povos, e ningu�m teve fama semelhante � dele.
20. Observou a Lei do Alt�ssimo e com ele fez uma alian�a. Estabeleceu essa alian�a em sua pr�pria carne e, quando provado, foi encontrado fiel.
21. Por isso, Deus lhe prometeu com juramento aben�oar os povos que dele nasceriam, e multiplic�-lo como o p� da terra, exaltando sua descend�ncia como os astros. Prometeu dar-lhe como heran�a o pa�s que se estende de um mar a outro, desde o rio Eufrates at� as extremidades da terra.
22. Tamb�m a Isaac foi feita a mesma promessa, por causa de seu pai Abra�o.
23. Deus fez pousar sobre a cabe�a de Jac� a b�n��o de todos os homens e a alian�a. Com suas b�n��os, Deus o confirmou e lhe deu o pa�s em heran�a, e o dividiu em v�rias partes, distribuindo-as entre as doze tribos.


Eclesi�stico 45

1. De fato, Deus fez surgir de Jac� um homem de bem, que foi estimado por todos, amado por Deus e pelos homens: foi Mois�s, cuja lembran�a � uma b�n��o.
2. Deus o tornou glorioso como os santos e o engrandeceu, provocando temor entre os inimigos.
3. Pela palavra de Mois�s, ele fez cessar os prod�gios, e Deus o glorificou diante dos reis. Deu-lhe os mandamentos para o seu povo e lhe mostrou uma parte da sua gl�ria.
4. Ele o consagrou pela fidelidade e mansid�o dele, e o escolheu dentre todos os viventes.
5. Fez que ele ouvisse a sua voz e o introduziu na nuvem escura. Deu-lhe pessoalmente os mandamentos, a lei da vida e da intelig�ncia, para que ensinasse sua alian�a a Jac� e seus decretos a Israel.
6. O Senhor elevou Aar�o, santo como Mois�s, seu irm�o da tribo de Levi.
7. Estabeleceu com ele uma alian�a eterna e lhe entregou o sacerd�cio do povo. Honrou-o com ornamentos espl�ndidos e o cobriu com veste gloriosa.
8. Revestiu-o com toda a magnific�ncia e o cingiu com ricos ornamentos, cal��es, t�nicas e o efod.
9. Rodeou sua veste com rom�s e numerosas campainhas de ouro, para que elas tilintassem a cada passo, a fim de que o som fosse ouvido no santu�rio como aviso para os filhos do seu povo.
10. Enfeitou-o com veste sagrada, feita de ouro, de p�rpura violeta e escarlate, obra de artista. Confiou-lhe o peitoral do julgamento com as sortes da verdade, feito de carmesim retorcido, obra de tecel�o.
11. Nesse peitoral havia pedras preciosas gravadas em forma de selo e engastadas em ouro, obra de joalheiro, como memorial com as palavras gravadas, segundo o n�mero das tribos de Israel.
12. Sobre o turbante, trazia uma coroa de ouro, na qual estava gravada a inscri��o sagrada, uma ins�gnia de honra, obra magn�fica, um enfeite que delicia os olhos.
13. Antes dele, ningu�m viu coisa parecida e nenhum estrangeiro jamais usou coisa igual; foi reservada apenas a seus filhos e a seus descendentes para sempre.
14. Os sacrif�cios oferecidos por ele se consumam inteiramente duas vezes por dia, sem interrup��o.
15. Mois�s consagrou as m�os dele e o ungiu com o �leo santo. Isso tornou-se uma alian�a eterna para ele e para os seus descendentes, enquanto o c�u durar, para que eles presidam o culto, exer�am o sacerd�cio e aben�oem o povo em nome do Senhor.
16. O Senhor o escolheu dentre todos os viventes, para que oferecesse a Deus sacrif�cios, incenso e perfume, como memorial, e para que fizesse o sacrif�cio pelo pecado em favor do seu povo.
17. Confiou-lhe os seus mandamentos e o poder sobre as disposi��es legais, para ensinar seus testemunhos a Jac�, e iluminar Israel com a sua Lei.
18. Os estrangeiros se reuniram contra ele e o invejaram no deserto: homens de Dat� e de Abiram, e o odioso e violento bando de Cor�.
19. O Senhor viu isso e ficou indignado, e eles foram aniquilados pelo furor da sua ira. Realizou prod�gios contra eles e os consumiu com a chama do seu fogo.
20. O Senhor aumentou a gl�ria de Aar�o e lhe deu um patrim�nio: destinou para ele as ofertas dos primeiros frutos e principalmente p�o em abund�ncia.
21. De fato, eles se alimentam das v�timas oferecidas ao Senhor, dadas a ele e aos seus descendentes.
22. Todavia, ele n�o recebeu uma propriedade na terra do povo, nem lhe foi dada uma parte no meio do povo, pois o Senhor � a sua parte e a sua heran�a.
23. Fin�ias, filho de Eleazar, � o terceiro em gl�ria. Mostrou-se zeloso no temor do Senhor, mantendo-se fiel quando o povo se revoltou. Ele interveio com generosa coragem e obteve o perd�o para Israel.
24. Por isso, foi estabelecida com ele uma alian�a de paz, para que presidisse o santu�rio e o povo. A ele e aos seus descendentes foi reservada a dignidade do sacerd�cio para sempre.
25. Houve tamb�m uma alian�a com Davi, filho de Jess�, da tribo de Jud�: a sucess�o do rei passava do pai para um de seus filhos, mas a sucess�o de Aar�o passa para todos os seus descendentes.
26. Que o Senhor infunda a sabedoria no cora��o de voc�s, sacerdotes, a fim de que governem o povo com justi�a e os bens dos antepassados n�o desapare�am e a gl�ria deles passe para seus descendentes.


Eclesi�stico 46

1. Valente na guerra foi Josu�, filho de Nun, sucessor de Mois�s na atividade prof�tica. Conforme o significado do seu nome, ele foi grande para a salva��o dos escolhidos do Senhor, castigando os inimigos revoltados e instalando Israel em seu territ�rio.
2. Como ele era glorioso quando levantava os bra�os e manejava a espada contra as cidades!
3. Antes dele, quem foi assim t�o firme? Ele chefiava as guerras do Senhor.
4. N�o foi pela ordem dele que o sol parou e um dia se transformou em dois?
5. Ele invocou o Alt�ssimo poderoso, quando os inimigos o comprimiam de todos os lados. O grande Senhor o atendeu, lan�ando pedras de granizo com grande for�a.
6. Ele caiu sobre a na��o inimiga, e na encosta destruiu os advers�rios, para que as na��es reconhecessem a for�a de suas armas e que a sua guerra era liderada pelo Senhor.
7. Josu� permaneceu fiel ao Todo-poderoso e, no tempo de Mois�s, agiu com fidelidade. Junto com Caleb, filho de Jefon�, resistiu � multid�o, impediu que o povo pecasse e fez desaparecer a murmura��o perversa.
8. S� eles dois foram poupados entre seiscentos mil homens de infantaria, para introduzir Israel na sua heran�a, na terra onde corre leite e mel.
9. O Senhor concedeu a Caleb a for�a que permaneceu com ele at� a velhice. Ele subiu as colinas do pa�s, que a sua descend�ncia conservou como heran�a,
10. a fim de que todos os filhos de Israel soubessem que � bom seguir o Senhor.
11. Depois v�m os ju�zes, cada um com seu nome, homens que n�o se deixaram seduzir, nem se afastaram do Senhor. Bendita seja a mem�ria deles!
12. Que seus ossos reflores�am em seus t�mulos e o nome deles se perpetue em seus filhos, porque eles j� foram glorificados.
13. Samuel foi amado pelo seu Senhor, do qual era profeta. Ele instituiu a monarquia e consagrou chefes do seu povo.
14. Governou a comunidade conforme a Lei do Senhor, e o Senhor visitou Jac�.
15. Por sua fidelidade, mostrou que era profeta, e por suas palavras foi reconhecido como verdadeiro vidente.
16. Quando os inimigos o comprimiam de todos os lados, ele invocou o Senhor Todo-poderoso, oferecendo um cordeiro rec�m-nascido.
17. Ent�o, do c�u o Senhor trovejou e, com forte estrondo, fez ouvir a sua voz,
18. aniquilando os chefes do inimigo e todos os pr�ncipes dos filisteus.
19. Antes da hora de repousar para sempre, deu testemunho diante do Senhor e do seu ungido: "Nem dinheiro, nem sand�lias eu tomei de quem quer que seja". E ningu�m ousou acus�-lo.
20. Mesmo depois de sua morte, ele profetizou, predizendo ao rei o seu fim. Mesmo do sepulcro, ele levantou a voz, numa profecia, para apagar a injusti�a do povo.


Eclesi�stico 47

1. Depois disso, surgiu Nat�, que profetizou no tempo de Davi. Davi
2. Da mesma forma que se separa a gordura no sacrif�cio de comunh�o, assim Davi foi separado dos filhos de Israel.
3. Ele brincou entre le�es como se estivesse no meio de cabritos, e se divertiu com ursos como se fossem cordeiros.
4. Ainda jovem, ele matou o gigante, e tirou do povo a humilha��o, quando atirou a pedra com a funda e abateu a arrog�ncia de Golias.
5. Ele invocou o Senhor Alt�ssimo, que deu for�a � sua m�o direita, para eliminar um guerreiro valente e reerguer a honra do seu povo.
6. Ent�o o exaltaram pelos seus dez mil e o louvaram pelas b�n��os do Senhor, oferecendo-lhe uma coroa de gl�ria.
7. Porque ele exterminou os inimigos vizinhos, aniquilou os filisteus inimigos e abateu para sempre o poder deles.
8. Em todas as suas obras, ele glorificou o Santo Alt�ssimo com palavras de louvor. Cantou hinos de todo o cora��o e amou aquele que o havia criado.
9. Colocou diante do altar tocadores de harpa, para embelezar os c�nticos com o som da m�sica.
10. Assim, deu esplendor �s festas e embelezou com perfei��o as solenidades, fazendo louvar o santo nome do Senhor e enchendo de harmonia o santu�rio desde o amanhecer.
11. O Senhor perdoou os pecados que ele cometeu e elevou o seu poder para sempre, concedendo-lhe uma alian�a real e um trono glorioso em Israel.
12. Depois de Davi, surgiu um filho s�bio que, gra�as ao pai, teve um vasto reino.
13. Salom�o reinou em tempo de paz, e Deus lhe concedeu tranq�ilidade nos arredores. Isso a fim de que ele constru�sse uma casa para o nome do Senhor e lhe preparasse um santu�rio eterno.
14. Como voc� foi s�bio na juventude e transbordou de intelig�ncia como um rio!
15. Sua fama recobriu a terra, e voc� a encheu de senten�as enigm�ticas!
16. Seu nome chegou at� �s ilhas distantes, e voc� foi amado em sua paz.
17. Todo o mundo admirou voc� por seus c�nticos, prov�rbios, senten�as e respostas.
18. Em nome do Senhor Deus, que se chama Deus de Israel, voc� acumulou ouro como estanho e multiplicou a prata como chumbo.
19. Mas voc� entregou seu corpo a mulheres, deixando que elas o dominassem.
20. Assim, voc� manchou a sua gl�ria e profanou a sua descend�ncia, a ponto de atrair sobre seus filhos a ira divina, fazendo-os sofrer com a sua loucura.
21. O reino foi dividido em dois, e instalou-se em Efraim um reino rebelde.
22. Mas o Senhor n�o renunciou � sua miseric�rdia e n�o cancelou nenhuma de suas promessas. N�o deixou perecer a posteridade do seu eleito, nem destruiu a descend�ncia daquele que o tinha amado. Concedeu um resto a Jac�, e a Davi uma raiz que dele nasceu.
23. Salom�o repousou com seus antepassados e deixou depois de si um descendente. Foi Robo�o, o mais louco do povo e sem qualquer bom senso. Esse, com sua decis�o, fez o povo se revoltar.
24. Jerobo�o, filho de Nabat, fez Israel pecar e ensinou a Efraim o caminho do pecado. Dessa forma, os pecados de Efraim se multiplicaram tanto, que foi exilado para longe do seu pa�s.
25. Cometeram todo tipo de mal, at� que o castigo caiu sobre eles.


Eclesi�stico 48

1. Ent�o surgiu o profeta Elias como um fogo, e a sua palavra queimava como tocha.
2. Fez vir contra eles a fome e, por causa de seu zelo, os reduziu a pequeno n�mero.
3. Por ordem do Senhor, ele fechou o c�u e, por tr�s vezes, fez descer o fogo.
4. Elias, como voc� se tornou famoso com seus prod�gios! Quem pode orgulhar-se de ser igual a voc�?
5. Voc� fez um homem se levantar da morte e sair do mundo dos mortos, por ordem do Alt�ssimo.
6. Voc� levou reis � ru�na e tirou do leito homens ilustres.
7. Voc� ouviu censuras no Sinai e decretos de vingan�a no Horeb.
8. Voc� ungiu reis como vingadores, e profetas para lhe sucederem.
9. Voc� foi arrebatado num turbilh�o de fogo, num carro puxado por cavalos de fogo.
10. Nas amea�as para os tempos futuros, voc� foi designado para apaziguar a ira antes do furor, a fim de reconduzir o cora��o dos pais at� os filhos e restabelecer as tribos de Jac�.
11. Felizes aqueles que viram voc� e os que adormeceram no amor, porque n�s tamb�m possuiremos a vida.
12. Quando Elias foi envolvido pelo turbilh�o, Eliseu ficou repleto do esp�rito dele. Durante a vida, Eliseu n�o tremeu diante dos poderosos, e ningu�m conseguiu domin�-lo.
13. Nada era dif�cil demais para ele e, mesmo morto, ainda profetizou.
14. Durante a vida realizou prod�gios e, depois de morto, suas obras foram maravilhosas.
15. Apesar de tudo, o povo n�o se converteu, nem renunciou a seus pecados, at� que foi exilado de sua p�tria e disperso por toda a terra.
16. Restou apenas um povo pouco numeroso e um chefe da fam�lia de Davi. Alguns deles fizeram o que Deus aprova, mas outros multiplicaram os pecados.
17. Ezequias fortificou a sua cidade e conduziu �gua para dentro dela. Cavou com ferro um canal na rocha e construiu reservat�rios de �gua.
18. No seu tempo, Senaquerib fez uma expedi��o de guerra e enviou Rabsaces. Este partiu e levantou a m�o contra Si�o, vangloriando-se em seu orgulho.
19. Ent�o os cora��es e m�os estremeceram e ficaram sofrendo como as mulheres em dores de parto.
20. Invocaram o Senhor misericordioso e estenderam as m�os para ele. Do c�u, o Santo os escutou imediatamente e os libertou por meio de Isa�as.
21. O Senhor feriu o acampamento dos ass�rios, e seu anjo os exterminou.
22. Ezequias fez o que o Senhor aprova, e seguiu com firmeza os caminhos de seu pai Davi, conforme lhe ordenou Isa�as, o profeta grande e verdadeiro em suas vis�es.
23. No seu tempo, o sol recuou, e ele prolongou a vida do rei.
24. Com grande inspira��o, viu o fim dos tempos e consolou os aflitos de Si�o.
25. Revelou o que vai acontecer at� o fim dos tempos, e as coisas ocultas antes de acontecerem.


Eclesi�stico 49

1. A lembran�a de Josias � mistura de incenso, preparada pela arte do perfumista; � como o mel, que � doce em todas as bocas, ou a m�sica num banquete.
2. Ele se dedicou � convers�o do povo e eliminou as abomina��es da injusti�a.
3. Dirigiu seu cora��o para o Senhor e, em tempo de injusti�a, fez prevalecer a fidelidade.
4. Exceto Davi, Ezequias e Josias, todos os reis cometeram pecados. Os reis de Jud� desapareceram porque abandonaram a Lei do Alt�ssimo.
5. Eles entregaram seu poder a outros e sua riqueza para uma na��o estrangeira.
6. Os inimigos incendiaram a cidade santa escolhida e tornaram desertas as suas ruas.
7. Isso aconteceu conforme a palavra de Jeremias, a quem eles maltrataram, embora tivesse sido consagrado profeta desde o seio materno, para arrancar, destruir e arruinar, mas tamb�m para construir e plantar.
8. Ezequiel contemplou uma vis�o da Gl�ria, que Deus lhe mostrou sobre o carro dos querubins.
9. Deus se lembrou dos inimigos, mandando a tempestade, mas salvou aqueles que andam por caminhos retos.
10. Quanto aos doze profetas, que seus ossos flores�am no sepulcro, porque eles consolaram Jac� e com sua confiante esperan�a o resgataram.
11. Como fazer o elogio de Zorobabel? Ele � como o sinete na m�o direita.
12. O mesmo se diga de Josu�, filho de Josedec. Os dois, em sua �poca, reconstru�ram o Templo e ergueram ao Senhor um templo santo, destinado a uma gl�ria eterna.
13. Tamb�m a mem�ria de Neemias � grande. Ele reconstruiu para n�s as muralhas que estavam em ru�nas, instalou portas e ferrolhos, e reergueu nossas casas.
14. Ningu�m na terra foi criado igual a Henoc, pois ele foi arrebatado da terra.
15. Tamb�m n�o nasceu outro homem como Jos�, que foi chefe dos irm�os e sustent�culo do povo. At� mesmo seus ossos receberam honras.
16. Sem e Set foram glorificados entre os homens, mas acima de qualquer outra criatura viva est� Ad�o.


Eclesi�stico 50

1. Sim�o, filho de Onias, o sumo sacerdote, durante a vida restaurou o templo e, em sua �poca, fortificou o santu�rio.
2. Ele mesmo colocou os alicerces do edif�cio duplo, o alto contraforte da muralha do templo.
3. No seu tempo, foi cavado o reservat�rio de �gua, um tanque grande como o mar.
4. Preocupado em evitar a ru�na do seu povo, ele fortificou a cidade contra a possibilidade de um cerco.
5. Como ele era majestoso, cercado pelo povo, quando sa�a do santu�rio por tr�s da cortina!
6. Ele era como a estrela da manh� entre as nuvens, como a lua nos dias em que est� cheia!
7. Era como o sol fulgurante sobre o templo do Alt�ssimo, como o arco-�ris brilhando entre nuvens de gl�ria!
8. Era como a rosa na primavera, como l�rio junto da �gua corrente, como ramo de �rvore de incenso no ver�o!
9. Era como fogo e incenso no tur�bulo, como vaso de ouro maci�o ornado com todo tipo de pedras preciosas!
10. Era como oliveira carregada de frutos e como cipreste elevando-se at� as nuvens!
11. Como ele era majestoso quando vestia os paramentos solenes e usava seus enfeites mais belos! Quando subia ao altar sagrado e enchia de gl�ria todo o santu�rio!
12. Como era majestoso ao receber das m�os dos sacerdotes as por��es do sacrif�cio, de p�, junto ao braseiro do altar, cercado de uma coroa de irm�os, como brotos de cedros do L�bano, que o rodeavam como troncos de palmeiras!
13. Todos os descendentes de Aar�o, em seu esplendor, traziam nas m�os a oferta para o Senhor, e se mantinham diante de toda a assembl�ia de Israel.
14. Terminando a liturgia sobre os altares e para tornar mais bela a oferta ao Alt�ssimo Todo-poderoso,
15. Sim�o estendia a m�o sobre a ta�a e fazia a liba��o com suco de uva, derramando-o sobre as bases do altar, como perfume agrad�vel ao Alt�ssimo, Rei do universo.
16. Nesse momento, os descendentes de Aar�o aclamavam, tocavam as trombetas de metal maci�o, fazendo ouvir um som possante como memorial diante do Alt�ssimo.
17. Ent�o, imediatamente, todo o povo se prostrava junto com ele, com o rosto por terra, para adorar o Senhor, o Deus Todo-poderoso e Alt�ssimo.
18. Os cantores entoavam cantos de louvor, e o seu canto era acompanhado por m�sica melodiosa.
19. O povo suplicava ao Senhor Alt�ssimo, dirigindo ora��es ao Misericordioso, at� que terminasse o culto do Senhor e acabasse a cerim�nia.
20. Nessa hora, Sim�o descia do altar e estendia as m�os sobre toda a assembl�ia de Israel, para dar a b�n��o do Senhor em alta voz e ter a honra de pronunciar o seu Nome.
21. Ent�o o povo se prostrava de novo, para receber a b�n��o do Alt�ssimo.
22. E agora, bendigam o Deus do universo, que realiza por toda parte coisas grandiosas. Ele exaltou os nossos dias desde o seio materno e age conosco segundo a sua miseric�rdia.
23. Que ele nos d� um cora��o alegre e conceda a paz aos nossos dias em Israel, para todo o sempre.
24. Que a sua miseric�rdia permane�a fielmente conosco, e nos resgate enquanto vivermos.
25. H� duas na��es que eu detesto, e uma terceira que sequer � na��o:
26. os habitantes da montanha de Seir, os filisteus e o povo idiota que habita em Siqu�m.
27. Jesus, filho de Sirac, neto de Eleazar de Jerusal�m, gravou neste livro uma instru��o de sabedoria e ci�ncia, derramando como chuva a sabedoria do seu cora��o.
28. Feliz o homem que medita nessas coisas, pois quem as coloca no cora��o se tornar� s�bio.
29. Se as colocar em pr�tica, ser� forte em tudo, porque a luz do Senhor � o seu caminho.


Eclesi�stico 51

1. Eu te agrade�o, Senhor Rei, e te louvo, meu Deus Salvador, glorificando o teu nome,
2. porque foste para mim um protetor e socorro, e libertaste meu corpo da perdi��o, do la�o da l�ngua caluniadora e dos l�bios que produzem a mentira. Na presen�a dos meus advers�rios, tu foste meu apoio e me libertaste,
3. conforme a grandeza da tua miseric�rdia e do teu Nome, das mordidas daqueles que estavam prestes a me devorar. Tu me livraste das m�os dos que procuravam tirar-me a vida e das numerosas provas que sofri.
4. Tu me livraste do fogo que me rodeava, de um fogo que n�o acendi,
5. das profundas entranhas do mundo dos mortos, da l�ngua impura, da palavra mentirosa.
6. Uma cal�nia de uma l�ngua injusta tinha chegado junto ao rei. Minha alma esteve perto da morte e minha vida chegou junto � porta do mundo dos mortos.
7. Por todos os lados me rodeavam, e n�o havia quem me ajudasse. Procurei pelo socorro dos homens, mas foi in�til.
8. Ent�o me lembrei da tua miseric�rdia, Senhor, e das tuas obras feitas desde a eternidade, porque tu libertas os que esperam em ti e os salvas da m�o dos inimigos.
9. Fiz subir da terra a minha ora��o, e pedi para ser libertado da morte.
10. Invoquei o Senhor, Pai do meu senhor: "N�o me abandones no dia da prova��o, no tempo do abandono causado pelos orgulhosos. Mas eu vou louvar para sempre o teu Nome e cantar para ti hinos de agradecimento".
11. Minha s�plica foi atendida, e tu me salvaste da ru�na, livrando-me do tempo mau.
12. Por isso, eu te agrade�o e te louvo, bendizendo o nome do Senhor.
13. Na minha juventude, antes de viajar, em minha ora��o procurei abertamente a sabedoria.
14. Diante do santu�rio, eu a pedi, e at� o fim vou procur�-la.
15. Meu cora��o se alegrava em sua flor, como na uva que amadurece. Meu p� andou pelo caminho reto, e segui suas pegadas desde a juventude.
16. Inclinei um pouco o ouvido para receb�-la, e acabei encontrando ensinamento abundante.
17. Com ela, fiz progressos, e por isso vou agradecer a quem me concedeu a sabedoria.
18. Sim, eu resolvi coloc�-la em pr�tica, e procurei ardentemente o bem, e n�o serei confundido.
19. Minha alma lutou para possuir a sabedoria e observei atentamente a Lei. Estendi minhas m�os para o alto, deplorando a minha ignor�ncia.
20. Para ela dirigi o meu desejo, e a encontrei na pureza. Com ela, desde o princ�pio, adquiri intelig�ncia, e por isso n�o serei abandonado.
21. Minhas entranhas se comoveram quando eu a procurava, e por isso adquiri um bem precioso.
22. Como recompensa, o Senhor me deu l�ngua e, com ela, eu o louvarei.
23. Aproximem-se de mim, voc�s que n�o t�m instru��o, e entrem para a minha escola.
24. Por que voc�s pretendem privar-se dessas coisas, quando a alma de voc�s tem sede delas?
25. Abro a boca e proclamo: "Comprem a sabedoria sem dinheiro.
26. Coloquem o pesco�o debaixo do seu jugo e acolham a sua instru��o. Ela est� pr�xima, e pode ser encontrada.
27. Vejam com seus pr�prios olhos como trabalhei pouco, e acabei encontrando profundo repouso.
28. Comprem instru��o, mesmo que seja com muito dinheiro, pois com ela voc�s v�o ganhar ouro em abund�ncia.
29. Que voc�s se alegrem com a miseric�rdia do Senhor, e n�o se envergonhem de louv�-lo.
30. Realizem o trabalho de voc�s antes do tempo fixado, e ele dar� a voc�s a recompensa na hora certa".