[pergunta 5] escolha a alternativa em que o uso do pronome pessoal esteja incorreto.

Questão 1

(ENEM)

O uso do pronome átono no início das frases é destacado por um poeta e por um gramático nos textos abaixo.

Pronominais

Dê-me um cigarro

Diz a gramática

Do professor e do aluno

E do mulato sabido

Mas o bom negro e o bom branco

Da Nação Brasileira

Dizem todos os dias

Deixa disso camarada

Me dá um cigarro.

(ANDRADE, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo: Nova Cultural, 1988.)

“Iniciar a frase com pronome átono só é lícito na conversação familiar, despreocupada, ou na língua escrita quando se deseja reproduzir a fala dos personagens (...)”.

(CEGALLA. Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. São Paulo: Nacional, 1980.)

Comparando a explicação dada pelos autores sobre essa regra, pode-se afirmar que ambos:

a) Condenam essa regra gramatical.

b) Acreditam que apenas os esclarecidos sabem essa regra.

c) Criticam a presença de regras na gramática.

d) Afirmam que não há regras para uso de pronomes.

e) Relativizam essa regra gramatical.

Questão 2

(UFSM-RS)

Uma revista utilizou em sua capa a seguinte frase, típica da linguagem coloquial:

“Me aqueça neste inverno”.

Nessa frase, a colocação pronominal está em desacordo com a norma culta, que estabelece: “É proibido iniciar período com pronome oblíquo”.

Se forem feitas alterações na estrutura da frase, qual delas estará também em desacordo com a norma culta?

a) Quero que me aqueça neste inverno.

b) É preciso que me aqueça neste inverno.

c) Quando me aquecerá neste inverno?

d) Aquecer-me-á no inverno?

e) Não aqueça-me neste inverno. 

Questão 3

Assinale a alternativa que apresenta um erro de colocação pronominal:

a) Alguns alunos fizeram a lição, outros se fizeram de desentendidos.

b) Contar-lhe-emos toda a verdade sobre o assunto.

c) Me perdi porque anotei seu endereço de maneira errada!

d) Por favor, peça-lhe que venha ao meu escritório.

e) Nunca se queixou dos problemas, era resignado e otimista.

Questão 4

Sobre a colocação pronominal estão corretas as seguintes proposições:

I. Diante de pronomes relativos, que, quem, qual, onde etc., o uso da próclise é facultativo.

II. Diante das conjunções subordinativas que, como, embora etc., o uso da próclise é obrigatório.

III. Quando o verbo não inicia a oração e quando o verbo estiver no infinitivo não flexionado precedido de palavra negativa ou de preposição, pode-se usar, indiferentemente, próclise ou ênclise.

IV. A eufonia, isto é, a agradabilidade sonora da frase, não exerce influência sobre os fatores que regem a colocação pronominal.

V. A mesóclise só é obrigatória quando se combinam dois fatores: verbo no futuro iniciando a oração e ausência de palavra atrativa exigindo próclise.

a) II, III e V.

b) I e IV.

c) II, IV e V.

d) III e IV.

e) Todas estão corretas.

Respostas

Resposta Questão 1

Alternativa “e”. Os autores relativizam a regra, pois admitem que, em determinadas situações, é possível não obedecê-la. Ambos não criticam a regra, apenas descrevem situações em que ocorrem as exceções, observadas, principalmente, na linguagem informal.

Resposta Questão 2

Alternativa “e”. Entre os principais fatores que obrigam o uso da próclise estão as palavras negativas não, nada, nunca, nem etc.

Resposta Questão 3

Alternativa “c”.A ênclise é obrigatória quando o verbo inicia a oração. Portanto, a frase correta seria: Perdi-me porque anotei seu endereço de maneira errada!

Resposta Questão 4

Alternativa “a”. Diante de pronomes relativos, que, quem, qual, onde etc., o uso da próclise é obrigatório; na prática da língua, a colocação dos pronomes átonos é determinada pela eufonia.

O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo quando desempenha função de complemento. Vamos entender, primeiramente, como o pronome pessoal surge na frase e que função exerce. Observe as orações:

1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia ajudá-lo.

Na primeira oração, os pronomes pessoais “eu” e “ele” exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso reto. Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe” exercendo função de complemento, e consequentemente é do caso oblíquo.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, assim, o pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe).

Importante: Em observação à segunda oração, o emprego do pronome oblíquo "lhe" é justificado antes do verbo intransitivo "ajudar" porque o pronome oblíquo pode estar antes, depois ou entre locução verbal, caso o verbo principal (no caso "ajudar ") estiver no infinitivo ou gerúndio. 

Exemplo: Eu desejo lhe

perguntar

algo.   
Eu estou

perguntando

-lhe algo.

Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, diferentemente dos segundos que são sempre precedidos de preposição.

Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu estava fazendo.
Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que eu estava fazendo.

Colocação pronominal

De acordo com as autoras Rose Jordão e Clenir Bellezi, a colocação pronominal é a posição que os pronomes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que se referem.

São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos.

O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na oração em relação ao verbo:
1. próclise: pronome antes do verbo
2. ênclise: pronome depois do verbo
3. mesóclise: pronome no meio do verbo

Próclise

A próclise é aplicada antes do verbo quando temos:

• Palavras com sentido negativo:

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Nada me faz querer sair dessa cama. 
Não se trata de nenhuma novidade.

• Advérbios:

Nesta casa se fala alemão.
Naquele dia me falaram que a professora não veio.

• Pronomes relativos:

A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje.
Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram.

• Pronomes indefinidos:

Quem me disse isso?
Todos se comoveram durante o discurso de despedida.

• Pronomes demonstrativos:

Isso me deixa muito feliz!
Aquilo me incentivou a mudar de atitude!

• Preposição seguida de gerúndio:

Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais indicado à pesquisa escolar.

• Conjunção subordinativa:

Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram.

Ênclise

A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos átonos. A ênclise vai acontecer quando:

• O verbo estiver no imperativo afirmativo:

Amem-se uns aos outros.
Sigam-me e não terão derrotas.

• O verbo iniciar a oração:

Diga-lhe que está tudo bem.
Chamaram-me para ser sócio.

• O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da preposição "a":

Naquele instante os dois passaram a odiar-se.
Passaram a cumprimentar-se mutuamente.

• O verbo estiver no gerúndio:

Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreocupada.
Despediu-se, beijando-me a face.

• Houver vírgula ou pausa antes do verbo:

Se passar no vestibular em outra cidade, mudo-me no mesmo instante.
Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas.

Mesóclise

A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no futuro do presente ou no futuro do pretérito:

A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã.
Far-lhe-ei uma proposta irrecusável.

Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras

Qual das alternativas abaixo o pronome pessoal está incorreto?

Resposta verificada por especialistas. O uso do pronome pessoal está INCORRETO em: Entre eu e ti existe amizade verdadeira.

O que é um pronome incorreto?

A forma correta é entre mim e ti. Entre tu e eu está errado. Sempre que se utiliza a preposição entre, devem ser usados pronomes pessoais do caso oblíquo. Assim, mim e ti estão corretos porque são pronomes pessoais oblíquos tônicos e eu e tu estão errados porque são pronomes pessoais retos.

Quais são os exemplos dos pronomes pessoais?

São elas: 1ª pessoa: eu (singular), nós (plural); 2ª pessoa: tu (singular), vós (plural); 3ª pessoa: ele, ela (singular), eles, elas (plural).

É correto dizer empreste esse livro para mim?

Usa-se para mim (para ti), quando após essa expressão não existir verbo (ou, em estando ali o verbo, o pronome não ser sujeito). Exemplos: Empresta este livro para mim. Este trabalho é para ti.