Porque a Segunda Revolução Industrial influenciou o Imperialismo?

Partilha da África e Segunda Revolução Industrial

Introdução

Não bastasse a dizimação, iniciada no século 16, de várias sociedades africanas para atender à demanda de mão-de-obra escrava na América, a África testemunhou, na segunda metade do século 19, a entrada, mais uma vez, dos europeus em seu território. Nessa oportunidade, no entanto, os exploradores se aliaram às elites locais, as quais passaram a desfrutar de prestígio social e econômico entre a população explorada.

A África passaria, então, a atender aos interesses dos países industrializados europeus, que viam no continente a possibilidade de ampliar o capital financeiro, disputando mercado consumidor, matérias-primas e mão-de-obra barata. Para os historiadores, esse neocolonialismo foi uma das conseqüências da Segunda Revolução Industrial.

O continente africano tornou-se, assim, uma espécie de objeto de desejo e de satisfação das potências européias. Portanto, o estudo sobre a partilha da África tem muito a nos dizer, inclusive pelo fato de que o território sofre, até hoje, as conseqüências da exploração imperialista.

Objetivos

1. Perceber como a divisão territorial do continente africano - a chamada "partilha da África" - é uma das conseqüências da Segunda Revolução Industrial.

2. Conceituar neocolonialismo, imperialismo e seus desdobramentos a partir da segunda metade do século 19.

3. Identificar, além da Inglaterra, quais potências européias despontaram no cenário imperialista, passando a disputar uma região do continente africano.

4. Entender as estratégias de dominação imperialista vinculadas aos interesses das elites africanas locais.

5. Conhecer a postura etnocêntrica dos europeus em relação aos africanos e entender o que chamamos de "processo de aculturação".

Estratégias

1) É interessante que se retome com os alunos a 1ª Revolução Industrial, quando, no seu início, somente os ingleses utilizavam a máquina a vapor e detinham técnicas para produção de trens e construção de ferrovias. Com o passar do tempo, outros países passaram a investir também em novas técnicas e se modernizaram.

2) Depois, apresente aos alunos o texto Revolução Industrial - Evolução tecnológica transforma as relações sociais. A leitura mostrará que, no final do século 19 e ao longo do século 20, ocorreram mudanças no espaço urbano (presença do aço em detrimento do uso do ferro), nos meios de transportes (surgimento das ferrovias e dos navios modernos) e, principalmente, nos meios de comunicação, com a invenção do telégrafo e da prensa rotativa.

3) Depois de os alunos perceberem o quanto a tecnologia mudou o mundo, faça o seguinte exercício: enumerar as conseqüências negativas desse processo. Monte um quadro na lousa cujo título seja "Segunda Revolução Industrial"; abaixo desse título, faça duas colunas: uma para escrever os aspectos positivos e outra para os aspectos negativos.

4) Em seguida, releia a parte do artigo que trata especificamente da Segunda Revolução Industrial, introduzindo, então, o tema do imperialismo.

5) Apresente as características do processo de ocupação da África, o neocolonialismo, em oposição ao primeiro modelo de colonização, realizado a partir do século 16 também pelos europeus. Lembre-se de comentar com os alunos o que foi a Conferência Internacional de Berlim, ocorrida entre 15 de novembro de 1884 e 26 de novembro de 1885, pois foi a partir dela que os representantes das potências européias retalharam o continente africano, sem levar em consideração as próprias fronteiras naturais ou culturais dos diversos povos.

6) Leve para a sala de aula um mapa no qual os alunos possam visualizar a partilha do continente africano entre as sete potências européias: Portugal, Espanha, Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha e Itália. Não deixe de comentar que a África foi dividida em colônias, de acordo com os interesses de cada país europeu; e que, nesse processo de divisão, populações unidas por laços sanguíneos ou culturais foram separadas - ou populações historicamente inimigas foram obrigadas a conviver em um mesmo território.

7) Procure apresentar o impacto da aculturação, ou seja, da imposição da língua do europeu, do modo de vestir, dos ritos religiosos. Peça aos alunos uma pesquisa sobre a língua oficial de cada país africano na atualidade e sobre os diferentes processos de independência que ocorreram no continente.

8) A partir dessa pesquisa, os alunos devem perceber as conseqüências políticas, econômicas e culturais do neocolonialismo. 

A Segunda Revolução Industrial corresponde à segunda fase da chamada Revolução Industrial. Essa fase iniciou-se na segunda metade do século XIX, por volta de 1850, e findou-se durante a Segunda Guerra, período compreendido entre 1939 a 1945. A industrialização, então, saiu dos limites da Inglaterra e alcançou países como a Alemanha, França, Rússia, Japão e Estados Unidos.

As fases da revolução não indicam ruptura, mas o surgimento de novas características por meio de avanços e aprimoramentos tecnológicos que deram continuidade ao processo, modificando toda a estrutura da produção capitalista. A Segunda Revolução Industrial ficou conhecida como o período das grandes inovações e o aparecimento de novas indústrias.

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Causas

As principais causas da eclosão da Segunda Revolução Industrial estão associadas principalmente às grandes Revoluções Liberais ou Revoluções Burguesas, ocorridas no século XIX, e que eram pautadas no pensamento liberal e influenciadas pelo iluminismo.

Nesse período, a burguesia representava a classe dominante, estando no poder em diversos países. Essas revoluções foram responsáveis pelo fim do Antigo Regime, pelo fortalecimento do capitalismo e por impulsionar a industrialização.

Foram muitos os avanços tecnológicos alcançados nesse período, possibilitando a instalação de novas indústrias, o aumento nas produções, bem como a ampliação dos negócios. Surge, então, nessa época o chamado Capitalismo Financeiro (monopolista), representando uma nova fase do capitalismo e moldando essa fase da Revolução Industrial por meio do investimento em pesquisas e aparatos tectonológicos.

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Segunda Revolução Industrial e o Imperialismo

As inovações tecnológicas no período da Segunda Revolução Industrial apesar de aumentarem a produção e possibilitarem o surgimento de novas indústrias, acabaram provocando o desemprego e o empobrecimento da classe trabalhadora em virtude da substituição da manufatura por máquinas.

Esse empobrecimento foi constatado quando a classe trabalhadora não conseguia consumir o que era produzido, gerando, então, excedentes de produção nas indústrias, consequentemente, prejuízos econômicos.

Nações capitalistas, como os Estados Unidos e Alemanha, precisavam, dessa forma, procurar novos mercados consumidores para além dos territórios europeus, assim como precisavam buscar matéria-prima para viabilizar a produção fabril. Iniciou-se, assim, o que ficou conhecido como imperialismo: a busca por novos territórios mediante políticas de expansão e domínio territorial, econômico e cultural de uma nação sobre outra.

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Inovações tecnológicas

A Segunda Revolução Industrial representa a introdução de novas técnicas e novas fontes de energia, destacando a indústria química. Esses aprimoramentos tecnológicos possibilitaram o aumento da capacidade industrial, além de ter proporcionado o desenvolvimento acelerado da economia. Essa fase foi marcada pelo uso da eletricidade e, especialmente, do petróleo, substituindo o vapor.

Anteriormente a essa fase, o uso da eletricidade ainda era restrito, limitando-se apenas ao desenvolvimento de pesquisas laboratoriais. Durante esse momento, seu uso passou a ser industrial, sendo a energia elétrica transmitida por meio de fiação a longas distâncias. Criou-se, então, os motores elétricos.

O petróleo passou a ser utilizado como combustível em decorrência do melhoramento do motor de combustão interna. O uso desse combustível fóssil foi difundido a partir da invenção do motor à explosão.

Porque a Segunda Revolução Industrial influenciou o Imperialismo?

O navio a vapor foi uma das invenções do período da Segunda Revolução Industrial.

As principais invenções e inovações desse período foram:

  • Fabricação do aço, que era usado em substituição ao ferro;

  • Uso de fibras e sintéticos em substituição a matérias-primas naturais para a produção de tecidos;

  • Utilização de máquinas e fertilizantes químicos, na agricultura;

  • Construção de ferrovias;

  • Invenção de navios a vapor;

  • Instalação da primeira linha de telégrafo subaquática;

  • Instalação do primeiro cabo transatlântico;

  • Invenção do telefone;

  • Envio da primeira mensagem de rádio sem fio;

  • Invenção da lâmpada incandescente;

  • Invenção da televisão;

  • Surgimento dos antibióticos.

Consequências

As principais consequências da Segunda Revolução Industrial provocadas pela relação entre ciência e tecnologia proporcionaram um grande aumento produtivo no setor industrial. As novas tecnologias possibilitaram o aumento da produção alimentícia por meio da agricultura. A produção deixava de ser para subsistência ou para um pequeno mercado, passando, então, a ser uma produção em massa (linha de montagem de Henry Ford e a racionalização do trabalho por Frederick Taylor).

O avanço tecnológico causou também o êxodo rural. A substituição da manufatura pela maquinofatura fez com que a população deixasse o campo, o que trouxe um aumento considerado das cidades, caracterizando, dessa forma, o processo de urbanização. Esse crescimento acelerado provocou inchaços urbanos.

Surgiram novas relações de trabalho associadas ao surgimento de sindicatos e organizações de trabalhadores, que por muitas vezes reivindicavam melhores condições de trabalho e salários por causa do empobrecimento dessa classe. A substituição do trabalho humano por máquinas gerou desemprego e redução de trabalhos, fazendo com que houvesse mais mão de obra disponível do que oportunidades para trabalhar.

Os avanços tecnológicos fizeram com que aumentassem as migrações. Isso ocorreu porque viagens eram possíveis em um menor espaço de tempo e com menor custo-benefício, em virtude da criação das ferrovias e de outros meios de transporte. A comunicação também foi facilitada em razão das diversas invenções tecnológicas na área da telecomunicação.

    Revolução Industrial

    Porque a Segunda Revolução Industrial influenciou o Imperialismo?

    A Revolução Industrial representa o período das grandes transformações tecnológicas que substituíram a manufatura pela maquinofatura.

    A Revolução Industrial representa um período de grandes transformações relacionadas aos avanços tecnológicos e sua influência no setor industrial e econômico, que acarretou o aparecimento de novas formas de organização da sociedade. Essa revolução teve início na Europa Ocidental, em meados do século XVIII, tendo como pioneira a Inglaterra. Ao longo dos anos, esses avanços espalharam-se pela Europa e, posteriormente, pelo mundo todo.

    Apesar de não ter tido uma ruptura, esse período teve diversos desdobramentos que ficaram conhecidos como fases. Essas fases são caracterizadaspelosavanços e aprimoramentos que constituem o processo evolutivo das tecnologias, além das transformações econômicas e sociais proporcionadas. Para saber mais, leia: Revolução Industrial.

    → Primeira Revolução Industrial

    Representa a fase em que se iniciou o período de evolução tecnológica. Esse período compreende o século XVIII até meados de 1850, quando se inicia uma nova fase. A Primeira Revolução Industrial é marcada, principalmente, pela substituição da energia produzida pelo homem pela energia a vapor, eólica e hidráulica, assim como a substituição da manufatura pelo maquinofatura, ou seja, a produção artesanal pela indústria.

    As transformações ocorridas nessa fase estão relacionadas especialmente:

    • à utilização do carvão como fonte de energia;

    • ao desenvolvimento da máquina a vapor e da locomotiva;

    • à invenção do telégrafo.

    Todas as inovações obtidas nesse período e os avanços tecnológicos aplicados à produção proporcionaram o aumento da produtividade, melhor escoamento das matérias-primas e melhoramento da distribuição dos bens produzidos.

    Terceira Revolução Industrial

    A Terceira Revolução Industrial representa a terceira fase da Revolução Industrial. É conhecida também como Revolução Técnico-Científica. Essa fase teve início após a Segunda Guerra Mundial e representa novamente um novo cenário mundial. As mudanças referem-se, principalmente, à relação que se estabeleceu entre o desenvolvimento tecnológico voltado ao processo produtivo e o avanço científico.

    Nessa fase, a revolução deixou de limitar-se a apenas alguns países e espalhou-se pelo mundo. As inovações desse período ligaram as pessoas em todas as regiões do planeta, possibilitando a transmissão instantânea de informações, diminuindo tempo e distância.

    As principais transformações proporcionadas pelos avanços até os dias atuais fazem parte do desenvolvimento das sociedades. Setores da biotecnologia, robótica, genética, eletrônica, transporte e das telecomunicações foram os que mais sofreram modificações, alcançando evoluções jamais vistas anteriormente. Houve desenvolvimento em diversas áreas, provocando alterações no modo de vida, nas relações sociais e também no espaço geográfico. Para saber mais sobre, acesse: Terceira Revolução Industria.

    Qual a influência da segunda revolução industrial sobre o imperialismo?

    Segunda Revolução Industrial e o imperialismo O imperialismo do século XIX esteve intrinsecamente ligado ao avanço da Segunda Revolução Industrial e à multiplicação das grandes empresas nos países industrializados, bem como à acumulação de capitais decorrentes desse processo.

    Por que a segunda revolução industrial é uma das causas do imperialismo?

    Dentre as causas da Revolução Industrial, os países em questão, buscaram ampliar o mercado, dando início a uma expansão territorial, com interesse na matéria-prima, esse movimento ficou conhecido como Imperialismo.

    Por que o desenvolvimento industrial ocasionou o imperialismo?

    Causas do Imperialismo Consolidou o modo de produção industrial como predominante em detrimento da produção manufatureira. Junto com a Revolução Industrial surgiram novas máquinas, novos meios de transporte, novos meios de comunicação, novas formas de explorar a produção e utilização de energia etc.

    Qual a relação entre a Revolução Industrial com o imperialismo?

    Com a Revolução Industrial a economia das nações industrializadas se sofistica, de modo que precisam de uma quantidade cada vez maior de matérias-primas e de mercados consumidores. Isto faz com que surja a necessidade estratégica de estabelecer colônias, de modo que o Imperialismo se torna "comum" no século XIX.