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Apenas seis meses de consumo excessivo de alimentos industrializados podem causar doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e obesidade. De acordo com o médico nutrólogo Leônidas Neto, esses alimentos passam por vários processos químicos, por isso, causam muito mal à saúde. Podem ser divididos em dois grupos: alimentos industrializados refinados e alimentos industrializados processados. Os alimentos industrializados refinados são aqueles que passam por procedimento de refinamento ou retirada. Exemplos: produtos que levam açúcar refinado (doces, balas, chicletes) e produtos que levam a farinha branca (pães brancos). Já os alimentos industrializados processados são os que passam por processo de adição de conservantes ou aromatizantes para aumentar o prazo de validade. Exemplos: produtos embutidos e enlatados. “Esses alimentos trazem inúmeras consequências à saúde. São alimentos vazios que não têm valor nutricional. Não supre a necessidade diária de vitaminas e minerais. Por não ter valor nutricional, quem consome esse tipo de alimento sente mais fome, come mais e pode ter obesidade. Por causa da alta quantidade de açúcar e sódio, o consumo dos alimentos industrializados pode causar diabetes e hipertensão”, alerta Leônidas Neto. O nutrólogo fundador do Instituto Mineiro de Nutrologia, Juan Bernard, também chama a atenção para o consumo excessivo de alimentos industrializados. “Viver de alimentos industrializados causa uma série de problemas, principalmente deficiência de vitamina B12, vitamina E, ferro, fósforo, magnésio, selenium, zinco, todos importantes para nosso organismo”. “O segredo é o meio termo. Evitar ao máximo o consumo de produtos industrializados, mas não precisa ser radical e cortar tudo. Existe uma doença hoje chamada ortorexia, em que a pessoa exagera na preocupação em consumir apenas comidas saudáveis demais. É importante frisar que todo extremismo faz mal”, conclui Juan. Rótulos O médico Bruno Sander sugere a leitura do rótulo dos alimentos. “É muito importante ler as informações nutricionais no rótulo dos alimentos. A quantidade do valor diário merece uma atenção maior. Por exemplo, quantidade de carboidrato. Se tem no rótulo que a cada 100 gramas de determinado produto tem 40% do valor diário de carboidrato, se a pessoa ingerir 250 gramas desse produto, ela já consumiu 100% de carboidrato necessário naquele dia”, explica. Av. Barão Homem de Melo, 2222 - Estoril Belo Horizonte, MG T.(31)21053588 Todos os direitos reservados © 2022 itatiaia. Saiba quais são os maiores violões da dieta infantil e veja opções de industrializadas mais inteligentes Quem nunca trocou refeições in natura ou preparadas em casa por alimentos industrializados? Itens como refrigerantes, salgadinhos, bolachas recheadas, nescau, hambúrgueres e guloseimas eram rotina na vida do estudante Matheus Garcia, 15 anos. “Comia tudo industrializado e minha mãe não ligava. Podia comer brigadeiro a semana inteira que ela não ia reclamar”, conta. Os hábitos alimentares do jovem baiano são realidade na vida de muitas crianças. Preços mais acessíveis associados à falta de tempo dos pais fazem com que a preferência acabe sendo por itens prontos. O problema, explicam especialistas ouvidos pelo CORREIO, é que esses alimentos muitas vezes são ricos em conservantes, sódio, gordura e açúcares refinados, considerados vilões da alimentação quando consumidos com frequência.
Ou seja, quanto mais a criança come industrializados, mais quer o alimento, acarretando em um ciclo vicioso já na infância. O maior consumo de produtos processados e/ou refinados interfere não só no bem-estar diário como aumenta o risco de problemas na saúde, incluindo doenças no coração, colesterol alto e obesidade, muito comum entre crianças de todas as faixas etárias.
Além da inflamação das células, Gabriel pontua que a maior parte desses produtos favorece o crescimento de bactérias patogênicas que prejudicam a absorção das vitaminas e minerais fundamentais ao nosso organismo. Na opinião do especialista, entre os maiores violões da dieta infantil (veja outros abaixo) estão as bolachas recheadas, que carregam gordura saturada, gordura trans, corantes e elevado teor de açúcar. "Não agregam nenhum valor nutricional significativo à alimentação da criança", concorda a nutricionista Karoline Basquerote, especialista em Nutrição Clínica e Doenças Crônicas. Marmita Marmiteiros defendem estilo de vida mais saudável, prático e barato Matheus, inclusive, faz questão de levar uma marmita para escola com coisas que prepara em casa e frutas. Quando não dá tempo, ele compra tapioca ou acaí na cantina da escola. “A maioria das comidas vendidas lá é industrializada. Hoje só faço uma refeição na semana que não é tão saudável. Faz parte da minha rotina comer alimentos limpos, que fazemos em casa, tipo arroz, macarrão, carne, salada, etc. Também bebo bastante água”, acrescenta.
Assim como Matheus, os pequenos Lucca, 4, e Léo, 2, têm uma alimentação supersaudável, fruto de um planejamento cuidadoso da confeiteira Luciana Simas Ribeiro, 40, que desde antes deles nascerem resolveu mudar a própria alimentação. “Estava com obesidade mórbida, então tirei os industrializados da minha vida e levei uma gravidez tranquila. Pari do primeiro filho 500 g acima do que engravidei. Na introdução alimentar de Lucca, me encantei pelo método BLW (em que o bebê começa a comer com as mãos os alimentos cortados em pedaços, bem cozidos). Fui seguindo meu coração e foi natural. Nunca ofereci nada amassado ou processado. Eram sempre alimentos inteiros”, conta ela, que criou Instagram @mamaegourmet para compartilhar sua experiência com os filhos. Desde cedo, os meninos foram acostumados a experimentar as texturas e sentir o sabor de cada alimento e nunca rejeitaram coisas diferentes. “Eles se alimentam do que tem na mesa. Comer salada e vegetais é rotina. Criei eles dessa forma, então os alimentos naturais e frutas não são novidade. Me preocupo com a alimentação deles por causa da saúde”, ressalta. Os alimentos in natura e as preparações caseiras fazem parte da rotina alimentar desse lar. “Aqui não entra biscoito recheado, nem salgadinhos, refrigerante, suco é só natural ou polpa. Não existe um segredo. Tem mais a ver com o exemplo que a gente dá desde cedo”, afirma Luciana. Lucca e Léo até já comeram salgadinhos e doces, mas não fazem questão. “Eu adoro purê de abóbora, batata, tomate, alface, repolho, feijão e franguinho”, conta Lucca. “Brócolis com arroz, macarrão, milho, queijo e salada”, completa Léo. Na escola, os irmãos costumam levar uma fruta e algo que a mãe prepara em casa. “Maça, banana, melão, melancia, suco, cookie de banana e de maça”, lista o mais velho. Luciana adora ver receitas novas pelo Instagram e faz questão de não incluir nada embalado na alimentação dos filhos. “Tem dia que mando pipoca, outros dias cookies de banana, muffin ou bolo de cenoura. Às vezes, as pessoas culpam a falta de tempo, mas minha vida é louca. É questão de prioridade. Muitos pais chegam no supermercado e compram lanches industrializados achando que é saudável e não é”. Para que uma criança tenha um desenvolvimento sadio sem problemas futuros, com saúde em todas as partes do corpo, o ideal é mesmo influenciar uma refeição rica em hortaliças, verduras, proteínas, água, etc, de forma criativa, para que doenças sejam evitadas, recomenda Gabriel Almeida. O médico também indica o estímulo de brincadeiras que gerem gasto energético pelo menos 1h por dia e redução do uso de telas para menos de 1h por dia.
Fotógrafo registra alimentação infantilApesar de muita gente ter consciência que alimentos ultraprocessados não são saudáveis, os efeitos do acesso fácil e globalizado a eles só ficam claros quando as pessoas param para pensar no que comeram num determinado período. E foi justamente fazendo esse exercício que o fotógrafo americano Gregg Segal criou o projeto Daily Bread (pão diário) e fez imagens como a do topo dessa matéria pelo mundo inteiro. Clique para ampliar e ver algumas fotos do projeto.
Clique para ampliar e ver as fotos | Ademilson, Brasilia, 2018: “O dia de Ademilson é dividido entre a escola pela manhã e agricultura à tarde; ele ajuda o pai a colher mandioca, um alimento básico de sua dieta livre de produtos processados e (Fotos de Gregg Segal/Divulgação)
Davi, Brasília, 2018: “Davi com a comida que comeu em uma semana e sua pipa. O conjunto é feito a partir de materiais coletados da favela Chácara Santa Luzia, em Brasília, onde moram Davi e sua família, uma comunidade de mais de 12 mil pessoas"
Kawakanih Yawalapiti, 9, do Alto Xingu, no Mato Grosso: “Peixe do rio Suiamissa, tapioca e frutas – e muito pouco mais. Não há alimentos embalados [e] processados"
Ayme, Brasília, 2018
Thayla, Brasília, 2018
Daria, Los Angeles, 2016
Adveeta, Mumbai, 2017
Andrea, Sicily, 2017
Asma & Fatima, Dubai, 2018
Carolina, Los Angeles, 2016
Josh, Nice, 2017
Yusuf, Dubai, 2018
Nona, Los Angeles, 2016
Clique para ampliar e ver as fotos | Ademilson, Brasilia, 2018: “O dia de Ademilson é dividido entre a escola pela manhã e agricultura à tarde; ele ajuda o pai a colher mandioca, um alimento básico de sua dieta livre de produtos processados e (Fotos de Gregg Segal/Divulgação)
Davi, Brasília, 2018: “Davi com a comida que comeu em uma semana e sua pipa. O conjunto é feito a partir de materiais coletados da favela Chácara Santa Luzia, em Brasília, onde moram Davi e sua família, uma comunidade de mais de 12 mil pessoas"
Kawakanih Yawalapiti, 9, do Alto Xingu, no Mato Grosso: “Peixe do rio Suiamissa, tapioca e frutas – e muito pouco mais. Não há alimentos embalados [e] processados"
Ayme, Brasília, 2018
Thayla, Brasília, 2018
Daria, Los Angeles, 2016
Adveeta, Mumbai, 2017
Andrea, Sicily, 2017
Asma & Fatima, Dubai, 2018
Carolina, Los Angeles, 2016
Josh, Nice, 2017
Yusuf, Dubai, 2018
Nona, Los Angeles, 2016 Através delas, dá para perceber as peculiaridades preservadas em diferentes culturas e também a mesmice na alimentação infantil. “A globalização traz essa homogeneização. Estamos tão ocupados no dia a dia que nem pensamos direito no que estamos ingerindo. Quando você repara no que comeu durante uma semana e percebe que a sua rotina não é muito saudável, isso te atinge de uma maneira incômoda”, explica. O projeto também consiste em registrar como a cultura de cada país aparece no prato dos garotos e garotas ao redor do mundo. Segundo ele, a motivação é mostrar a diferença entre comunidades que prezam pela alimentação livre de alimentos ultraprocessados e junk food — os grandes vilões associados à obesidade, hipertensão e diabetes. Em lugares como Estados Unidos, onde o fast food é mais barato que comidas saudáveis, é comum as pessoas mais pobres terem uma alimentação pior. Ou seja, embaladas e cheias de conservantes. Inspiração para o projeto, um estudo de 2015 da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, revelou que entre os 10 países com dietas mais sadias, nove são da África. Nesses locais, as classes menos favorecidas têm mais acesso aos produtos frescos. Industrializados que são vilões da alimentação infantil
Opções de industrializadas mais inteligentesPolvilho integral, da Crek Crek: Esse biscoito de polvilho é uma boa opção para o lanche da criançada por ter pouco sódio e não ter gordura trans. Também não tem gordura hidrogenada e leite. Purê de frutas, da Pic-Me: Ainda que o ideal seja ofertar a fruta in natura para a criança, esse purê de frutas não tem conservantes, aditivos químicos e nem açúcar. Cookies integrais, da Jasmine Alimentos: Apesar de ser industrializado, o biscoito ele tem pouco sódio e gorduras saturadas e não tem gordura trans, conservantes e outros aditivos nocivos à saúde. Biskui, da Bauducco: Esse biscoito não tem leite e nem gordura trans. Seu teor de sódio é baixo. Leite fermentado, da Yakult: O produto aumenta a imunidade, ajuda no funcionamento intestinal, inibe a produção de novas toxinas, impede a multiplicação de bactérias que não fazem parte do organismo e contribui com a digestão. Mel e cacau, da Belvita: Para as crianças que têm dificuldade de abrir mão da bolacha de chocolate, os biscoitos Belvita tem açúcar na composição, o que não é positivo, mas
tem um sabor similar às bolachas de chocolate e é uma opção mais Iogurte grego, da Batavo: O produto tem mais proteína do que a maioria dos iogurtes. Suco de uva, da Suvalan: Nem sempre dá para preparar um suco fresco para o filho, mas nem por isso é preciso colocar um néctar cheio de açúcar na lancheira. Essa opção, por exemplo, não ter adição de açúcar, conservantes e corantes. Também tem sabores como abacaxi e maçã. Outra marca interessante é a Fazenda da Toca, que tem selo de produto orgânico. Barra de cereal com maçã e amêndoas, da Hart's Natural: À base de frutas e oleaginosas, o produto é rico em fibras, que ajudam a controlar a saciedade e o funcionamento do intestino, além de ter gorduras boas para a saúde do coração. Cookies integrais cacau, da Kobber: O chocolate pode estar presente nos lanches, porém na forma de cacau, e não achocolatado. Além de ser integral, esse produto não tem gordura trans e é rico em fibras. *Colaborou Vanessa Brunt Por que a população come cada vez mais produtos industrializados?O estado emocional e o clima inseguro em que a população está vivendo pode levar ao maior consumo das comidas ultraprocessadas, como os salgadinhos e biscoitos. A comida pode ser uma válvula de escape para situações estressantes, como as mudanças de rotina causadas pela pandemia do novo coronavírus.
Por que as pessoas preferem os alimentos industrializados?Mas então por que as pessoas optam por alimentos processados em vez de comida caseira? Devido a correria do dia a dia e a falta de tempo, muitas pessoas preferem alimentos processados, por serem um meio mais rápido e prático, sem se preocupar com os prejuízos que esse tipo de refeição provocam à sua saúde.
Quais são as vantagens e as desvantagens do consumo de alimentos industrializados?Em geral, quanto mais processados forem, menor seu valor nutricional e maior a quantidade de substâncias nocivas à saúde. Alimentos ultraprocessados tendem a apresentar elevados índices de sódio e de açúcar, que podem causar doenças como hipertensão e diabetes.
Porque os alimentos industrializados consumidos em excesso fazem mal à saúde?O consumo de alimentos industrializados traz uma sobra de energia calórica e pouca nutrição ao organismo. Consumir vários desses alimentos potencializa os efeitos ao corpo provocando inflamação e obesidade.
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