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Louis Pasteur (Dole, 27 de dezembro de 1822 – Marnes-la-Coquette, 28 de setembro de 1895) foi um cientista francês,[2] cujas descobertas tiveram enorme importância na história da química e da medicina. É reconhecido pelas suas notáveis descobertas das causas e prevenções de doenças. Entre seus feitos mais notáveis podem-se citar a redução da mortalidade e a criação da primeira vacina contra a raiva (vacina antirrábica). As suas experiências deram fundamento para a teoria microbiológica da doença. Foi mais conhecido do público em geral por inventar um método para impedir que leite e vinho causem doenças, um processo que veio a ser chamado pasteurização, em homenagem ao seu sobrenome.[3] Pasteur é considerado um dos três principais fundadores da microbiologia, juntamente com Ferdinand Cohn e Robert Koch. Também fez muitas descobertas no campo da química, principalmente a base molecular para a assimetria de certos cristais.[4] Foi fundador e diretor do instituto que leva seu nome Instituto Luis Pasteur estabelecido 1887, uma fundação privada francesa sem fins lucrativos dedicada ao estudo de biologia, microrganismos, doenças e vacinas. O seu corpo está enterrado sob o Instituto Pasteur em Paris, numa tumba decorada por mosaicos em estilo bizantino que lembram os seus feitos.[5] Primeiros anos[editar | editar código-fonte]Pasteur não foi um aluno especialmente aplicado ou brilhante na escola e nem mesmo na universidade em que estudou.[6] Quando era jovem, tinha um gosto especial pela pintura e fez diversos retratos de sua família. Aos dezenove anos, abandonou a pintura para se dedicar à carreira científica, que perdurou por toda a sua vida. Em 1847 ele completou os seus estudos de doutorado na escola de física e química em Paris. Estudos e a influência na evolução da ciência[editar | editar código-fonte]Louis Pasteur iniciou os seus estudos no Colégio Royal em Besançon, transferindo-se para a Escola Normal Superior de Paris em 1843, estudando química, física e cristalografia.[6] Foi na cristalogia que Louis fez suas primeiras descobertas. Descobriu em 1848 o dimorfismo do ácido tartárico, ao observar no microscópio que o ácido racêmico apresentava dois tipos de cristais, com simetria especular.[7] Foi portanto o descobridor das formas dextrógiras e levógiras, comprovando que desviavam o plano de polarização da luz no mesmo ângulo porém em sentido contrário. Esta descoberta valeu ao jovem químico, com apenas 26 anos de idade, a concessão da "Légion d'Honneur" Francesa.[6] Após licenciar-se e assistir às aulas do grande químico francês Jean-Baptiste Dumas, começou a se interessar pela química. Exerceu o cargo de professor de química em Dijon e depois em Estrasburgo. Casou-se com Marienne Laurente, filha do reitor da Academia. Em 1854 foi nomeado decano da Faculdade de Ciências na Universidade de Lille. A pedido dos vinicultores e cervejeiros da região, começou a investigar a razão pela qual azedavam os vinhos e a cerveja. De novo, utilizando o microscópio, conseguiu identificar a bactéria responsável pelo processo. Propôs eliminar o problema aquecendo a bebida lentamente até alcançar 48° C, matando, deste modo, as bactérias, e encerrando o líquido posteriormente em cubas hermeticamente seladas para evitar uma nova contaminação. Este processo originou a atual técnica de pasteurização dos alimentos. Demonstrou, desta forma, que todo processo de fermentação e decomposição orgânica ocorre devido à ação de organismos vivos.[6] Na Inglaterra, em 1865, o cirurgião Joseph Lister aplicou os conhecimentos de Pasteur para eliminar os micro-organismos vivos em feridas e incisões cirúrgicas. Em 1871, o próprio Pasteur obrigou os médicos dos hospitais militares a ferver o instrumental e as bandagens que seriam utilizados nos procedimentos médicos. Expôs a "teoria germinal das enfermidades infecciosas", segundo a qual toda enfermidade infecciosa tem sua causa (etiologia) num micróbio com capacidade de propagar-se entre as pessoas. Deve-se buscar o micróbio responsável por cada enfermidade para se determinar um modo de combatê-lo. Pasteur passou a investigar os microscópicos agentes patogênicos, terminando por descobrir vacinas, em especial a antirrábica, que utilizou com sucesso em 1885 para tratar Joseph Meister, um garoto de 9 anos que fora mordido por um cão infectado pela raiva, utilizando-se de injeções diárias por 13 dias seguidos, com vírus cada vez menos atenuados. Meister nunca contraiu a raiva, felizmente, pois Pasteur, por não ser médico, arriscou-se a ser processado, caso o tratamento não tivesse sucesso.[8] Fundou em 1887 o Instituto Pasteur, um dos mais famosos centros de pesquisa da atualidade. Pasteur foi quem derrubou definitivamente a ideia da geração espontânea aristotélica, com a utilização de uma vidraria chamada pescoço de cisne. Pasteur colocou um caldo nutritivo em um balão de vidro, de pescoço curvo.[6] Ferveu o caldo existente no balão, o suficiente para matar todos os possíveis microrganismos que poderiam existir nele. Cessado o aquecimento, vapores da água proveniente do caldo condensaram-se no pescoço do balão e se depositaram, sob forma líquida, na sua curvatura inferior. Como os frascos ficavam abertos, não se podia falar da impossibilidade da entrada do "princípio ativo" do ar. Com a curvatura do gargalo, os micro-organismos do ar ficavam retidos na superfície interna úmida e não alcançavam o caldo nutritivo. Quando Pasteur quebrou o pescoço do balão, permitindo o contato do caldo existente dentro dele com o ar, constatou que o caldo contaminou-se com os microrganismos provenientes do ar. Morreu em Villeneuve-L'Etang no dia 28 de Setembro de 1895. Encontra-se sepultado no Instituto Pasteur, Ilha de França, Paris, na França.[9] Fé e espiritualidade[editar | editar código-fonte]Citado muitas vezes como um fervoroso católico,[6] mas, de acordo com o seu neto Pasteur Vallery-Radot, no entanto, Pasteur só tinha guardado da sua formação católica uma espiritualidade sem prática religiosa.[10] Maurice Vallery-Radot, neto do irmão do genro de Pasteur e católico declarado, assegura que Pasteur fundamentalmente permaneceu católico.[11] O genro de Pasteur, provavelmente na mais completa biografia de Louis Pasteur, escreveu o seguinte:
Tanto Pasteur Vallery-Radot quanto Maurice Vallery-Radot afirmam que a bem conhecida citação atribuída a Pasteur: "Quanto mais sei, mais a minha fé se aproxima da do camponês bretão. Gostaria de saber tudo, mas eu teria a fé da esposa de um camponês bretão",[4] é apócrifa.[13] Publicações[editar | editar código-fonte]Os principais trabalhos publicados de Pasteur são:[14]
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
Quais foram as contribuições de Pasteur para a microbiologia?Louis Pasteur contribuiu muito com o avanço da Microbiologia, pois, se destacava em diversos trabalhos e criava diversas teorias: Teoria microbiana da fermentação, Pasteur explicou o porquê acontecia a contaminação por álcool durante o processo de fermentação, ele descobriu a presença de diversos micróbios, denominados ...
Quais as contribuições de Louis Pasteur e Robert Koch para a ciência?Graças a ele e a outros grandes cientistas como o médico alemão Robert Koch, que identificou o bacilo da tuberculose, e o microbiologista escocês Alexander Fleming, que descobriu desenvolveu o primeiro antibiótico, a penicilina, o século 19 e o início do século 20 ficaram conhecidos como a Era de Ouro da microbiologia.
Quais foram as descobertas de Pasteur e Koch?Louis Pasteur, um francês, tornou-se famoso no mundo inteiro por ter desenvolvido a vacina contra a raiva. Robert Koch, um alemão, recebeu o Prémio Nobel da Medicina por ter descoberto o bacilo da tuberculose.
Como os postulados de Koch contribuíram para a microbiologia?Na década de 1980 os postulados de Koch sofrem modificações para introduzir conceitos na área da genética com fim de identificar os microrganismos responsáveis por doenças, sendo chamados de Postulados moleculares de Koch: Aspectos da virulência e um gene devem ser evidentes durante o processo de infecção.
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