Quais foram as principais diferenças entre a independência do Brasil e do restante da América Latina?

O continente americano foi colonizado por povos de várias nações europeias, dentre eles: portugueses, espanhóis, franceses, ingleses e holandeses. Esses povos passaram a explorar toda a América e a impor sua cultura de maneira forçada aos povos nativos do continente.

Essa influência cultural oriunda de diferentes nacionalidades produziu distinções entre os países do continente, especialmente no que se refere ao idioma. Diante desse fator, o continente é regionalizado em América Latina e América Anglo-Saxônica.

Essa distinção é proveniente da língua falada nos países do continente. Desse modo, são considerados países latinos todos aqueles que possuem línguas derivadas do latim, como por exemplo, espanhol, francês e português. Já as nações que falam língua de origem anglo-saxônica, como o inglês, formam a América Anglo-saxônica.

O critério usado para essa regionalização não é muito rigoroso, tendo em vista que existem países localizados na América Latina que falam o inglês, dentre os quais podemos citar Guiana, Trinidad e Tobago, além do holandês, falado no Suriname. Sem contar países que preservam suas línguas nativas, como o Paraguai que, além do espanhol, fala o guarani.

Existem países, como o Canadá, considerados anglo-saxônicos, mas que falam tanto o inglês como o Francês (isso em algumas partes do país), língua derivada do latim.

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Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

FREITAS, Eduardo de. "As diferenças entre América Latina e Anglo-saxônica "; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/as-diferencas-entre-america-latina-anglosaxonica.htm. Acesso em 23 de novembro de 2022.

De estudante para estudante


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Olá, eu sou a Isabela Azevedo e está começando mais um Na Trilha da História! Hoje, vamos fazer uma comparação da trajetória brasileira e norte-americana. Será que a História consegue explicar porque o Brasil e os Estados Unidos se tornaram os países que são hoje?

Nosso convidado é o historiador Antônio Barbosa, doutor em História pela Universidade de Brasília, onde também é professor. O primeiro tema é colonização. Enquanto o Brasil foi colonizado por portugueses e espanhóis, os Estados Unidos foram colonizados pela Inglaterra. Será que isso influencia muito?

Sonora: "A questão não é quem nos colonizou, mas como a colonização foi feita. E aí nós temos uma diferença monumental entre as duas experiências históricas."

No Brasil, a colonização foi principalmente de exploração.

Sonora: "No caso do Brasil, a colonização foi feita a partir dos Estados Europeus Portugal e Espanha. Então havia ali um objetivo claramente traçado para amealhar riquezas neste novo mundo, sugar tudo o que a América pudesse oferecer para que esses países se enriquecessem lá na Europa."

Já nos Estados Unidos, a colonização foi principalmente de povoamento.

Sonora: "No caso da América do Norte, nós tivemos grupos de famílias inglesas que vão fugir da intolerância religiosa, da perseguição política e vão tentar do outro lado do Atlântico reconstruir suas vidas em novas bases."

Os processos de independência do Brasil e dos Estados Unidos também têm diferenças importantes. Os norte-americanos se declararam independentes da Inglaterra em 4 de julho de 1776. Tudo começou quando o governo inglês decidiu aumentar os impostos que cobrava das treze colônias norte-americanas.

Sonora: "Ou seja, se nós não temos representação lá no parlamento britânico, nós não somos obrigados a aceitar impostos e mais impostos que recaem sobre nós. Repare que eles não estavam falando sobre independência. Olha que coisa interessante. A independência só aconteceu porque a Inglaterra reagiu de forma muito violenta e aí para reagir à violência dos ingleses, as treze colônias se reuniram e declararam a sua independência."

Enquanto nos Estados Unidos a independência foi um movimento que mobilizou toda sociedade, no Brasil, ela foi proclamada por Dom Pedro I em 1822, com o apoio das elites do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Mas isso não quer dizer que não houve embate entre o povo brasileiro e os portugueses.

Sonora: "É assim que o Brasil independente. Se você me perguntar se o povo de alguma forma participou, vou dizer que esporádica e pontualmente. No caso do Pará, por exemplo, os paraenses pegaram em armas contra os portugueses, havia um destacamento português forte lá. É o caso do Piauí, que pouca gente sabe... Será que já ouviram falar da Batalha do Jenipapo? Piauienses do interior pegam paus e pedras pra enfrentar tropas portuguesas."

E não dá para deixar de citar o papel dos baianos na consolidação da independência brasileira.

Sonora: "E finalmente, o mais conhecido episódio de manifestação popular foi a Bahia. Porque só no dia dois de julho de 1823 que os portugueses foram definitivamente expulsos do Recôncavo Baiano."

Agora o assunto é escravidão. O professor Antônio Barbosa destaca a falta de empenho do Brasil para integrar os ex-escravos na sociedade.

Sonora: "Nós acabamos com a escravidão, com o trabalho compulsório e com o trabalho obrigatório, mas não demos as mínimas condições para que os antigos escravos fossem socializados. Isto é: atingissem o que hoje nós chamamos de cidadania. Para eles vão sobrar as piores escolas, quando elas existiam, os piores empregos e os piores salários. Foi um trabalho de abolição da escravidão que durou demais, o Brasil foi o último país do Ocidente a acabar com a escravidão, isso é uma loucura, e que na verdade foi incompleto."

Quanto aos Estados Unidos, o historiador lembra que o fim da escravidão por lá foi o resultado de uma guerra civil.

Sonora: "Ali, na verdade, estavam dois projetos de nação em jogo: o projeto sulista, caracterizado por aqueles elementos que vieram da colônia, o latifúndio, a monocultura, a escravidão; e o centro-norte, com o espírito empreendedor, capitalista, voltado para a valorização do indivíduo, para a liberdade individual. Não houve consenso. Foi necessário ir à guerra. A guerra civil, a Guerra de Secessão, de separação do sul do norte, mergulhou os Estados Unidos numa mancha de sangue que deitou raízes."

Esta foi a versão reduzida do Na Trilha da História. O episódio completo tem 55 minutos e traz, além da entrevista na íntegra com o historiador Antonio Barbosa, uma trilha sonora escolhida especialmente para o tema da semana. Para ouvir, acesse: radios.ebc.com.br/natrilhadahistoria. Se você tiver sugestões de assuntos para o programa, envie um e-mail para .

Até semana que vem, pessoal!

Na Trilha da História: Apresenta temas da história do Brasil e do mundo de forma descontraída, privilegiando a participação de pesquisadores e testemunhas de importantes acontecimentos. Os episódios são marcados por curiosidades raramente ensinadas em sala de aula.

Quais foram as principais diferenças entre a independência do Brasil de outros países da América Latina?

Resposta: A independência do Brasil foi pacifica e não implicou nenhuma mobilização popular, diferentemente do processo de independência dos outros países da América Latina, onde ocorreu muitas lutas para que o objetivo (independência) fosse alcançado.

Qual a diferença entre a independência do Brasil e da América?

Enquanto no Brasil a independência ocorreu de forma rápida (curto espaço de guerras e poucos focos de resistência à independência), preservou a unidade territorial e instituiu uma monarquia; na América espanhola ocorreram longas guerras, com maior participação popular, ocorreu a fragmentação político-territorial e ...

Por que a independência do Brasil é diferente do resto da América Latina?

Na Argentina, Chile e Uruguai, as declarações de Independências levaram estes países direto para o regime republicano, enquanto no Brasil houve somente o rompimento político com a metrópole mantendo todo o sistema que vigorava durante a colônia.

O que diferenciou o Brasil do restante da América em relação a forma de governo adotada após a independência?

Com a independência do Brasil, o país tornou-se soberano e organizou-se com uma monarquia. Na América do Sul, o Brasil foi a única monarquia, pois as outras nações organizaram-se como repúblicas.