Quais foram os dois blocos de alianças formados na Primeira Guerra Mundial?

Entre 1871 e 1914 houve na Europa uma corrida armamentista entre as várias potências econômicas colonialistas. Esse processo ficou conhecido como Paz Armada, sendo que o grande incentivo à indústria de armamento teve como grande laboratório de testes conflitos na Ásia e África, cujo objetivo era a expansão dos impérios coloniais.

Nesse interesse colonialista, Alemanha e Itália haviam ficado para trás em relação à França e Inglaterra, por causa da unificação tardia dos dois primeiros países, o que os obrigou a efetuar um investimento no colonialismo para alcançar as demais potências.

Além disso, foram realizadas políticas de alianças entre as nações imperialistas. Das principais, citam-se a Tríplice Aliança, formada pelo Império Alemão, pelo Império Austro-Húngaro e pela Itália, sendo que esta última ficou neutra no início da I Guerra Mundial, e a Tríplice Entente, compondo a aliança Inglaterra, França e Rússia. Os interesses comuns da Tríplice Entente contra a Tríplice Aliança eram os seguintes: a França mantinha um ressentimento contra a Alemanha pela derrota na Guerra Franco-Prussiana que lhe custou a rica região de Alsácia-Lorena; a Rússia se opunha ao Império Austro-húngaro na região dos Balcãs, local onde viviam os iugoslavos, povos eslavos do sul, de mesma etnia que os russos.

Havia ainda a concorrência capitalista, que levava a Alemanha a rivalizar com a Inglaterra o posto de principal potência econômica do continente, além de disputas por mercados consumidores e produtores de matérias-primas nas áreas coloniais. Havia ainda a rivalidade do capital financeiro alemão contra o inglês, além do perigo que representava à Inglaterra a força naval alemã.

Uma disputa por um território colonial na África intensificou as animosidades entre os países. A Questão Marroquina, como ficou conhecida uma das disputas imperialistas na África, opôs França e Inglaterra à Alemanha, retirando o direito de exploração da localidade pelos alemães, conseguida na Convenção de Madri de 1880. Essa ruptura com o acordo fez com que o kaiser alemão Guilherme II desembarcasse em Tânger, em 1905, criando um impasse com as demais potências e prometendo manter a independência do Marrocos frente ao domínio francês.

Outro foco de conflitos que desembocaria na I Guerra Mundial foi a Questão Balcânica. A região localizada entre os mares Negro e Adriático era formada por povos de várias etnias e dominada pelo enfraquecido Império Turco. Essa região era alvo de disputas entre as duas alianças por ser ponto estratégico para as rotas de escoamento de mercadorias que as potências europeias pretendiam construir, como a construção de uma ferrovia pelos alemães, que ligaria seu país ao Oriente Médio, fonte de várias matérias-primas. Foi na região balcânica que houve também os conflitos nacionalistas que levaram ao assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro. Sua morte deu início à Primeira Guerra Mundial.

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Quais foram os dois blocos de alianças formados na Primeira Guerra Mundial?

Os Aliados, no contexto da Primeira Guerra Mundial, foram o conjunto de países que lutaram contra os Impérios Centrais nesse conflito armado internacional. França, Rússia e Grã-Bretanha entraram na Primeira Guerra Mundial em 1914, como resultado da Tríplice Entente. Os demais países uniram-se aos aliados ao longo da guerra.[1]

Participação dos países na Grande Guerra[editar | editar código-fonte]

Na Primeira Guerra Mundial, dois grupos de países lutavam — os Aliados e as Potências Centrais (Alemanha, Áustria-Hungria, Império Otomano e Bulgária).

Além da Tríplice Entente, juntaram-se aos Aliados: a Itália que pertencia a Tríplice Aliança, havia mantido-se neutra, fez um trato com a Inglaterra; os Estados Unidos, pois a Alemanha afundou um navio inglês com americanos e perdeu o apoio russo, devido as guerras civis internas. Os Estados Unidos também chegaram a participar da guerra porque viram que os Aliados estavam perdendo e como tinham vendido mercadorias (armas, capacetes, canhões, etc.) que só seriam pagas caso os Aliados vencessem a guerra, entraram nesta para garantir a vitória de seus compradores. Em 1917 também Portugal entrou nesta coalizão, pois fora da guerra, via as suas colônias ameaçadas pelos estados que sairiam vencedores e consequentemente reforçados na discussão internacional, além do que, as forças alemãs eram uma constante ameaça ao domínio português nas suas colônias na África. O Brasil, em 1917, também se juntou aos Aliados no conflito.

Com o fim da guerra, em 1918, os Estados Unidos tornam-se a maior potência mundial do século XX. As principais causas foram os ataques internos pela Tríplice Aliança.

Estados Unidos[editar | editar código-fonte]

O Estados Unidos estiveram presentes desde o início da Guerra ao lado da Tríplice Entente. Até 1917 não eram apenas fornecedores de armamento, mas também de artigos industrializados, pois a produção de alimentos, vestimentas e qualquer outro tipo de produto, na Europa, havia sido afetada, pelo deslocamento de homens para a Guerra e pela destruição causada por ela.[2]

Após a saída dos russos, os EUA vêem seus investimentos em risco, pois se seus aliados perderem a Guerra deixam de pagar suas dívidas. Então, o país entra militarmente no conflito, sendo decisivo para o final da guerra a favor da Tríplice Entente. No entanto, há algo a se observar: os Estados Unidos declararam guerra à Alemanha em Abril de 1917. As forças russas saíram da guerra em outubro de 1917, após a Revolução Bolchevique.

Itália[editar | editar código-fonte]

No início da Primeira Guerra Mundial, a Itália abandonou a Tríplice Aliança e se recusou a participar do conflito. Contudo, em função das promessas territoriais que recebeu, a Itália entrou no conflito ao lado da Tríplice Entente.

Desastrosa durante grande parte da guerra, a participação italiana acabou sendo importante, na medida em que o país derrotou e forçou o Império Austro-Húngaro à capitulação na Batalha de Vittorio Veneto, causando a desagregação do mesmo. A capitulação da Áustria-Hungria foi um duro golpe no Império Alemão, que passaria a lutar sozinho.

Japão[editar | editar código-fonte]

O Japão só entrou na guerra para se apossar das colônias da Alemanha no oceano Pacífico e das concessões alemãs na China.

Reino Unido[editar | editar código-fonte]

Era a nação com a marinha mais numerosa (mais ou menos 2 mil embarcações), o que ajudou muito na vitória contra os alemães.

Haja vista que a Marinha Real Britânica foi uma das primeiras armadas a navegar nos quatro cantos do mundo, não ficou por menos sua superioridade nas batalhas marítimas durante a primeira guerra mundial.

Como era de se esperar, desde esta primeira grande guerra foi de ímpar importância a superioridade em dominar os mares, derrotando assim as forças inimigas em grande escala.

França[editar | editar código-fonte]

A França nutria um forte sentimento antialemão pela perda dos territórios da Alsácia-Lorena na Guerra Franco-prussiana e desejava uma guerra de revanche contra a Alemanha para recuperar os territórios perdidos. Apesar de possuir capacidade militar, demográfica e industrial inferior à dos alemães, os franceses basearam sua estratégia no ofensivo Plano XVII, que previa um ataque sobre os territórios perdidos e, mais ousadamente, sobre a Renânia, coração industrial da Alemanha. O plano francês, entretanto, foi um fracasso, pois colidiu com o também ofensivo Plano Schlieffen dos alemães, sendo este último inicialmente mais-bem sucedido, tendo os franceses sido derrotados sucessivamente em uma série de batalhas conhecidas como Batalha das Fronteiras. O forte exército imperial alemão, após profundo avanço em território francês, se apossou de parte significativa do nordeste do país, área industrializada e rica em carvão, causando um sério prejuízo à indústria francesa. A capital Paris, contudo, foi salva na Primeira Batalha do Marne, com a ajuda da Inglaterra.

Após a Batalha do Marne, a Frente Ocidental tornou-se um impasse, gerando o longo período conhecido como "Guerra das Trincheiras", no qual o exército alemão não conseguiu realizar grandes avanços sobre a França, ao mesmo tempo em que conseguiu incapacitar os exércitos francês e inglês por um longo período.

Uma serie de ofensivas malsucedidas em larga escala, resultando em grandes perdas, levaram o exército francês à beira da exaustão, desencadeando um motim generalizado e desordens entre os oficiais.

Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, sobretudo na fase inicial, no decorrer do conflito a França mostrou ter uma força de combate suficientemente coesa para contra-atacar em batalhas decisivas como a Batalha de Verdun, Primeira Batalha do Marne, Segunda batalha do Marne, e ainda participar de outras frentes da guerra.

Não obstante a decisiva entrada dos EUA, na fase final do conflito o exército francês manteve-se a espinha dorsal da ofensiva aliada, tendo assumido a liderança dos aliados na Ofensiva dos Cem Dias, sob o comando do Marechal Ferdinand Foch.

Essas numerosas ofensivas lideradas pelos franceses marcaram o início de um avanço implacável dos aliados, que deixou o exército alemão de joelhos. Quando finalmente os aliados, contando com o inesgotável potencial humano das frescas tropas norte-americanas, estavam prestes a invadir a Alemanha, os germânicos solicitaram um armistício, pois seu exército estava à beira do desastre.

Brasil[editar | editar código-fonte]

O Brasil (1914-1918) manteve-se inicialmente neutro na Primeira Guerra Mundial, buscando não restringir os seus produtos exportados na época, principalmente o café. Em outubro de 1917, após diversos ataques alemães a embarcações brasileiras, o governo do Rio de Janeiro declarou guerra à Alemanha. O chanceler brasileiro Lauro Müller, de ascendência alemã, havia renunciado pouco antes, sob pressão de manifestações populares e ataques a instituições das comunidades imigrantes germânicas estabelecidas no país. O Brasil foi o único país latino-americano que participou da Primeira Guerra Mundial. Ao término do conflito, participou da Conferência de Versalhes e foi indenizado pelas perdas que teve durante a guerra.

Portugal na Primeira Guerra[editar | editar código-fonte]

Quais foram os dois blocos de alianças formados na Primeira Guerra Mundial?

Portugal participou no primeiro conflito mundial ao lado da Tríplice Entente, o que estava de acordo com as orientações da República ainda recentemente instaurada.

Em março de 1916, apesar das tentativas da Inglaterra para que Portugal não se envolvesse no conflito, o antigo aliado português decidiu pedir ao estado português o apresamento de todos os navios germânicos na costa lusitana. Esta atitude justificou a declaração oficial de guerra de Portugal em relação à Alemanha e aos seus aliados, a 9 de março de 1916 (apesar dos combates em África desde 1914).

Em 1917, as primeiras tropas portuguesas, do Corpo Expedicionário Português, seguiam para a guerra na Europa, em direção à Flandres. Portugal envolveu-se, depois, em combates em França.

Neste esforço de guerra, chegaram a estar mobilizados quase 200 mil homens. As perdas atingiram quase 10 mil mortos e milhares de feridos, além de custos económicos e sociais gravemente superiores à capacidade nacional. Os objectivos que levaram os responsáveis políticos portugueses a entrar na guerra saíram gorados na sua totalidade. A unidade nacional não seria conseguida por este meio e a instabilidade política acentuar-se-ia até à queda do regime democrático em 1926.

Aliados principais[editar | editar código-fonte]

Listam-se aqui as potências com maior poderio militar.

  • Rússia (até 1917)
  • França
  • Império Britânico e Commonwealth (Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Terra Nova e África do Sul)
  • Itália (desde 23 de Maio de 1915)
  • Estados Unidos da América (desde 6 de Abril de 1917, ainda que o governo estadunidense nunca se tenha definido como aliado, mas como potência associada)

Outros aliados[editar | editar código-fonte]

Países que participaram militarmente do conflito:

  • Portugal
  • Reino da Sérvia
  • Bélgica
  • Império do Japão
  • Reino de Montenegro
  • Roménia (desde 1916)
  • Reino da Grécia (desde 1917)
  • Sião (hoje Tailândia, desde Julho de 1917)
  • Brasil - (desde Outubro de 1917)

Países que declararam guerra, mas não se envolveram militarmente:

  • Andorra
  • Dinastia Qing
  • Costa Rica
  • Cuba
  • Guatemala
  • Haiti
  • Honduras
  • Libéria
  • Nicarágua
  • Panamá
  • San Marino

A Noruega é geralmente chamada "O Aliado Neutro". Ainda que teoricamente fosse neutra, por não ter declarado guerra, a pressão britânica e o sentimento antigermânico da população forçaram o governo a favorecer enormemente os britânicos, principalmente com enormes entregas de peixe.

Ver também[editar | editar código-fonte]

  • Aliados da Segunda Guerra Mundial
  • Potências Centrais
  • Potências do Eixo
  • Primeira Guerra Mundial
  • Segunda Guerra Mundial

Referências

  1. Karel Schelle, The First World War and the Paris Peace Agreement, GRIN Verlag, 2009, p. 24 Página visitada em 24 de julho de 2012.
  2. US Declaration of War Página visitada em 24 de julho de 2012.

Quais os blocos as alianças que se formaram na Primeira Guerra Mundial?

A disputa era liderada por dois blocos que se enfrentaram: a Tríplice Aliança, composta por Alemanha, Áustria e Itália e; a Tríplice Entente formada por França, Inglaterra e Rússia.

Quais alianças militares foram formadas entre os dois blocos?

As nações dividiram-se em duas alianças opostas, sendo inicialmente organizadas da seguinte forma: - Tríplice Aliança: Alemanha, Império Austro-húngaro e Itália; - Tríplice Entente: França, Reino Unido e Rússia.

O que foi a Tríplice Aliança e Entente?

A Tríplice Entente e a Tríplice Aliança dividiam o continente em dois blocos. Esse sistema de alianças era baseado num acordo econômico, político e militar. Assim, tinham fins diplomáticos e funcionavam como uma proteção entre os Estados, os acautelando de ataques dos rivais.

Quais foram os blocos formados na Primeira Guerra Mundial e na Segunda Guerra Mundial?

foram dois blocos: tríplice aliança formado pela Alemanha, império Austro-Húngaro e pela Itália que posteriormente abandonou o grupo e foi para o lado da tríplice entente que era formado pelo Reino unido, França e pelo Império Russo.