A deficiência intelectual é um funcionamento intelectual significativamente abaixo da média desde o nascimento ou período inicial da vida do bebê, causando limitações na capacidade de realizar atividades normais da vida diária. Show
O termo retardo mental, usado anteriormente, adquiriu um estigma social indesejável. Por isso, os profissionais de saúde o substituíram pelo termo deficiência intelectual.
As pessoas com deficiência intelectual têm graus variados de deficiência, classificada de leve a profunda. Ainda que a deficiência seja causada fundamentalmente pela restrição do funcionamento intelectual (normalmente medido com testes de inteligência padronizados), o impacto na vida da pessoa depende mais da quantidade de apoio que a pessoa precisa. Uma pessoa com deficiência leve em um teste de inteligência, por exemplo, pode ter habilidades de adaptação tão precárias que apoio intensivo é necessário. O apoio é classificado em
Com base apenas em pontuações de testes de QI, cerca de 3% da população tem incapacidade intelectual (QI abaixo de 70). Se a classificação se basear na necessidade de apoio, somente cerca de 1% da população tem deficiência intelectual grave. Existe uma grande variedade de quadros médicos e ambientais que podem causar deficiência intelectual. Alguns quadros clínicos são genéticos. Alguns estão presentes antes ou durante a concepção e outros ocorrem durante a gravidez, o nascimento ou depois. O fator comum é que algo interfere com o crescimento e o desenvolvimento do cérebro. Mesmo com os mais recentes avanços no campo da genética, especialmente das técnicas de análise cromossômica, com frequência não é possível identificar uma causa específica para a DI. Algumas causas que podem ocorrer antes ou durante a concepção incluem Algumas causas que podem ocorrer durante a gravidez incluem
Algumas causas que podem ocorrer durante o nascimento incluem
Algumas causas que podem ocorrer após o nascimento incluem
Algumas crianças com deficiência intelectual podem ter anomalias evidentes no nascimento ou pouco tempo depois. Essas anomalias podem ser físicas ou neurológicas e podem incluir características faciais pouco comuns, como cabeça muito grande ou muito pequena, deformidades das mãos ou dos pés e várias outras anomalias. Algumas vezes, as crianças têm um aspecto normal, mas apresentam outros sinais de doença grave, como convulsões, letargia, vômitos, urina com odor anormal, distúrbios alimentares e crescimento anormal. Durante o primeiro ano de vida, muitas crianças com DI mais grave têm um desenvolvimento motor tardio e apresentam lentidão para rolar, se sentar e ficar de pé. No entanto, a maior parte das crianças com DI não manifesta sintomas perceptíveis até ao período pré-escolar. Os sintomas se tornam aparentes em idade mais precoce naquelas mais gravemente afetadas. Em geral, o primeiro problema percebido pelos pais é um atraso no desenvolvimento da linguagem. As crianças com DI aprendem de forma mais lenta a usar palavras, a uni-las e a construir frases completas. Algumas vezes, seu desenvolvimento social é lento devido a dificuldades cognitivas e deficiências da linguagem. As crianças com DI podem demorar para aprender a se vestir e se alimentar sozinhas. Alguns pais podem não considerar a possibilidade de deficiência cognitiva até a criança chegar à escola ou à pré-escola e se mostrar incapaz de atender as expectativas apropriadas à idade. As crianças com DI são mais propensas do que as outras crianças a ter problemas comportamentais, tais como explosões, crises de raiva e comportamento fisicamente agressivo ou autoagressivos. Esses comportamentos se relacionam com frequência a situações específicas de frustração combinadas com deficiência na capacidade de comunicar e controlar impulsos. Crianças mais velhas podem ser facilmente enganadas, exploradas e convencidas a maus comportamentos menores.
Triagem antes do nascimento (triagem pré-natal) pode ser feita para determinar se o feto tem determinadas anomalias, incluindo certos distúrbios genéticos, que podem causar incapacidade intelectual. Quando os médicos suspeitam de deficiência intelectual, as crianças são avaliadas por equipes de profissionais, incluindo intervenção precoce ou funcionários da escola, um médico de assistência primária, um neurologista pediátrico ou pediatra do desenvolvimento, psicólogo, patologista da fala, terapeuta ocupacional ou fisioterapeuta, educador especial, assistente social ou enfermeiro. Esses profissionais avaliam as crianças com suspeita de deficiência intelectual testando seu desempenho intelectual e procurando por uma causa. Mesmo que a causa da DI da criança possa ser irreversível, identificar o distúrbio que causou a deficiência pode permitir aos médicos prever o curso futuro da criança, prevenir a perda de habilidades adicionais, planejar intervenções que possam aumentar o desempenho da criança e aconselhar os pais sobre o risco de ter outra criança com o mesmo distúrbio. Alguns exames, como a ultrassonografia Ultrassonografia Os exames diagnósticos pré-natais envolvem testar o feto antes do nascimento (no pré-natal) para determinar se ele sofre de alguma anomalia, incluindo distúrbios genéticos hereditários ou espontâneos... leia mais , amniocentese Amniocentese Os exames diagnósticos pré-natais envolvem testar o feto antes do nascimento (no pré-natal) para determinar se ele sofre de alguma anomalia, incluindo distúrbios genéticos hereditários ou espontâneos... leia mais , amostragem das vilosidades coriônicas Biópsia das vilosidades coriônicas Os exames diagnósticos pré-natais envolvem testar o feto antes do nascimento (no pré-natal) para determinar se ele sofre de alguma anomalia, incluindo distúrbios genéticos hereditários ou espontâneos... leia mais e vários exames de sangue como teste de triagem para analisar quatro substâncias no sangue Triagem tripla e quádrupla Os exames diagnósticos pré-natais envolvem testar o feto antes do nascimento (no pré-natal) para determinar se ele sofre de alguma anomalia, incluindo distúrbios genéticos hereditários ou espontâneos... leia mais , podem ser realizados durante a gravidez para identificar doenças que frequentemente resultam em DI. Uma amniocentese ou amostragem das vilosidades coriônicas é frequentemente realizada em gestantes com mais de 35 anos de idade, porque elas correm maior risco de ter um bebê com Síndrome de Down Síndrome de Down (Trissomia 21) A síndrome de Down é uma doença cromossômica causada por um cromossomo 21 a mais que resulta em deficiência intelectual e anomalias físicas. A síndrome de Down é causada por uma cópia extra... leia mais , e para gestantes com histórico familiar de distúrbios metabólicos. O teste de triagem para analisar quatro substâncias no sangue (teste quad) é realizado na maioria das gestantes. Ele é feito para medir os níveis de quatro substâncias no sangue da mulher. Os resultados deste teste ajudam os médicos a avaliar se o feto corre um risco maior de ter certos quadros clínicos, como a síndrome de Down, trissomia do cromossomo 18 Trissomia 18 A trissomia 18 é uma doença cromossômica causada pela existência de um cromossomo 18 a mais que provoca incapacidade intelectual e anomalias físicas. A trissomia 18 é causada por uma cópia a... leia mais ou defeitos do tubo neural Defeitos do tubo neural e espinha bífida Os defeitos do tubo neural são um tipo específico de defeito congênito do cérebro, da coluna vertebral e/ou da medula espinhal. Os defeitos do tubo neural podem causar lesões nervosas, dificuldades... leia mais . Uma vez que problemas de desenvolvimento leves nem sempre são percebidos pelos pais, os médicos rotineiramente fazem testes de avaliação do desenvolvimento durante as consultas médicas. Os médicos usam questionários simples, como os Questionários de idades e estágios ou Inventários de desenvolvimento infantil, para avaliar com rapidez as habilidades cognitivas, verbais e motoras da criança. Os pais podem ajudar o médico a determinar o nível de desempenho da criança preenchendo um teste de Avaliação parental da situação do desenvolvimento (PEDS). As crianças com desempenho significativamente inferior ao nível da sua idade nesses testes de avaliação são encaminhadas para testes formais. A aplicação de testes formais tem três componentes:
Alguns testes, como o Teste de inteligência de Stanford-Binet e a Escala Wechsler de inteligência para crianças, são feitos para medir a capacidade intelectual. Outros testes, como as Escalas de comportamento adaptativo de Vineland, são feitos para avaliar áreas como comunicação funcional, habilidades em atividades diárias, habilidades sociais e habilidades motoras. Em geral, esses testes formais comparam, com precisão, as capacidades intelectuais e sociais da criança com outras crianças da mesma idade (exames com referência a normas). No entanto, crianças de diferentes culturas, de famílias não falantes do inglês e de condição socioeconômica muito baixa têm maior propensão a não se sair bem nesses testes. Por essas razões, o diagnóstico da DI requer que o médico integre esses dados com informações obtidas dos pais e da observação direta da criança. Um diagnóstico de DI é adequado somente quando tanto as habilidades intelectuais quanto as de adaptação estão significativamente abaixo da média. É frequentemente necessário realizar certos testes em recém-nascidos com anomalias físicas ou outros sintomas sugestivos de um quadro clínico associado à deficiência intelectual. Realizam-se outros exames de sangue e urina dependendo do distúrbio suspeitado pelo médico. Uma pessoa com DI leve terá uma expectativa de vida relativamente normal, e os cuidados de saúde estão melhorando os resultados de longo prazo para pessoas com todos os tipos de deficiência intelectual. Muitas pessoas com DI conseguem se sustentar, viver independentemente e até mesmo manter o emprego se receberem o apoio adequado. Uma vez que a deficiência intelectual às vezes coexiste com problemas físicos graves, a expectativa de vida das pessoas com DI pode ser mais curta dependendo do quadro clínico específico. É mais provável que pessoas com deficiência intelectual mais grave precisem de apoio por toda a vida. Em geral, quanto mais grave for a deficiência cognitiva e quanto mais problemas físicos a pessoa tiver, mais curta a expectativa de vida.
O melhor tipo de cuidado prestado a uma criança com DI é por meio de uma equipe multidisciplinar que inclui os seguintes:
Outros profissionais também podem fazer parte da equipe se necessário. Junto com a família, essas pessoas desenvolvem um programa abrangente e individualizado para a criança que é iniciado assim que houver suspeita de diagnóstico de DI. Os pais e irmãos da criança também precisam de apoio emocional e às vezes aconselhamento. A família inteira deve ser uma parte integral do programa. A gama completa de pontos fortes e necessidades da pessoa deve ser levada em consideração ao se determinar que tipo de apoio é necessário. Fatores tais como deficiências físicas, problemas de personalidade, doença mental e habilidades interpessoais são levados em consideração. As pessoas afetadas com deficiência intelectual e distúrbios de saúde mental coexistentes como depressão podem receber medicamentos apropriados em dosagens similares àquelas dadas às pessoas sem DI. Contudo, dar medicamentos a uma criança sem também oferecer terapia comportamental e alterações ambientais, não costuma ser útil. Todas as crianças com DI se beneficiam de educação especial. A lei federal dos EUA sobre educação para indivíduos com deficiências (Individuals with Disabilities Education Act, IDEA) exige que as escolas públicas ofereçam educação gratuita e apropriada para crianças e adolescentes com DI ou outros distúrbios do desenvolvimento. A educação deve ser fornecida no ambiente menos restritivo e mais inclusivo possível, ou seja, em um ambiente no qual a criança tenha todas as oportunidades para interagir com outras crianças não afetadas e tenha igual acesso aos recursos da comunidade. A Americans with Disability Act e a Seção 504 da Rehabilitation Act também fornecem acomodações em escolas e outros ambientes públicos. Crianças com deficiência intelectual em geral têm um melhor desempenho morando em casa. No entanto, algumas famílias não podem oferecer cuidados em casa, especialmente no caso das crianças com deficiências graves e complexas ou problemas de comportamento. Essa é uma decisão difícil que exige discussão abrangente entre a família e toda a equipe de apoio. A família pode precisar de apoio psicológico. Um assistente social pode organizar serviços de assistência familiar. Ajuda pode ser oferecida por creches, empregadas, cuidadores infantis e instituições de apoio para os pais. A maior parte dos adultos com DI vive em residências especializadas comunitárias que oferecem serviços apropriados às necessidades da pessoa, assim como trabalho e oportunidades de recreação. Seguem recursos em idioma inglês que podem ser úteis. Vale ressaltar que O MANUAL não é responsável pelo conteúdo desses recursos.
Quais as funções cognitivas mais afetadas na deficiência intelectual?As dificuldades com o julgamento e raciocínio são dois sintomas comuns do atraso cognitivo. Com isso, podem ser afetados aspectos como regulamento das emoções, noções da passagem de tempo e de perigo, comportamento (com dificuldade de sustentar a atenção e a memória em situações cotidianas) etc.
O que é deficiência intelectual ou cognitiva?Deficiência intelectual e atraso cognitivo
A deficiência intelectual (DI) é um termo usado quando uma pessoa tem limitações no funcionamento e nas habilidades cognitivas, de comunicação, sociais e de autocuidado.
Quais as principais características dos alunos com deficiência mental?As principais características nessa etapa são as seguintes: pouca interação com os colegas e os educadores; dificuldades pontuais na psicomotricidade (coordenação motora fina e grossa); desenvolvimento da comunicação prejudicada; problemas para adaptação aos mais variados espaços, etc.
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