Quais são as principais informações e finalidades do planejamento integrado de recursos energéticos?

Quais são as principais informações e finalidades do planejamento integrado de recursos energéticos?

Quais são as principais informações e finalidades do planejamento integrado de recursos energéticos?

Já estão disponíveis para download gratuito o primeiro e o segundo capítulo da nova edição do livro “Planejamento Integrado de Recursos Energéticos: oferta, demanda e suas interfaces”.  A publicação foi escrita pelos pesquisadores Gilberto de Martino Jannuzzi, autor deste blog e diretor da IEI Brasil, e por Joel Swisher e Robert Redlinger, ambos do United Nations Environment Programme (UNEP) Centre for Energy and Environment.

A nova edição, que contém atualização de termos, conceitos e bibliografias, será disponibilizada de forma fracionada, capítulo a capítulo, enquanto seu processo de revisão está em andamento. No total serão quatro capítulos que serão consolidados em um livro digital.

O objetivo é que estudantes, pesquisadores e demais interessados na área já tenham acesso ao conteúdo, composto também por apêndices, exercícios práticos e suas respostas. O livro tem sido revisado por estudantes e colaboradores do professor Gilberto Jannuzzi. Faça o download e saiba mais sobre a edição clicando aqui. 

O setor elétrico vem passando por mudanças importantes dentro e fora do Brasil. Influenciado por tendências mundiais e acontecimentos internos, o mercado de energia brasileiro acaba se tornando complexo para empresas que têm a eletricidade como seu principal insumo. 

Para se manterem competitivas, produtivas e sustentáveis, o caminho apontado por especialistas e analistas de mercado é o planejamento energético.

As previsões para os próximos anos apontam para um Brasil com um consumo de energia crescente, geração solar e eólica em destaque e a descentralização energética ganhando força, além de um maior investimento na descarbonização, com grandes empresas integradas ao ESG. 

Esses e outros assuntos serão os destaques deste artigo, cujo objetivo é facilitar seu acesso às principais informações do setor, auxiliando sua empresa nas melhores escolhas na adesão ao planejamento energético.

Cenário mundial e nacional: contextualização do setor energético

Reduzir consumo para reduzir custos e, assim, reduzir emissões de carbono. Esse é o “efeito dominó”, uma das estratégias que as empresas do mundo todo têm buscado para minimizar as consequências provenientes da pandemia e do risco climático.

Esse trabalho de redução tem sido compreendido como uma política interna, embasada em dois principais objetivos (reduzir custos e emissões). Atualmente, as empresas estão averiguando a origem da energia, a fim de garantir que sejam de fontes renováveis, ou adquirindo o I-Rec.

Desde a elaboração da Declaração da Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente, em 1972, em Estocolmo, a sustentabilidade do planeta tornou-se uma preocupação constante e um assunto permanente na agenda pública global. Uma pauta que, com o tempo, deixou de ser responsabilidade única de governantes.

Seja pelo impacto ambiental, social ou econômico, as empresas entenderam que o engajamento do meio corporativo em uma economia de baixo carbono é imperativo e imprescindível para a sobrevivência dos negócios. Essa foi uma necessidade que se intensificou com o advento da covid-19, que atingiu todos os países.

Estudos apontam que a pandemia tornou efetiva uma tendência que vinha ganhando força de forma gradativa. A priorização de escolhas sustentáveis foi uma das mudanças de comportamento de mercado mais significativas registradas no último ano. Cerca de 60% dos consumidores estão mudando seu estilo de vida para reduzir o impacto no meio ambiente, segundo dados da consultoria McKinsey & Company.

Além das questões da pandemia, que atingiu economicamente todo o globo, e da sustentabilidade, que é um foco mundial, o empresariado brasileiro, em particular, ainda tem que lidar com as altas tarifárias, o acionamento da bandeira Escassez Hídrica, os impactos da conta-covid e a pior crise hídrica em 90 anos. Associado a tudo isso, há o retorno das atividades nos meios produtivos, as novidades do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) horário, a abertura de mercado no Ambiente de Contratação Livre (ACL) e os encargos de ESS.

Um cenário energético tão complexo e com tantas informações requer ações estratégicas, de uma gestão especializada, com a inserção de fontes alternativas de energia e o apoio de novas tecnologias. Só assim pequenos, médios e grandes consumidores empresariais vencerão o desafio de economizar, ser sustentável, melhorar sua produtividade e obter vantagem competitiva no mercado, com riscos reduzidos. E isso se faz com planejamento.

A importância do planejamento energético para reduzir custos

Dados apontam um cenário desafiador à frente para o médio e grande consumidor, diante de um mercado cheio de novidades e riscos, mas com muitas possibilidades de redução de custos e ótimas oportunidades de negócios. Com um planejamento energético bem desenhado e gerenciamento estratégico, é possível não só economizar como também obter vantagem competitiva.

É por meio de um planejamento elaborado, conduzido por uma consultoria experiente e uma gestão inteligente, que o grande e médio consumidor terá acesso a:

  • melhores ofertas de energia no mercado;
  • oportunidades rentáveis de negócio;
  • identificação de fontes geradoras mais adequadas, que evitem a degradação prematura dos recursos energéticos, considerando a necessidade de demanda;
  • indicação de soluções integradas que atendam ao perfil de consumo da unidade consumidora, com ações de eficiência energética;
  • diagnóstico e elaboração de planos estratégicos que otimizem o gasto com energia, evitando desperdícios.

Pelo consumo eficiente e racional das matrizes de energia, com a construção de cenários futuros, é possível resolver conflitos que envolvem oferta e demanda, meio ambiente e desenvolvimento econômico.

A abertura do Mercado Livre de Energia para os próximos anos

Existe a previsão da abertura integral do Mercado Livre de Energia para 2024, com a possibilidade de que todos com carga inferior a 500 kW tenham liberdade para contratar energia. Essa viabilidade está sendo estudada pela Aneel e pela CCEE e deve ser apresentada até 31 de janeiro de 2022, seguida de uma proposta de cronograma, iniciando em 1º de janeiro de 2024.

A abertura do mercado dará a possibilidade aos consumidores de escolherem os atributos ambientais das fontes utilizadas para o suprimento da sua demanda de energia, impulsionando a adoção dos certificados de energia, como o I-REC.

A transição de consumidores especiais para livres

“O que está acontecendo hoje é uma transição de cargas. Aquelas que hoje, individualmente, têm uma demanda contratada entre 500 kW e 3 MW e vinham sendo classificadas como consumidores especiais estão passando gradualmente a ser categorizadas como consumidores livres. Essa abertura dá maior liberdade de escolha em relação à energia contratada, sem restrição de adquirir só energia incentivada, como acontece com os consumidores especiais”, explica Sara Wirti, Analista de Inteligência de Mercado na ENGIE.

A Portaria nº 465/2019 definiu o seguinte cronograma para redução de requisito mínimo:

  • A partir de 01/01/2021 – para consumidores com carga igual ou superior a 1.500 kW e qualquer nível de tensão;
  • A partir de 01/01/2022 – para consumidores com carga igual ou superior a 1.000 kW e qualquer nível de tensão;
  • A partir de 01/01/2023 – para consumidores com carga igual ou superior a 500 kW e qualquer nível de tensão.

O futuro do consumo de energia no Brasil

Apesar da queda de 1,6% no consumo energético no Brasil em 2020, no comparativo com o ano anterior, 2021 já iniciou compensando o efeito da pandemia sobre os grandes e médios consumidores empresariais, com o maior consumo já registrado desde 2004.

Puxado pelo comércio e pela indústria, com forte crescimento nas regiões Sudeste e Sul, a retomada da economia é apontada como a principal causa deste aumento. De acordo com dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), o segmento comercial segue uma trajetória de recuperação e se encontra 3,9% acima do nível pré-pandemia.

Mas o ranking dos campeões de consumo em 2021 é encabeçado pela indústria de metalurgia e produtos de metal, que se destaca entre os ramos de atividade que mais consumiram energia no começo de 2021. No primeiro semestre, o segmento registrou 5.441 megawatts médios de consumo, um volume 16,9% maior do que o reportado no mesmo período do ano passado.

Quais são as principais informações e finalidades do planejamento integrado de recursos energéticos?

Em ritmo de recuperação acelerada após as retrações registradas, é esperado que o consumo elétrico per capita no Brasil aumente em 18% até 2029, com perspectiva de um crescimento acentuado de geração renovável.

Previsões para as próximas décadas: Os ‘3Ds’ da transição energética

A previsão para as próximas décadas é boa para o consumo energético brasileiro. Seguindo as tendências mundiais, que apontam que a energia eólica e a solar serão as grandes vedetes entre as fontes de energia, para 2050 a expectativa é que o Brasil siga o mesmo caminho.

A estimativa é de que o Brasil quadruplique seus investimentos, elevando a participação da fonte de 2% para 8% em sua matriz energética. De acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia 2029 (PDE 2029), nos próximos 10 anos, a participação da energia eólica saltará de 9% para 16% na matriz energética brasileira.

Para o consultor Renato Prado, especialista de Estruturação de Projetos Privados na ENGIE, a tecnologia está se tornando cada vez mais acessível e a tendência é que o volume de geração fotovoltaica realmente aumente, apresentando-se como uma forte aliada do Brasil para superar uma eventual crise hídrica.

O avanço da geração solar corrobora o crescimento dos prosumers (entes que agem na rede como produtores e consumidores ao mesmo tempo), mostrando como o papel das distribuidoras de energia elétrica deve mudar drasticamente, dentro e fora do Brasil, nos anos que seguem.

“Estamos passando por uma transição energética caracterizada pelos movimentos de descarbonização, digitalização e descentralização (3Ds). Isso significa mais energia renovável sendo gerada por pequenas e médias usinas, com mais indústrias e outros consumidores utilizando a energia solar gerada no próprio ponto de consumo, trazendo mais competitividade e previsibilidade operacional para o negócio, com sustentabilidade e integrados ao ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa)”, avalia o consultor da ENGIE.

Softwares de gerenciamento: potenciais soluções sustentáveis e de economia

Estudo realizado com leitores da revista inglesa Automation World (especializada no setor industrial), entre 2016 e 2020, indicou que 41% das empresas participantes optaram por um software de gerenciamento de energia como uma potencial solução sustentável. A pesquisa ratifica uma predisposição do mercado que tende a crescer, mediante os resultados alcançados nesta e em outras análises.

A campanha Smart Energy Analytics, realizada no Reino Unido pela Berkeley Lab com 104 empresas e 6.500 unidades consumidoras entre os anos de 2016 e 2020, foi o primeiro estudo em grande escala a verificar o valor da tecnologia da informação instalada e usada pelas partes interessadas na gestão de instalações, sustentabilidade e gestão de energia.

A campanha documentou que a análise estava gerando reduções nas contas de energia coletivas dos participantes de US$ 95 milhões por ano, e mostrou um retorno simples de 2 anos, reafirmando a importância desses sistemas de gerenciamento e o aumento na sua procura por grandes consumidores empresariais para os próximos anos.

Gestão com suporte de sistema de monitoramento e gerenciamento

A ENGIE trabalha com uma plataforma digital automatizada, desenvolvida com tecnologia IoT, para monitorar e gerenciar energia e utilidades. O sistema de monitoramento e gerenciamento da ENGIE, o Follow Energy, é um suporte importante na gestão e no controle do uso de energia e utilidades – além de ser uma ferramenta que ajuda sua empresa no processo de certificação.

A adoção de soluções tecnológicas tem sido a saída para o setor empresarial dos mais variados segmentos, do varejista ao industrial, nesse cenário de crise. Com uma ferramenta como o Follow Energy é possível alcançar crescimento, com redução de consumos e economia.

Faça o seu planejamento energético com a ENGIE e tenha acesso às melhores soluções para reduzir custos e iniciar sua transição energética.

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  • Entenda a importância do benchmarking na gestão energética da sua empresa
  • Bandeira de Escassez Hídrica: otimize o consumo energético com o monitoramento
  • Adote eficiência energética nos processos da sua empresa com a norma ISO 50001

Qual é o planejamento integrado de recursos energéticos?

O Planejamento Integrado de Recursos Energéticos (IRP - Integrated Energy Resources Planning) é uma metodologia de planejamento para o atendimento das necessidades e dos serviços energéticos ao custo mínimo, incluindo os socioambientais.

Qual a principal função dos recursos energéticos?

São considerados inesgotáveis à escala humana, ajudam a reduzir as emissões de CO2, reduzem a dependência energética da nossa sociedade face aos combustíveis fósseis e conduzem à investigação tecnológica baseada em energias limpas e mais eficientes.

Qual é a finalidade da Empresa de Pesquisa Energética?

A Empresa de Pesquisa Energética – EPE tem por finalidade prestar serviços ao Ministério de Minas e Energia (MME) na área de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético, cobrindo energia elétrica, petróleo e gás natural e seus derivados e biocombustiveis.

Qual é o objetivo do planejamento do setor energético no Brasil?

Planejar estrategicamente o setor energético nacional é condição essencial para que o país possa posicionar-se de maneira competitiva no contexto econômico internacional e, ao mesmo tempo, atender as enormes necessidades sociais e ambientais inerentes a uma nação emergente e continental como o Brasil.