Qual a escola que define a Contabilidade como a ciência que estuda o patrimônio como a grandeza real que se transforma com a evolução das atividades econômicas?

INTRODUÇÃO

A contabilidade dos nossos dias é a herança histórica dos profissionais contadores, objeto de estudo, o patrimônio e usuários da informação contábil. É através da história que é possível entender aonde chegamos hoje, sendo a história “A ciência que estuda o passado para compreender o presente”. A história da contabilidade se separa em alguns períodos, a saber: Contabilidade Antiga, Medieval, Moderna e Cientifica. Durante este período houve a criações de escolas doutrinárias, que surge como sendo crítica ou mesmo defendendo conceitos e teorias.

Dentro cada período é marcado por um feito ou uma obra literária e ou pela mudança na economia que fez o profissional de contabilidade se adaptar e avançar em seus estudos. Período presente por diversos pensadores doutrinários, na qual criam conceitos e assuntos ainda visto hoje na prática contábil. Abaixo, quadro resumo obtido de um artigo cientifico “A Evolução histórica da contabilidade e as principais escolas doutrinárias” (Leonardo Pinto).

CONTABILIDADE ANTIGA

Segundo o historiador Frederigo Mellis, os primeiros vestígios de utilização da contabilidade foi aproximadamente há 8.000 a.C. Os primórdios da civilização utilizavam-se dos poucos recursos que continham para controlar os seus rebanhos e a produção agrícola por eles cultivadas.

Durante este período houve várias técnicas utilizadas para controle de seus produtos agrícolas e de animais e suas trocas. Uma destas técnicas que mais se destacou, foram as fichas de barro. Estas fichas foram utilizadas em Israel, Iraque, Turquia, Síria, Mesopotâmia e na antiga Pérsia, afim de controlar os bens e as obrigações do homem. Estas fichas eram usadas neste período por não haver ainda a formação da escrita e tão pouco dos números, assim cada ficha de barro representava um animal ou um produto agrícola, com o avanço das casas decimais, a paridades de um por um, ou seja, uma ficha poderia representar cerca de 10 animais ou 10 produtos agrícolas.

Juntamente com a ficha de barro, o homem utilizava da tabua de Uruk ou Jemdet-Nasr e ou Ur Arcaica, escritura das entradas e saídas dos bens formadas por argila. Segundo os registros nas tábuas de argila demonstram fortes evidências do controle físico dos bens, visto que ainda não existia o conceito de valor e moeda. Controle era realizado através de pictografia nas tabuas, aonde um desejo representava um animal, assim como hoje uma conta de estoque representa um valor ou um numerário.

Em 3.000 a.C. é notável a preocupação com a separação dos custos, quando os mesmos custos de mão de obra e os custos com materiais eram controlados separadamente. Eram identificados somente os custos diretos ficando os custos indiretos sem apropriação.

Em meados de 3.250 a.C surgiram envelopes ou caixas de barro. Cada envelope ou caixa representava um bem e suas fichas depositadas dentro a quantidade de bens e direitos a receber. Estas caixas representam atualmente os razonetes, aonde um valor do ativo por exemplo é debitado ao receber um valor.

Em 2.000 a.C o Egito adotou como obrigatório livros e documentos comerciais e evoluiu o sistema contábil, adotando moedas correntes e a shat de ouro e de prata. Em 454 a 406 a.C na Grécia foi encontrado um registro mais evoluído e completo da contabilidade, contemplando registros de todos os contribuintes de impostos da Grécia.

CONTABILIDADE MEDIEVAL OU SISTEMATIZAÇÃO DA CONTABILIDADE

Com surgimento da revolução comercial, comercio começa a ultrapassar barreiras locais com o avanço marítimo, empresas começaram a crescer e se expandir. Assim como o início do capitalismo e o fim do feudalismo. A contabilidade começou a ter um papel fundamental na sociedade, em controlar e evidenciar a riqueza gerada pelas empresas

           O comércio necessitava de informações precisas e detalhadas, aonde com o avanço das técnicas contábeis, surge as partidas dobradas.

           Em 1.494 Luca Pacioli editou o livro “La Summa de Arthmetica, Geometria, Proportionalitá” o primeiro livro a enfatizar o sistema de partidas dobradas. Há registros na história que em Veneza, já se utilizava o método, antes mesmo que Pacioli, porém o que imortalizou Veneza como cidade histórica da contabilidade e Pacioli como criador foi a edição de seu livro na Itália.

CONTABILIDADE MODERNA OU LITERATURA DA CONTABILIDADE

Segundo Giannesi, a partir deste momento a contabilidade deixou de ser a arte de ter e contar e passou a ser uma ciência. Momento marcado pelo surgimento da depreciação dos ativos de longo prazo. A conta de capital, incorporada aos registros contábeis, conta de lucro e perdas previamente passou a incorporar a conta de Capital não mais separado mais um grupo de contas.

Alguns autores não concordam com o termo de estagnação contábil, mas neste período que surge o termo “Estagnação contábil”, decorrente de um período de pouco desenvolvimento global.

Francesco Villa edita seu livro “La contabilitá applicata alle amministrazioni private e pubbliche”

A regulamentação do exercício da profissão contábil apareceu em 1770, e quando a família real veio para o Brasil iniciou-se o ensino contábil com a aula intitulada "Aula de Comércio da Corte". A Associação dos Guarda-Livros da Corte é a mais antiga instituição profissional e cultural da ciência contábil no Brasil.

CONTABILIDADE CIENTÍFICA OU CONTEMPORÂNEA

Neste período ocorre grande avanços da contabilidade devido à preocupação com os registros e auxiliar a administração e gestão das empresas. A Contabilidade, como se conhece no mundo contemporâneo, segundo Silva (1959, p. 12), nasceu do alvoroço dos negócios, sendo que até o fim do Século XIX, era considerado como sendo para pessoas práticas, “[...], pois nunca mereceu atenção de pessoas com bastante saber e engenho bastantes para a tirarem do pântano do empirismo e das sistematizações precipitadas”.

Hendriksen e Breda (1999) também apresentam estudos concernentes a Era da Informação. Os autores destacam a internalização dos procedimentos contábeis se deram num período em que a Terra estava sendo globalizada, com o surgimento da internet e todas as suas facilidades. Por consequência da globalização do conhecimento e pela dinâmica das notícias e pela dimensão que tomam, a contabilidade tem buscado por garantir seu direito a luz da ciência moderna.

Neste período também se destaca as principais escolas doutrinárias de contabilidade, dentre elas estão: Escola administrativa, Personalista, Patrimonialista, Brasileira Universalismo apresentada pelo Professor Doutor Francisco D’auria em 1949.

AS PRINCIPAIS ESCOLAS DOUTRINÁRIAS

Na linha do tempo, houve diversos pensadores e formas de influências a prática contábil, adotada pelos profissionais de contabilidade, entre elas as escolas doutrinárias são as diversas linhas do raciocínio o qual construíram o pensamento contábil. Tendo a certeza que a contabilidade nos tempos de hoje é reflexo do passado. Dentre destas escolas, há pensadores que defendem conceitos, uns até muito diferentes do outro. Tendo a contabilidade como ciências, Para Sá (1987, p. 15) “Necessitamos ‘aprofundar’ para atender às múltiplas exigências da vida moderna, onde dispomos de veículos, de instrumentação que nos permitem acumular grande quantidade de dados e utilizá-los com grande velocidade”. Em 1987, o oráculo da Contabilidade já nos dizia que os computadores por redes de sistemas integrados iriam substituir todos os sistemas existentes.

ESCOLA CONTISTA 

Com o surgimento do Método de Partidas Dobradas no século XIII ou XIV, e sua divulgação através da obra “La Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalitá” de autoria do Frei Luca Pacioli, publicada em Veneza em 10/11/1494 (1ª edição), a escola italiana ganhou um grande impulso, espalhando-se por toda a Europa. Constituiu-se na primeira corrente de pensamento contábil (1494). Surgiu na relação dos estudos feitos pelos primeiros expositores do Método de Partidas Dobradas. A preocupação com relação a contabilidade era com o processo da escrituração e com as técnicas de registro através das contas.

O objetivo das contas era sempre o de registrar uma dívida a receber ou a pagar, com a origem do crédito nas relações comerciais.

Segundo a teoria, as contas representam sempre uma pessoa, mesmo que a denominação utilizada seja a de uma coisa, e seus saldos representam créditos e débitos de seus titulares.

Dentro de uma empresa podem distinguir-se três espécies de pessoas, O Capitalista, O Proprietário, E o Gerente e Terceiros (fornecedores, clientes). As contas contábeis devem ser abertas em nome dessas três pessoas, tendo como denominação o nome do capitalista, assim essas contas serviriam para registrar o investimento feito pelo capitalista, o Capital Social.

Principais pensadores deste período: Luca Pacioli nasceu em Sasepolcroi na Itália. Criador do sistema de partidas dobradas e sim foi o primeiro a editar livro sobre o assunto. Professor de matemática e contador. Benedetto Cotrugli: Nasceu em Ragusa na Italia em 1416. Lançou um manuscrito denominado II Libro Dellarté de mercatura com o método de partidas dobradas antes de Paciolli.

ESCOLA ADMINISTRATIVA

Constituida no século XIX a escola administrativa foi idealizada por Francesco Villa. Acreditando que a contabilidade é uma ciência da administração da entidade e seu objeto de estudo são as leis que a governam. Segundo Villa, a contabilidade não era uma ciência, que seus princípios varias de modo que aplicadas a base para aplicação.

Segundo a escola, a contabilidade não era somente a escrituração os registros dos fatos através de contas, a parte técnica é uma parte, mas não seria apenas isso que constituiria o trabalho da contabilidade. Por esta razão a escola passou a criticar a escolar contista, por deixar de forma demasiada com os registros e não ressaltando a gestão empresarial.

Os principais pensadores neste período é Francisco Villa, nasceu em Milão em 2801, contador, agrimensor e professor e Antonio Tonzig, nascido em Pádua, na Itália. Tonzig acreditava que a contabilidade e a administração deveriam está intimamente ligada.

ESCOLA PERSONALISTA 

A escola personalista surgiu na metade do século XIX, como uma reação ao contismo, dando personalidade às contas para poder explicar as relações de direito e obrigações. Para os teóricos às contas deveriam ser abertas tanto para pessoas física quanto para jurídica, dever de representar débitos e créditos das pessoas. Segundo Cerboni (1827/1917), Toda a administração consta de uma ou várias aziendas e toda azienda tem um proprietário ou chefe a quem pertence em absoluto ou por representação a matéria administrável. Nenhum débito é criado sem que de forma simultânea se crie um crédito e vice-versa.

No personalismo a contabilidade é considerada variações da riqueza em relação a azienda. A escola fundamenta que a contabilidade passou a ser considerada um instrumento informacional sobre a gestão das entidades, em vez de uma mera técnica de registro de transações.

ESCOLA CONTROLISTA

No ano de 1906 surge o pensamento alemã, produzindo efeito em diversos outros países da Europa, o Reditualismo. Esta escola surgiu com a edição do livro “

A Escola Controlista ou Veneziana surgiu com a publicação de La Ragioneria, de Fabio Besta, em 1880. Além de Besta, seus principais defensores foram Vittorio Alfieri, CarloGhidiglia, Pietro Rigobon e Pietro D'Alvise. Segundo esta escola, o objetivo da contabilidade seria o controle das empresas. Tal controle poderia ser anterior ao fato econômico, simultâneo ou posterior (balanço patrimonial). O controle poderia ainda ser ordinário, quando parte da rotina, afeta a empresa ou extraordinário, ocorrendo de forma excepcional.

As principais características da escola foram, a preocupação com o usuário interno, distinção entre administração geral e administração econômica. O Patrimônio é a soma de valores positivos (ativos) e negativos (passivos), através de uma visão econômica e não apenas jurídica, de acordo com Cerboni, os elementos do patrimônio são considerados valores e não produzem relações jurídicas.

ESCOLA NEOCONTISTA

Segundo Lopes Sá (1995;252) a escola neocontista foi fundada como a nova forma contista. Surgiu o período da contabilidade cientifica, no final do século XIX, defendendo que as contas deveriam representar um valor de não as expressões jurídicas ocasionadas por direitos e obrigações, por tanto, evidenciando os valores integrantes do patrimônio, demonstrando a situação liquida das unidades econômicas e o papel real da contabilidade.

O neocontismo (1914) restituiu à contabilidade o seu verdadeiro objeto: a riqueza patrimonial e, em consequência, trouxe grande avanço para o estudo da análise patrimonial e dos fenômenos decorrentes da gestão empresarial, tendo surgido como um movimento contrário ao personalista

Dentre os pensadores que se destacaram durante o período desta escola está, Jean Dumarchey (1874), França, publicou diversos livros sendo o mais notado “Théorie de la Comptabilité”.

ESCOLA NORTE-AMERICANA 

A escola surgiu em 1887, com a criação da Associação Estadunidense de Contabilistas Públicos. Sendo esta escola a percursora da padronização dos procedimentos contábeis, preocupada com a doutrinação da contabilidade financeira, sendo necessária para a tomadas de decisões e dos relatórios contábeis (demonstrações financeiras). Transformado a contabilidade como fonte de informações para fins gerenciais e principalmente de fácil interpretação e leitura, se preocupava com a qualidade da informação prestada as usuárias.

Esta escola teve um grande avanço na parte científica da Contabilidade, pois estavam surgindo gigantescas corporações e estas necessitavam de posições concretas, corretas e adequadas com relação ao seu negócio.

Esta escola criou a entidade de classes profissional American Accounting Association (AAA) em 1916 o American Institute of Certified Public Accounting (AICPA) em 1877. Dentre os órgãos pelos estudos da padronização das demonstrações financeiras, Committe on Accounting Procedures (CAP), Accounting Principles Board (APB) e a Financial Accounting Fundation (FAF) que subordina nosso maior conhecido o Financial Accounting Standard Board (FASB).

ESCOLA PATRIMONIALISTA

Surgiu em 1926, obteve repercussão mundial por definindo o patrimônio como o objeto de estudo da contabilidade, apresentada em 1923, por Vicenzo Masi, uma grandeza real que se transforma com o desenvolvimento das atividades econômicas, cuja contribuição deve ser conhecida por motivos de variações, na qual foi aceita em muitos países. Ela critica a escola contista por preocuparem-se em demasiado com o registro contábil.        

           Para esta escola a função da conta representa valores monetários capazes de refletir situação liquida da empresa. A conta de ativo representa valores positivos o mesmo para contas de passivo e definiram contas diferenciais que compõe o patrimônio líquido reduzindo-o e ou acrescentando.

Os fundamentos da doutrina patrimonialista se baseiam na contabilidade como uma ciência social, os fenômenos patrimoniais são contábeis e a contabilidade se divide em três ramos: estática patrimonial, dinâmica patrimonial e revelação patrimonial.

ESCOLA DE CONTABILIDADE NO BRASIL

A prática contábil no Brasil começa em 1808, o rei D. João VI obrigou o uso das partidas dobradas na contabilidade. Após a chegada do código comercial em 1850 a contabilidade passa a ter grande papel social, divulgando anualmente a situações patrimoniais das empresas mercantis (Balanço).

A profissão contábil foi oficializada no final do século XIX, com o movimento dos guarda-livros. A primeira escola a ensinar contabilidade no Brasil foi designada de escola Prática de Comércio, em 1905, ela passou a ser nomeada Escola de Comércio Álvares Penteado

Durante 1901 a 1940 foi discutido no Brasil a padronização dos balanços. Primeiro decreto apresenta a primeira lei reguladora das sociedades por ações, determinando diretriz na prática contábil, determinando a criação de reservas, a avaliação de ativos e distribuição de lucros.

ESCOLA ALEMà

A escola surgiu em 1906, denominada de Reditualismo, com a publicação do livro de Schmalembach sobre balanço dinâmico. Tendo como princípio admitir que o lucro é o mais preocupante objeto de estudo.

Seguindo nesta linha de pensamento, destaque estudos das empresas e seus resultados, fluxos de comparações de diversos estados patrimoniais, destacando o custo e expondo que o sucesso ou fracasso sobre performance esta intrínseca no volume de lucros que a entidade possa ser gerada durante um período.

Além de trazer inovações como a separação do balanço patrimonial da demonstração do resultado do exercício (DRE), correção monetária de acordo com índice geral de preço com o padrão-ouro e valorização dos ativos pelo valor de preço corrente.

Qual foi a primeira escola do pensamento contábil?

A primeira foi a escola lombarda ou administrativa, que surgiu com a publicação de La Contabilità Applicata alle Ammministrazioni Private e Pubbliche, de Francisco Villa, em 1840. Essa escola defendia que o principal objetivo da contabilidade era a administração das entidades. mundo inteiro, Luca Pacioli.

Quais são os tipos de escolas de Contabilidade?

São elas: Escola Contista; Escola Personalista; Escola Neocontista; Escola Aziendalista;….

Qual escola do pensamento contábil foi a primeira a reconhecer o patrimônio como objeto de estudo da Contabilidade?

b) A escola que definiu o patrimônio como objeto da contabilidade foi a escola patrimonialista, em 1926.

Como era conhecida a escola italiana?

Escola Italiana (europeia) de Contabilidade Após o surgimento do método das partidas dobradas (século XIII ou XIV) e sua divulgação através da obra do Frei Luca Pacioli, a escola italiana ganhou grande impulso por toda a Europa.