Qual a importância da agricultura familiar para a economia do Brasil?

Objetivos como o da busca por saldos positivos na balança comercial do país, que recebe forte contribuição das exportações agrícolas, podem até ofuscar a importância da Agricultura Familiar dentro do cenário econômico produtivo, porém, não podemos esquecer seu papel fundamental no abastecimento alimentar brasileiro, contribuindo para geração de renda, controle da inflação e melhoria no nível de sustentabilidade das atividades agrícolas.

Considerando-se o abastecimento alimentar, a Agricultura Familiar destaca-se por desenvolver culturas variadas e que, apesar da pequena escala, distinguem-se por sua qualidade e por sua característica altamente distribuída. Sua dispersão geográfica a aproxima dos consumidores, privilegiando, principalmente, as comunidades mais distantes das grandes cidades e, por consequência, dos grandes centros de distribuição.

Caracterizada por pequenas propriedades, o número de beneficiados com os resultados financeiros também é um diferencial, o que possibilita a geração de renda em regiões distantes de centros industrializados, oferecendo alternativa, inclusive, para fixação do homem no campo.

Por ser predominantemente baseada em policultura, ou seja, produção e oferta de produtos variados, e por sua proximidade ao consumidor, a produção familiar pode estar menos propensa a influências, principalmente externas, na formação de seus preços, contribuindo, assim, com a sua estabilização e, por conseguinte, com o controle da inflação.

Na questão ambiental, que ganha cada vez mais destaque, a Agricultura Familiar também se sobressai por adotar práticas ambientalmente mais sustentáveis, em função, principalmente de sua característica de produção em pequena escala e por evitar os riscos proporcionados pelas monoculturas de grandes propriedades. Agrega-se a isso os estímulos à produção de alimentos orgânicos ou obtidos por meio da agroecologia, que conferem aos produtos da Agricultura Familiar diferencial competitivo na busca por qualidade e responsabilidade socioambiental.

O Censo 2006 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2006) apresenta números significativos, relacionados à Agricultura Familiar nacional:

  • Dos aproximadamente 5,1 milhões de estabelecimentos agropecuários no país, mais de 4,3 são caracterizados como agricultores familiares, representando 84% do total;

Qual a importância da agricultura familiar para a economia do Brasil?

Gráfico elaborado por CoDAF

  • Das 16,5 milhões de pessoas que exercem algum tipo de atividade rural, 12,3 milhões estão relacionadas de alguma forma à Agricultura Familiar, perfazendo 74% do total;

Qual a importância da agricultura familiar para a economia do Brasil?

Gráfico elaborado por CoDAF

  • Dos 143,3 bilhões de reais gerados pelo setor agropecuário nacional, 54,3 bilhões são provenientes da Agricultura Familiar, alcançando 38% do total;

Qual a importância da agricultura familiar para a economia do Brasil?

Gráfico elaborado por CoDAF

  • A área ocupada por agricultores familiares corresponde a 80,2 milhões de hectares, o que representa 24,3% do total de terras em que estão presentes estabelecimentos agropecuários no país.  

Qual a importância da agricultura familiar para a economia do Brasil?

Gráfico elaborado por CoDAF

A participação da Agricultura Familiar na produção de mandioca (87%), feijão (70%), carne suína (59%), leite (58%), carne de aves (50%) e milho (46%) reforçam a sua importância no cenário agrícola brasileiro.

Os números acima apontam uma concentração na questão sobre a posse da terra, onde 15,6% do total dos estabelecimentos não familiares ocupam 75,7% do total das terras, sendo utilizados para a produção uma área média de 309,18 ha, frente aos 18,37 ha destinados às propriedades familiares. 

Assim, destaca-se ainda mais a posição de relevância que possui a Agricultura Familiar, mesmo não tendo a visibilidade que a produção baseada em modelos de grande escala tem, principalmente aquelas direcionadas à exportação. O trabalho exercido dentro dos empreendimentos familiares é a garantia de um abastecimento interno alinhado às demandas alimentares da população, criando um ambiente propício para a redução da fome e do desenvolvimento e bem estar no campo.

Fonte: Censo Agropecuário 2006. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/51/agro_2006.pdf>.

A agricultura familiar realmente é um importante pilar para a economia brasileira. Segundo dados do novo relatório da Organização das Nações Unidas, denominado “Estado da Alimentação e da Agricultura”, o segmento tem capacidade para colaborar na erradicação da fome mundial e alcançar a segurança alimentar sustentável.

Os números são impressionantes. Prova disso é que o setor produz cerca de 80% dos alimentos que chegam à mesa da população brasileira, como o leite (58%), a mandioca (83%) e o feijão (70%), representa 84% de todas as propriedades rurais e emprega, pelo menos, cinco milhões de famílias.

O Banco do Brasil, junto a outros agentes financeiros, é responsável por dar andamento às operações de crédito do Pronaf. Para a Safra 2017-2018, o Governo Federal, por meio da Secretaria Especial da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, disponibilizou R$ 30 bilhões de crédito para o programa, com juros que variam entre 2,5% e 5,5%, ou seja, abaixo dos que são praticados no mercado.

Nunca é demais lembrar aos nossos leitores que as grandes propriedades rurais são voltadas para produção de commodities, grãos que abastecem as indústrias e o mercado externo. Em outras palavras, trata-se da monocultura, o que é prejudicial para o solo e, consequentemente, para o meio ambiente devido ao uso de uma quantidade muito grande de agrotóxicos. 

Já na agricultura familiar não. A produção é diversificada, realizada em pequenas propriedades, voltada para o mercado interno e com pouco ou nenhum uso de defensivos agrícolas.

Outra característica vantajosa é que esse segmento da economia agrícola não emprega uma grande quantidade de maquinários, algo mais comum nas grandes propriedades, o que acaba evitando a substituição do trabalhador do campo pelos equipamentos.

No Brasil, apenas 20% das terras agricultáveis pertencem aos pequenos produtores familiares, segundo dados do último Censo Agropecuário realizado em 2006, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo assim, a agricultura familiar é responsável por mais de 80% dos empregos gerados no campo, o que evidencia sua importância ao gerar renda local, fixar o homem no campo e diminuir, consideravelmente, as demandas nas cidades por saúde, educação, saneamento básico, entre outras.

Já segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o setor também preserva os alimentos tradicionais ou autênticos (aqueles produzidos quase que de maneira artesanal, sem grandes maquinários), protege a biodiversidade agrícola, já que esse modelo produtivo é associado à policultura, é a base econômica de 90% dos municípios com até 20 mil habitantes, absorve 40% da população economicamente ativa e responde por 35% do PIB nacional, segundo o referido Censo Agropecuário.

Em resumo, mesmo com um quinto das áreas agrícolas do Brasil, o segmento é responsável por cerca de um terço da produção total. Isso prova o grande índice de produtividade dos pequenos produtores brasileiros. A grande questão é a carência de incentivos públicos para esse setor e a grande concentração fundiária ainda existente em nosso país, fatores que dificultam a melhoria desses números.

No caso do Estado de Minas Gerais, por exemplo, há uma previsão de investimentos, para 2018, da ordem de R$ 10 milhões para a compra de alimentos nas secretarias e órgãos da administração direta. A Política de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar ( PAAFamiliar) poderá ficar com um volume de R$ 3 milhões, com as modificações na lei. Com as mudanças, as secretarias e órgãos estaduais ficam obrigados a fazer quase um terço das suas compras pelo programa, o que é excelente para dinamizar a economia local e melhorar a qualidade de vida dos mencionados agricultores.

Não há dúvida: a agricultura familiar é a verdadeira responsável pela geração de riquezas e de alimentos para o país. Promove o desenvolvimento socioeconômico e cultural das comunidades locais.
Incentivá-la é uma questão de bom-senso!

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Qual a importância da agricultura familiar para a economia do país?

Os agricultores familiares têm importância tanto para o abastecimento do mercado interno quanto para o controle da inflação dos alimentos do Brasil, produzindo cerca de 70% do feijão, 34% do arroz, 87% da mandioca, 60% da produção de leite e 59% do rebanho suíno, 50% das aves e 30% dos bovinos.

Qual a importância da agricultura familiar para Sustentabilidade e economia do Brasil?

A agricultura familiar é de suma importância para assegurar a segurança alimentar e nutricional da população brasileira, uma vez que é responsável por 70% dos alimentos consumidos no país.

Qual é a importância econômica e social da agricultura familiar?

A agricultura familiar representa um dos maiores setores da economia no País. De acordo com o último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2017, ela é responsável por 70% de todos os alimentos consumidos e produzidos no Brasil.

O que é agricultura familiar e qual a sua importância?

A agricultura familiar corresponde à produção agropecuária realizada por pequenos produtores em que o sistema agropecuário é mantido pelo núcleo familiar e, no máximo, por alguns poucos funcionários assalariados. Essa prática refere-se, portanto, a pequenas propriedades rurais, nunca maiores que quatro módulos fiscais.