Qual a melhor insulina NPH ou regular?

A importância de saber como agem e quanto tempo duram as insulinas

Hospital Sírio-Libanês

28/05/2014 · 4 min de leitura

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Como todo medicamento usado, ao conhecer melhor suas características, o tratamento e a aderência tornam-se mais fáceis e agradáveis de serem realizados.

A principal função da insulina é carregar a glicose para dentro das células, onde ela é usada como energia.

Quando nos alimentamos, o pâncreas é estimulado a produzir insulina, levando, assim, o excesso de glicose aos diversos órgãos do corpo humano para utilização e armazenamento.

E quando estamos em jejum? Durante o jejum, a insulina também é produzida. Lembrando-se que também durante o jejum a insulina precisa carregar a glicose para dentro das células, para que elas tenham energia. Nesse período, a glicose vem de depósitos presentes, principalmente no fígado e músculos.

Como podemos ver, mesmo em nosso corpo, a insulina age de diferentes maneiras, com uma ação que é contínua (ou basal) - que é aquela do jejum - e outra que acontece em picos (ou bolus) - que é aquela que acontece na refeição.

Para tentar mimetizar o que acontece no organismo sem diabetes, as insulinas usadas também têm características diferentes: de acordo com o período de início de sua ação (quando começam a agir), da sua ação máxima (chamada de pico de ação) e do tempo em que ela permanece agindo (duração de ação).

Insulinas rápidas e ultrarrápidas.

As insulinas utilizadas para o bolus são as chamadas rápidas e as ultrarrápidas. Elas têm como ação o período da alimentação, promovendo um bom controle da glicemia nos períodos próximos da alimentação.

A insulina rápida ou regular começa a agir em 30 a 60 minutos e, tem seu pico de ação em 2 a 4 horas e duração de ação de 6 a 8 horas. Sendo assim, deve ser usada de 30 a 45 minutos antes da refeição. A insulina ultrarrápida - lispro, aspart ou glulisina - começa a agir em menos de 15 minutos, tem seu pico de ação em 1 a 2 horas e duração de ação de 3 a 4 horas. Sendo assim, deve ser usada em menos de 15 minutos antes da refeição, ou mesmo durante a refeição. Esta última tem menor risco de hipoglicemia do que a rápida.

Insulinas lentas e ultralentas.

As insulinas utilizadas para o papel de basal são as lentas e ultralentas. Seu principal objetivo é a manutenção da glicemia estável no período entre as refeições.

A insulina NPH é a única representante das insulinas lentas. Ela começa a agir em 1 a 2 horas, tem seu pico de ação em 5 a 7 horas e duração de ação de 13 a 18 horas. As insulinas ultralentas são representadas pela Insulina Detemir - com início de ação em 1 a 2 horas, discreto pico de ação em 2 horas e duração de ação de 12 a 24 horas - e pela Insulina Glargina - com início de ação em 1 a 2 horas, ausência de pico de ação e duração de ação de 18 a 24 horas.

Uso da insulina em Diabetes tipo 1 e tipo 2.

Os pacientes com Diabetes tipo 1, como não produzem insulina alguma, devem usar os dois tipos de insulinas sempre - a chamada insulinização plena. Quando se alimentam, devem usar insulinas rápidas ou ultrarápidias, respeitando seus horários de aplicação. Caso antes da alimentação sua glicemia capilar (ou dextro) estiver elevada, devem usar uma dose maior para corrigir esse valor, além daquela quantidade necessária para a alimentação. Para a insulina basal, devem utilizar a lenta ou ultralenta, mesmo que em jejum, para manter os níveis adequados de sua glicemia. Os usuários de bomba de insulina subcutânea utilizam, com esta finalidade, a insulina ultarrápida de maneira contínua.

Já nos pacientes com Diabetes tipo 2, a insulinização plena só é realizada em estágios mais avançados da evolução da doença, quando ocorre o que se chama de "falência do pâncreas". Ou seja, o pâncreas, com o passar do tempo, deixa de produzir insulina suficiente para cumprir suas funções de manutenção de glicemia durante o jejum e de cobertura do excesso de glicose proveniente da alimentação. Em estágios mais precoces, a utilização pode ser necessária quando os níveis da glicemia estão muito elevados, ou em situações em que as medicações orais são contraindicadas, como durante cirurgias ou doenças graves.

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Núcleo de Telessaúde Minas Gerais - NUTEL | 22 julho 2014 | ID: sofs-6881



A insulinoterapia, assim como todas as condutas médicas, deve ser individualizada levando em consideração aspectos próprios de cada paciente. Lembrando que as informações e ideias aqui contidas são apenas uma sugestão de conduta, feita à distância, em um contexto de segunda opinião formativa, que deve ser analisada e incorporada/adotada ou não, de acordo com o julgamento clínico do médico que assiste ao paciente, sendo esse, portanto, o único responsável pelas condutas tomadas, devendo, na adoção da insulinoterapia, ter especial atenção às comorbidades do paciente, ao grau, frequência e horários de hiperglicemia (visualizada pela auto-monitorização glicêmica domiciliar), aos riscos associados à hipoglicemia e à capacidade de resolução das mesmas. De antemão, é preciso conhecer bem as opções de insulina disponíveis.
Geralmente, os análogos de insulina de ação prolongada reduzem a incidência de hipoglicemia durante a noite, e análogos de insulina de ação rápida reduzem as excursões de glicose tardias pós-prandial, quando comparada com as correspondentes insulinas humanas (NPH e regular, respectivamente).
Uma dúvida comum é sobre a manutenção da terapia oral. A metformina é frequentemente mantida quando a insulina basal é adicionada, com estudos demonstrando menor ganho de peso quando os dois são usados juntos.² As sulfoniuréias são descontinuadas quando o paciente está em terapia plena com insulina.
Para muitos pacientes com DM2, uma suplementação basal de insulina é usualmente adequada para um bom controle glicêmico, uma vez que a secreção endógena do hormônio pode ainda controlar os picos pós-prandiais.


Esquema inicial: adição de insulinas de ação intermediária (NPH) à hora de deitar ou as de ações longas (Glargina ou Detemir) antes do jantar ou ao deitar, com manutenção dos hipoglicemiantes orais ou apenas da metformina.
Indicação: controle inadequado com medicamentos orais

NPH – a dosagem inicial recomendada é de 6-10 unidades ou 0,1-0,2UI/kg (aplicada entre às 20-22hrs se a monitorização capilar do paciente estiver sendo feita às 7 ou 8hrs da manhã), sendo mais conveniente sempre iniciar com doses menores (4-6 unidades, para minimizar os riscos de hipoglicemia). Dessa maneira, a dose de insulina noturna pode ser ajustada ao longo das semanas ou meses.
O reajuste deve visar manter a glicemia capilar de jejum abaixo de 100 mg/dl (relativizar conforme individualidade do paciente). Assim, diante de glicemias de jejum elevadas, aumenta-se progressivamente a NPH.
Os portadores de DM que utilizam insulina NPH antes de dormir e apresentam glicemia de jejum adequada e hemoglobina glicada elevada, devem realizar monitorização da glicemia em outros períodos do dia (pré e pós-prandial do almoço e jantar). A observação de níveis acima dos objetivos glicêmicos, repetidas vezes, no período da tarde ou noite, é indicativa da necessidade de introdução da segunda dose de insulina NPH, a ser administrada antes do café da manhã.
Quando necessário, pode-se fracionar a NPH (2 ou 3 x) para manter níveis mais elevados de insulina basal ao longo de todo o dia. Esse regime de duas aplicações diárias de NPH é útil no controle de uma hiperglicemia persistente, sendo efetivo em muitos pacientes. As doses iniciais são em torno de 0,5-1,0 unidade/kg/dia, distribuídas em 2/3 da NPH pela manhã e 1/3 à noite. NPH 3x ao dia, são mais utilizadas em pacientes portadores de DM tipo 1, para melhor fracionamento da dose total de insulina utilizada no dia.

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Bibliografia Selecionada:

  1. Inzucchi, Silvio E, et al. Management of hyperglycemia in type 2 diabetes: a patient-centered approach position statement of the American Diabetes Association (ADA) and the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Diabetes care. 2012;35(6):1364-79.
  2. Avilés-Santa L, Sinding J, Raskin P. Effects of metformin in patients with poorly controlled, insulin-treated type 2 diabetes mellitus. A randomized, double-blind, placebo-controlled trial. Ann Intern Med. 1999;131:182–8
  3. Dewitt, Dawn E.; Hirsch, Irl B. Outpatient insulin therapy in type 1 and type 2 diabetes mellitus: scientific review. Jama. 2003;289(17)2254-64.

Qual insulina age mais rápido NPH ou regular?

A insulina regular é uma insulina rápida e tem coloração transparente.

Qual a melhor insulina regular ou NPH?

As insulinas humanas (NPH – Humulin® N, Novolin® N e Regular) são as que mais se assemelham ao hormônio endógeno, sendo a regular idêntica à insulina humana e a NPH acrescida de protamina e zinco, a fim de promover efeito mais prolongado. Esta é considerada uma insulina de ação intermediária.

Quando a insulina NPH é indicada?

PARA QUE ESTE MEDICAMENTO É INDICADO? Você pode usar Insulina Humana Recombinante NPH para tratar o diabetes mellitus (uma doença em que o pâncreas não produz insulina suficiente para controlar o nível de glicose no sangue).

Qual a insulina mais eficaz?

“A insulina glargina é um marco no tratamento da doença no país, porque permite aos pacientes um maior controle da glicemia e um estilo de vida mais flexível”, explica Rosangela Réa, endocrinologista e professora da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba. Ela ganhou essa fama porque sua ação é mais estável.