Qual é a diferença entre imunidade inata e imunidade adquirida?

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Sabemos que para viver bem e com saúde é essencial que nossa imunidade esteja boa, já que ela é o mecanismo que possuímos para nos proteger de qualquer agente estranho capaz de causar danos em nosso organismo. Quando somos expostos a algum desses agentes, é o nosso sistema imunológico que entra em ação ao reagir a ele e produzir anticorpos para combatê-lo. Mas como podemos adquirir essa imunidade? Já nascemos com ela ou desenvolvemos ao longo de nossas vidas?

Qual é a diferença entre imunidade inata e imunidade adquirida?
​​​​​​​Inicialmente, podemos classificá-las como imunidade inata e imunidade adquirida.

A imunidade inata está presente em todos os indivíduos desde o seu nascimento. Trata-se da primeira linha de defesa de nosso organismo, sendo caracterizada por uma resposta rápida e composta por barreiras químicas, físicas, biológicas (pele, secreções e membranas) e células especializadas (neutrófilos macrófagos, células dendríticas e células natural killer).

Já a imunidade adquirida, é aquela que vamos desenvolvendo à medida que somos expostos aos patógenos. Nela é que se encontra a memória imunológica, uma vez que os leucócitos, que fazem parte desta categoria, têm a capacidade de armazenar informações para o combate específico de cada invasor. Essa memória imunológica é a responsável por melhorar as chances de conseguirmos controlar o mesmo agente em uma futura infecção.

Em momentos de pandemia, como o que estamos passando com a covid-19, a imunidade adquirida é quem entra em jogo, seja porque já fomos infectados ou porque já recebemos a vacina. Nossa imunidade inata não é capaz de responder sozinha contra o novo coronavírus.  Vamos falar um pouco mais sobre ela? Existem duas formas de desenvolvermos a imunidade adquirida. São elas:

 Resposta natural

É quando o nosso próprio organismo consegue vencer o agente invasor - um vírus, bactéria, parasita ou fungo. Quando somos infectados pela primeira vez com determinado patógeno, nosso sistema imunológico reage e começa a produzir anticorpos contra ele. Depois de produzidos, estes anticorpos criam células de memória que permanecem vivas mesmo após o fim da infecção. Caso sejamos expostos novamente ao mesmo agente invasor, nossa resposta imunológica será muito mais rápida e eficaz do que foi no primeiro contato, justamente porque nossas células de memória estarão preparadas para combater o antígeno com o anticorpo específico. Ou seja, em uma infecção futura, nosso organismo responderá de forma mais rápida e eficaz contra a doença.

Vacinas

São ferramentas biológicas que possuem partes enfraquecidas ou inativadas de um determinado antígeno. As vacinas desencadeiam uma resposta imunológica em nosso organismo como se tivéssemos sido realmente infectados. Elas ensinam nosso corpo a combater o agente causador de uma doença específica, reforçando a memória do agente patogênico. Assim, se em algum momento formos realmente infectados, nossas defesas estarão prontas para ser ativadas por meio da memória de nosso sistema imunológico. Quando você se imuniza, as chances de se infectar ou de desenvolver a forma grave da doença diminui (e muito).

Vale ressaltar que as vacinas protegem até mesmo quem não pode ser vacinado, seja por algum fator patológico ou alergia a um dos componentes presentes no imunizante. Se esse indivíduo conviver entre aqueles que foram vacinados, estará, indiretamente, imunizado. Já que, quando a imunização atinge um percentual alto da população, o agente infeccioso encontra dificuldade em circular naquela sociedade. Por isso, em um cenário de pandemia, é essencial a imunização da maior parte da população para garantir, assim, a proteção para todos. Se você tem acesso à imunização, vacine-se!

Referências: 1. https://www.who.int/pt/news-room/feature-stories/detail/how-do-vaccines-work?gclid=EAIaIQobChMIuaaZn9-h9AIVUwWRCh0zJAnOEAAYASAAEgKZcfD_BwE. 2. https://www.who.int/pt/news-room/feature-stories/detail/how-do-vaccines-work. 3. https://saude.ccm.net/faq/6884-o-que-e-imunidade. 4. https://brasilescola.uol.com.br/biologia/imunidade.htm. 5. https://propeq.com/processo-produtivo-vacinas/?gclid=EAIaIQobChMI3c2e54ya9AIVBRDnCh2jEAVcEAAYASAAEgLr6vD_BwE. 6. https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/imunidade.htm

Índice

  • 1 Introdução
  • 2 Imunidade Adquirida
  • 3 Classificações da Imunidade Adquirida
    • 3.1 Passiva
    • 3.2 Ativa
    • 3.3 Humoral
    • 3.4 Celular
  • 4 Linfócitos
    • 4.1 Linfócitos B
    • 4.2 Linfócitos T
  • 5 Resposta Imune Celular
    • 5.1 Posts relacionados

Confira um artigo completo que falamos sobre a Imunidade Adquirida para esclarecer todas as suas dúvidas. Ao final, confira alguns materiais educativos para complementar ainda mais os seus estudos.

Boa leitura!

Introdução

A imunologia estuda as reações de defesa do nosso organismo, entendendo os fatores vitais dessa defesa, como moléculas sinalizadoras, células e órgãos do sistema imune, homeostasia e reações patológicas causadas por agressores. Sendo que cada um destes fatores apresenta características próprias.

A homeostasia ou processo de homeostasia corporal é o equilíbrio do corpo, a tentativa do mesmo em voltar ao estado original em que o sistema imune pode tanto induzir a saída do corpo da homeostase, quanto induzir o retorno dela.

Temos vários mecanismos de defesa que se organizam muito bem, dependendo de qual situação o organismo estará exposto. E são divididos em: Imunidade Inata e Imunidade Adquirida.

Imunidade Adquirida

A Imunidade Adquirida, também chamada de imunidade adaptativa, consiste na resposta imune gerada ao longo da vida, que foi ativada após contato com diversos antígenos imunogênicos, tornando o organismo cada vez mais capaz de se defender de invasões de microrganismos patogênicos.

A imunidade adquirida difere da imunidade inata pelos tipos de células imunes que recrutam, especificidade, tempo de ativação (a imunidade adaptativa demora mais tempo para ser formada) e em alguns mecanismos efetores.

Além disso, a resposta adquirida é capaz de gerar memória imunológica, habilidade que a imunidade inata não possui. Entretanto, a imunidade inata é importante para ativar a imunidade adquirida.

Classificações da Imunidade Adquirida

Passiva

Consiste na transferência de anticorpos específicos de um indivíduo imunizado para outro não imunizado. Pode ser natural, como ocorre no aleitamento materno, ou artificial, como no uso do soro antiofídico em casos de picadas de cobras venenosas.

Ativa

Consiste na imunidade adquirida pela exposição ao antígeno, podendo ser natural, quando desenvolvida pela doença ou por meio de vacinas (produzidas a partir do invasor atenuado, morto ou fragmentado).

Humoral

Resposta mediada por moléculas sanguíneas e secreções da mucosa, que são os anticorpos. É a principal resposta contra invasores extracelulares e suas toxinas. Nesse tipo de resposta, as células B apresentam antígenos para as células TCD4, além de serem ativadas por estes linfócitos.

Celular

Resposta mediada pelos linfócitos T, ativada contra invasores intracelulares, como vírus, que ficam inacessíveis aos anticorpos e moléculas sanguíneas para serem destruídos pela resposta humoral. Nesse tipo de resposta, os macrófagos apresentam antígenos e respondem aos linfócitos TCD4.

Linfócitos

Os linfócitos são produzidos na medula óssea, a partir de uma célula mieloide tronco (pluripotente) no feto. Este processo ocorre no fígado fetal.

No córtex medular, essas células (CD4, CD8, CD19) não expressam nenhum marcador celular, sendo chamadas de duplo negativo. A especificidade se dá quando esses linfócitos são modulados por alguns fatores de transcrição, como o Notch 1 e GATA 3, que estimulam a formação de linfócitos T, e os fatores EBF, E2A e Pax-5 estimulam a formação dos linfócitos B.

Linfócitos B

As células B continuam na medula óssea no início de sua maturação e depois migram para o baço para terminar este processo. Essas células podem se diferenciar em linfócitos B foliculares, linfócitos B da zona marginal ou B1, que possuem bastante variabilidade de seus receptores para reconhecer antígenos.

As células B foliculares expressam IgM e IgD e são capazes de recircular e ocupar órgãos linfoides, reconhecendo e respondendo a antígenos invasores. As células B secretam IgM espontaneamente e geram células produtoras de IgA nas mucosas.

Já os linfócitos B da zona marginal respondem a antígenos transportados pelo sangue e se diferenciam em plasmócitos secretores de IgM de vida curta, sendo responsáveis, principalmente, por mediar respostas dependentes de células T.

Linfócitos T

Os linfócitos T, por sua vez, migram para o timo, onde são duplo positivos, expressando CD8 e CD4. Nesse processo de maturação dos linfócitos T, esses linfócitos são expostos por células dendríticas (APCs) a antígenos que são apresentados ligados ao complexo MHC e, a depender de qual classe de MHC (MHC classe II ou classe I), o linfócito irá se especializar para CD8 ou CD4, deixando de expressar um dos marcadores.

Resposta Imune Celular

A resposta imune celular é a resposta dependente da resposta adaptativa desempenhada pelos Linfócitos T, os quais apresentam dois subtipos: Linfócitos T CD4+ e Linfócitos T CD8+.

Os efetores dos linfócitos T CD4+ são também denominados de linfócitos T auxiliadores ou linfócitos T helper, que atuam auxiliando a ativação de macrófagos e outras células, como os eosinófilos, levando a destruição do patógeno.

Os efetores dos linfócitos TCD8+ são denominados de linfócitos T citotóxicos, que induzem a morte de células infectadas, principalmente por vírus, mas também por outros patógenos, como bactérias intracelulares e/ou parasitos.

O início dessa resposta advém da resposta imune inata. Já que, antes de realizar a resposta através do linfócito T são necessárias as células apresentadoras de antígeno (APC’s), sendo as principais delas as células dendríticas. Com isso, as APC’s reconhecem o patógeno ou alguma proteína advinda dele, processam e transportam a informação para os linfócitos T virgens, localizados em órgãos linfoides. Dessa forma, é gerada uma resposta adaptativa T dependente, também denominada de timo dependente.

Vale ressaltar que a resposta de linfócitos T é apenas induzida através de antígeno proteico, sendo a única resposta capaz de gerar memória imunológica.

Com isso, mesmo que sejam geradas células B de memória, essa resposta é dependente de célula T.

SE LIGA! É por conta disso que ao serem criadas vacinas, deve-se utilizar, como base para confecção, os peptídeos (quando não confeccionada por vírus/bactérias atenuados), já que eles são capazes de induzir a resposta de linfócitos T e, consequentemente, gerar memória imunológica.

A resposta, então, geralmente é iniciada pelas células dendríticas, que são as únicas APCs que apresentam o antígeno ao linfócito T virgem ou naive, localizado na região parafolicular do lingonodo regional, ativando-o pela primeira vez.

As outras APC’S, como macrófago, neutrófilo e linfócito B apresentam antígenos apenas para o linfócito T efetor.

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Qual a diferença da imunidade inata e a imunidade adquirida?

A imunidade inata constitui a primeira linha de defesa do organismo e caracteriza-se pela rápida resposta à agressão, independentemente de estímulo prévio. Já a imunidade adaptativa compreende a linha de defesa específica que é adquirida após o contato com os patógenos, como através das vacinas, por exemplo.

O que é imunidade inata é adquirida?

A chamada “imunidade natural” pode ser considerada a primeira linha de defesa do organismo. Já nascemos com algumas características e graças a elas é que muitos dos vírus, micróbios e bactérias não conseguem penetrar ou se desenvolver no nosso corpo.

Quais as principais diferenças entre a imunidade natural e a adquirida?

Na forma natural, a imunidade é adquirida devido ao desenvolvimento de uma infecção. A pessoa pode, por exemplo, entrar em contato com um vírus e produzir anticorpos contra ele. Já na forma artificial, o antígeno é colocado no corpo. Essa forma de imunidade é conseguida graças às vacinas.

Qual a diferença entre imunidade adquirida?

A imunidade adquirida difere da imunidade inata pelos tipos de células imunes que recrutam, especificidade, tempo de ativação (a imunidade adaptativa demora mais tempo para ser formada) e em alguns mecanismos efetores.