Qual e a principal característica do liberalismo econômico?

O liberalismo econômico é uma das principais correntes teóricas do capitalismo, e defende a liberdade individual e limitação do Estado.

O liberalismo econômico foi uma das principais correntes teóricas do capitalismo. É, também, a teoria que mais se aproxima da nossa realidade. Ao longo do artigo, vamos demonstrar o que é o liberalismo econômico, falar sobre os principais nomes responsáveis por essa corrente e algumas de suas vantagens e desvantagens mais marcantes.

Acompanhe e entenda como essa teoria ajudou a moldar o mundo atual.

O que é Liberalismo econômico?

Com foco na garantia das liberdades individuais e limitação da influência do Estado nas decisões econômicas, o liberalismo econômico pode ser interpretado como um dos principais contrapontos ao socialismo.

Ou seja, a teoria defende o que chamamos de Estado mínimo. Nela, o papel do Estado se reduz a um mantenedor dessas garantias e liberdades individuais, abandonando o caráter de fiscalizador das atividades econômicas e sociais.

Para os adeptos do liberalismo econômico, esse papel passa a ser exercido pelo próprio mercado. Assim como muitas ideologias centenárias, o liberalismo econômico também possui diversas vertentes, incluindo o neoliberalismo da atualidade. Dessa maneira, também são múltiplas as interpretações do que é o liberalismo e de como ele deve funcionar.

Por outro lado, a presença do Estado mínimo e a defesa do mercado como o principal órgão regulador da sociedade costumam estar no centro de todas essas vertentes.

Como surgiu o liberalismo econômico?

O nascimento da ideologia se deu no século XVIII, junto ao movimento societário conhecido como iluminismo, que tinha como lema “liberdade, fraternidade e igualdade”. O movimento foi amplo e abrangeu teorias em diversas áreas das artes e das ciências, incluindo a econômica.

Foi nesse século que surgiram os pais do liberalismo econômico, filósofos e teóricos que ajudaram a difundir a ideologia e que concentraram as bases de sua teoria em 3 pilares.

3 pilares do liberalismo econômico

Assim como qualquer outra teoria ou filosofia, é necessário construir algumas bases que fundamentam e guiam suas políticas. Os pontos centrais do liberalismo econômico são:

Livre concorrência

No liberalismo econômico, qualquer indivíduo tem o direito de abrir o seu próprio negócio e concorrer com outras empresas da mesma área. Nenhuma delas obtém qualquer vantagem ou deve cumprir qualquer regulação do Estado, apenas do próprio mercado, algo conhecido como a “mão invisível do mercado”.

Ou seja, apenas as próprias empresas e seus clientes quem definirão as regras do que é ou não correto – e isso inclui a precificação, qualidade de produto e entrega. A livre concorrência é o que regerá a macroeconomia.

Vale considerar, também, o câmbio livre, ou seja, a livre comercialização entre produtos de diferentes países. Dessa maneira, abole-se o protecionismo em relação aos produtos e empresas nacionais, uma prática comum na regulação do Estado na economia.

Papel mínimo do Estado na economia

Também chamado de Estado mínimo, esse pilar defende que o governo não pode interferir em quaisquer esferas da sociedade como bem entender. Para isso, o liberalismo econômico argumenta que seres humanos nascem com direitos inerentes à sua existência, e eles não podem ser regulados pelo Estado.

Ou seja, a ideologia defende que, ao nascer, você tem direito a liberdades e direitos individuais. Além deles, o liberalismo defende que você tem direito à igualdade em face da lei, segurança, felicidade, liberdade de crença religiosa e, também, de imprensa.

O papel do Estado se resume a garantir o cumprimento das leis e do asseguramento das liberdades privadas.

Vantagem comparativa

O último dos três pilares do liberalismo econômico prega que cada país deve focar apenas na produção de artigos que o permita ter uma vantagem em relação às outras nações.

Ou seja, cada nação seria o responsável por suprir o mundo com uma determinada categoria de produtos. Se o seu país fosse o maior produtor de petróleo global, por exemplo, ele deveria se concentrar apenas na comercialização deste item e seus derivados, mesmo que também tivesse outras capacidades produtivas.

Em seus primeiros anos e com o estabelecimento das colônias, o liberalismo econômico também defendeu que alguns países deviam se limitar à produção agrícola, enquanto outros na industrialização.

Principais pensadores do liberalismo econômico

Assim como outras ideologias e teorias, algumas figuras centrais se fizeram presentes e ajudaram a difundir o liberalismo econômico:

Adam Smith

Um dos economistas mais importantes da história, Adam Smith criou o que pode ser interpretado como o “livro sagrado” do liberalismo econômico. Ele também é conhecido como o fundador da escola clássica da ideologia.

Em seu livro “A Riqueza das Nações, ele contribuiu para alguns conceitos difundidos até hoje, como o da regulação automática do mercado.

Thomas Malthus

Nascido 50 anos após Adam Smith, Thomas Malthus estudou o crescimento das populações e sua relação com o consumo de recursos naturais.

Seu livro mais famoso, “Ensaio sobre o Princípio da População”, esclarece que guerras e epidemias servem como reguladores populacionais. Ele faz essa afirmação a partir do princípio de que os recursos crescem em progressão aritmética, enquanto a população em progressão geométrica.

David Ricardo

Criador do pilar da vantagem comparativa no liberalismo econômico, David Ricardo foi quem defendeu que o comércio entre países deve ser dividido com as capacidades produtivas de cada nação.

Além disso, ele também traduziu essa teoria para as corporações, elucidando que a diferenciação na oferta de produtos e serviços também oferece vantagens competitivas, como a de possuir o monopólio de um mercado.

4 vantagens do modelo econômico

Agora que já vimos sobre a teoria, como ela surgiu, seus pilares e principais pensadores, confira alguma das vantagens proporcionadas pelo liberalismo econômico:

  • Diminuição da máquina pública: com o Estado mínimo, diminui a burocracia do aparelho estatal para boa parte das funções assumidas pelos governos e suas instituições públicas;
  • Melhoria dos serviços privatizados: com a autorregulação do mercado, acaba a vantagem oferecida pelo governo a certas empresas, aumentando a competitividade entre elas e, consequentemente, a melhoria dos serviços;
  • Fluxo contínuo e livre de capital internacional: sem as barreiras alfandegárias e o protecionismo, produtos e capital podem fluir livremente e com menor custo;
  • Promoção do enriquecimento individual das nações: usando o pilar da vantagem comparativa, o liberalismo econômico encoraja a produção e venda de produtos tradicionais de um país, trazendo riqueza em retorno.

2 desvantagens do modelo econômico

Não existe teoria, filosofia ou ideologia perfeita. Logo, o liberalismo econômico também não está imune a certas desvantagens:

  • Promoção de maior desigualdade econômica entre cidadãos: o liberalismo vê a desigualdade econômica como natural e consequência das liberdades individuais. Ou seja, ele entende que a desigualdade é justa, já que cada um é livre para empreender, produzir e arrecadar o resultado dos esforços. Porém, não considera fatores sociais que não fazem com que a competição seja igual entre os cidadãos.
  • Contraposição dos interesses particulares em relação ao coletivo: um desdobramento da desvantagem anterior. Com a maior desigualdade econômica, o interesse do coletivo mais desprovido de condições financeiras é contraposto em relação aos interesses de quem possui mais capital disponível.

Liberalismo e capitalismo

Com foco nas liberdades individuais e do mercado como principal órgão regulador das interações sociais e econômicas, o liberalismo econômico foi o movimento que originou o capitalismo como o conhecemos hoje, mesmo que ele não seja aplicado em sua totalidade.

Apesar da influência de pensadores como o próprio Adam Smith, o liberalismo econômico foi substituído gradualmente pelo keynesianismo após a Segunda Guerra Mundial, mas seria revisitado pelo neoliberalismo, com os mesmos pilares, adaptados à atualidade.

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Qual a principal característica do liberalismo econômico?

A ideia central do liberalismo econômico é a defesa da emancipação da economia de qualquer dogma externo a ela mesma, ou seja, a eliminação de interferências provenientes de qualquer meio na economia. Tal teoria surgiu no final do século XVIII, tendo em François Quesnay um dos seus principais teóricos.

Quais as principais características de liberalismo?

O liberalismo, segundo seus principais teóricos, é uma doutrina que luta pela liberdade e pelos direitos individuais, pela igualdade perante a lei, pela proteção da propriedade privada e pelo livre comércio.

Quais os principais do liberalismo econômico?

Quais são as características do liberalismo econômico?.
Livre concorrência no mercado, determinada pela oferta e demanda;.
Aproximação da economia das demais ciências;.
Países devem focar na produção e comercialização internacional dos produtos que possuem vantagem comparativa em relação aos demais;.

Qual é a função do liberalismo econômico?

O liberalismo econômico ou liberalismo económico é uma ideologia baseada na organização da economia em linhas individualistas, rejeitando intervencionismo estatal, o que significa que o maior número possível de decisões econômicas são tomadas pelas empresas e indivíduos e não pelo Estado ou por organizações coletivas.