Qual é a relação entre a disfunção erétil e faixa etária?

Índice

  • 1 Fisiologia da ereção
  • 2 Epidemiologia
  • 3 Os mecanismos do tabaco
  • 4 Mudanças no estilo de vida
  • 5 Conclusão
    • 5.1 Referências:

A disfunção erétil (DE) consiste na incapacidade de se obter ou se manter uma ereção peniana por tempo suficiente para realização de uma atividade sexual satisfatória.  Diversos fatores estão envolvidos na fisiologia da ereção, como:  vasculares, anatômicos, neurogênicos, hormonais e psíquicos; a alteração de um ou mais fatores pode levar à DE.

O tabagismo é considerado um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças como: o câncer de pulmão, o enfisema pulmonar, a síndrome coronariana aguda, o acidente vascular encefálico e a DE.  Ressalta-se que o cigarro contém substâncias nocivas que afetam os vasos sanguíneos e podem alterar a fisiologia da ereção em homens jovens ou adultos.

Fisiologia da ereção

A ereção começa com um estímulo sensorial, seja ele audiovisual, tátil ou fantasioso, ocorrendo a liberação de neurotransmissores (sendo o Óxido nítrico (NO) o principal), que promovem o relaxamento do músculo liso arterial e os seguintes acontecimentos:

  1. Dilatação das artérias por aumento do fluxo sanguíneo, tanto na fase diastólica quanto na fase sistólica;
  2. Aumento do fluxo sanguíneo que entra nos sinusoides, que gera uma compressão dos plexos venosos subalbuginicos levando a redução do fluxo venoso;
  3. Aumento da pressão intracavernosa – sendo mantida aproximadamente em 100mmHg (fase de ereção completa);
  4. Aumento adicional de pressão e contração dos músculos isquiocavernosos (fase de ereção rígida).

Quando o pênis está flácido, o músculo liso arterial está contraído, de forma que o fluxo sanguíneo que passa pelo pênis é apenas para a oxigenação.

Epidemiologia

A DE é um problema de saúde público que possui alta prevalência em homens acima de 40 anos de idade. Embora seja considerado um processo benigno, a DE pode afetar negativamente a qualidade de vida. Estudos estimam que cerca de 25 milhões de homens brasileiros com mais de 18 anos experienciam de algum grau de DE; onde quase 50% desses possui uma disfunção erétil de grau moderado ou severo. E existe uma projeção de um milhão de novos casos anualmente no Brasil.

Os mecanismos do tabaco

Já é bastante difundido na literatura que o tabagismo é um fator de risco para DE em homens na faixa etária dos 40. Entretanto, estudos mais recentes mostram que também é fator de risco em homens jovens que fumam diariamente mais de 20 cigarros.

A argininina di-metil assimétrica (ADMA) é uma substância endógena, responsável pela inibição de NO sintetase (enzima responsável pela produção de NO). Ou seja, com a presença da ADMA tem-se uma inibição da vasodilatação arterial ao prejudicar a produção de NO. E é exatamente nesse proceso que a nicotina (princípio ativo do tabaco) interfere. A nicotina aumenta os niveís de ADMA, diminuindo da produção desse potente neurotransmissor, que está envolvido na vasodilatação arterial e, por conseguinte, não permitindo ao homem uma ereção rígida o suficiente para atividade sexual satisfatória.

Além disso, a nicotina é um fator de risco para a aterosclerose (formação de placas de lipídeos e tecido fibroso nas artérias), podendo assim obstruir as artérias que fazem o aporte sanguíneo para o órgão genital, levando a uma diminuição do diâmetro interno da artéria e dificultando a manutenção do fluxo sanguíneo, levando a uma DE.

Outro fator importante é que a nicotina também é um fator de risco para o desenvolvimento da hipertensão arterial, já que o tabaco propicia a ativação do sistema nervoso simpático ao agir como um agonista adrenérgico, promovendo liberação de neurotransmissores como: noradrenalina, vasopresina e dopamina.  Uma vez que a hipertensão está instalada, o alto fluxo sanguíneo pode lesionar a artéria que leva sangue ao pênis, dificultando a ereção.

Mudanças no estilo de vida

Como visto, a nicotina representa um importante fator de risco na disfunção erétil. Estudos demonstram que a mudança do estilo de vida, como o abandono do cigarro e da vida sedentária, levam a uma melhora do quadro de DE.

Inclusive, os tabagistas que diminuem a quantidade de cigarros/dia e começam a se exercitar, também são apresentam uma melhora do quadro, podendo experimentar um aumento da libido, da frequência sexual semanal e, até mesmo, do número de orgasmos.

Conclusão

Assim sendo, além do tabagismo ser um fator de risco para a DE, ele é um fator de risco para aterosclerose e para hipertensão arterial, sendo ambas fatores de risco para desenvolvimento da DE.  Parar de fumar pode ser uma decisão muito difícil, mas sem dúvidas, é uma decisão que impacta na mortalidade e na qualidade de vida do paciente.

É de suma importância o abandono do cigarro ou a diminuição de cigarros/dia, visto que ele é um importante fator de risco vascular para a DE, podendo assim, influenciar diretamente na qualidade de vida do paciente e dos parceiros sexuais.

Autora: Jaqueline Assunção

Instagram: @jaqueeassuncaoo

Qual é a relação entre a disfunção erétil e faixa etária?

O texto acima é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.

Referências:

ANSELMI, G. B. O papel dos genes DDAH1 e DDAH2 sobre o risco para desenvolvimento de disfunção erétil. 2018. 97f Dissertação (Mestrado em Enfermagem Psiquiátrica) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2018.

CABRINI, M. Disfunção erétil. Especialização em Saúde da família.

CARDOSO, C.; COSTA R.  Funcionamento sexual e consumo de tabaco numa amostra jovem. 2020. 12f. Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde, 2020.

Libro del Residente de Urología.  Associación Española de Urología. 2007.

SAHIN, M. O.; SEN, V.; GUNDUZ, G.; UCER, O. Effect of smoking on sexual function in men aged 30 to 60 years. 2020. 7f. Departament of Urology, Manisa State Hospital, Manisa, Turkey. 2020.

SOUSA, M. G. Tabagismo e hipertensão arterial: como o tabaco eleva a pressão. 2015. 6f. Rev Bras Hipertens vol 22.(3):78-83, 2015.

SOUZA, C. A.; CARDOSO, F. L.; SILVEIRA, R. A.; WITTKOPF. P. G. Importância do exercício físico no tratamento da Disfunção Erétil. 2011. 6f. Instituto de Cardiologia de Santa Catarina, 2011.

Qual a relação entre disfunção erétil e faixa etária?

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia, cerca de 50% dos homens acima dos quarenta anos têm alguma queixa em relação à ereção. Além dessa faixa etária, os jovens, grande parte das vezes devido a algum tipo de insegurança, também apresentam o problema.

Qual a faixa etária que apresenta maior incidência de disfunção erétil?

Quando o resultado é dividido por faixa etária, os que estão na faixa dos 30 anos são os que mais sofrem com a disfunção erétil, 50%. O índice cai para 42% no caso de homens na faixa dos 40 anos e segue caindo entre os homens mais velhos. Entre os que estão na casa dos 50, 41% enfrentam o problema.

Que idade o homem começa a ter disfunção erétil?

Em geral, os problemas relacionados à potência sexual masculina começam a aparecer a partir dos 40 anos para 40% dos homens, mas, segundo um estudo publicado na revista Annals of Internal Medicine, realizado com 31 mil homens, essa queda de potência pode ser bastante drástica a partir dos 50 anos.

Quais são os principais fatores que levam a disfunção erétil?

6 principais fatores da disfunção erétil.
Longos tratamentos com medicamentos. ... .
Maus hábitos de vida. ... .
Problemas psicológicos. ... .
Alterações hormonais. ... .
Alterações na anatomia do pênis. ... .
Obesidade ou excesso de peso..