Qual é a relação entre o fenômeno do êxodo rural e o processo de urbanização do nosso país?

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O Êxodo Rural pode ser definido como sendo o movimento migratório das populações que vivem no campo para outras regiões.

De fato, este fenômeno pode ser de caráter migratório, limitando-se as fronteiras de um país, ou pode estender para além delas (emigração).

A palavra “Êxodo” vem do grego e significa saída, partida ou caminho, e se refere sempre ao movimento de um grande número de pessoas durante certo período. Estas populações podem se dirigir a outras áreas rurais, todavia, o destino mais comum delas são os centros urbanos.

Vale lembrar que este fenômeno sempre existiu, mas se intensificou após a Revolução Industrial do século XVIII, quando as cidades europeias passaram a receber cada vez mais camponeses.

Nos países subdesenvolvidos, onde o processo de industrialização é mais recente e acelerado, o fenômeno do êxodo rural acaba sendo mais acentuado.

Principais características do êxodo rural

Muitas causas podem motivar o êxodo rural. A primeira delas está relacionada ao mito de que nas cidades existem melhores condições de vida doque no campo, especialmente porque haveria uma oferta de empregos muito maior.

Todavia, este pensamento "cai por terra" quando nos lembramos que a qualidade de vida urbana é uma condição relativa e que a oferta de empregos é para uma mão de obra cada vez mais qualificada.

Qualquer condição que gere fome, doenças, conflitos, ou simplesmente a ocorrência de desastres naturais, como secas e enchentes, pode expulsar uma grande quantidade de pessoas do campo de repente.

Contudo, a ação dos grandes latifundiários, principais responsáveis pela concentração fundiária e mecanização da produção rural tem contribuído de forma contínua para o êxodo rural.

Esta situação se agrava pela falta de políticas públicas para o desenvolvimento, tanto do meio rural, quanto do meio urbano. Ou seja: a falta de infraestrutura, como estradas para escoar a produção ou escolas, hospitais, delegacias e outras instituições de utilidade pública nas áreas rurais.

Isso tudo provoca o abandono do campo, o que conduz, invariavelmente, a perda da capacidade produtiva agrícola.

Por outro lado, as populações de “retirantes” que chegam nas cidades, geralmente são hostilizadas e se deparam com o desemprego ou subemprego. Isso as levam a habitar os bairros de periferia, superpovoando esses bairros e agravando os problemas ali existentes.

Como resultado imediato disso, temos o inchaço urbano e todos os problemas que decorrem disso, especialmente o aumento da violência e o crescimento do número de favelas e cortiços.

O Êxodo rural no Brasil

No Brasil, o êxodo rural teve início com a produção de açúcar, que deslocava as populações entre os engenhos e regiões mais produtivas. Mais adiante, a mineração irá atrair muitos camponeses para a região das minas durante o século XVIII.

No século XIX, com o ciclo do café, os agricultores se deslocaram para a região sul e sudeste. Já no final deste século e início do XIX, o fluxo se de camponeses se voltou para a Amazônia da borracha.

Contudo, a partir de 1930, a industrialização brasileira tem início com vigor e as cidades passam a crescer cada vez mais, atraindo moradores do campo ao seu redor.

Este processo se acelerou na década de 1950 e vem se estabilizando nos dias atuais, uma vez que este processo se estabilizará ao atingir o percentual de cerca de 90% da população brasileira vivendo nas cidades.

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Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice de urbanização (taxa da população que vivia em grandes cidades) do Brasil em 1940 era um pouco mais de 26%. Quarenta anos depois, na década de 1980, o índice chegou a 70%, ou seja, a população urbana mais do que dobrou em relação à rural. Vamos analisar e entender os motivos e as consequências do êxodo rural.

Qual é a relação entre o fenômeno do êxodo rural e o processo de urbanização do nosso país?
Mecanização do campo é um dos fatores que contribuem para o êxodo rural. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Denomina-se “êxodo rural” o processo de migração de pessoas da zona rural para a urbana, ou seja, a saída de moradores do campo com destino às grandes cidades. Segundo um estudo divulgado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no Brasil a maior concentração de movimentos de migração ocorreu entre as décadas de 1960 e 1980, depois disso os índices se mantiveram em constante queda.

No Censo Demográfico de 2010, divulgado pelo IBGE, a taxa de migração campo-cidade era de 1,31%. Amostras mais recentes mostram que a taxa já caiu para 0,65%. Apesar da queda da migração, atualmente, estima-se que apenas 17,6% da população brasileira residam em zonas rurais.

Por que acontece o êxodo rural?

Os motivos para os movimentos migratórios no sentido das cidades podem ser resumidos a um só: a busca por melhores condições de vida. Já as razões que levaram a vida no campo a se tornar “mais dura” são várias. 

A partir da década de 1960, a ditadura militar instaurada no Brasil instituiu um programa chamado de Revolução Verde. Na prática, isso significou um investimento maciço na agricultura brasileira para transformá-la em uma das principais exportadoras mundiais, assim houve grande aportes financeiros para o setor de produção de sementes, utilização de agroquímicos e na mecanização do campo. 

Os benefícios foram concentrados majoritariamente “nas mãos” de grandes produtores, o que gerou a concentração fundiária. Sem conseguir competir com os concorrentes, restava aos pequenos produtores vender as terras (alimentando o ciclo de concentração fundiária) e procurar melhores condições de vida.

Além disso, a metade do século 20 foi a época de grande industrialização do Brasil; com isso, as grandes cidades começaram a se tornar atrativas pela oferta de empregos e pelas melhorias tecnológicas que poderiam oferecer.

Quais são as consequências do êxodo rural?

Qual é a relação entre o fenômeno do êxodo rural e o processo de urbanização do nosso país?
O crescimento desordenado das cidades e as moradias em áreas de risco foram alguns dos efeitos do êxodo rural brasileiro. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Infelizmente, as cidades não estavam preparadas para receber e integrar todo o fluxo migratório que receberam em pouco tempo. Com isso, o êxodo rural gerou uma série de consequências negativas como as descritas a seguir.

Aumento do desemprego

O crescimento acelerado não comportou a mão de obra de todos os trabalhadores que chegavam, além disso faltava qualificação profissional adequada aos postos oferecidos aos recém-chegados.

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Aumento do subemprego

Sem oportunidades, muitas pessoas se submeteram a condições precárias de trabalho para garantir a subsistência. Além disso, o grande exército de reserva de trabalhadores faz os empregadores pagarem menos.

Marginalização

A falta de emprego ou os empregos mal-remunerados levam à marginalização, com famílias morando em áreas periféricas e, por vezes, em situações de risco — por exemplo de desabamentos e alagamentos. Também nas décadas de maior êxodo rural percebeu-se o grande crescimento de favelas.

No campo, o êxodo rural teve algumas consequências negativas, como a diminuição da mão de obra, a criação de vazios demográficos (com pequenas cidades quase desaparecendo) e a substituição de trabalhadores por máquinas.

Fonte: Embrapa, My Farm, Mundo Educação, Brasil Escola, Prepara Enem.

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16949508cookie-checkÊxodo rural: causas e consequências

Qual é a relação entre o êxodo rural e a urbanização no Brasil?

A industrialização intensifica a urbanização das sociedades e gera condições para o êxodo rural, que é a migração em massa da população do campo para as cidades, pois atrai essa migração justamente para as áreas mais industrializadas, onde há mais empregos direta e indiretamente produzidos pelas indústrias.

Qual a relação da urbanização e êxodo rural?

Resumo. - O processo de urbanização refere-se ao crescimento das cidades em virtude do aumento populacional. - O aumento da população nas grandes cidades está associado ao êxodo rural, ou seja, ao fato de a população deixar a zona rural para dirigir-se aos centros urbanos.

Quais são as consequências do êxodo rural em relação a urbanização?

Marginalização. A falta de emprego ou os empregos mal-remunerados levam à marginalização, com famílias morando em áreas periféricas e, por vezes, em situações de risco — por exemplo de desabamentos e alagamentos. Também nas décadas de maior êxodo rural percebeu-se o grande crescimento de favelas.