Por muito tempo fechado ao mundo exterior, o Japão se abre para o comércio internacional sob a pressão dos canhões do comodoro americano Perry em 1854. Durante a Era Meiji (1868-1912), “governo esclarecido”, o Japão se moderniza inspirando-se no mundo ocidental. Em 1905, inflige à Rússia a primeira derrota militar de um povo branco por outro não branco depois de séculos. O país se lança então, na primeira
metade do século XX, numa política de expansão pela Ásia. Anexa a Coreia em 1910, invade a Manchúria (que passa a se chamar Manchukuo) em 1931 e a China em 1938, ataca os Estados Unidos em Pearl Harbor, em dezembro de 1941, e ocupa o Pacífico. No sudeste asiático, alega lutar contra as potências coloniais europeias, mas estabelece seu próprio domínio baseado numa severa repressão. Ao fim da Segunda Guerra Mundial, uma vez vencido o Japão (depois das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, nos dias 6 e 9 de agosto de 1945), os norte-americanos decidem manter o regime imperial, mas deixam ao imperador apenas poderes simbólicos. Eles não obrigam os japoneses ao mesmo exame de consciência sobre seus crimes por que passaram os alemães. A guerra da Coreia faz do Japão o insubstituível porta-aviões dos norte-americanos na Ásia diante do poder soviético e chinês. As relações do Japão com a Coreia capitalista permanecem sensíveis, assim como com a China “comunista”, uma vez que o passado, a guerra e as atrocidades japonesas não foram reconhecidas e assumidas com a devida clareza. A despeito dos laços econômicos entre os países do leste asiático de um militarismo japonês permanece em toda a Ásia. O Japão conhece um desenvolvimento econômico fenomenal a partir dos anos 1950, saltando de 3% para 16% da renda mundial no início dos anos 1980. Segundo PIB mundial e primeiro banqueiro do planeta, ainda que politicamente tolhido, o Japão é então qualificado de gigante econômico e “futura terceira potência”. A partir dos anos 1980, os Estados Unidos se veem divididos entre o desejo de fazer o Japão participar mais do esforço comum de defesa e o temor de despertar nele apetites de poder. 0 próprio Japão se questiona sobreas vantagens e os inconvenientes de unir a potência estratégica à potência econômica e financeira. O Japão dos anos 2000 reivindica, assim, uma cadeira de membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. O fim da guerra fria não apaziguou as rivalidades nacionais na Ásia. Ao contrário, o Japão continua preocupado com sua própria segurança diante da China, a despeito da interdependência das duas economias, e diante da Coreia do Norte, face à incerta evolução da questão coreana. Litígios territoriais não resolvidos pesam sobre as relações com a Rússia. Por isso, o Japão permanece dependente dos Estados Unidos para sua segurança, e sua margem de manobra diante de Washington é limitada. A dificuldade para o Japão é defender seus interesses essenciais (segurança energética) diante da China e da Rússia, e desenvolver suas capacidades militares, o que exigiria alterar sua constituição, bem como uma evolução da opinião pública, tudo isso sem ultrapassar o que aceitam os Estados Unidos nem despertar inquietações na Ásia. Fonte do texto e das imagens: BONIFACE, P. e HUBERT, V. Atlas do Mundo Global. São Paulo: Estação Liberdade, 2009, p. 100, 101. O Japão é a terceira maior economia do mundo, ficando atrás da China, em segundo lugar, e dos Estados Unidos, em primeiro. Nas décadas de 80 e 90, contudo, o Japão ocupava o posto de segunda nação mais rica do mundo, tendo os EUA em primeiro lugar. Entre os principais fatores que justificam o desempenho econômico japonês em relação às demais nações asiáticas e mesmo ao restante dos países do mundo, estão as imposições norte-americanas após a Segunda Guerra Mundial. Derrotado, o Japão assinou a rendição em 1945 e permaneceu sob o domínio norte-americano até 1952, quando recuperou a autonomia. Pós-GuerraNo comando, os Estados Unidos aplicaram medidas para transformar a economia, a cultura e a política japonesas. Com a realização da reforma agrária, o país deixou para trás o passado feudal. O Exército foi desfeito e transformado em força de autodefesa, cuja interferência externa estava proibida pela Constituição. A Constituição também transformou o Japão em um estado laico. Antes disso, a religião oficial eram o xintoísmo, em que o próprio imperador era considerado um deus. Em decorrência desse fato, o imperador Hiroíto, que governou entre 1929 e 1989, renunciou à sua divindade e atuou diretamente na reforma política, cultural e econômica do Japão. Sendo colaborador dos EUA, o governo japonês recebeu empréstimos dos e modernizou a indústria, fornecendo equipamento bélicos para os norte-americanos, que atuavam no sufocamento da atividade comunista na Ásia. Guerra da CoreiaFoi a indústria japonesa uma das principais responsáveis pelo fornecimento de armas para os EUA durante a Guerra da Coreia, que ocorreu entre 1950 e 1953, e a do Vietnã, entre 1960 e 1975. O desempenho econômico japonês foi influenciado também pela mão-de-obra barata, o aumento de investimentos na pesquisa tecnológica e, ainda, na educação em massa. No período de 1947 a 1970, o Japão cresceu proporcionalmente, mais que qualquer nação do mundo. A economia japonesa cresceu 9,7% entre 1947 e 1950, enquanto os Estados Unidos, evoluíram 2,4% no mesmo período, e o Reino Unido 1,5%. No período compreendido entre 1966 e 1970, o Japão cresceu 14,6%, mais que o dobro da França, com 6%, e muito acima dos Estados Unidos (3,1%%), Reino Unido (2,6%) e Alemanha (5,2%). A indústria japonesa já era bastante diversificada em 1880, com a atuação de fábricas de produtos têxteis, sobretudo algodão e seda. A partir de 1901, começam a aparecer a siderurgia, a metalurgia, a química e a mecânica. Tecnologia JaponesaÉ a indústria tecnológica, contudo, o principal indutor do crescimento na era moderna. O Japão está na ponta da pesquisa da robótica, da nanotecnologia, eletrônica e informática. Embora com escassa matéria prima, sendo dependente de exportação, a transformação dos produtos pelo suporte tecnológico garantiu ao Japão destacado crescimento econômico. Em resumo, o Japão importa produtos primários e exporta tecnologia. Essa tendência só foi freada nos anos 90, quando o país enfrentou uma das piores crises econômicas da história e decorrência da especulação financeira no setor de imóveis. Esse fenômeno é denominado bolha imobiliária. Leia também: Japão, Cultura Japonesa. Qual fato proporcionou ao Japão um grande desenvolvimento econômico?O aclamado sistema educacional japonês do pós-guerra contribuiu fortemente para o processo de modernização. A maior taxa de alfabetização do mundo e os altos padrões de educação foram as principais razões do sucesso japonês em se transformar em uma economia tecnologicamente avançada.
Quais fatores ajudaram para o desenvolvimento do Japão?Com uma economia baseada na importação de matérias-primas e na exportação de produtos de alta tecnologia, com boa qualidade e a preços baixos, o Japão tornou-se, nos anos 1990, a segunda maior economia mundial.
Como foi o desenvolvimento econômico no Japão?O Japão passou a investir no desenvolvimento industrial e tecnológico, tornando-se na década de 1970 numa grande potência econômica. Atualmente, o Japão possui a 5ª maior economia do mundo (em volume de PIB - referência ano de 2021).
O que torna o Japão uma das maiores economias do mundo?A economia japonesa é altamente industrializada, apresentando grande aparato tecnológico. O país se destaca nos segmentos de eletroeletrônico, informática, robótica, automobilístico, entre outros. O Japão detém o segundo maior Produto Interno Bruto (PIB) do planeta, atrás somente dos Estados Unidos.
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