Os artistas franceses vieram para o Brasil em 1816 para retratar, através de suas obras de arte, a natureza e a sociedade brasileira da época.Taunay: um dos principais integrantes da missão francesa Show
O que foi Chegada ao Rio de Janeiro, em 1816, a misão artística foi composta por um grupo de artistas franceses, a convite da coroa portuguesa. A missão foi chefiada pelo legislador e administrador francês Joachim Lebreton.
Principais temas retratados nas obras dos artistas da missão francesa: - Vida cotidiana nas cidades - A vida dos índios brasileiros - Belezas naturais do Brasil (árvores, paisagens, plantas, frutas, animais silvestres). Outros artistas e profissionais que participaram da missão: - Marc Ferrez (fotógrafo brasileiro, filho de franceses) - Charles-Simon Pradier (gravador francês) - François Ovide (mecânico francês) - Jean Baptiste Leve (mecânico francês) - Nicolas Magliori Enout (serralheiro francês)
atualizado em 22/07/2020 Revisado por Jefferson Evandro Machado Ramos Você também pode gostar de:
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referência do texto: - ALENCASTRO, Luiz Felipe de. História da vida privada no Brasil: Império. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. Restaura��o dos Bourbon contribuiu para que artistas se estabelecessem no Rio de Janeiro. Aquarelas que comp�em ‘Viagem Pitoresca e hist�rica ao Brasil’,No campus da PUC-Rio, na G�vea, o Solar Grandjean de Montigny � um dos legados da comitiva que posteriormente ficou conhecida como Miss�o Art�stica Francesa. Composta por cerca de 40 artistas franceses, a expedi��o tinha como objetivo oficializar o ensino das Artes na nova capital do Reino de Portugal e Algarves, a exemplo das metr�poles europeias. Entre os passageiros do veleiro norte-americano Calphe, estavam o arquiteto Grandjean de Montigny e os pintores Jean-Baptiste Debret e Nicolas-Antoine Taunay. Sob a tutela de D. Jo�o VI, o grupo organizado pelo ex-secret�rio do Instituto da Fran�a Joaquim Lebreton aportou no Brasil em 26 de mar�o de 1816. A viagem dos artistas coincidiu com a Restaura��o Mon�rquica na Fran�a que destituiu Napole�o Bonaparte. Protegidos pelo estadista, os neocl�ssicos foram perseguidos e acabaram relegados ao ostracismo em seu pa�s. No Brasil, foram os representantes do neoclassicismo – movimento que buscava reimprimir a est�tica greco-romana. Adotado como estilo da Corte Francesa, exemplo de luxo e suntuosidade, o neocl�ssico foi aceito pelas demais como o oficial para registrar os feitos da nobreza. Ide�rio que acompanhou a transfer�ncia da realeza de Portugal, retratado por Debret em telas como Aclama��o de D. Jo�o VI, Coroa��o de D. Pedro I e Desembarque da Princesa Leopoldina. Com o intuito de conferir arte, cultura e refinamento � nova capital, D. Jo�o VI aceitou a sugest�o do Conde da Barca, Ant�nio de Ara�jo e Azevedo, de fundar um instituto para o ensino de artes e of�cio. Por ordem do rei, o Marqu�s de Marialva chegou a Joaquim Lebreton, l�der da iniciativa em Paris. Embora haja vers�es que apontam a decis�o de migrar para os tr�picos como uma articula��o dos pr�prios artistas franceses. Segundo a professora Tatiana Siciliano, do Departamento de Comunica��o Social, as duas hip�teses est�o de acordo na implanta��o da Col�nia Lebreton. – N�o existe nenhum documento que comprove o car�ter oficial da Miss�o. Mas que houve um interesse dos dois lados � poss�vel inferir, j� que os artistas estavam desempregados e a Corte precisava de um certo glamour – afirma Tatiana, mestre em Hist�ria, Pol�tica e Bens Culturais e doutora em Antropologia. Com altos �ndices de criminalidade, ruas estreitas, sujas e ocupadas por escravos, o Brasil que os estrangeiros encontraram estava distante das grandes capitais como Paris. O historiador e imortal da Academia Brasileira de Letras Alberto da Costa e Silva comenta que os mission�rios franceses encontraram uma cidade descuidada, por�m bela. – O Rio de Janeiro era uma cidade feia, pequena e poeirenta, mas com uma paisagem linda. Os artistas franceses encontraram casas mal pintadas, aus�ncia de passeios p�blicos e de grandes pra�as arborizadas – diz Costa e Silva. Para ele, as grandes contribui��es do grupo chefiado por Lebreton foram a cria��o de uma est�tica mais apurada de arte e a profissionaliza��o. – O maior legado da Miss�o Art�stica foi ter institu�do no Brasil um conceito mais erudito de arte. Eles trouxeram o que se entendia no Ocidente nesse campo para o Brasil. At� ent�o, n�o havia a ideia do artista ou do arquiteto, as pessoas conheciam o artes�o, mas os franceses apresentaram a ideia de um ensino art�stico oficial – afirma o historiador. O professor Jo�o Masao Kamita, do Departamento de Hist�ria, observa que, antes da chegada da Miss�o Art�stica, as constru��es eram muito simpl�rias, sem a monumentalidade de capitais do Velho Mundo. – Havia um padr�o de sobrados coloniais de ruas cont�nuas de dois a tr�s pavimentos, no m�ximo. Constru��es associadas ao signo do atraso. De resto, ch�caras, s�tios e �reas alagadi�as. N�o havia uma arquitetura civil nobre, pal�cios. Por essa raz�o, era necess�rio atribuir � cidade uma transforma��o que estivesse em sintonia com o novo status da capital do Reino – analisa Kamita. Registros do Rio de Janeiro foram estampados pelo pintor de costumes Jean-Baptiste Debret que, al�m de retratista oficial da Corte, captou cenas do cotidiano brasileiro, fauna, flora e personagens do mundo que despontava nos tr�picos. Para Tatiana, ele foi respons�vel por mostrar a tens�o social e a perversidade da escravid�o, apresentados no livro Viagem Pitoresca e Hist�ria ao Brasil, publicado em 1831, quando regressou � Fran�a.
– Debret � um cronista do Rio de Janeiro. Ele mostra quem era o povo que vivia e transitava no espa�o urbano. Em seu livro, ele descreve os costumes e ilustra com aquarelas a tens�o social e a perversidade escravocrata, o que nas obras de Debret s�o candentes. Ele retrata as posi��es marcadas, inclusive, de ascens�o, em oposi��o ao outro. A desumaniza��o � um detalhe que chocava – afirma Tatiana. As aquarelas de Debret exp�em o que o artista viu como resultado de 15 anos no pa�s. Ao lado do arquiteto Grandjean de Montigny, ele produziu a arte ef�mera, no Brasil, em que estruturas eram montadas exclusivamente para solenidades de grande porte, como a suntuosa arma��o em madeira para a aclama��o de D. Jo�o VI, desenhadas por Debret. Com a morte precoce de Lebreton, em 1819, o pintor de paisagens Nicolas-Antoine Taunay decidiu deixar o pa�s ap�s a nomea��o do portugu�s Henrique Jos� da Silva para a dire��o da Academia Imperial de Belas Artes, originalmente a Escola Real de Ci�ncias, Artes e Of�cios. Inaugurada em 1826, a institui��o e seus artistas enfrentaram dez anos de resist�ncia por parte da ala portuguesa na implanta��o do neoclassicismo. Para a diretora do Solar Grandjean de Montigny, no campus da PUC-Rio, professora Piedade Grinberg, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, a tradi��o de arquitetura luso-brasileira estava voltada para a constru��o de portos e fortifica��es. – Os portugueses n�o queriam que se implantasse um estilo europeu no Brasil. Os nossos ancestrais portugueses eram ligados � quest�o da arquitetura por meio dos portos e fortes em que se destacavam. A heran�a no Rio de Janeiro era muito mais dos engenheiros militares – destaca Piedade. Segundo ela, � poss�vel questionar a pr�pria ideia de uma Miss�o, j� que os artistas n�o formavam uma comitiva unida e obtiveram �xito individualmente. – Esse nome de Miss�o Art�stica Francesa s� foi dado em 1965, pelo historiador Alfredo Taunay, parente de Nicolas Antoine Taunay. Na realidade, eles n�o formavam um grupo coeso – observa. No bicenten�rio, al�m do Solar Grandjean de Montigny, restaram na cidade o p�rtico da antiga Academia Imperial, a Casa- Fran�a Brasil e o Chafariz do Rocio Pequeno. ► Debret: Documentarista da Corte e das ruas Jean-Baptiste Debret (1768-1848) foi disc�pulo e parente do pintor franc�s Jacques- Louis David. Migrou para o Brasil, ao lado de outros artistas, como pintor de costumes da Miss�o Art�stica Francesa a fim de fugir do ostracismo e das persegui��es pelas posi��es pol�ticas controversas a favor de Napole�o Bonaparte, em meio � Restaura��o. No Rio de Janeiro, ele recebeu encomendas de personalidades da realeza e se tornou o retratista da Corte. S�o de sua autoria telas pintadas a �leo como a Cora��o do Imperador D. Pedro I e a Aclama��o de D. Jo�o IV, inspiradas na harmonia neocl�ssica em retratar feitos hist�ricos imponentes e de suntuosidade cenogr�fica. Em 1831, o artista retornou para a Fran�a, na companhia do disc�pulo Manuel de Ara�jo Porto Alegre. No mesmo ano, lan�ou Viagem Pitoresca e Hist�rica ao Brasil, em que traduziu pictoricamente os espa�os, os personagens, os of�cios, os h�bitos e contradi��es das ruas do Rio de Janeiro. A obra foi editada em tr�s volumes compostos por 156 pranchas. Qual foi o objetivo da vinda da Missão Artística Francesa para o Brasil?Seu objetivo situava-se entre a vontade de Lebreton de criar uma Escola de Belas-Artes – idéia sugerida, provavelmente, pela criação de uma Academia de Belas-Artes no Instituto de França – e o desejo da Coroa portuguesa de desenvolver as artes úteis na América.
Qual o principal motivo dos artistas franceses virem para o Brasil?Os artistas franceses vieram para o Brasil em 1816 para retratar, através de suas obras de arte, a natureza e a sociedade brasileira da época. Chegada ao Rio de Janeiro, em 1816, a misão artística foi composta por um grupo de artistas franceses, a convite da coroa portuguesa.
Qual é o objetivo da missão?As missões eram povoados indígenas criados e administrados por padres jesuítas no Brasil Colônia, entre os séculos 16 e 18. O principal objetivo era catequizar os índios.
Quais as principais características da Missão Artística Francesa?Os integrantes da Missão Artística Francesa pintavam, desenhavam, esculpiam e construíam à moda européia. Obedeciam ao estilo neoclássico, ou seja, um estilo artístico que propunha a volta aos padrões da arte clássica (greco-romana) da Antigüidade.
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