Qual o impacto da chegada dos europeus?

Washington, 26 jan (Lusa) -- O impacto da chegada dos europeus nas populações indígenas na América começou um século depois do primeiro contacto e coincidiu com o estabelecimento das missões religiosas, defende um estudo hoje divulgado pela Universidade de Harvard.

O novo estudo põe em causa o início do desaparecimento daquelas populações, que, segundo teorias, terá tido início mais cedo.

Segundo o estudo, liderado pelo professor Matt Liebmann, o impacto teve início um século depois do primeiro contacto entre europeus e nativos americanos, coincidindo com o estabelecimento das missões religiosas.

Quando as doenças se começaram a propagar, os efeitos foram devastadores. Em apenas 60 anos, as populações indígenas diminuíram de 6.500 para 900 nos 18 povos investigados.

"No sudoeste, o primeiro contacto entre nativos e europeus ocorreu em 1539. Descobrimos que as doenças começaram a espalhar-se realmente só depois de 1620", referiu em comunicado Matt Liebmann.

Segundo o investigador, a partir de 1620 e até 1680 há um rápido despovoamento, com uma taxa de mortalidade incrivelmente alta.

"Cerca de 87% da população nativa morreu", acrescentou.

Uma outra conclusão do estudo é que o impacto do despovoamento teve também consequências no clima e na atmosfera à escala global.

"Os incêndios florestais aumentaram durante aquele período. Quando as pessoas estavam vivas necessitavam de madeira para os seus telhados, para cozinhar e para se aquecer. Preparavam a terra para as colheitas e as árvores não cresciam no sítio onde viviam", explicou o professor, salientando que o desaparecimento das pessoas, os bosques cresceram e começou a haver mais incêndios.

O estudo concluiu também que a compreensão de como e quando ocorreu o despovoamento e as suas consequências ecológicas são muito mais complexas do que se tinha pensado até agora.

MSE // JPS

Lusa/Fim

Mais de 56 milhões de naturais do continente americano foram mortos durante cerca de 100 anos por colonos europeus, uma ação que fez com que grandes áreas agrícolas fossem abandonadas e reflorestadas o que teve implicações no clima, garantem investigadores da University College London

Colonos europeus mataram 56 milhões de indígenas ao longo de cerca de 100 anos nas Américas do Sul, Central e do Norte, fazendo com que grandes áreas agrícolas fossem abandonadas e reflorestadas, estimam os cientistas do University College London. O aumento de árvores e vegetação numa zona do tamanho da França resultou numa queda de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, segundo o estudo.

De acordo com este documento os níveis de carbono mudaram o suficiente para arrefecer a Terra em 1610, cerca de 200 anos depois de Colombo ter chegado à América (1492). "O CO2 e o clima estavam relativamente estáveis ​​até esse momento", salientou o professor de geografia da UCL, Mark Maslin, um dos coautores da investigação. "Esta é a primeira grande mudança que vemos nos gases do efeito estufa da Terra", acrescentou.

Antes deste estudo, alguns cientistas argumentavam que a mudança de temperatura detetada nos anos 1600, conhecida como Pequena Era do Gelo, foi provocada apenas por forças naturais. Mas combinando provas arqueológicas que foram sendo encontradas, dados históricos e análises de carbono encontradas no gelo da Antártida, os investigadores da UCL pretendem mostrar como o reflorestamento - diretamente provocado pela chegada dos europeus - foi um componente chave do frio global. "Pela primeira vez, conseguimos equilibrar todas as caixas e perceber que a única maneira de a Pequena Idade do Gelo ter sido tão intensa foi por causa do genocídio de milhões de pessoas", disse Maslin à CNN.

Para esta investigação foi analisado o gelo antártico, que retém o gás atmosférico e pode revelar quanto dióxido de carbono estava na atmosfera há séculos. "Os núcleos de gelo mostraram que houve uma queda maior de CO2 (do que o normal) em 1610, provocada pela terra e não pelos oceanos", frisou Alexander Koch, principal autor do estudo. Uma pequena mudança de temperatura - cerca de um décimo do grau no século 17 - levou a invernos mais frios, verões gelados e colheitas fracassadas, sublinhou.

As implicações do estudo vão além da ciência do clima e também contribuem para investigação nas áreas da geografia e história, recordou Maslin, dizendo que as mortes dos índios americanos contribuíram diretamente para o sucesso da economia europeia. Recursos naturais e alimentos enviados do Novo Mundo ajudaram a população da Europa a expandir-se. "O mais estranho é que o despovoamento das Américas pode ter inadvertidamente permitido que os europeus dominassem o mundo", disse Maslin, frisando: "Também permitiu a Revolução Industrial."

O descobrimento da América é como ficou conhecida a chegada dos espanhóis aqui, em 12 de outubro de 1492, em uma ilha que pertence às Bahamas atualmente. A chegada dos europeus nesse contexto aconteceu pela expedição de Cristóvão Colombo, navegante genovês que comandou três embarcações financiadas pela Espanha.

A chegada dos europeus à América está inserida no cenário das grandes navegações e marcou o início oficial da disputa por terras a serem colonizadas. Os espanhóis, no entanto, não foram os primeiros europeus a chegaram ao continente americano, pois os historiadores sabem que os vikings alcançaram a América do Norte no final do século X.

Os espanhóis foram os primeiros europeus a chegarem à América?

Não. Atualmente, os historiadores sabem que os espanhóis não foram os primeiros europeus a chegarem ao continente americano. O responsável por isso foi Leif Eriksson, filho de Erik, o Vermelho. Ele teria liderado um grupo de 35 homens (todos vikings) que navegou pelo Atlântico Norte, chegando a regiões que atualmente formam o Canadá.

Um indício da presença viking foi um achado arqueológico da década de 1960. Na região de Terra Nova, foi encontrado um assentamento viking que ficou conhecido como L’Anse-aux-Méduses (Caverna das Águas-Vivas). Esse assentamento não teve sucesso e foi abandonado, e novas tentativas, nesse sentido, não foram realizadas na América.

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Contexto do descobrimento da América

A chegada dos europeus à América fez parte do processo das grandes navegações, o qual se estendeu por todo o século XV e foi encabeçado pelos portugueses em grande parte. Uma série de avanços tecnológicos permitiram melhorias na navegação marítima, e, além disso, existia toda uma motivação econômica por trás dessa empreitada.

A conquista da Constantinopla pelos otomanos, em 1453, tinha criado grandes dificuldades para os europeus acessaram o comércio oriental. As mercadorias obtidas no Oriente, sobretudo as especiarias, eram muito valorizadas, e, portanto, a sua obtenção trazia consigo enormes chances de lucro. Sendo assim, as grandes navegações foram realizadas de acordo com os interesses comerciais dos europeus.

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Ao longo do século XV, os portugueses realizaram uma série de expedições de exploração no Oceano Atlântico e descobriram vários locais, como Madeira e Açores, além de terem estabelecido feitorias no litoral africano, estabelecendo relações comerciais na África. Na década de 1480, conseguiram contornar o sul desse continente, abrindo o caminho para a Índia. O pioneirismo português explica-se porque o país reunia condições ideais para tal empreendimento.

No caso espanhol, as iniciativas foram muito tímidas, e os reis católicos, Fernando de Aragão e Isabel de Castela, só permitiram uma expedição do tipo depois que os mouros foram expulsos da Península Ibérica, em 1492. Nesse momento, um genovês tinha uma proposta de expedição para alcançar a Índia: Cristóvão Colombo.

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Cristóvão Colombo

Qual o impacto da chegada dos europeus?
Em 12 de outubro de 1492, as três embarcações lideradas por Colombo chegaram à ilha de Guanahani, atual Bahamas.

Cristóvão Colombo era um navegante genovês de grande experiência, e, no final do século XV, ele procurava alguém para financiar sua expedição para a Índia. Ele advogava pela ideia da esfericidade da Terra e, portanto, defendia que, navegando-se para o oeste, era possível alcançar-se o Oriente. Ele passou a defender essa teoria após anos de estudos, mas, ainda assim, tinha algumas ideias equivocadas.

Ele acreditava que a Terra fosse menor do que de fato o é e que uma viagem para a Índia pelo oeste seria curta, pois pensava que o Oceano Atlântico fosse estreito. Assim, procurou interessados para financiar sua expedição em Portugal, local onde ela foi negada duas vezes, na Inglaterra, e trocou cartas com a França, mas não teve respostas positivas. Caso tenha maior interesse nessa figura histórica, leia: Cristóvão Colombo.

  • Expedição de Colombo

Colombo então foi à Espanha, e, depois de anos de audiências e negociações, os reis católicos (Fernando de Aragão e Isabel de Castela) concederam o financiamento exigido por ele para que a expedição fosse possível. Foram preparadas três embarcações chamadas Niña, Pinta e Santa María.

A expedição de Colombo partiu de Palos de la Frontera, na Espanha, em 3 de agosto de 1492, em direção às Canárias. De lá, as embarcações passaram por reparos, foram reabastecidas e içaram velas na direção oeste. A viagem foi complicada porque a demora em encontrar terras angustiou os marinheiros. Cogitou-se até o retorno para a Europa.

Colombo enganou os marinheiros, registrando no diário de bordo distâncias menores do que de fato haviam sido percorridas. De toda forma, no dia 12 de outubro de 1492, a expedição encontrou terra. Era a ilha de Guanahani, que ele nomeou como San Salvador. Os historiadores especulam que talvez seja a Waitling’s Island, nas Bahamas.

Além disso, nessa expedição, foram explorados outros locais. Colombo foi para a ilha em que fica o Haiti e a República Dominicana, nomeando-a Hispaniola. Por fim, foi à ilha de Cuba, renomeando-a Juana. Nesses locais, ele manteve contato razoavelmente pacífico com os nativos, embora tenha sequestrado alguns deles para levar à Espanha.

Qual o impacto da chegada dos europeus?
Em 1493, Colombo retornou à Espanha trazendo as notícias do achamento de novas terras e foi recebido com grande homenagem.

Apesar do feito, Colombo não quis acreditar na possibilidade de que aquela terra fazia parte de um novo continente. Ele defendeu durante toda a sua vida que tinha chegado à Ásia e, segundo os historiadores, negou-se a observar elementos que demonstravam claramente, como a vegetação nas ilhas caribenhas, de que ele não havia estado naquela região.

Assim que a notícia do achamento da nova terra chegou aos reis espanhóis (foi levada pelo próprio Colombo, em 1493), eles trataram de conseguir a posse das terras por meio de um acordo com a Igreja Católica. O papa Alexandre VI estabeleceu a bula Inter Coetera, que traçava uma linha imaginária a 100 léguas ao oeste de Cabo Verde.

O que ficasse ao oeste dessa linha imaginária seria terra espanhola, e as terras ao leste seriam portuguesas. No entanto, os portugueses não gostaram dessa divisão, e, após longas negociações com a Espanha, assinaram o Tratado de Tordesilhas, que colocava a linha imaginária a 370 léguas. Esse acordo permitiu que as bases da colonização da América fossem estabelecidas.

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Colonização espanhola

Colombo realizou quatro viagens para a América. Já na primeira, ele deixou um assentamento espanhol na ilha de Hispaniola que se chamava Navidad (ficava no território haitiano). Quando ele voltou, o assentamento estava destruído e os habitantes dele estavam mortos. Os historiadores não sabem o que matou os espanhóis, mas acredita-se em conflito com os indígenas.

Depois ele fundou outro assentamento chamado Isabela (ficava no território dominicano), mas esse também fracassou. O local não foi bem escolhido, o trabalho era duro, as dificuldades eram muitas, e os contatos com os indígenas ficaram mais hostis. Colombo foi acusado de negligência no comando desse assentamento e perdeu o direito de governá-lo.

Pouco a pouco, os espanhóis foram estabelecendo as bases da colonização, e os povos nativos foram sistematicamente violentados. Os conflitos, as doenças e a escravização fizeram com que milhões de indígenas que habitavam o Caribe, no final do século XV, passassem a poucos milhares, em meados do século XVI. Para aprofundar-se nesse processo, leia: Colonização espanhola.

Qual o grande impacto da chegada dos europeus?

A chegada dos europeus à América está inserida no cenário das grandes navegações e marcou o início oficial da disputa por terras a serem colonizadas.

Qual o impacto da chegada dos europeus no Brasil?

Segundo o investigador, a partir de 1620 e até 1680 há um rápido despovoamento, com uma taxa de mortalidade incrivelmente alta. "Cerca de 87% da população nativa morreu", acrescentou.

Qual foi o impacto da chegada dos europeus ao continente americano?

Os primeiros impactos ocorreram com a exploração econômica dos recursos naturais e da terra, como também pelo genocídio de milhões de seres humanos. Os europeus trouxeram ainda para o continente milhões de africanos escravizados, que com seu suor e sangue foram utilizados para construir a sociedade americana atual.

Quais foram as consequências trazidas aos nativos com a chegada dos europeus em suas terras?

O processo de colonização levou à extinção de muitas sociedades indígenas que viviam no território dominado, seja por meio das guerras, seja em consequência do contágio por doenças trazidas dos países distantes como a gripe, o sarampo e a varíola, que vitimaram, muitas vezes, sociedades indígenas inteiras, em razão dos ...