Havia apenas dois anos que o Brasil estava independente de Portugal, no Rio de Janeiro Dom Pedro I ainda juntava os cacos e tentava acabar com a insatisfação nas colônias de norte a sul do país. No Rio Grande do Sul, índios, portugueses, espanhóis e negros escravizados (o Brasil só se livraria da vergonha da escravidão em 1888) também viviam as dores e as alegrias deste verdadeiro caldo cultural na Província de São Pedro. Neste cenário, em 1824, desembarcam no Rio de Janeiro 39 alemães que vieram para o Brasil com promessas de passagens pagas, cidadania, lotes de terras, suprimentos de alimentação, materiais de trabalho e animais, isenções de impostos e liberdade de culto. Show Sem o cumprimento das promessas, mas determinados, os primeiros colonos chegaram a onde hoje está localizado o município de São Leopoldo, no Vale do Rio dos Sinos, e se estabeleceram na Real Feitoria do Linho-Cânhamo. “A vinda dos alemães fez parte de um esforço da monarquia brasileira para povoar a Região Sul do país. Os alemães foram os primeiros a chegar, não para substituir os escravos, como é dito, mas para ocupar essas áreas e ampliar a produção de alimentos”, conta René Gertz, professor e doutor do departamento de história da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Apoio do Governo “A missão da Comissão não é propriamente organizar eventos, mas mobilizar as instituições e as comunidades teuto-brasileiras a fazerem uso do seu repertório de possibilidades, para realçar com eventos múltiplos uma mobilização generalizada”, explicou Sílvio Aloysio Rockenbach, diretor de Comunicação da Comissões Oficial e Executiva das Comemorações dos 190 Anos da Imigração Alemã no RS. Atividades e
eventos Na data do aniversário, sexta-feira, dia 25, haverá um "Grande Evento Comemorativo",em São Leopoldo, além de sessões Solenes na Câmara de Vereadores de Porto Alegre e de cidades de forte colonização alemã, e na Assembléia Legislativa do RS; exibições de obras cinematográficas no Instituto Goethe, como o filme "A outra pátria", épico de Edgar Reitz sobre um vilarejo fictício na região do Hunsrück, sudoeste da Alemanha, que trata da época da imigração alemã para o Brasil. Também estão previstos eventos sociais (bailes e jantares) e esportivos (torneios, competições, regatas) a cargo dos Clubes e Sociedades dos municípios de colonização germânica. Até o final deste ano, diversas outras atividades serão realizadas em alusão à data, como na Expointer, onde a Alemanha será o país homenageado. Apresentação da Ospa Site com programação Entre 1824 e 1830, mais de cinco mil imigrantes alemães chegaram ao Brasil, a maioria deles veio para a região do Vale do Sinos e localidades próximas. Esse número chegaria a 300 mil germânicos até o início do Século XX. Entre os motivos da vinda destes colonos está o desenvolvimento da Revolução Industrial em solo europeu, o que fazia com que setores agrários e artesanais perdessem espaço, forçando a saída para grandes metrópoles industriais ou a imigração. Esta situação acabou unindo o útil ao agradável para o Brasil, que necessitava colonizar regiões distantes da sede do Império, produzir mais alimentos, aumentar a população e as tropas de suas forças armadas e ampliar o número de pessoas com alguma especialização. “Esta sempre foi uma marca alemã, a da especialização. Algo que só agora vem sendo feita no Brasil, com o ensino técnico e tecnológico, já era comum nas escolas alemãs do século XIX. Assim a vinda dos colonos alemães acabou sendo importante, também, para a industrialização do país, que iniciou nas primeiras décadas do século XX”, afirma o professor René Gertz. Chegada difícil e riqueza
cultural Mas tão logo se instalaram em São Leopoldoe outras cidades, os imigrantes começaram a colocar no dia a dia da colônia muitas de suas tradições germânicas, seja na alimentação, na música e na religiosidade. “Esta talvez seja a grande beleza dessa vinda para cá, pois através da mistura entre a cultura que já existia e a cultura européia, criamos uma nova cultura. Ao mesmo tempo que os alemães se acostumaram a beber chimarrão, muito da educação e da cultura alemã acabou se consolidando no Rio Grande do Sul. A criação de diversas escolas é um marco nas colônias em uma época em que a educação era para poucos”, exemplifica Gertz. Até hoje a cultura criada nas colônias alemãs do Rio Grande do Sul surpreende, até mesmo os alemães que visitam o Estado. “Vivi na Alemanha e lá até hoje come-se muito mal. Os alemães que vêm ao Brasil ficam surpresos com o ‘upgrade’ feito pelos alemães na culinária do país. Acrescentando ingredientes locais, criaram uma culinária rica e diferenciada. Essa mistura do ‘gaucho’, dos índios, dos negros, depois com a vinda de outros imigrantes, foram os responsáveis pela riqueza econômica e cultural de nosso Estado”, finaliza o professor. Texto: Euclides Bitelo Em que ano chegaram os alemães no RS?Os primeiros imigrantes alemães chegaram ao Rio Grande do Sul na metade do ano de 1824 e se instalaram no Vale do Rio dos Sinos, ali em São Leopoldo e arredores.
Quem qual ano chegaram os primeiros imigrantes alemães na região sul?A chegada dos primeiros imigrantes alemães aconteceu no reinado de Dom Pedro I, em um programa organizado para desenvolver a agricultura e ocupar o Sul do país. Em 1824 foi fundada a primeira colônia alemã, a São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.
Quando os alemães chegaram no Sul?Os primeiros imigrantes alemães chegaram ao Rio Grande do Sul em 1824, vindos de diversas regiões da Alemanha. Instalados na colônia São Leopoldo, às margens do Rio dos Sinos, próximo à capital da província, Porto Alegre, o grupo era formado por agricultores, artesãos e soldados.
Em que ano chegaram os primeiros imigrantes no Rio Grande do Sul?Os primeiros imigrantes que chegaram foram os alemães, em 1824. Eles foram assentados em glebas de terra situadas nas proximidades da capital gaúcha. E, em pouco tempo, começaram a mudar o perfil da economia do atual Estado. Primeiramente, introduziram o artesanato em uma escala que, até então, nunca fora praticada.
|