Quando o corona vai acabar

postado em 18/04/2022 11:30 / atualizado em 18/04/2022 12:58

 (crédito: Walterson Rosa/MS      )

(crédito: Walterson Rosa/MS )

Apesar de ter colocado fim na Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional (Espin), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reconheceu, nesta segunda-feira (18/4), que a covid-19 não acabou e nem deve acabar nos próximos meses. Dessa forma, o médico reforçou ser necessário "conviver com o vírus".

"A covid não acabou e nem vai acabar, pelo menos nos próximos tempos. E nós precisamos conviver com essa doença e com esse vírus. Felizmente, parece que o vírus tem perdido a força, diminuído a letalidade, e a cada dia nós vislumbramos um período pós-pandêmico mais próximo de todos", disse durante entrevista coletiva para detalhar o fim da Espin.

Ainda que a covid-19 não tenha acabado, o ministro afirmou que, do ponto de vista sanitário, o Brasil tem todos os requisitos para declarar o fim da Espin. Entre os pontos necessários para tomar a decisão, segundo ele, estão a queda de casos e mortes pela doença, a ampla cobertura vacinal e a capacidade do Sistema Único de Saúde (SUS) de atender a demanda.

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Queiroga ressaltou que nenhuma política pública será interrompida com o final da emergência de importância nacional. A maior preocupação de especialistas é que algumas políticas sejam encerradas com o fim da Espin, que confere alguns poderes específicos ao ministro e é condição para algumas medidas do processo regulatório, por exemplo.

Para isso, o Ministério da Saúde já solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a manutenção da autorização de uso emergencial de insumos utilizados no enfrentamento à covid-19, como vacinas e medicamentos, por até um ano.

Além disso, a pasta também pediu que a Anvisa mantenha a priorização de análise de solicitação de registro desses insumos, como já faz a agência desde o início da pandemia.

Os pedidos foram enviados à agência reguladora na última semana, em 14 de abril. Para que, de fato, isso ocorra é necessário uma análise das áreas técnicas do órgão regulador e uma decisão por parte da diretoria colegiada no órgão.

Uma declaração recente do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, confirmou o fim da pandemia para 2022. Na oportunidade, ele ainda defendeu o fim da redução da desigualdade no acesso às vacinas contra a Covid-19. 

A menção da OMS veio em meio ao surgimento de uma nova, mais forte e contagiosa variante da Covid-19. A ômicron foi detectada na África do Sul no mês de novembro e, desde então, já levou vários países a decretarem lockdown devido a uma quinta onda da doença ou pelo receio por tal acontecimento. 

“No próximo ano, a OMS está empenhada em fazer todo o possível para acabar com a pandemia. Se quisermos acabar com ela, devemos acabar com a desigualdade (no acesso às vacinas), garantindo que 70% da população de todos os países esteja vacinada até meados do ano que vem”, disse Tedros.

Em cidades na região nordeste dos Estados Unidos da América (EUA), por exemplo, foi registrado um alarmante crescimento na quantidade de registros de casos positivos para Covid-19. O agravo na pandemia teve a influência da ômicron. Apenas em New York, os novos registros de infecções aumentaram em 80% nas duas últimas semanas. 

Assim, enormes filas se formaram na Times Square, um dos principais pontos turísticos de Manhattan, por pessoas em busca de testes PCR para testar a presença ou não do vírus no organismo. Enquanto isso, em Washington, o número de contágios diários é três vezes superior do que os registros do início do mês.

A variante ômicron se tornou predominante no país, sendo responsável por 73,25% das infecções por Covid-19 contabilizadas na semana que se encerrou no dia 18 de dezembro. A cepa equivale a 96,3% dos casos positivos em três estados da região noroeste, Oregon, Washington e Idaho. Os dados foram divulgados por autoridades sanitárias credenciadas.

Na oportunidade, o infectologista Anthony Fauci, assessor do presidente norte-americano, Joe Biden, admitiu que as próximas semanas de pandemia da Covid-19 serão difíceis, “à medida que nos aproximamos do inverno no Hemisfério Norte”. 

Enquanto isso, do outro lado do oceano, o premiê do Reino Unido, Boris Johnson, disse que não descarta a possibilidade de implementar novas medidas restritivas em combate à pandemia da Covid-19 antes do Natal.

Na última segunda-feira, 20, 91.743 casos de Covid-19 foram registrados dentro de 24 horas, se consolidando como o segundo número mais alto desde o início da pandemia.

No Reino Unido, pelo menos, 12 mortes estão vinculadas à variante ômicron. Já em Portugal, o Conselho de Ministros deve decidir sobre o decreto de novas medidas de isolamento social. 

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