Que meio de transporte é responsável pela emissão de gases no ambiente?

Mobilidade Urbana: Medidas para a Redução de Gases do Efeito Estufa (GEE)

O efeito estufa é um processo radioativo natural, sendo o dióxido de carbono (CO2) um dos principais gases que compõem a atmosfera e que faz parte do grupo de gases de efeito estufa (GEE). As notícias diariamente apresentam o efeito estufa como um problema, mas cabe ressaltar que é um importante fenômeno natural, pois retém grande parte da radiação emitida pelo sol e isso faz com que a Terra tenha uma temperatura ideal para os seres vivos. Mas de fato ele pode se tornar um problema quando há a emissão exacerbada de CO2, assim como outros GEE, constituindo o quadro do aquecimento global.

A emissão desses gases também tornam a atmosfera poluída, o que pode causar, por exemplo, uma precipitação ácida, prejudicando o local atingido pela chuva e podendo ocasionar a acidificação do solo e das águas superficiais. Os danos causados pela emissão de GEE também são sentidos em outros âmbitos, a exemplo do aumento das doenças respiratórias. 

De acordo com a  International Energy Agency, o transporte é responsável por 24% das emissões diretas de CO2 provenientes da combustão (2020), e por isso torna-se indispensável a busca por medidas ligadas à mobilidade urbana a fim de reduzir a emissão de GEE. A redução da distância dos deslocamentos e a utilização de modais como o transporte público e os não motorizados fazem parte de estratégias para a redução desse problema, mas as medidas não se limitam somente a isso, podendo ser agrupadas em cinco categorias, segundo Barczak e Duarte (2021): 

1. Medidas Econômico-fiscais e Financeiras 

A escolha por um meio de transporte tem uma relação direta com o custo financeiro, portanto, essa medida está relacionada ao estabelecimento de instrumentos econômico-fiscais, como por exemplo, a cobrança de impostos e taxas. Essas medidas podem seguir por dois vieses, o que penaliza o usuário do transporte individual, ou o que incentiva o transporte não motorizado. Como exemplo da utilização dessa medida temos a cidade de Londres na Inglaterra, que cobra pedágio urbano para circulação de veículos em determinadas áreas da cidade.

1. Medidas Regulatórias 

As medidas regulatórias têm como objetivo determinar especificações, normas e padrões visando a restrição ou proibição de atividades potencialmente poluidoras. (BREITHAUPT, 2006). Essas medidas podem ser aplicadas em diversas situações, no limite de velocidade, limite de emissão para combustíveis, regulação de estacionamento, coordenação de semáforos compatíveis com o volume do tráfego e outros. 

1. Medidas de Informação e Comunicação

Essas medidas têm como finalidade atingir diretamente os hábitos e comportamentos das pessoas, assim como qualquer outro programa de educação. Segundo Pardo (2006), campanhas de sensibilização possuem maior impacto em países em desenvolvimento, mas para que tenham o efeito desejável, é necessário promover ações que estimulem as pessoas a utilizarem meios de transportes alternativos. 

1. Medidas de Planejamento e Desenho Urbano 

As medidas de planejamento urbano são fundamentais para a redução das distâncias, o que facilita a utilização de transportes não motorizados, por exemplo. Além disso, elas também contribuem para uma melhor distribuição espacial, ocasionando numa melhor gestão de resíduos, melhor gestão dos recursos hídricos, entre outros.

1. Medidas Tecnológicas

Segundo a Agência Internacional de Energia (EIA, 2006), os deslocamentos motorizados poderão aumentar 150% até 2050, em contrapartida, a agência também afirma que o melhoramento da eficiência energética poderia reduzir em 50% o consumo energético dos automóveis, o que irá corresponder a redução de 17% das emissões de CO2 em relação ao estimado para o ano de 2050. Sendo assim, o melhoramento na tecnologia veicular, é considerado uma estratégia promissora para a redução das emissões de GEE. 

Por fim, diante das informações, é perceptível que o setor de transportes é um dos principais responsáveis pelas emissões de GEE. Portanto, é necessário que sejam adotadas medidas em diferentes categorias, selecionando aquelas que trarão mais resultado de acordo com a realidade de cada país, estado ou município. 

Referências:

BARCZAK, Rafael; DUARTE, Fábio. Impactos ambientais da mobilidade urbana: cinco categorias de medidas mitigadoras. Urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana, v. 4, p. 13-32, 2012.

BREITHAUPT, M. Economic instruments: sustainable transport - sourcebook for policy-makers in developing cities. Module 1d. Eschborn: Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit GTZ, 2006. Disponível em:  <www.sutp.org>. Acesso em: 10 set. 2021.

INTERNATIONAL ENERGY AGENCY, Rastreamento de transportes 2020. Maio de 2020. Disponível em:https://www.iea.org/reports/tracking-transport-2020Acesso em: 30 set. 2021.

PARDO, C. F. Raising public awareness about sustainable urban transport: sustainable transport:sourcebook for policy-makers in developing cities. Module 1e. Eschborn: deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit GTZ, 2006. Disponível em: <www.sutp.org>. Acesso em: 10 set. 2021.

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