Que produtos os europeus levavam para ser comercializados na África

Comércio triangular foi o nome atribuído às relações comerciais estabelecidas entre três continentes do mundo: África, Europa e Américas (do Norte, do Sul e Central), entre os séculos XVI e XIX. Os europeus e suas metrópoles como Portugal, Espanha, Inglaterra e França encabeçaram esta forma de exploração e fizeram do mundo atlântico um negócio bastante lucrativo.

O principal elemento do comércio triangular foi o chamado tráfico negreiro, que envolvia o aprisionamento de africanos em seus povos, sua transferência forçada – a diáspora africana – por meio dos navios negreiros e a chegada no novo mundo. Todo esse movimento era organizado por agentes do tráfico, em troca de produtos manufaturados apreendiam e enviavam forçadamente homens e mulheres para serem explorados nas colônias europeias.

O comércio triangular iniciava com a troca de produtos manufaturados como armas de fogo, joias, aguardente, tabaco e tecidos de algodão por homens e mulheres no continente africano, que foram trazidos às Américas e transformados em escravos, sendo trocados por açúcar, tabaco e ouro, produtos estes que eram cedidos pelos senhores de escravos – proprietários de minas ou de terras.

Assim, os nativos africanos traficantes de escravos tinham papel importante nesta forma de comércio, afinal, sem os escravizados as produções de açúcar e tabaco e a exploração das minas não teria sucesso nem seria tão lucrativa.

Aqui no Brasil a questão do comércio triangular é um exemplo bastante emblemático. Com a divisão das capitanias hereditárias e o início da exploração das terras, os portugueses iniciaram a exploração da terra chamada de massapê, uma terra fértil para produção de cana-de-açúcar. Em Pernambuco muitas foram as terras destinadas a este produto e o trabalho nos engenhos era feito por sujeitos escravizados. Quanto mais branco, refinado e puro fosse o açúcar, melhor e mais lucrativo o produto para a Coroa portuguesa.

Já na Bahia o tabaco foi o principal produto produzido. Os mais refinados tinham como destino a Europa, mas os mais grosseiros foram utilizados como moeda de troca para o tráfico negreiro na costa africana. Neste período a cana foi o principal produto explorado por Portugal. O monopólio do açúcar era característico das plantations, sistema baseado na monocultura para exportação, latifúndios e mão de obra escrava.

Para que o monopólio do açúcar funcionasse o mais importante era a garantia de mão de obra. A escravização indígena gerava polêmicas e controvérsias, especialmente com a Igreja Católica. Já a escravização africana não levantava desconfortos morais entre a sociedade, fazendo com que a exploração do trabalho escravo africano fosse aceita com bastante facilidade. Desta forma o lucrativo tráfico de escravos caminhou ao lado do mercado do açúcar e posteriormente da exploração do ouro, garantindo lucros consideráveis a Portugal, no caso do Brasil, e às metrópoles europeias que tantas colônias exploraram no novo mundo.

O caso de Portugal é um exemplo da exploração do comércio triangular. Enquanto mantinha feitorias por toda a costa atlântica africana, explorava as terras das colônias. O lucro – tanto do tráfico como das monoculturas ou da exploração do ouro – ficava com Portugal.

Este sistema mercantil que trocava humanos, explorava sua força de trabalho e investia na exploração das colônias gerava lucros altos tanto para os negociantes africanos, como para as metrópoles e para os comerciantes das colônias. Por este motivo foi um sistema que durou tanto tempo, sendo extinto apenas no século XIX, por iniciativa da Inglaterra.

A exploração das colônias americanas por parte das Coroas europeias baseou-se na exploração de homens e mulheres africanos, que garantiam a força de trabalho nas monoculturas e na exploração de minérios, fazendo do oceano Atlântico um mundo em conexão com três vértices: África, Europa e Américas.

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O comércio de pessoas que se tornavam escravizadas estava presente no continente africano desde os egípcios antigos. As pessoas se tornavam escravas na África principalmente em razão das guerras: membros de tribos rivais eram reduzidos à condição de cativos, ou seja, escravos. As guerras se davam entre os diversos reinos africanos e, também, por meio dos conflitos que ocorriam entre as diferentes etnias africanas. Outra forma pela qual as pessoas se tornavam escravas era através das dívidas.

Na África, o comércio de escravos teve início por volta do século II a. C., quando o faraó Snefru retornou da região da Núbia com milhares de prisioneiros de guerra que se tornaram escravos no Egito Antigo. Posteriormente, gregos e romanos continuaram a traficar e a escravizar os africanos que se tornaram prisioneiros de guerra. É bom ressaltar que grande parte do norte da África integrou o Império Romano, e os gregos dominaram por muito tempo o mar Mediterrâneo, que liga o continente europeu com o continente africano. Em razão disso, vários africanos foram escravizados pelos romanos e gregos.

Com a conquista árabe, no século XII, principalmente no norte da África, o tráfico de escravos e o número de pessoas escravizadas na África aumentaram. Porém, o comércio de escravos africanos aumentou significativamente a partir do tráfico negreiro inaugurado pelos europeus no contexto da expansão marítima europeia, no século XV (Idade Moderna).

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No decorrer do século XV, os europeus, no intuito de expandir suas atividades comerciais, exploraram a costa africana. Com a colonização da América, necessitavam de mão de obra para trabalhar nas terras conquistadas no “Novo Mundo”.

Diante dessa nova realidade, os europeus passaram a praticar o lucrativo tráfico negreiro, que aconteceu durante quatro séculos entre o continente africano e o continente americano. O tráfico negreiro ocasionou transformações na sociedade africana, pois o aumento ou a diminuição da escravidão interna (na África) estava relacionado (a) com a maior ou a menor demanda externa (para a América). Portanto, quanto maior a necessidade de escravos na América, maior era o número de pessoas escravizadas na África. Assim, o tráfico negreiro se tornou um negócio rentável.

O contingente de africanos que foram trazidos forçadamente para a América como escravos não é preciso, mas situa-se entre dez e onze milhões de africanos escravizados, desde o século XV até a abolição do tráfico negreiro em Cuba, no ano de 1868. No Brasil, o tráfico negreiro foi proibido com a Lei Eusébio de Queiroz em 1850, mas a escravidão somente foi abolida no ano de 1888.

Quais produtos os europeus levavam para comercializar na África?

Os produtos oferecidos pelos portugueses interessavam aos africanos: tecidos, vinhos, cavalos, ferro (que era derretido e transformado em armas na África).

Que produtos europeus levavam para ser comercializados?

Resposta: Da Europa, partiam embarcações carregadas de produtos manufaturados, como armas de fogo, rum, tecidos de algodão asiático, ferro, jóias de pouco valor, entre outros artigos de menor valor comercial.

Que produtos eram trocados na África e vendidos na América?

O comércio triangular iniciava com a troca de produtos manufaturados como armas de fogo, joias, aguardente, tabaco e tecidos de algodão por homens e mulheres no continente africano, que foram trazidos às Américas e transformados em escravos, sendo trocados por açúcar, tabaco e ouro, produtos estes que eram cedidos ...