Que vantagens o Canal do Panamá oferece para o transporte marítimo?

CIDADE DO PANAMÁ – Uma multidão estava lá. Os relógios panamenhos marcavam 7h45 (9h45 em Brasília) quando o navio chinês Cosco Shipping Panama inaugurou a travessia da ampliação do Canal do Panamá. A embarcação entrou pelo lado do Atlântico e saiu no Pacífico, na tarde daquele domingo (26/6/16). A data marca o início do redesenho do comércio marítimo mundial. Com capacidade para receber navios maiores, o Canal vai encurtar distâncias, diminuir o tempo de transporte de cargas e reduzir o custo para os armadores (empresas donas dos navios). As oportunidades também se abrem para os portos mundiais e o Brasil está atento. O Complexo de Suape é um dos interessados em adaptar sua infraestrutura para receber navios maiores e se transformar num porto concentrador de cargas.

A ampliação do Canal demorou nove anos e custou US$ 5,25 bilhões. Foram construídas duas eclusas (espécie de elevador de água para os barcos): Água Clara e Cocolí, que se juntaram as já existentes (Miraflores, Pedro Miguel e Gatún). As novas têm 55 metros de largura, permitindo a passagem de navios com até 366 metros de comprimento e 13 mil toneladas de capacidade. As eclusas antigas tinham 33 metros de largura e só permitiam a passagem de navios com até 294 metros e 5 mil toneladas.

COMPETITIVIDADE

“Isso significa economia para os armadores, porque antes era necessário realizar várias viagens em embarcações menores. Agora são usados os barcos gigantes neo panamax, uma mudança histórica de patamar no comércio mundial para as mercadorias que precisam passar por essas rotas. Além de possibilitar novos tipos de cargas, a exemplo do gás liquefeito de petróleo”, observa Carlos Ortega, guia do Canal do Panamá no centro de observação de Água Clara.

Hoje as principais embarcações que passam pelo Canal são as de contêiner, graneleiros, tanques e refrigerados. Os Estados Unidos e a China são os maiores clientes. O diretor­executivo da MC Log Projetos e Consultoria, Marcilio Cunha, diz que alguns armadores poderão encurtar caminho para as Américas, antes feito pelo Canal de Suez (no Egito). “É uma economia significativa de dinheiro e de tempo de navegação. O Brasil poderá se beneficiar com o transporte de grãos, por exemplo. Mas os portos nacionais precisam investir em infraestrutura, apostando na adaptação dos portos para receber embarcações maiores e na construção de novos terminais”, diz.

Para o Panamá, o Canal significa sua consolidação e ampliação de fatia no comércio mundial, que hoje é de 4%. “A soberania do canal é nossa, após 85 anos de administração dos EUA. Em 2006, 75% da população votou sim no referendo que discutiu a ampliação do Canal”, recorda Javier Pimentel, guia do Canal em Miraflores.

* A repórter viajou a convite da Copa Airlines

Estudos de Caso

Energia

O tráfego anual através do Canal do Panamá cresceu de 1.000 navios quando o canal abriu pela primeira vez para quase 15.000 navios em 2014.

O CANAL DO PANAMÁ FOI ABERTO OFICIALMENTE EM 1914 PARA PARA CONECTAR O COMÉRCIO MARÍTIMO ENTRE OS OCEANOS ATLÂNTICO E PACÍFICO.

Desde então, o tráfego anual através do canal cresceu de 1.000 navios quando o canal foi aberto pela primeira vez para quase 15.000 navios em 2014. Além deste crescimento impressionante, o Canal do Panamá já não podia acomodar os navios grandes modernos. Por estas razões, a Autoridade do Canal do Panamá passou recentemente pelo maior projeto de expansão desde a sua construção original.

Em junho de 2016, o Terceiro Conjunto de Eclusas, como também é conhecido, concluiu a construção de um novo conjunto de eclusas nos lados do Atlântico e do Pacífico da hidrovia criando uma terceira faixa de tráfego e duplicando a capacidade de carga. O canal ampliado oferece aos transportadores, varejistas, fabricantes e consumidores do mundo maiores opções de transporte, melhor serviço marítimo, logística aprimorada e confiabilidade da cadeia de suprimentos.

Para apoiar essa expansão, a GGB desenvolveu os mancais hemisféricos de bronze fundido G GB-DB®, um novo tipo de mancal com calotas esféricas, para a reforma das comportas do sistema de eclusas do Canal do Panamá. Entre os requisitos especificados para os novos mancais hidráulicos estavam vida útil de 25 anos, resistência à abrasão, operabilidade submarina e facilidade de montagem e operação. Além disso, o Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA estipulou o uso de mancais autolubrificantes em lugar de mancais de bronze com graxa para evitar a contaminação da água.

Os mancais de bronze fundido GGB-DB® têm um papel crucial de desempenho sólido enquanto protegem o ecossistema existente. Seu desenho exclusivo proporciona movimento confiável e consistente e é livre de graxa — evitando a contaminação do meio ambiente.

Após o desenvolvimento e instalação inicial do produto, a GGB fechou recentemente um terceiro contrato para o fornecimento de mais quatro mancais com calotas esféricas para comportas subaquáticas. Até o momento, a GGB forneceu um total de 10 mancais com calotas esféricas, suficientes para a restauração de cinco comportas.

Atualmente, não existe um prazo definido para concluir a substituição de todos os mancais com calotas esféricas de bronze lubrificado com graxa no Canal do Panamá. No entanto, espera-se que a implementação seja plurianual, considerando que há aproximadamente 90 comportas no Canal do Panamá.

Resina polimérica avançada

A GGB teve que apresentar resultados de testes certificados por terceiros para ter seus mancais considerados para o projeto. Após correlacionar as necessidades especificadas com os requisitos funcionais dos mancais e um extenso estudo de vários materiais, a empresa selecionou uma resina polimérica avançada com fibras de PTFE.

A GGB desenvolveu o mancal hemisférico de bronze fundido GGB-DB® revestido com o novo material na forma de pinos lubrificantes sólidos embutidos, salientes sobre 70% da superfície.

Esta configuração não só permitiu uma lavagem eficiente do mancal através de ranhuras de limpeza integral, mas também melhorou a sua integridade estrutural e facilitou a sua produção.

Protótipos para testes

Protótipos em escala 1:4 foram enviados ao Powertech Labs para testes, que produziram excelentes resultados em termos de atrito estático/dinâmico, desgaste axial/horizontal direto e resistência à temperatura.
Mancais em tamanho real foram então produzidos para análise por elementos finitos, que confirmou que a pressão de contato e a força de corte estavam bem dentro de suas propriedades mecânicas com uma margem de segurança suficiente.
Além de aplicações hidrelétricas, os novos mancais também são adequados para uso em pontes, telescópios e outras aplicações que envolvam movimentos giratórios e exijam alta resistência à carga axial.
 

Link externo:

• Wikipédia: artigo sobre a história do Canal do Panamá

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