Ampicilina é o mesmo que amoxicilina

Penicilina e Amoxicilina são antibióticos usados para tratar infecções causadas por bactérias.

A penicilina foi o primeiro antibiótico descoberto e continua sendo útil para combater várias bactérias. A penicilina é classificada em vários tipos: primeira, segunda, terceira e quarta geração. A penicilina mais conhecida é a Benzetacil® (Penicilina Benzatina) que é usada na forma de injeção intramuscular geralmente nas nádegas.

Para que serve a penicilina?

A Amoxicilina é uma medicação derivada da penicilina, classificada como de segunda geração pois é capaz de combater um espectro maior de bactérias. Portanto, quem possui alergia às penicilinas não deve usar amoxicilina na mesma. Ela é disponível em comprimido ou xarope (suspensão oral). As infecções mais comuns tratadas com amoxicilina são: otite (infecção de ouvido), de garganta, de pele, de dente, de urina, pneumonia e erradicação do H. pylori no estômago.

Por isso, apesar de terem composições equivalentes, as duas medicações são usadas com finalidades distintas a depender da doença em questão (pois uma pode ser mais específica para determinada doença do que a outra) e da forma de administração (injeção, comprimido, líquido).

O/a médico/a saberá indicar a melhor opção de acordo com a infecção do/a paciente.

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O que é amoxicilina?

A amoxicilina é um antibiótico que pertence à família das penicilinas, sendo classificada como uma penicilina de amplo espectro de 2ª geração.

As penicilinas são classificadas nas seguintes categorias:

  • Benzilpenicilinas: Penicilina cristalina, Penicilina G procaína, Penicilina benzatina e Penicilina V.
  • Penicilinas antiestafilocócicas: flucloxacilina, nafcilina, oxacilina, cloxacilina e dicloxacilina.
  • Penicilinas de amplo espectro: ampicilina, amoxicilina, ticarcilina, piperacilina.
  • Penicilinas de amplo espectro obtidas por associação com inibidores de ß-lactamase: Amoxicilina + ácido clavulânico, Ticarcilina + ácido clavulânico, Ampicilina + sulbactam e Piperacilina + tazobactam.

A amoxicilina é um antibiótico muito utilizado para o tratamento de infecções bacterianas das vias respiratórias ou como parte do esquema de antibióticos contra a bactéria H.pylori.

O efeito colateral mais comum da amoxicilina é a diarreia, que costuma surgir quando o antibiótico é utilizado em doses altas e por tempo prolongado.

Atenção: este texto não pretende ser uma bula da amoxicilina. Nosso objetivo é ser menos técnico que uma bula e mais útil aos pacientes que procuram informações sobre este medicamento.

Diferenças entre amoxicilina e amoxicilina com clavulanato

A amoxicilina, assim como todos os antibióticos da família da penicilina, é um antibiótico que contém em sua estrutura molecular um anel chamado beta-lactâmico. Algumas bactérias desenvolvem resistência à amoxicilina por produzirem uma enzima, chamada beta-lactamase, que é capaz de destruir esse anel. A destruição do anel beta-lactâmico desarranja a estrutura molecular do antibiótico e o torna ineficaz.

O ácido clavulânico, ou clavulanato, é uma substância que inibe a beta-lactamase, impedindo que as bactérias produtoras desta enzima inativem a amoxicilina. Portanto, a adição do clavulanato à amoxicilina aumenta o seu espectro de ação, tornado-o eficaz contra uma diversidade maior de bactérias.

Você deve estar se perguntando: se a amoxicilina com clavulanato possui um espectro de atividade maior que a amoxicilina, por que então o meu médico me prescreveu apenas a amoxicilina pura?

A resposta é simples, para evitar o desenvolvimento de mais resistência, prescrevemos sempre o antibiótico com o menor espectro possível. Se uma bactéria é sensível à amoxicilina não há por que usarmos uma formulação mais potente à toa. A associação com o clavulanato só está indicada quando suspeitamos que infecção possa ser resistente à amoxicilina pura.

Falamos especificamente da amoxicilina com clavulanato no artigo: Amoxicilina + Clavulanato – Como Tomar e Efeitos Adversos.

Para que serve

A amoxicilina é um antibiótico com atividade contra as seguintes bactérias:

  • Streptococcus spp.
  • Enterococcus spp.
  • Haemophilus influenzae.
  • Helicobacter pylori.
  • Listeria monocytogenes.
  • Salmonella spp.
  • Shigellae spp.
  • Escherichia coli.
  • Proteus mirabilis.

Em algumas regiões, porém, muitas das bactérias listadas acima já desenvolveram capacidade de produzir beta-lactamase, o que torna a amoxicilina pura insuficiente para o seu tratamento.

Em geral, a prescrição sem ácido clavulânico só deve ser feita se o médico conhecer o perfil de sensibilidade das bactérias em sua comunidade.

Habitualmente, a prescrição de amoxicilina “pura” pode ser feita nas seguintes doenças:

  • Gastrite por Helicobacter pylori.
  • Faringites em pacientes que não costumam ter faringites de repetição.
  • Sinusite em pacientes que não costumam ter sinusites de repetição.
  • Otite média.
  • Profilaxia da endocardite em pré-operatórios.
  • Cistite.
  • Clamídia na gravidez.

Nomes comerciais

A amoxicilina pode ser encontrada sob a forma genérica ou através dos seguintes nomes comerciais:

  • Amoxil.
  • Amoxina.
  • Camoxin.
  • Hiconcil.
  • Moxiplus.
  • Novocilin .
  • Novoxil.
  • Penvicilin.
  • Probenil.
  • Velamox.

A amoxicilina também pode ser encontrada em comprimidos para o tratamento da bactéria H.pylori, habitualmente com a seguinte composição: omeprazol, amoxicilina e claritromicina

Como tomar

A amoxicilina é habitualmente vendida em comprimidos de 250 mg, 500 mg ou 875 mg. A forma em xarope pode ser encontrada nas formulações: 125 mg/5 mL, 200 mg/5 mL, 250 mg/5 mL ou 400 mg/5 mL

A posologia habitualmente prescrita é de 500 mg de 8/8 horas ou 875 mg de 12/12 horas. Em casos mais graves, a dose pode ser aumentada para 1000 mg de 8/8 horas. Em geral, o tratamento é prescrito por 7 a 14 dias.

A amoxicilina pode ser tomada junto com a comida ou com o estômago vazio.

Pacientes com insuficiência renal crônica

Nos pacientes com doença renal crônica, a dose deve ser ajustada de acordo com a taxa de filtração glomerular (TGF):

  • TFG maior ou igual a 30 mL/minuto: não é necessário ajuste posológico.
  • TFG 10 a 30 mL/minuto: 250 a 500 mg a cada 12 horas
  • TFG menor que 10 mL/minuto: 250 a 500 mg a cada 24 horas.

Pacientes em hemodiálise: 250 a 500 mg a cada 24 horas; nos dias de hemodiálise, administrar após a sessão.

Efeitos colaterais

A amoxicilina é um antibiótico com baixa taxa de efeitos colaterais. Em geral, menos de 3% dos pacientes precisam suspender o tratamento devido a efeitos adversos.

Entre os efeitos colaterais mais comuns estão a diarreia, cólicas, náuseas, rash de pele, candidíase vaginal e urticária.

Nos paciente com mononucleose, que são confundidos com casos de faringites bacterianas, o uso de amoxicilina costuma causar um rash por todo o corpo.

Contraindicações

Por ser um antibiótico da família das penicilinas, a amoxicilina, com ou sem clavulanato, é contra-indicada para os pacientes com história de alergia à penicilina.

A Amoxicilina pode ser usada durante a gravidez, sendo classificada como um fármaco de categoria B (leia: Quais são os antibióticos permitidos na gravidez?).

Em relação à amamentação, o antibiótico é parcialmente excretado pelo leite, podendo haver absorção de pequenas quantidades do mesmo pelo bebê. Não é contra-indicada, mas seu uso de ser criterioso. A amoxicilina não provoca diminuição da produção de leite.

A Amoxicilina pode ser administrada em mulheres que fazem uso de anticoncepcional hormonal. Não há estudos que comprovem redução do efeito da pílula (leia: Quais antibióticos cortam o efeito da pílula anticoncepcional?).

Interações medicamentosas

Os pacientes que fazem uso de anticoagulantes, como a Varfarina, devem tomar cuidado com a associação, pois a amoxicilina aumenta o efeito anticoagulante, podendo causar elevação do INR.

A associação com o alopurinol aumenta o risco de reação alérgica.


Referências

  • Amoxicilina Aché – Cápsula 500 mg – Bula do fabricante.
  • Amoxicilina Teuto – Cápsula dura 500 mg – Bula do fabricante.
  • Amoxicillin – StatPearls.
  • Amoxicillin: Drug information – UpToDate.
  • Penicillin, antistaphylococcal penicillins, and broad-spectrum penicillins – UpToDate.

Ampicilina é o mesmo que amoxicilina

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.

Qual é a diferença entre amoxicilina e ampicilina?

Qual a diferença entre Ampicilina e Amoxicilina? Ambas são penicilinas, contudo, a amoxicilina é derivada da ampicilina e apresenta espectro de ação semelhante. Entretanto, por ter melhor absorção oral, atinge concentrações séricas e teciduais maiores.

Para que serve ampicilina e amoxicilina?

Infecções do trato urinário, respiratório, digestivo e biliar. Infecções localizadas ou sistêmicas especialmente causadas por germes do grupo dos Enterococos, Haemophilus, Proteus, Salmonella e E. coli. É indicado para tratamento de infecções bucais, extrações infectadas e outras intervenções cirúrgicas.

Que antibiótico substitui amoxicilina?

CONCLUSÃO: A azitromicina tem eficácia e tolerabilidade semelhantes às da amoxicilina para o tratamento da exacerbação aguda da Doença pulmonar obstrutiva crônica.

Qual a diferença de penicilina e amoxicilina?

Na verdade, existem diversos tipos de penicilina e vários medicamentos usados atualmente são derivados dela. A amoxicilina é um exemplo: considerada uma penicilina de segunda geração, por ser capaz de combater um espectro maior de bactérias, é indicada no tratamento de infecções urinárias, de ouvido e respiratórias.