Como podemos contribuir para uma sociedade igualitária?

EDUCAÇÃO E CIDADANIA: A IMPORTÂNCIA E OS DESAFIOS DE UMA ORIENTAÇÃO QUE VISE PROMOVER A AUTONOMIA, A DIVERSIDADE E A IGUALDADE SOCIAL.

KEYWILLA DA SILVA VENCESLAU

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

A família e a escola sempre foram os principais grupos sociais. É com a escola e com a família que iniciamos nosso processo de socialização. No entanto, com a falta de estrutura familiar, problema enfrentado por muitas crianças e adolescentes de escola pública nos dias atuais, a escola passa cumprir o papel mais importante na formação do caráter e da personalidade dos indivíduos. O que nos leva a figura do professor que nessas circunstâncias é o adulto responsável pela orientação. A grande questão a ser debatida é que tipo de orientação queremos dar, e que orientação damos as nossas crianças. Se pensarmos que todos queremos uma sociedade justa e igualitária, parece fácil responder que a queremos e damos orientações que promovam a justiça e a igualdade, porém a facilidade da resposta é ilusória, pois a maior parte dos responsáveis pela orientação não foram educados para autonomia, muito menos para promover justiça e a igualdade. Vivemos numa sociedade dividida em classes, e esse divisão reflete e é reflexo da educação que nos é proporcionada. O que nos leva a concluir que se alterarmos o modelo educacional, podemos contribuir na formação de cidadãos autônomos e na construção de uma sociedade igualitária. A partir da minha experiência em sala de aula tanto como aluna quanto como professora pude chegar às conclusões acima citadas e pretendo por meio destas abordar a importância e o desafio de uma orientação que promova a autonomia, igualdade social e a diversidade.  O intuito é fazer uma analise da orientação que é dada as nossas crianças e adolescentes na escola. Apresentando a importância e os desafios de debatermos a igualdade de género, a divisão social de classes e diversidade cultural para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.    

Mulheres geralmente ganham menos do que homens, fazem mais trabalho doméstico e sofrem mais violência sexual. Saiba como mudar essa realidade

Nova York, Estados Unidos

Como podemos contribuir para uma sociedade igualitária?
Mulheres ainda têm menos direitos e oportunidades que os homens, mas pequenas atitudes podem mudar essa realidade (Reprodução/Pexels)

Em 2017, uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial mostrou que a desigualdade de gênero no mundo é de 32% – ou seja, mulheres têm apenas 68% dos direitos, oportunidades e recursos acessados pelos homens no mundo. Essas diferenças e a velocidade com que trabalhamos para diminuí-las variam de país para país. Mas, segundo o estudo, se mantivermos as condições atuais, serão necessários 100 anos para que todas as pessoas, independentemente do sexo biológico e da orientação sexual, vivam de forma igualitária.

Apesar de ainda termos um longo caminho pela frente, cada vez mais o mundo se conscientiza de que é preciso agir para combater a desigualdade de gênero – que, em muitas partes do mundo, é potencializada pela associação a outros tipos de discriminação, como racismo, xenofobia, homofobia etc. Ao longo dos anos, os benefícios da igualdade de direitos vão ficando evidentes. Um estudo da Organização Mundial do Trabalho, por exemplo, mostrou que, se até 2025 todos os países reduzissem a diferença da participação entre mulheres e homens no mercado de trabalho em 25%, o mundo teria um aumento de 204 milhões na força de trabalho – o que injetaria 5,8 trilhões de dólares no PIB global.

Além da participação no mercado de trabalho, a diferença salarial poderia beneficiar a economia mundial caso fosse eliminada. Um estudo publicado em 2017 pelo Institute for Women’s Policy Research, mostrou que se todas as mulheres que trabalham nos Estados Unidos ganhassem o mesmo que os funcionários homens nos mesmos cargos, o país teria um aumento de 2,8% no PIB.

Ações como garantir salários iguais para os mesmos cargos (tanto no setor público, privado e no terceiro setor) e dividir as tarefas domésticas dentro de casa podem ajudar a combater o problema. Preparamos uma série de conteúdos para você saber como contribuir para um mundo mais justo no dia a dia, desde a infância e na adolescência. Na terceira reportagem da série, veja o que adultos podem fazer para avançar a igualdade de gênero.

Como podemos contribuir para uma sociedade igualitária?

DIVIDA O TRABALHO DOMÉSTICO E O CUIDADO COM FILHOS
O trabalho doméstico e o cuidado com os filhos são responsabilidade de todos os adultos da casa – observe se na sua há uma divisão igualitária. A sobrecarga dos cuidados com o lar e os filhos, em grande parte do mundo, ainda é depositada sobre as mulheres. Um relatório divulgado pela ONU em 2015 aponta que as mulheres de países em desenvolvimento fazem, por dia, três horas a mais de trabalho não remunerado (trabalho doméstico e cuidado com os filhos) do que os homens – em países desenvolvidos, esse índice é, em média, de duas horas a mais.

Segundo estudos, a sobrecarga de trabalho doméstico pode aumentar as chances de a mulher desenvolver transtornos mentais, além de afetar a produtividade no trabalho, influenciando consequentemente o salário.

FIQUE ATENTO AOS SINAIS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Busque ajuda e dê apoio caso você saiba de alguma amiga ou conhecida que esteja sofrendo com um relacionamento abusivo ou violência doméstica. Esse tipo de violência não se restringe a agressões físicas. Ataques verbais (xingamentos e ameaças, por exemplo) ou psicológicos (comportamento controlador, manipulador e intimidatório) também afetam as mulheres e geralmente ocorrem de forma combinada. Caso você vivencie uma situação de violência doméstica, saiba que não está sozinha. Busque ajuda e denuncie.

O mesmo relatório da ONU citado acima aponta que, na maioria dos países com dados disponíveis, menos de 40% das mulheres que sofrem violência procuram ajuda de qualquer tipo. Entre as que o fazem, a maioria busca a família e os amigos, e poucas vão para instituições e mecanismos formais, como polícia e serviços de saúde. Menos de 10% das mulheres que procuram ajuda após sofrerem violência procuraram a polícia.

APOIE AS MÃES, ENVOLVA OS PAIS
Responsáveis por crianças e adolescentes precisam de apoio de toda sociedade. Oferecer o assento do ônibus a uma mulher grávida, cobrar a implantação de fraldários em todos os banheiros de centros comerciais (não apenas no feminino) e pressionar pela garantia de licenças maternidade e paternidade nas empresas são ações necessárias. Os dados mais recentes da ONU, divulgados em 2015, apontam que apenas 53% dos países oferecem ao menos 14 semanas de licença-maternidade e 48% dos países tinham alguma licença-paternidade.

NÃO SE ENGAJE (E REPREENDA) ATITUDES MACHISTAS E RACISTAS
Não faça e não se cale ao ouvir comentários que ridicularizem, depreciem ou humilhem mulheres, pessoas negras, indígenas, integrantes da comunidade LGBTQI ou qualquer outro membro de comunidades historicamente marginalizadas. Converse com colegas, amigos e familiares e chame atenção para a reprodução de machismo, racismo, homo e transfobias.

ELEJA, APOIE, FINANCIE, DÊ ESPAÇO
Pesquise quem são as candidatas mulheres, principalmente mulheres de comunidades sub-representadas. Além de votar, considere outras formas de apoiar e dar espaço para a promoção de mulheres e LGBTQI nas artes, nas ciências, nos esportes etc.

Segundo dados da ONU Mulheres de 2017, existem apenas 17 países com mulheres como chefes de Estado e/ou governo no mundo. A média global de mulheres no Congresso é de apenas 23,4%.

NÃO SUPONHA; OUÇA
Um dos principais entraves à eliminação do preconceito é o fato de que as pessoas têm dificuldade de reconhecer que ele existe em primeiro lugar. Pesquisas já comprovaram que todos nós reproduzimos preconceitos e visões estereotipadas relacionadas a vários temas, incluindo gênero e raça. “A neurociência e a ciência comportamental aprenderam muito sobre nossos preconceitos inconscientes. Todos nós os temos, e eles são baseados em raça, religião, orientação sexual e gênero. O importante é ter consciência das nossas pressuposições e desafiá-las”, explica Lise Eliot, professora de neurociência da Chicago Medical School.

Portanto, procure prestar atenção nas suas pressuposições e saiba que nenhum de nós está imune a emitir comentários e realizar atitudes preconceituosas. Quando alguém apontar algo problemático em sua fala, ouça e reflita.

Como podemos contribuir para uma sociedade igualitária?

CONTRATE DIVERSIDADE
Valorize, estimule e contrate equipes diversas. Um estudo da Boston Consulting Group,  realizado com 1700 empresas em oito países, mostrou que, quanto mais diversos eram os quadros de funcionários, melhores eram as performances e tendências para inovação das empresas. A pesquisa indicou ainda que uma inclusão de apenas 2,5% de mulheres em uma equipe de gerentes pode aumentar em 1% o faturamento vindo de inovação

Uma forma de aumentar a contratação de grupos não representados, segundo a consultora em diversidade April Reign, é retirar nomes, fotos e endereços dos currículos na fase inicial do processo seletivo, pois, segundo pesquisas, preconceitos de gênero e raça acontecem antes mesmo da entrevista. “Essa prática [de eliminar nomes dos currículos] está começando a acontecer mais nos Estados Unidos e precisa acontecer muito mais. Porque não deveria importar quem é a pessoa se o candidato é o ideal para a vaga, mas existem preconceitos inconscientes. Se Janet Thompson envia exatamente o mesmo currículo que Mark Thompson, as evidências mostram que Mark vai conseguir uma entrevista, e não Janet, apesar de os currículos serem idênticos”, explica Reign. “É por isso que, se você retirar os nomes e esperar a pessoa entrar na sala, aí você saberá que estará sendo verdadeiramente justo com o outro lado da mesa em termos de contratação.”

PAGUE (E EXIJA) O MESMO SALÁRIO PARA CARGOS IGUAIS
Para cada dólar que um homem recebe, a mulher ganha, em média, de 70 a 90 centavos, segundo dados da ONU. Por isso, é importante observar, checar e apoiar empresas que pagam o mesmo salário, benefícios e bônus para funcionárias e funcionários com cargos equivalentes.

Se isso não ocorrer no lugar em que você trabalha, mobilize recursos e contatos para solicitar a publicação dos salários de todos os funcionários ou realizar uma auditoria que regularize a situação dos pagamentos, como já tem acontecido em algumas empresas dos Estados Unidos e de países europeus.

ASSÉDIO SEXUAL E RACISMO: TOLERÂNCIA ZERO
Funcionárias(os) precisam ter um canal seguro para denunciar casos de assédio moral, sexual e de racismo, sem que sejam expostas(os) ou demitidas(os). Casos comprovados devem ser punidos. Além disso, a consultora April Reign explica que é importante observar “como as pessoas que são mais vulneráveis estão representadas” no comitê que investiga as denúncias.

FAÇA (OU SOLICITE) TREINAMENTOS ANTIRRACISMO E ANTIPRECONCEITO
No trabalho, o racismo e os preconceitos que atingem frequentemente pessoas de grupos historicamente marginalizados tornam-se microagressões, ou seja, chacotas, piadas ou comentários ofensivos feitos muitas vezes sem intenção de ofender – mas que ofendem e geram estresse.

Uma das formas de acabar com as microagressões é oferecer treinamentos sobre diversidade e preconceito implícito. Mas, como orienta April Reign, os treinamentos devem incluir todos. “Precisa começar do topo. Não pode só o CEO dizer ‘ok, a gente vai pagar por isso’. Eles [líderes] têm que participar”, diz ela.

Para a produção desta reportagem foram consultadas April Reign, consultora de diversidade e criadora da hashtag #OscarsSoWhite, e Lise Eliot, professora de neurociência da Chicago Medical School. A consultoria para a revisão desta reportagem e dos quadrinhos são das advogadas do Instituto Alana, Mayara Silva de Souza e Juliana Pereira, ambas militantes pela equidade racial; da ativista e jornalista Juliana Gonçalves, uma das organizadoras da Marcha das Mulheres Negras em São Paulo; e também da professora da Universidade Estadual Paulista,  Célia Regina Rossi, especialista em educação e sexualidade, coautora de Sexualidade e Educação Sexual: políticas educativas, investigação e práticas.

PARA SABER MAIS

  • O documentário “The Mask You Live In” (Netflix) traz reflexões importantes sobre masculinidade contemporânea (inglês)
  • Nesta TED Talk, Vernā Myers fala sobre como enfrentar preconceitos velados
  • Dossiê sobre violência doméstica no Brasil da Agência Patrícia Galvão, e uma plataforma da ONU com recursos de diversos tipos sobre violência contra a mulher em (inglês e espanhol)
  • O podcast da organização Ladies Get Paid traz mensalmente entrevistas e comentários sobre negociação salarial para mulheres (inglês)
  • Este projeto da universidade de Harvard mostra como o preconceito implícito está em todos nós. É possível fazer o teste (em português) e ver como você se sai em termos de preconceito inconsciente
  • A MTV americana, em parceria com a Universidade do Estado de Ohio, montou o projeto “Look Different”, que explica o que é e como age o preconceito implícito. O site conta ainda com um guia de “limpeza” em 7 etapas (em inglês) para começar a desconstruir as ideias preconcebidas que não percebemos que temos

Publicado em 20/12/2018

Como podemos promover uma sociedade igualitária?

Por meio do estímulo à proteção e à diversidade cultural, uma sociedade torna-se mais justa. Ou seja, com menor desigualdade social, preconceitos, intolerância e desrespeito aos diferentes modos de vida. “Os governantes devem promover políticas públicas de incentivo à cultura.

O que podemos fazer para contribuir para uma sociedade melhor?

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Como nossas ações cotidianas podem contribuir para uma sociedade igualitária?

Ações como garantir salários iguais para os mesmos cargos (tanto no setor público, privado e no terceiro setor) e dividir as tarefas domésticas dentro de casa podem ajudar a combater o problema.

Como o respeito pode contribuir para uma sociedade mais justa e equilibrada?

5 formas de praticar o respeito frente às diferenças Pratique a escuta ativa, demonstre interesse e ouça a opinião e os pontos de vista do outro, sem julgamentos. Seja paciente. Fique atento à forma de se expressar. Avalie as palavras, a forma e como seu discurso será recebido pelo outro.