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O emprego do tempo presente do indicativo, assim como todos os assuntos relacionados ao universo gramatical, encontra-se em consonância com alguns pressupostos predefinidos. Assim, partindo dessa premissa, dispomo-nos a compreender um pouco mais acerca de tal procedimento linguístico, levando-se em conta alguns aspectos tidos como relevantes. Ao fazermos uso deste tempo, inferimos se tratar de uma enunciação relacionada ao momento presente. Contudo, além dessa noção conceitual, torna-se passível de menção outros fatores relacionados a tal emprego, dignos de se incorporarem ao nosso conhecimento. Assim sendo, estejamos atentos a algumas elucidações aqui formadas: * O presente do modo indicativo é empregado quando se deseja retratar um fato ocorrido no momento da fala, também chamado de presente momentâneo: Aprecio boas leituras. Estou contente com a notícia. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) * É também utilizado para expressar processos habituais, regulares, ou que possuem validade permanente: Durmo regularmente. O direito de ir e vir são concebidos a todos os cidadãos. * O emprego também se deve ao ato de narrar fatos passados, de modo a conferir-lhes atualidade. É também conhecido como o presente histórico: “Em 58 a.C César invade a Gália e inicia uma das mais famosas campanhas da história militar”. * Sua utilização se encontra relacionada ao ato de indicar um fato no futuro próximo, tido como uma realização certa: Daqui a alguns instantes ele volta. * Utilizado com valor imperativo, o uso do presente constitui uma ação delicada e familiar de pedir ou ordenar algo: Vê se vocês voltam logo, sim? Filho, vê se não me chama antes do almoço. As vozes verbais informam a relação entre a coisa referida e os participantes daquilo que é relatado. Existem três vozes verbais: voz ativa, voz passiva e voz reflexiva. Confira abaixo como elas funcionam. Leia também: O que são modos verbais? Tópicos deste artigo
Voz ativaAdiantamos que a voz ativa ocorre quando o sujeito pratica a ação expressa pelo verbo, sendo tradicionalmente chamado de agente. Assim:
O gato caiu do telhado. Nesse caso, o verbo está na voz ativa, mas o gato, apesar de sujeito, apresenta passividade em vez de atividade, pois sofre uma ação em vez de agir. O mesmo acontece neste exemplo que se refere ao jogo que eliminou o Brasil da copa em casa: A seleção brasileira apanhou feio da Alemanha. A frase está na voz ativa, mas a seleção brasileira (sujeito) não é agente, porque está recebendo e não praticando a ação expressa pelo verbo. Desse modo, apesar de servir à nomenclatura, o nível semântico é secundário. Ou seja, não importa se o sujeito está de fato agindo no mundo real para que exista a estrutura da voz ativa. Por isso, é importante não tomar como sinônimos os termos sujeito e agente para definir a voz ativa. Voz passiva
Voz passiva é uma construção em que o objeto direto passa a ocupar a função de sujeito. Assim, a estrutura sintática sujeito–verbo–objeto da frase original se inverte, mas o sentido do enunciado permanece.
Ao observar o exemplo, é possível notar que a passiva é constituída de um verbo auxiliar (frequentemente ser) que acompanha o verbo no particípio. Por isso, esse tipo de voz passiva é conhecido como analítica.
Além da passiva analítica, também temos em português a passiva chamada pronominal. É formada pelo pronome se, que tem a função apassivadora. Nesse tipo de construção, não há verbo auxiliar, por isso alguns gramáticos a denominam passiva sintética. Além disso, não existe o agente da passiva.
Como passar da voz ativa para passiva e vice-versaVoltemos aos primeiros exemplos de voz ativa e voz passiva:
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Mas nem todas as construções ativas podem ser transformadas em passivas. Se tentássemos aplicar o esquema em: Paula levou um tiro. A frase obtida seria: Um tiro foi levado por Paula. Vemos que é impossível, simplesmente porque precisa existir um sujeito agente para ser convertido em paciente. Paula, no caso, não está agindo, está apenas vivenciando uma ação como sujeito. O primeiro motivo para alguém escolher utilizar a voz passiva, em vez da voz ativa, é o desejo de modificar a perspectiva da cena. Em uma passagem de “Os Maias”, de Eça de Queirós, temos: “O Carlos da Maia foi ofendido aí por um sujeito muito conhecido”.
Voz reflexivaAlém da ativa e da passiva, também existe a voz reflexiva. Na voz reflexiva o sujeito/agente e o objeto/paciente coincidem. Isso significa que o sujeito faz uma ação, expressa pelo verbo, que ele mesmo sofre ou recebe. Tomemos como exemplo a oração abaixo:
Mas a voz reflexiva não deve ser confundida com a voz ativa formada por verbos que expressam sentimento, como queixar-se, alegrar-se, zangar-se. Tanto é que não podemos dizer, por exemplo, zango-me a mim mesmo. Muitas vezes pode haver ambiguidade resolvida pelo contexto, por exemplo: O operário feriu-se. Essa oração pode ser interpretada como passiva pronominal (O operário foi ferido) ou como reflexiva (O operário feriu a si mesmo). Na primeira interpretação, foi ferido acidentalmente; na segunda, se feriu por vontade própria. Exercícios1 - Reorganize as colunas, fazendo as frases corresponderem à voz adequada dos verbos: ( ) Não vejo rosas neste jardim. ( 1 ) reflexiva ( ) A garotinha penteou-se sozinha. ( 2 ) passiva analítica ( ) Regam-se as plantas de manhã cedo. ( 3 ) ativa ( ) A noiva vinha acompanhada pelo pai. ( 4 ) passiva pronominal Solução: 3, 1, 4, 2. 2 - (MED. ITAJUBÁ) – Todas as frases estão na voz passiva, exceto: a) Fazia-se a relação dos livros novos. b) Estuda-se novo processo de irrigação. c) Trata-se sempre do mesmo problema. d) Projetava-se um grande frigorífico. e) Arrisca-se a vida por tão pouca coisa. Solução: c, pois todas as outras podem ser reescritas na passiva analítica, exceto “Trata-se sempre do mesmo problema”. a) A relação dos livros novos era feita. b) Novo processo de irrigação é estudado. c) Trata-se sempre do mesmo problema. d) Um grande frigorífico era projetado. e) Por tão pouca coisa a vida a vida é arriscada. Por Paula Piva Que efeito de sentido as formas verbais decretar é sancionar expressam no texto?O efeito de sentido é evidenciar que essa é a opinião do especialista entrevistado, não do redator da notícia. É uma forma de isentar o jornalista quanto à veracidade do conteúdo expresso.
Que efeito de sentido o emprego do verbo na primeira pessoa do presente produz?▫️ o emprego do presente do indicativo indica que o problema é atual e precisa ser resolvido urgentemente.
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