O que é Educação Física na atualidade?

O que é Educação Física na atualidade?
O que é Educação Física na atualidade?

A Educa��o F�sica e a escola atual: limites e possibilidades 

a partir de um olhar inquieto sobre as pr�ticas pedag�gicas

La Educaci�n F�sica y la escuela actual: l�mites y posibilidades a partir de una mirada inquieta sobre las pr�cticas pedag�gicas

O que é Educação Física na atualidade?

 

Mestre em Educa��o pela Universidade Federal de Goi�s, UFG

Professor da Faculdade de Educa��o F�sica, UFG

(Brasil)

S�rgio de Almeida Moura

 

Resumo

          Este texto tem como objetivo refletir sobre a educa��o f�sica e seu lugar no interior da escola b�sica. Partimos de um resgate ainda que sint�tico, da trajet�ria hist�rica da escola brasileira nos s�culos XVIII, XIX e XX. H� elementos na constitui��o da escola que revela, conforme Gasparin, Freire e outros, que esta nunca � neutra e que sempre revela as caracter�sticas da forma de pensar vigente. Disso, entendemos a urg�ncia na retomada do debate pol�tico-pedag�gico sobre o papel que cumpre os diversos componentes curriculares, mas, sobretudo, a Educa��o F�sica como campo de interven��o pedag�gica e formativa mediado pelos conte�dos da Cultura Corporal em suas mais variadas manifesta��es mais ou menos conhecidas. Ao longo do texto, lan�amos alguns questionamentos que n�o nos preocupamos em responder nesse lugar, sobretudo, porque em cada contexto profissional e acad�mico as respostas poder�o ser diferentes, porque h� o entendimento de que, na diversidade de contextos e realidades, h� tamb�m diversidade de respostas �s quest�es postas. Mas, provisoriamente alertamos sobre a necessidade dos educadores assumirem suas posi��es frente a um determinado projeto de educa��o para um determinado modelo societ�rio.

          Unitermos:

Educa��o F�sica. Escola. Pr�tica revolucion�ria.  
O que é Educação Física na atualidade?
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, A�o 18, N� 183, Agosto de 2013. http://www.efdeportes.com

O que é Educação Física na atualidade?

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A escola: hist�ria e alguns contextos

    Falar da escola brasileira, em qualquer momento hist�rico �, necessariamente, obrigat�rio cumprir a tarefa de estabelecer em nossa compreens�o e na compreens�o do leitor, aspectos de sua g�nese e trajet�ria para podermos nos movimentar e entender uma din�mica que algum tempo vimos chamando de limites e possibilidades de organiza��o da educa��o f�sica e da escola.

    �A educa��o nunca � neutra, mas sempre ideol�gica e politicamente comprometida� (GASPARIN, 2003, p.20).

    Isso significa que quando falamos da escola, nos referindo a todos os n�veis e modalidades de organiza��o escolar e tipos de ensino que j� existiram e existem no pa�s. A trajet�ria hist�rica da educa��o brasileira traz registros inimagin�veis aos olhos de estudantes e educadores de hoje. Hist�rias de abandono e descaso nos s�culos XVII, XVIII e XIX que deixaram marcas profundas na organiza��o e constitui��o da educa��o nos s�culos XX e XXI (atual).

    Trataremos aqui de refletir sobre aspectos que comp�e o cen�rio da educa��o brasileira que nos ajudar�o a pensar os v�nculos da Educa��o F�sica com a escola e a sociedade e entender significativamente, qual a finalidade dos projetos educacionais presentes nas pol�ticas educacionais dos governos e das institui��es educacionais.

Iniciando a problematiza��o. Primeira quest�o

    Para estabelecer alguns aspectos da g�nese da escola, dir�amos que a escola moderna ou a escola que conhecemos e estudamos nasceu sob a inspira��o liberal-burguesa1, portanto, nasceu sob os ordenamentos da organiza��o social capitalista.

    O conceito de redes de ensino � moderno, recente na hist�ria, visto que, num momento em que houve a necessidade de oferecer educa��o para o povo criou-se a demanda de organizar tanto a forma como o conte�do que iria ser distribu�do para a popula��o. Uma educa��o que capacitasse os indiv�duos a viver a chegada da sociedade industrial. Para isso, cria-se esse formato de escola que conhecemos que assemelha-se muito � linha de produ��o em s�rie da ind�stria capitalista. (Figuras 1, 2 e 3)

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Figuras 1, 2 e 3. Imagem da f�brica e da escola para o povo durante o s�culo XVII (HARPER, 2003)

    Com a chegada do �progresso� era preciso outro tipo de homem, para outro tipo de ind�stria e para uma sociedade que ansiava por mudan�as. Vivia-se um processo de desenvolvimento e expans�o industrial e comercial, bem como, das cidades em volta dos centros industriais. Soares (2004); Castellani Filho (1994), ajudam-nos a compreender esse movimento hist�rico do lugar que a Gin�stica ocupou no contexto do processo tardio de industrializa��o brasileiro.

    A imagem abaixo e o entendimento produzido a partir dela, inicialmente nos coloca em xeque quando pensamos a escola como lugar de transforma��es sociais e da cultura e h�bitos das pessoas. Ademais, a escola � considerada por alguns te�ricos como Pierre Bourdieu como lugar de a��o reprodutora dos valores e inspira��es burguesas.

    Com isso, poder�amos perguntar: que tipo de escola traria no interior de suas a��es apenas din�micas formatadoras de um homem necess�rio para a l�gica instrumental e utilitarista do sistema? Talvez a figura 4, ajude-nos a compreender um pouco dessa complexa quest�o.

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Figura 4. Imagem da escola como engrenagem incorporada ao sistema (Harper, 2003)

    A escola j� teve e ainda carrega sua forma pr�pria de uniformizar corpo e mente, (homem), quando ela,

    ... trata a todos da mesma maneira, todos devem ter o mesmo ritmo de trabalho, com o mesmo livro, o mesmo material, todos devem aprender as mesmas frases, saber as mesmas palavras. Todos devem adquirir os mesmos conhecimentos, devem fazer os mesmos exames, ao mesmo tempo. (HARPER et al. 2003, p.54)

    A escola exclui os membros das classes sociais pobres, quando, mesmo dentro da escola, nega o conhecimento e favorece a apreens�o de um �nico tipo de cultura, de arte, de m�sica e de esporte (o tipo oficial, o tipo capitalista) e ignora, por exemplo, os saberes, pr�ticas e conhecimentos da cultura popular. E ainda, quando convence as pessoas de que o processo de sele��o � justo e normal (natural), tal como tamb�m seria normal, a divis�o entre os que pensam e os que executam; os que administram e controlam e os que servilmente, reproduzem.

    Para qu� serve, ent�o, a escola, quando para a maioria das pessoas que n�o chega at� o ensino superior, tamb�m encontra dificuldade de inser��o no �mundo do trabalho�?

Uma segunda quest�o

    A fun��o da escola moderna na era industrial era de preparar a inf�ncia e a juventude para o trabalho assalariado, pois estes se tornariam For�as Produtivas interessantes para os propriet�rios das f�bricas e do com�rcio.

    N�o h� como negar que a escola cumpre em determinada medida a prepara��o para o trabalho, ainda que, boa parte da sociedade entenda ser essa a finalidade exclusiva da mesma. Por�m, a fun��o social da escola deve superar em muito a simples prepara��o laboral. Entendemos que nesse sentido, a experi�ncia escolar precisa incorporar elementos j� dados na organiza��o da vida cotidiana como: a cultura, a arte, a m�sica, o teatro, o esporte, entre outros, e faz�-los dialogar com a forma��o dos sujeitos nela.

    Na Europa do s�culo XVIII e XIX j� se estabelecem formas escolarizadas de oferta de educa��o para as crian�as e jovens chamados D�beis2. E ser� mesmo que toda dificuldade de aprendizagem n�o tem sua explica��o?

    Dessa quest�o, chama-nos a aten��o a rela��o entre a fun��o social da escola e os elementos que formam as pessoas para elas inserirem-se no mundo com dignidade e respeito.

    Diante desse quadro

dir�amos que se conseguirmos olhar a escola e percebermos nela, um lugar de contradi��es, de lutas e conflitos de interesses, de possibilidades de transforma��es, poderemos reconhecer que apesar da exist�ncia dos limites hist�ricos, pol�ticos, econ�micos/financeiros, culturais e pedag�gicos, ela � um campo de possibilidades para uma Forma��o Humana comprometida com melhoria da exist�ncia humana.

    Alguns autores t�m dito muitas coisas interessantes sobre a escola e a educa��o. Entre eles, Saviani (2005) diz que cabe a ela:

    ...retomar vigorosamente a luta contra a seletividade, a discrimina��o e o rebaixamento do ensino das camadas populares. Lutar contra a marginalidade por meio da escola significa engajar-se no esfor�o para garantir aos trabalhadores um ensino da melhor qualidade poss�vel nas condi��es hist�ricas atuais. O papel de uma teoria cr�tica da educa��o � dar subst�ncia concreta a essa bandeira de luta, de modo a evitar que ela seja apropriada e articulada com os interesses dominantes. (p.31)

    A Educa��o � um fen�meno hist�rico e social, e a fun��o da escola � realizar a atualiza��o hist�rica e cultural do homem na sociedade, para que a atual gera��o e as futuras possam usufruir das riquezas naturais e culturais do mundo.

A Educa��o F�sica e a escola brasileira

    A presen�a da Educa��o F�sica na escola � registrada j� antes do inicio do s�culo XX. E � constitu�da como a porta-voz dos valores higienistas e eug�nicos, definidos pelos saberes m�dicos-higienistas. A pr�tica da gin�stica atendia o objetivo de ajudar a forjar um homem mais forte, mais resistente a doen�as e mais robusto para defender a p�tria. Soares (2001) apresenta-nos importantes entendimentos sobre a rela��o da gin�stica e a sociedade e nos recorda da transfer�ncia dos m�todos gin�sticos europeus para as terras tupiniquins.

    Nos utilizamos de Castellani Filho (1994) e Ghiraldelli Jr (1987), para lembrar dos processos sociais e da tardia revolu��o industrial e seus desdobramentos para o processo de urbaniza��o das cidades-industriais no Brasil. Faz parte desse contexto os processos de �xodo rural, das aglomera��es de pessoas em corti�os e din�micas de favelamento situa��es essas sem o devido planejamento urbano e sem nenhuma condi��o estrutural do ponto de vista da vigil�ncia sanit�ria, do saneamento b�sico (�gua tratada e esgoto), bem como, da precariedade no tratamento de doen�as que at� ent�o, n�o haviam descobertas farmacol�gicas para sua redu��o ou erradica��o como por exemplo: Var�ola, Sarampo, Coqueluche, Poliomielite e T�tano (T�tano Neonatal � Mal de 7 dias).

    Por isso, nossa sociedade, nasce entre outras explica��es, sob o estigma da constante busca do corpo saud�vel. Agora imagine porque, pela hist�ria da Educa��o F�sica, vivemos a ditadura do doutrinamento pela aptid�o f�sica?

    H� quem pense que o(a) professor(a) de educa��o f�sica � o guardi�o do desenvolvimento psicomotor da crian�a no ambiente escolar. Ser� mesmo? Ser� que as aulas de Educa��o F�sica, fazem mesmo o indiv�duo se tornar do ponto de vista da motricidade humana, um sujeito com equil�brio corporal, coordena��o motora e lateralidade? E que sem essas aulas, o indiv�duo se tornaria um d�bil nessa sociedade? Para muitos, a aula de educa��o f�sica tem mesmo essa finalidade e assim, justifica-se a presen�a dessa disciplina no conjunto de conhecimentos da escola. Mas, partindo do referencial te�rico que embasa os estudos da Educa��o F�sica numa perspectiva cr�tica, o que � e o que n�o � finalidade da educa��o f�sica escolar?

    Acho que temos uma reflex�o a ser feita sobre a atua��o do professor de Educa��o F�sica na escola. E isso ser� feito, constantemente aqui e na forma��o continuada. Penso que a pr�tica da educa��o f�sica na escola, guardados os limites (do tipo de gest�o escolar, da realidade estrutural e de recursos did�ticos, da forma��o continuada e forma de valoriza��o da carreira), necessita dialogar mais e com mais frequ�ncia com um universo de possibilidades de interven��o onde o tempo e o lugar, dependendo da concep��o, tem desdobramentos distintos nos contextos da organiza��o do trabalho pedag�gico na escola.

O tempo e o lugar da Educa��o F�sica na escola

Primeira provoca��o: as perguntas do processo

    Via de regra, sempre ouvi professores na escola dizerem: �hoje vou dar isso!�; �hoje vou dar aquilo!�, e a quest�o aqui � saber qual � a primeira pergunta que os professores geralmente fazem, quando iniciam sua jornada de trabalho na escola? Se a resposta a essa pergunta for: o que eu vou dar hoje?3, temos ind�cios para afirmar que h� uma completa aus�ncia de planejamento e muito provavelmente, h� aus�ncia de uma reflex�o mais consistente sobre o(s) elemento(s) que justificam a presen�a da aula de educa��o f�sica no conjunto dos componentes curriculares da escola.

    Toda disciplina tem um discurso para justificar sua presen�a na escola, mas � temeroso pensar em quais argumentos s�o utilizados para defender a perman�ncia da Educa��o F�sica na escola quando os seus titulares resvalam na capacidade te�rico-pr�tica, portanto, reflexiva sobre a finalidade e o papel social que a Educa��o F�sica deve(ria) cumprir na escola. Resvala-se entre o discurso fr�gil dos esquemas corporais at� vieses da justificativa ca�a-talentos esportivos; entre a dimens�o da inclus�o para a sociabilidade e s�, e os repert�rios tradicionais que defendem a militariza��o do ambiente escolar para garantir a ordem e os bons costumes. (MOURA, 1995)

    Se quisermos uma pr�tica realmente revolucion�ria na escola, precisamos refazer a ordem das perguntas que fazemos na escola sobre o processo de ensino-aprendizagem. Disto, se:

  • considerar-se que a escola tem um projeto pedag�gico e simultaneamente um projeto de forma��o humana;

  • considerar-se que a organiza��o do trabalho pedag�gico na escola deve perseguir objetivos estabelecidos coletivamente;

  • considerar-se que � necess�rio alterar a l�gica da forma como se organiza o processo de ensino-aprendizagem;

    Sugere-se

a seguinte ordem de quest�es:
  1. Quem s�o estes a quem, vou ensinar algo?

  2. O que ensinar a eles?

  3. Porqu� e/ou para qu� ensinar isso a eles?

  4. Como ensinar isso a eles?

  5. Como avaliar o que ser� ensinado a eles?

  6. As respostas poderiam ser diferentes, se os alunos fossem outros?

    S�o essas quest�es no campo da did�tica que merecem uma reflex�o mais cuidadosa por parte de professores e professoras. Acreditamos que o estudo e a reflex�o permanente sobre as respostas durante o processo de planejamento e organiza��o do conhecimento para ser ensinado, far�o uma grande diferen�a no caminho percorrido e no resultado do trabalho docente.

    H� quem pense que o ordenamento dessas perguntas n�o seja importante, mas nossa defesa � de que n�o somente � importante, como tamb�m acreditamos que muito do que �vir�-a-ser�, na educa��o brasileira, na Am�rica Latina e demais continentes, passa pelo conte�do pol�tico, ideol�gico e epist�mico das concep��es e das pr�ticas que resultam das respostas �s perguntas do inicio do processo. Das respostas dadas � essas quest�es refor�a-se o entendimento de que n�o h� neutralidade na educa��o, na escola e na educa��o f�sica. (FREIRE, 2011; GASPARIN, 2002;)

Segunda provoca��o: o lugar da teoria e da pr�tica

    � preciso superar a id�ia de que a teoria por si s�, milagrosamente, far� transforma��es na vida dos educandos. � preciso lembrar, que numa perspectiva dial�tica de educa��o, pensar a escola, o trabalho docente e a forma��o dos estudantes, sempre teremos como ponto de partida, a realidade inicial encontrada. Ou seja, partimos sempre da pr�tica inicial que diagnostica os sujeitos com suas potencialidades, seus limites e suas hist�rias como tamb�m, possibilita perspectivar o futuro atrav�s do planejamento. Dessa maneira, a constru��o do trabalho pedag�gico da educa��o f�sica na escola, tende a se fortalecer do ponto de vista, da re-constru��o/reinven��o da pr�tica com refer�ncia em a��es/experi�ncias e em reflex�es/teorias, de forma aut�noma e cr�tica, como a��o do sujeito e autor, professor. (CAPARROZ; BRACHT, 2007).

    Diante da reflex�o sobre essa provoca��o e de outras leituras, esperamos a seguinte compreens�o: ou se modifica as perguntas que s�o feitas no processo de organizar o trabalho pedag�gico (tarefa de ensinar e se preocupar com quem aprende) ou ent�o, n�o se avan�a, n�o se cria, por isso, no limite do entendimento sobre educa��o e sociedade, Nada se Transforma, ou tudo muda para permanecer como sempre foi. E a hist�ria da escola j� nos testemunha suas fragilidades, seus limites e suas possibilidades. (DUSSEL e CARUSO, 2003)

Terceira provoca��o: o que temos a ensinar?

    Pensando no que a Educa��o F�sica tem a ensinar, temos algumas quest�es a serem postas. Pautando-nos na hist�ria das pr�ticas docentes da educa��o f�sica escolar, chamamos a aten��o para os perigos de andar perto dos extremos.

    Segundo Caparroz e Bracht (2007)

    � preciso ter claro dois pontos: o primeiro � que � fundamental compreender que o fato de que n�o devemos basear nossa pr�tica pedag�gica, �nica e exclusivamente, em certezas, em modelos ideais, em receitas universais, enfim em verdades �absolutas�, n�o significa que devamos abandonar e/ou recha�ar as refer�ncias hist�ricas � ao contr�rio, elas s�o pe�as-chaves que nos ajudam na reflex�o de nossa a��o (pr�tica-teoria) pedag�gica, de nosso trabalho docente; o segundo � que o trabalho docente reclama continuamente um labor criativo e um sentido e exerc�cio constante de prospec��o e, de certo modo, isso implica o abandono de uma rigidez planificadora (que acaba por �encaixar� a vida em categorias e determinar a priori o que ainda est� por se viver) em favor de uma postura na qual os delineamentos s�o pensados tendo em conta que � da tens�o permanente entre a dimens�o da realidade e a dimens�o do que se idealiza que se materializa a vida poss�vel e que este poss�vel depende das ferramentas que temos (e das que nos disponhamos ter), tanto para constru�a dimens�o idealizada como para enfrentar e confrontar a realidade e aquilo que ela nos apresenta e nos imp�e. (p.29)

a.     qual heran�a a educa��o f�sica escolar deixa aos estudantes, quando pensamos em conhecimento para a vida e as rela��es sociais?

    H� um tipo de ousadia pedag�gica que os autores chamam de �inten��o �p�fia e falaciosa��, que � o fato de que muitos professores acreditam que resolvem o problema da intensifica��o do trabalho docente, ofertando uma mesma aula a diversas turmas de diversos agrupamentos ou s�ries.

b.     � poss�vel uma interven��o cr�tica e contextual do professor de Educa��o F�sica na escola, no sentido de materializar pr�ticas pedag�gicas que produzam e criem expectativas de um outro tipo de homem, para um outro tipo de sociedade?

    Para Caparroz e Bracht (2007, p.29), �A realidade que a pr�tica expressa deve alimentar a did�tica por meio da reflex�o num cont�nuo exerc�cio de pr�tica-reflex�o-pr�tica... e n�o o contr�rio�

Considera��es provis�rias

    A tarefa talvez n�o esteja clara para todos os educadores. Qual seja: a autonomia est� na capacidade reflexiva e argumentativa, na for�a de resist�ncia e nas proposi��es, sobretudo coletivizadas, que podem vir a ser consolidadas no interior de cada institui��o de ensino. A realidade revela as marcas do modelo societ�rio e das estrat�gias que o sistema cria para arrefecer �nimos e intencionalidades. Frente a isso, alertamos que uma importante sa�da est� nos processos formativos cont�nuos e de prefer�ncia, coletivizados, pois h� mais for�a e mais capacidade de resist�ncia nos movimentos coletivos de capacita��o docente.

    Guardamos forte e ternamente a compreens�o de que n�o h� sa�da para essa sociedade, bem como, para a escola, fora da educa��o, mas sobretudo, fora desse modelo excludente vigente. N�o falamos de qualquer educa��o e n�o falamos de qualquer pr�tica; e n�o pensamos em qualquer tipo de resist�ncia e nem de qualquer tipo de forma��o. Estamos nos referindo a uma educa��o emancipat�ria; uma pr�tica contextualizada; uma resist�ncia revolucion�ria; e uma forma��o Humana.

Notas

  1. Concep��o de mundo de uma classe social propriet�ria dos meios de produ��o, da produ��o e da m�o de obra, vis�o essa defendida por seus intelectuais nos mais diversos campos do conhecimento tamb�m conhecida por Liberalismo. Essa vis�o tamb�m � defendida pelos intelectuais da burguesia, ou aqueles que defendem a propriedade privada como principal princ�pio de organiza��o da sociedade democr�tica liberal.

  2. D�beis aqui n�o tem o significado de indiv�duos deficientes de alguma natureza, mas pessoas saud�veis com dificuldades �inexplic�veis� de aprendizagem.

  3. Qual � a sua resposta a essa pergunta?

Refer�ncias bibliogr�ficas

  • CAPARROZ, F. E; BRACHT, V. O tempo e o lugar de uma did�tica da educa��o f�sica. Revista Brasileira de Ci�ncias do Esporte, Florian�polis, SC, v. 28, n. 2, Jul. 2008.

  • CASTELLANI FILHO, Lino. Educa��o F�sica no Brasil: A hist�ria que n�o se conta. 4� Edi��o. Campinas, SP, Papirus, 1994.

  • DUSSEL, In�s e CARUSO, M. A inven��o da sala de aula: uma genealogia das formas de ensinar. S�o Paulo, Moderna, 2003.

  • FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necess�rios � uma pr�tica educativa. 43� edi��o, Paz e Terra, S�o Paulo, 2011.

  • GASPARIN, Jo�o Luiz. Uma did�tica para a Pedagogia Hist�rico-Cr�tica. 3 ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2002.

  • GHIRALDELLI, P. JR. Educa��o f�sica progressista. S�o Paulo: Loyola. 1987.

  • HARPER, Babette et al. Cuidado escola: Desigualdade, domestica��o e algumas sa�das. Petr�polis: Brasiliense. 1980.

  • MOURA, S. A. A rela��o professor-aluno: alegrias e rupturas na Educa��o F�sica Escolar. 1995. Monografia. Faculdade Educa��o F�sica, Universidade Federal de Goi�s.

  • SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. 40� ed., Campinas, SP: Autores Associados, 2005.

  • SOARES, Carmen L. Educa��o F�sica - Ra�zes europ�ias e Brasil. Campinas, SP: Autores Assoclados, 2004.

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O que significa Educação Física na atualidade?

Desse modo, a Educação Física passou a ser definida como um “processo educacional que usa o movimento como um meio de ajudar as pessoas a adquirir habilidades, condicionamento, conhecimento e atitudes que contribuem para seu ótimo desenvolvimento e bem-estar” (Dr.

Quais os principais objetivos da Educação Física na atualidade?

A Educação Física tem por objetivo promover um estilo de vida ativo e saudável para as crianças e os adolescentes, com base na prática de exercícios físicos e atividades desportivas na escola.

Qual o período da Educação Física na atualidade?

Educação Física na atualidade, a partir de 1980 A Educação Física ao longo de sua história priorizou os conteúdos gímnicos e esportivos, numa dimensão quase exclusivamente procedimental, o saber fazer e não o saber sobre a cultura corporal ou como se deve ser (Darido e Rangel, 2005).

Qual a importância do profissional de Educação Física na atualidade?

O papel do profissional de educação física é: promover a saúde como um todo, focando na atividade física como um dos meios para isso. Esse profissional tem formação superior na área de saúde, com destaque especial em anatomia, funções motoras e, fisiologia dos exercícios.