Onde se concentravam os grandes centros urbanos na américa antes da influência europeia

Saiba o que foram e que importância tiveram as Civilizações Pré-Colombianas, como a dos astecas, maias e incas.

Onde se concentravam os grandes centros urbanos na américa antes da influência europeia

Ruínas de um templo maia, na Península de Yucatã, México

Você sabia que a história da América, isto é, de toda a ação humana já transcorrida no continente americano, possui uma divisão fundamental? Pois bem, dividimos a história da América entre antes e depois de sua descoberta por Cristóvão Colombo, em 1492. Essa divisão foi estabelecida não apenas para facilitar nossos estudos, mas também para indicar a importância e a singularidade do “choque” ou “encontro” entre europeus e nativos americanos. O período anterior a esse “encontro” é denominado pelos historiadores e demais estudiosos como “Período Pré-Colombiano”, e as civilizações que se desenvolveram nesse período são conhecidas como “civilizações pré-colombianas”.

As principais civilizações que se desenvolveram na América antes da chegada de Colombo foram os astecas, maias e incas. Os astecas e os maias desenvolveram seus respectivos centros urbanos na região conhecida como Mesoamérica, situada na América Central, entre o sul do México e a Guatemala. Já a civilização inca estabeleceu-se ao longo da linha dos Andes, na América do Sul, região que compreende os atuais Chile, Equador e Peru.

Ao contrário de outras culturas, ou povos, que habitavam todo o continente americano nessa época (como os tupi-guarani no Brasil e os sioux, nos Estados Unidos), astecas, maias e incas são considerados “construtores de civilização”, pois conseguiram desenvolver um complexo domínio de metais, o que os possibilitou a criação de cidades, de sofisticados sistemas de irrigação, plantio e outros elementos. Além disso, esses três povos também conseguiram criar seu próprio sistema de escrita e várias composições artísticas, das quais se destacam as grandespirâmides de Tenochtitlán, capital do Império Asteca.

A mais antiga dessas três civilizações era a dos maias, cujo ápice de desenvolvimento ocorreu no século VII d.C. Ao contrário dos astecas, os maias não conseguiram desenvolver um império unificado, mas apenas grandes centros independentes, que começaram a declinar por volta do século XIII d.C. Os astecas começaram a se projetar como grande civilização no século XIV d.C., quando chegaram ao vale do México, vindos de Aztaclán. Seu império foi o mais poderoso dos pré-colombianos, chegando a abarcar um contingente de milhões de pessoas. Só a capital, Tenochtitlán, em seu auge, chegava a comportar mais de 100 mil pessoas – número impossível para qualquer grande cidade europeia da Idade Média e início da Idade Moderna. Tanto entre astecas quanto entre maias, o culto ao deus solar era muito expressivo. A exigência de sacrifícios humanos levava muitos prisioneiros de guerra à decapitação e à extração do coração ainda pulsante.

O Império Inca, por sua vez, desenvolveu-se por volta do século XII d.C. Sua capital era Cuzco e, tal como os astecas e os maias, também cultuavam especialmente a divindade solar. O rei inca, que, além de sacerdote, era também chefe militar, era considerado o filho do Sol. Um dos pontos mais impressionantes da organização do vasto território inca era sua complexa conexão de estradas, que varavam os altos picos da Cordilheira dos Andes por meio de pontes feitas engenhosamente de cipós e madeira.

Essas três civilizações sucumbiram, gradualmente, com o início da colonização espanhola. Líderes de expedições de exploração, como HernanCortéz e FranciscoPizarro, subjugaram esses povos e abriram espaço para a montagem do sistema colonial a partir do século XVI.


Por Me. Cláudio Fernandes

Ao longo da Idade Média, a concepção de mundo do homem europeu o impelia ao isolamento e o reforço do pensamento religioso. Influenciados pela estabilidade dos valores cristãos e a instabilidade das invasões bárbaras da Alta Idade Média, os homens viviam reclusos no interior dos feudos. O desconhecido e o inusitado seriam palavras que causariam o mal-estar de uma realidade sustentada pela harmonia das ordens clerical, nobiliárquica e servil.

Com a ascensão da burguesia mercantil e as grandes navegações, muitos desses valores medievais foram revistos e abandonados. No entanto, muitas narrativas míticas que falavam de terras paradisíacas cercadas de um exotismo e da fartura construíram-se ao longo de muitos anos no ideário das sociedades europeias. Além disso, vários relatos míticos também faziam menção sobre as bestas selvagens habitantes dos mares e terras até então desconhecidas pelos povos europeus.

Esse misto de fascínio e terror encontrado nas narrativas e representações iconográficas fez com que o homem moderno ainda guardasse muito desses valores em seu imaginário. Com o advento da descoberta da América, os colonizadores europeus depararam-se com um mundo onde muitas daquelas situações imaginadas em nada traduziam a situação das chamadas civilizações pré-colombianas. Ao mesmo tempo, essa pré-concepção do outro acabou fazendo do nativo americano algo a ser repudiado e civilizado pelo europeu.

No entanto, toda essa condição de estranhamento, admiração e repúdio deixou para trás toda uma rica gama de valores culturais desenvolvidas pelos povos que aqui já existiam. No fim do século XV, período que marca a chegada dos espanhóis ao continente, o continente contava com três grandes civilizações: maias, astecas e incas. Muitas das cidades criadas por essas civilizações faziam frente a qualquer centro urbano europeu do século XVI. Mesmo contando com um amplo leque de características e conhecimento, o contato dos nativos com os europeus marcou um dos maiores genocídios que se tem registro.

Mesmo que diversos traços dessa cultura fossem perdidos com o processo de colonização, vemos no estudo das sociedades pré-colombianas um rico campo de reflexão sobre a questão da relatividade cultural. Conhecendo um pouco mais desses povos podemos repensar o antigo valor que nos impõe a Europa como o berço das mais complexas e avançadas civilizações da História.

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Por Rainer Sousa
Graduado em História

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Povos Pré-Colombianos"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/povos-precolombianos.htm. Acesso em 02 de janeiro de 2023.

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Atualidades


Onde se concentram os grandes centros urbanos nas Américas?

Cidade do México, São Paulo, Buenos Aires e Rio de Janeiro aparecem entre os vinte maiores espaços metropolitanos do mundo, em termos populacionais.

Quais são os principais centros urbanos na América?

America Anglo-Saxônica: Toronto, Los Angeles, Chicago, Nova York, Houston, Boston, Dallas, Washington, Baltimore, São Francisco. América Latina: São Paulo, Cidade do México, Buenos Aires, Rio de Janeiro, Santiago, Bogotá, Lima.

O que aconteceu com os grandes centros na atualidade?

A poluição sonora e visual também é um grande problema vivido nos centros urbanos, comprometendo o bem-estar da população. Violência: Processos como a marginalização da população por meio da favelização ou da ocupação desordenada contribuem para o aumento da violência.