Quais as principais características do governo Vargas de 1951 a 1954?

Em 1951, Getúlio Vargas retornou a presidência da República, dessa vez por meio do voto popular. Vargas se candidatou pelo PTB e recebeu apoio do Partido Social Progressista (PSP), vencendo o pleito de 1950 com 48,7% dos votos. O segundo mandato presidencial de Getúlio Vargas foi marcado por importantes iniciativas nas áreas social e econômica.

Na fase final do seu governo, porém, as pressões de grupos oposicionistas civis e militares desencadearam uma aguda crise política que levou Vargas a interromper seu mandato com um ato que atentou contra sua própria vida: o suicídio.

O Governo Vargas (1951-1954) foi marcado pelo retorno de Getúlio Vargas à presidência. Dessa vez, Getúlio Vargas se tornou presidente do Brasil por meio do voto popular, vencendo o pleito de 1950. Durante o Governo Vargas (1951-1954), importantes iniciativas nas áreas sociais e econômicas foram implementadas.

Quais as principais características do governo Vargas de 1951 a 1954?

Presidente Getúlio Vargas

“Se for eleito a 3 de outubro, no ato de posse, o povo subirá comigo as escadas do Catete. E comigo ficará no governo”. Com discursos e promessas tão populistas, Getúlio Vargas concorreu à presidência, como candidato do PTB e apoiado pelo Partido Social Progressista (PSP). No final do governo Dutra, Vargas foi eleito com 48,7% dos votos, derrotando Eduardo Gomes (UDN), Cristiano Machado (PSD) e João Mangabeira (PSB).

Getúlio Vargas venceu as eleições com larga margem de votos. Seu vice foi o potiguar João Café Filho. Ao assumir o cargo em janeiro de 1951, Getúlio articulou um ministério conservador, integrado principalmente pelos políticos do PSD.

Uma das principais bases de sustentação de seu poder e prestígio continuava a ser o movimento sindical, que ele mesmo havia estruturado após a Revolução de 1930. Getúlio dizia-se comprometido com a classe trabalhadora e pretendia implementar medidas nacionalistas e desenvolver a indústria de base no Brasil. Para isso, assinou acordos com banqueiros e empresários norte-americanos, que forneceriam capitais e técnicos para as primeiras indústrias de carros e equipamentos elétricos pesados no país. Em contrapartida, o governo seria responsável pela produção de energia necessária para o funcionamento das indústrias.

No ano de 1952, Getúlio Vargas criou o Banco Nacional de Desenvolvimento e, com sua equipe econômica, iniciou um projeto para estabelecer o monopólio estatal do petróleo que resultou na criação da Petrobras. O governo de Getúlio também planejou a criação da Eletrobrás, responsável pela produção de energia elétrica.

Crises do governo Vargas

A partir de 1952, crescia a oposição à política nacionalista de Getúlio Vargas. A inflação e o déficit da balança comercial – consequências em parte das remessas para o exterior do lucro das empresas estrangeiras atuantes no Brasil – desestabilizaram o governo ainda mais.

Em março de 1953, uma greve dos setores têxtil e metalúrgico iniciada em São Paulo se espalhou para o interior do estado e chegou até o Rio de Janeiro, resultando na mobilização de diversos segmentos profissionais.

O movimento grevista foi parcialmente vitorioso em suas reivindicações salariais e contribuiu para a queda do ministro do Trabalho, Segadas Viana, que foi substituído pelo político trabalhista João Goulart. O crescimento dos movimentos de massa preocupava a classe dominante; ela temia que Getúlio perdesse o controle caso continuasse a adotar uma linha econômica nacionalista apoiada na mobilização popular. A classe média estava atemorizada com o crescimento do comunismo no país.

Ao mesmo tempo, os Estados Unidos resolveram pressionar o governo Vargas ao reduzir drasticamente o volume de importações do café brasileiro.

A crise política atingiu seu apogeu no dia 1o de maio de 1954: nas comemorações do Dia do Trabalho, Getúlio aceitou a proposta de João Goulart de aumentar em 100% o salário mínimo. A pressão da oposição foi tão forte que obrigou Goulart a renunciar, e o governo teve que suspender o aumento.

Os grupos de oposição a Vargas no Brasil escreveram contra ele na mídia, acusando-o de preparar um golpe que criaria uma república sindicalista no Brasil, semelhante à ocorrida no governo Perón, da Argentina. O jornalista Carlos Lacerda da UDN liderava o maior grupo antigetulista e expôs pessoas corruptas ligadas ao governo.

Em agosto de 1954, Carlos Lacerda foi vítima de um atentado, do qual conseguiu escapar com vida. Mas seu companheiro de partido, o major da Aeronáutica, Rubens Florentino Vaz, que estava com ele na ocasião, foi atingido e morreu.

Este episódio ficou conhecido como O Crime da Rua Toneleros. Apesar do envolvimento de Getúlio Vargas não ter sido provado, as investigações concluíram que Gregório Fortuante, seu principal guarda-costas, havia organizado o atentado.

O crime abalou o país. Gregório Fortunato foi preso; as Forças Armadas e o vice-presidente Café Filho pediram a renúncia do presidente. Em 22 de agosto de 1954, oficiais das forças aéreas exigiram que Getúlio deixasse o cargo, e o exército e outros grupos da sociedade assinaram um manifesto semelhante. No dia 24 de agosto, pela manhã, foi dado um novo ultimato a Vargas, desta vez com a assinatura do Ministro da Guerra, Zenóbio da Costa. O presidente isolou-se no Palácio do Catete, escreveu uma carta-testamento e cometeu suicídio, atirando contra seu peito.

CARTA TESTAMENTO

Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim.

Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam e não me dão direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.

Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social.

Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo.

A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no congresso.

Contra a injustiça da revisão do salário mínimo se desencadearam ódios. Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobras, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma.

A Eletrobrás foi obstaculada até o desprezo. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente.

Assumi o governo da espiral inflacionária que destruía os valores de trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano.

Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.

Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.

Escolho este meio de estar sempre convosco.

Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência.

Ao ódio respondo com perdão. E aos que pensam que me derrotam respondo com minha vitória.

Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo.

Eu vos dei a minha vida. Agora serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.

Quais as principais características do governo Vargas de 1951 a 1954?

Em sua carta-testamento, Getúlio afirmava que havia morrido na defesa dos humildes, contra as imposições dos grupos internacionais que supostamente queriam explorar o país. O suicídio de Getúlio foi sua última vitória política contra seus adversários. A população brasileira, comovida, mobilizou-se em vários estados contra “os inimigos do trabalhismo e da nacionalização das riquezas do país”. A embaixada dos Estados Unidos foi apedrejada e as redações dos jornais que não apoiavam o governo Vargas foram depredadas.

Com a morte de Vargas, seu vice-presidente, Café Filho, ocupou o cargo para encerrar o mandato de Vargas, que terminaria no final de 1955.

Quais as principais características do governo Vargas de 1951 a 1954?

Capa da revista Time - Dec. 6, 1954
www.time.com
Pres. Café Filho

Durante os quinze meses de seu mandato (de agosto de 1954 a novembro de 1955), o presidente Café Filho liderou um país que enfrentava uma crise econômica. Além da crise política gerada pelo suicídio de Vargas, a inflação estava em alta e os preços do café no mercado internacional continuavam a cair.

Nas eleições que logo aconteceriam, o PSD e o PTB aliaram-se e tinham como candidato à presidência Juscelino Kubitschek de Oliveira e para vice, João Goulart. A UDN, juntamente com o Partido Democrata Cristão (PDC), apresentou Juarez Távora como candidato. Ademar de Barros e o integralista Plínio Salgado também eram candidatos.

Juscelino venceu as eleições, mas uma tentativa de golpe antecedeu sua chegada ao poder. Café Filho foi obrigado a deixar o cargo por problemas de saúde e, em seu lugar, o presidente da Câmara dos Deputados Carlos Luz ocupou o poder. Apesar de pertencer ao PSD, ele se opôs a Juscelino. Com suspeitas de que um golpe estava sendo planejado, o Ministro da Guerra, General Henrique Teixeira Lott, ordenou que tropas do exército ocupassem os edifícios públicos, estações de rádio e os jornais mais importantes do Rio de Janeiro.

Quais as principais características do governo Vargas de 1951 a 1954?

General Lott - Ministro da Guerra

Carlos Luz e os supostos golpistas do UDN refugiaram-se no navio Tamandaré. O poder foi assumido pelo presidente do Senado, Nereu Ramos, e Juscelino e Goulart ocuparam os cargos em 31 de janeiro de 1956.

Quais foram as principais características do governo de Vargas?

As principais características do início da atuação de Vargas como presidente foram: 1) a centralização do poder político e o consequente enfraquecimento das oligarquias regionais, especialmente a paulista; 2) a modernização econômica, sobretudo após a Crise de 1929, que exigiu uma aceleração na política de substituição ...

Quais foram as principais realizações do governo Vargas 1951 1954 )?

Dentre as principais realizações do segundo governo de Getúlio Vargas estiveram a criação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico - BNDE (1952), a criação da Petrobrás (1953), e a proposição de criação da Eletrobrás (1954).

São características do segundo governo Vargas 1951 a 1954?

O segundo governo de Getúlio Vargas estendeu-se de 1951 até 1954, ano de sua morte. Foi caracterizado por uma política econômica que priorizou o nacional-desenvolvimentismo. Isso foi o motivo que causou uma grande crise política em seu governo – além da insatisfação da população com o aumento do custo de vida.

Quais foram as características do governo entre 1951 e 1953?

As características do governo de Vargas entre 1951 e 1953 foram a manutenção da política nacionalista e sindicalista e o incentivo ao desenvolvimento da indústria nacional.