Quais os principais eventos que ocorrem durante a segunda semana de desenvolvimento fetal

A embriologia é o ramo da Biologia que estuda o desenvolvimento embrionário, isto é, as etapas pelas quais eles passam desde a fecundação até o nascimento. Mas você sabe o que acontece no processo pós-fecundação do embrião humano? Saiba mais sobre ao assunto neste artigo.

Quais os principais eventos que ocorrem durante a segunda semana de desenvolvimento fetal

A Fecundação

A embriologia humana trata do processo de fertilização que ocorre quando os gametas masculinos e femininos encontram-se e o espermatozoide penetra o óvulo. Quando isto acontece, os nucléolos dessas células haploides fundem-se em uma coisa só para formar um novo ser vivo, o ovo ou zigoto.

Quais os principais eventos que ocorrem durante a segunda semana de desenvolvimento fetal

1ª semana

É o momento no qual ocorre a clivagem, um processo em que há repetidas divisões do zigoto, resultado de um rápido aumento do número de células. O zigoto é divido em duas células conhecidas como blastômeros, que então se dividem em quatro blastômeros, oito blastômeros e assim por diante.

A clivagem normalmente ocorre quando o zigoto atravessa a tuba uterina rumo ao útero. Essa divisão do zigoto em blastômeros começa cerca de 30 horas após a fertilização e resulta na formação de uma esfera compacta de células conhecida como mórula, um fenômeno também chamado de compactação, que penetra no útero para dar continuidade à gestação.

2ª semana

Aqui acontece a implantação do blastocisto. No sexto dia da fecundação, o blastocisto se fixa no endométrio do útero para iniciar a fase de implantação. A implantação acontece geralmente na parede posterior do corpo do útero, no espaço entre a abertura de glândulas do endométrio.

3ª semana

Este é o início do período embrionário que termina no final da 8ª semana de gestação, onde ocorre o rápido desenvolvimento do embrião humano a partir do disco embrionário e neurulação (formação da placa neural).

4ª a 8ª semana

Essas são as 5 semanas que constituem a maior parte do período embrionário, nas quais ocorrem a formação dos principais órgãos e sistemas do corpo humano, como encéfalo, coração, fígado, membros, ouvidos, nariz e olhos. Este é um período crítico devido à possibilidade de distúrbios que podem originar malformações congênitas no embrião humano.

9ª semana até o nascimento

Início do período fetal, que começa 9 semanas após a fertilização e termina com o nascimento. É quando acontece o rápido crescimento corporal e definição dos tecidos e órgãos. No início da 20ª semana aparece o lanugo (pelos curtos, finos e macios que cobrem o corpo do feto) e o cabelo. As pálpebras permanecem fechadas na maior parte do período fetal, mas começam a se abrir por volta da 26ª semana.

Ao longo das últimas 6ª a 8ª semanas de gravidez a gordura subcutânea começa a se formar rapidamente, dando ao feto um aspecto liso e rechonchudo. Essa é a reta final da gestação (chamada de fase de acabamento), um período dedicado à formação dos tecidos e preparação dos sistemas envolvidos na transição do meio intrauterino para o extrauterino, principalmente os sistemas respiratório e cardiovascular. Então, após a 38ª semana a mãe pode se preparar, pois o nascimento acontecerá em breve, geralmente na 40ª semana.

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União de um espermatozóide com um ovócito secundário, que ocorre normalmente na ampola da tuba uterina formando o zigoto. O ovócito é expulso o folículo terciário do ovário durante o processo de ovulação, juntamente com a corona radiata. A tuba desliza suas fímbrias sobre a superfície do ovário para frente e para trás, de modo a capturar o ovócito na ovulação. Não havendo fertilização, este se degenera em 24-36 horas.

Fases da fecundação:

- Passagem do espermatozóide através da corona radiata do ovócito (reação acrossômica): Auxiliado pela ação da enzima hialuronidase, liberada do acrossoma do espermatozóide, e também, pelo movimento da cauda do espermatozóide (figura 1).

- Penetração na zona pelúcida: Formação de um caminho na zona pelúcida através da ação de enzimas. Logo que o espermatozóide penetra a zona pelúcida desencadeia o fim da segunda meiose e uma reação zonal, mudanças das propriedades físicas da zona pelúcida que a torna impermeável a outros espermatozóides (figura 1).

- Fusão das membranas plasmáticas do ovócito e do espermatozóide: A cabeça e a cauda do espermatozóide entram no citoplasma do ovócito na área de fusão.

- Término da segunda divisão meiótica do ovócito: Formação do ovócito maduro (pronúcleo feminino) e o segundo corpo polar.

- Formação do pronúcleo masculino: Dentro do citoplasma do ovócito, o núcleo do espermatozóide aumenta para formar o pronúcleo masculino, enquanto que a cauda do espermatozóide se degenera. Durante o crescimento, os pronúcleos replicam seu DNA.

- Lise da membrana do pronúcleo: Ocorre a agregação dos cromossomos (23 cromossomos de cada núcleo resulta em um zigoto) para a divisão celular mitótica e primeira clivagem do zigoto (figura 2).

2. Clivagem do zigoto

Consiste em divisões mitóticas repetidas do zigoto, resultando em um rápido aumento no número de células. Estas células embrionárias – os blastômeros- tornam-se menores a cada divisão. Quando já existem de 12 a 32 blastômeros o concepto é chamado de mórula (figura 3 e 4).

3. Formação do blastocisto

A mórula alcança o útero cerca de quatro dias após a fecundação e o fluido da cavidade uterina passa através da zona pelúcida para formar – a cavidade blastocística (figura 5 e 6).

� medida que o fluido aumenta na cavidade, os blast�meros s�o separados em duas partes:

- Trofoblasto: Camada celular externa que formará a parte embrionária da placenta.

- Embrioblasto: Grupo de blastômeros localizados centralmente que dará origem ao embrião.

Durante esse estágio o concepto é chamado de blastocisto. Cerca de 6 dias após a fecundação, o blastocisto adere ao epitélio endometrial por ação de enzimas proteolíticas (metaloproteinases) e a implantação sempre ocorre do lado onde o embrioblasto está localizado. Logo, o trofoblasto começa a se diferenciar em duas camadas (figura 6):

- Citotrofoblasto: Camada interna de células.

- Sincicitrofoblasto: Camada externa de células.

No final da primeira semana o blastocisto está superficialmente implantado na camada endometrial na parte póstero-superior do útero. O sinciciotrofoblasto é altamente invasivo e se adere a partir do pólo embrionário, liberando enzimas que possibilita a implantação do blastocisto no endométrio do útero. Esse é responsável pela produção do hormônio hCG que mantém a atividade hormonal no corpo lúteo durante a gravidez e forma a base para os testes de gravidez.

Saiba mais...

Defeitos no desenvolvimento: A tuba uterina colabora para o transporte do ovócito. Se a tuba estiver impérvia, devido a algum processo inflamatório pregresso, pode ocorrer implantação do zigoto na mucosa da tuba, estrutura inapropriada e que causa risco de hemorragia materna - Gravidez tubária. O ovócito pode também cair na cavidade abdominal e se implantar no espaço de Douglas, que culmina com morte do embrião - Gravidez abdominal.

Defeitos de implantação do blastocisto no útero: Após o desenvolvimento normal o blastocisto pode sofrer implantações atípicas, como próximo a cérvix uterina - placenta prévia - que pode resultar em complicações no decorrer da gestação.

� Segunda semana

Caracteriza-se por:

- Término da implantação do blastocisto (10° dia) (figura 7);

- Formação do disco embrionário bilaminar - epiblasto e hipoblasto;

- Formação de estruturas extra-embrionárias: a cavidade amniótica, o âmnio, o saco vitelino, o pedúnculo de conexão e o saco coriônico.

1. Formação da cavidade amniótica e do disco embrionário

Com a progressão da implantação do blastocisto, ocorrem mudanças no embrioblasto que resultam na formação de uma placa bilaminar – o disco embrionário- formado por duas camadas (figura 8):

- Epiblasto: Camada celular espessa e colunar, que desenvolve rapidamente à cavidade amniótica.

- Hipoblasto: Camada celular delgada e cubóide, que forma o saco vitelino.

Concomitante a esses processos, aparece um pequeno espaço no embrioblasto, a cavidade amniótica. O epiblasto forma o assoalho da cavidade amniótica e o hipoblasto o teto da cavidade exocelômica. Células do hipoblasto migram para formar a membrana exocelômica que reveste a superfície interna do citotrofoblasto. Logo se modifica para formar o saco vitelino primitivo. As células do endoderma do saco vitelínico formam o mesoderma extra-embrionário, que circunda o âmnio e o saco vitelino. Assim, há formação do âmnio, disco bilaminar e saco vitelínico.

Com o desenvolvimento, surgem espaços celômicos isolados no interior do mesoderma extra-embrionário. Posteriormente, fundem-se para formar o celoma extra-embrionário, que envolve o âmnio e o saco vitelino.

2. Desenvolvimento do saco coriônico

O celoma extra-embrionário divide o mesoderma extra-embrionário em duas camadas (Figura 9):

- Mesoderma somático extra-embrionário, que reveste o trofoblasto e o âmnio.

- Mesoderma esplâncnico extra-embrionário, que envolve o saco vitelino.

Córion: Formado pelo mesoderma somático extra-embrionário e as duas camadas de trofoblasto.

� Terceira semana

Caracteriza-se por:

- Aparecimento da linha primitiva;

- Formação da notocorda;

- Formação do disco trilaminar

1. Gastrulação: Formação das camadas germinativas

Processo pelo qual o disco embrionário bilaminar é convertido em disco embrionário trilaminar (inicio da morfogênese). Durante a gastrulação ocorrem alguns eventos importantes como a formação da linha primitiva, camadas germinativas, placa precordal e notocordal. Cada uma das três camadas germinativas dará origem a tecidos e órgãos específicos:

- Ectoderma: Origina a epiderme, sistema nervoso central e periférico e a várias outras estruturas;

- Mesoderma: Origina as camadas musculares lisas, tecidos conjuntivos, e é fonte de células do sangue e da medula óssea, esqueleto, músculos estriados e dos órgãos reprodutores e excretor;

- Endoderma: Origina os revestimentos epiteliais das passagens respiratórias e trato gastrointestinal, incluindo glândulas associadas.

2. Formação da linha primitiva

No início da terceira semana a linha primitiva (figura 10) surge na extremidade caudal do embrião como resultado da proliferação e migração de células do epiblasto para o plano mediando do disco embrionário, constituindo o primeiro sinal da gastrulação. Na sua extremidade cefálica surge o nó primitivo, com uma pequena depressão no centro chamado fosseta primitiva e ao longo da linha forma-se o sulco primitivo. O aparecimento da linha primitiva torna possível identificar o eixo embrionário.

Após esse processo, ocorre a invaginação de células do epiblasto que dão origem as três camadas germinativas do embrião (figura 11): o mesênquima ou mesoblasto, que origina os tecidos de sustentação e conjuntivos do corpo, um pouco forma o mesoderma intra-embrionário e outras deslocam o hipoblasto e formam endoderma intra-embrionáiro. As demais células que permanecem no epiblasto formam o ectoderma intra-embrionario. A linha primitiva regride e desaparece na quarta semana do desenvolvimento (figura 12 e 15).

3. Formação do processo notocordal

Células mesenquimais migram cefalicamente do nó e da fosseta primitiva formando um cordão celular mediano o processo notocordal. Esse processo adquire uma luz - canal notocordal - e cresce até alcançar a placa precordal, área de células endodérmicas firmemente aderidas a ectoderma. Estas camadas fundidas formam a membrana bucofaríngea (boca). Caudalmente a linha primitiva há uma área circular também com disco bilaminar, a membrana cloacal (ânus). A notocorda surge pela transformação do bastão celular do processo notocordal. O assoalho do processo notocordal funde-se com o endoderma e degeneram. Ocorre então a proliferação de células notocordais a partir da extremidade cefálica, a placa notocordal se dobra e forma a notocorda (figuras 12 e 13). A notocorda: - define o eixo do embrião; - base para formação do esqueleto axial; - futuro local dos corpos vertebrais.

4. Formação do alantóide

O alantóide � um anexo embrion�rio que surge por volta do 16� dia na parede caudal do saco vitelino. Durante a maior parte do desenvolvimento, o alant�ide persiste como uma linha que se estende da bexiga urin�ria at� a regi�o umbilical, chamada de �raco, a qual nos adultos corresponder� ao ligamento umbilical mediano (figura 14).

5. Neurulação: Formação do tubo neural

A formação da placa neural � induzida pela notocorda em desenvolvimento. Por volta do 18� dia, a placa neural se invagina ao longo do eixo central, formando o sulco neural mediano, com pregas neurais em cada lado (figura 16). No fim da terceira semana, as pregas neurais começam a aproximar-se e a se fundir, formando o tubo neural, primórdio do SNC.  Este logo se separa do ectoderma da superfície, se diferencia e forma a epiderme da pele. . A fusão das pregas neurais avança em direção cefálica e caudal, permanecendo abertas na extremidade cranial - neuroporo rostral � at� o 25� dia e na extremidade caudal � neuroporo caudal � at� o 27� dia.� Concomitante a esse processo, as c�lulas da crista neural migram e formam uma massa entre o ectoderma e o tubo neural, a crista neural. Logo, a crista se separa em duas partes, direita e esquerda, e origina os gânglios espinhais e os gânglios d o sistema autônomo e as meninges (figura 17).

6. Desenvolvimento dos somitos

Durante a formação da notocorda e do tubo neural, o mesoderma intra-embrionário se divide em: mesoderma paraxial, intermediário e lateral (contínuo com o mesoderma extra-embrionário) (figura 18). Próximo ao fim da 3° semana de gestação, o mesoderma paraxial diferencia-se e forma os somitos. No fim da 5° semana 42 a 44 pares de somitos estão presentes e avançam cefalocaudalmente dando origem à maior parte do esqueleto axial e músculos associados, assim como a derme da pele adjacente.

6. Desenvolvimento do celoma intra-embrionário

No interior do mesoderma lateral e cardiogênico surgem espaços celômicos que se unem e formam o celoma intra-embrionário, dividindo o mesoderma lateral em duas camadas:

- Camada parietal/ somática que cobre o âmnio;

- Camada visceral/ esplâncnica que cobre o saco vitelino.

� Somatopleura = mesoderma som�tico + ectoderma sobrejacente

� Esplancnopleura = mesoderma esplacnico + endoderma subjacente

Durante o 2° mês, o celoma está dividido em 3 cavidades:

- Cavidade pericárdica;

- Cavidades pleurais;

- Cavidade peritoneal.

7. Desenvolvimento do sistema cardiovascular

No inicio da 3°semana começa a angiogênese no mesoderma extra-embrionário do saco vitelino, do pedículo do embrião e do córion. A formação dos vasos sanguíneos inicia-se com a agregação dos angioblastos – ilhotas sanguíneas. Pequenas cavidades vão se formando dentro das ilhotas, os angioblatos se achatam e originam o endotélio primitivo. Essas cavidades se unem formando redes de canais endoteliais (figura 20). O coração e os grandes vasos provêm de células mesenquimais da área cardiogênica (figura 19). Durante a 3° semana os tubos endocárdicos se fundem, originando o tubo cardíaco primitivo. No fim da 3° semana o sangue já circula e desenvolve-se o primórdio de uma circulação uteroplacentária.

Quais os principais eventos que ocorrem durante a segunda semana de gestação?

Segunda semana do desenvolvimento embrionário: implantação.
Saco vitelino primitivo;.
Formação da cavidade amniótica, onde o líquido amniótico se renova a cada 2 horas;.
Instalação da circulação útero-placentária primitiva;.
Formação do disco embrionário bilaminar (epiblasto, hipoblasto);.

O que ocorre na segunda semana do desenvolvimento?

A segunda semana normalmente é chamada de a “semana dos dois”. É a semana na qual o embrioblasto, mesoderma extraembrionário e trofoblasto se separam, cada um, em duas camadas distintas. Além disso, duas cavidades se desenvolvem no embrião.

Quais os principais acontecimentos da 1 e 2 semana de desenvolvimento fetal?

DESENVOLVIMENTO DO BEBÊ Nessa semana ocorreu a ovulação e a fertilização do óvulo pelo espermatozóide. O embrião formado a partir daí será transportado para a cavidade do útero através de um movimento de propulsão da Trompa de Falópio (órgão que conecta o ovário ao útero).

O que ocorre da 2 a 4 semana do desenvolvimento embrionário?

O embrião torna-se ligeiramente encurvado decorrente das pregas cefálica e caudal. O primeiro arco faríngeo (maior parte formará a mandíbula, enquanto uma extensão rostral formará a maxila) e arco hióideo são claramente visíveis. Coração produz uma grande saliência ventral e já bombeia o sangue.