Quais os fatores que influenciam o desenvolvimento humano explique cada um deles?

Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente

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Integrado por instituições de ensino e pesquisa de todo o Brasil, o Portal está inserido no contexto do papel nacional do IFF: gerar e difundir conhecimento para a implantação de políticas e programas de saúde inerentes as suas atividades, baseados no cenário demográfico e epidemiológico e na melhor evidência científica disponível.

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    O desenvolvimento e crescimento humano podem ser afetados por diversos fatores e/ou condi��es. Este comprometimento pode ocorrer tanto no per�odo pr� quanto p�s-natal e s�o oriundos de fatores internos e externos. Entre os fatores internos est�o as influ�ncias gen�ticas e as condi��es maternais do ambiente pr�-natal. J� entre os fatores externos, a alimenta��o, o �lcool, o tabagismo e as drogas ganham destaque, pois se sabe que, embora o feto esteja protegido pela placenta, certas subst�ncias podem penetr�-la e causar rea��es negativas como deformidades f�sicas e disfun��es comportamentais (GABBARD, 2000).

    Um agente causador de deformidades f�sicas ou, at� mesmo, a morte de um feto � denominado terat�geno (GABBARD, 2000). Para GALLAHUE & OZMUN (2001), terat�genos s�o quaisquer subst�ncias que possam fazer o beb� desenvolver-se de maneira anormal. Entre os fatores teratog�nicos est�o, as drogas e medica��es, as doen�as maternas e a nutri��o. Os maiores riscos para o desenvolvimento pr�-natal ocorrem entre a terceira e a oitava semana de gesta��o, uma vez que este per�odo � considerado como o momento em que o embri�o est� mais suscet�vel a poss�veis danos causados por fatores teratog�nicos.

    O desenvolvimento e crescimento humano podem, tamb�m, serem afetados por fatores chamados erros gen�ticos. Entre estes est�o a desordem cromoss�mica, desordem cromoss�mica sexual e a desordem gen�tica. Al�m dos fatores teratog�nicos e dos erros gen�ticos, outros fatores, tais como: (1) a idade da m�e, (2) paridade, (3) nutri��o, (4) incompatibilidade de Rh, (5) anormalidades gen�ticas, (6) posi��o fetal, (7) estresse materno, (8) ocupa��o da m�e tamb�m podem afetar o desenvolvimento humano (GABBARD, 2000).

    A idade da m�e apresenta uma estreita rela��o com o desenvolvimento humano no que diz respeito ao processo de parto e bem estar geral da crian�a. De acordo com GABBARD (2000), mulheres acima dos 35 anos apresentam um risco maior de darem a luz a crian�as com S�ndrome de Down (um cromossoma extra no par 21, fazendo com que o zigoto tenha quarenta e sete cromossomos) ou crian�as com problemas para desenvolver suas habilidades motoras finas. Isto pode estar relacionado com os �rg�os reprodutores, uma vez que estes possam estar afetados pela a��o de envelhecimento ou pela exposi��o a agentes qu�micos danosos, drogas e outros fatores. J� para mulheres abaixo dos 18, o sistema reprodutivo pode n�o estar suficientemente maduro e o cuidado pr�-natal, geralmente � pobre. Isto implica em partos longos e prematuros e os beb�s, na maioria das vezes, nascem abaixo do peso normal. Segundo GABBARD (2000), a melhor �poca para a mulher ter um beb� � entre vinte e dois e vinte e nove anos.

    Outro fator relacionado � m�e que pode comprometer o desenvolvimento do beb� � a paridade que significa o n�mero de crian�as previamente nascidas da mesma m�e. A paridade pode afetar o curso inicial do desenvolvimento da crian�a devido � recupera��o do sistema end�crino at� seu n�vel pr�-concep��o o que, normalmente, pode levar, quatro anos entre cada gravidez. De acordo com GABBARD (2000), existem evid�ncias que mostram que crian�as nascidas antes desta recupera��o est�o mais suscet�veis a malforma��es.

    A nutri��o da m�e desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do beb�, pois ela � a �nica fonte alimentar da crian�a. Uma vez que esta nutri��o n�o seja adequada pode trazer conseq��ncias severas para o beb� de forma que este possa vir a nascer prematuro, com crescimento retardado do esqueleto, funcionamento mental pobre e at� mesmo natimorto (GABBARD, 2000). Para GALLAHUE & OZMUN (2001), al�m da m� nutri��o maternal, outros dois fatores tamb�m devem ser levados em considera��o com rela��o � nutri��o: (1) a m� nutri��o placent�ria, que significa problemas associados com o fornecimento e com o transporte de nutrientes da placenta para o feto, e (2) a m� nutri��o fetal, que significa a dificuldade ou inabilidade do feto em utilizar os nutrientes que est�o dispon�veis para ele.

    A incompatibilidade de Rh tamb�m � um fator que deve ser considerado no desenvolvimento humano. Embora o sangue da m�e n�o se misture em excesso com o do feto, existe a possibilidade de surgir problemas de incompatibilidade de Rh quando m�e e pai apresentam os mesmos grupos Rh. Outra forma de ocorrer incompatibilidade � quando a m�e e o beb� apresentam fator Rh diferenciados (incompat�veis) e no processo do nascimento o sangue de ambos se mistura. Neste caso, o corpo da m�e pode reagir ao fator Rh estranho do beb� criando anticorpos e estes, em uma pr�xima gravidez, se o beb� apresentar novamente o mesmo fator Rh, podem atravessar a placenta causando danos ao feto (GABBARD, 2000).

    De acordo com GABBARD (2000), outro fator interno que pode causar danos ao feto � a posi��o fetal. A ossifica��o � estimulada pela press�o na estrutura esquel�tica, mais precisamente nas pontas dos ossos. Conforme a posi��o em que o feto se encontra, esta press�o pode ser insuficiente e causar o desenvolvimento esquel�tico imaturo.

    GABBARD (2000), tamb�m considera o estresse materno e a ocupa��o ou profiss�o da m�e como fatores internos que comprometem o desenvolvimento da crian�a. Este autor afirma que algumas ansiedades durante a gravidez s�o inevit�veis e na maioria das vezes n�o representam graves perigos ao beb�. Entretanto, se o estresse emocional � excessivo, pode ser transferido para o feto por meio de horm�nios e outros elementos bioqu�micos na corrente sangu�nea, o que pode causar aumento do movimento fetal e, ap�s o nascimento, choro excessivo, irritabilidade, problemas para comer e de digest�o e diarr�ia. Ainda com rela��o ao estresse, este autor ressalta que em um estudo que comparou os beb�s de gestantes que trabalharam fora nos �ltimos tr�s meses de gesta��o com gestantes que permaneceram em casa neste mesmo per�odo mostraram que os beb�s das gestantes que trabalharam fora pesaram de 140 a 312 gramas a menos do que os beb�s das mulheres que n�o trabalharam fora nesta �poca.

    Com rela��o aos fatores externos, GABBARD (2000) e GALLAHUE & OZMUN (2001), consideram que as infec��es e doen�as bem como as drogas e as subst�ncias qu�micas como os fatores mais prejudiciais ao desenvolvimento. Entre as infec��es e doen�as est�o a citomegalovirus (que pode causar o nascimento de um feto morto, aborto, baixo peso e irregularidade no sistema nervoso), microencefalia (cabe�a excessivamente pequena, e ba�o e f�gado maiores que o normal), diabetes (que aumentam em 50% a probabilidade de morte do feto), s�filis (que ataca o sistema nervoso do feto).

    Com rela��o a drogas e subst�ncias qu�micas GABBARD (2000) e GALLAHUE & OZMUN (2001), destacam o fumo e o �lcool como os maiores agentes externos causadores de deformidades no feto. Com rela��o ao cigarro, estes autores explicam m�es que fumam apresentam um alto grau de beb�s com nascimento prematuro e de baixo peso ao nascer. Al�m disso, o uso do cigarro pode causar ao feto problemas de mem�ria e aprendizado mais tarde (p�s-natal), aborto, m� forma��o do cora��o e outros �rg�os e um aumentado risco de defeitos ao nascimento. J� em rela��o ao �lcool, estes autores deixam claro que este composto pode afetar diretamente o desenvolvimento infantil, pois pode atravessar a placenta e, como o f�gado do feto ainda est� imaturo, o �lcool permanece por muito tempo no seu sistema. Este fato vem demonstrando grandes anormalidades no desenvolvimento. Esta mesma rea��o � observada para as m�es usu�rias de drogas.

    Acredito que as considera��es sobre os fatores que afetam o desenvolvimento humano realizadas pelos autores s�o conte�dos indispens�veis n�o s� para os profissionais da �rea da sa�de, mas tamb�m para todas as pessoas que pretendem ter filhos. J� passei pela inigual�vel experi�ncia de acompanhar uma gravidez, logo, tenho consci�ncia da import�ncia de se controlar todos estes fatores para que os riscos sejam minimizados ao m�ximo para que o beb� possa ter um nascimento saud�vel. � claro que o fato de controlar estes fatores nem sempre impede problemas com os beb�s, mas se � poss�vel reduzir a probabilidade de submeter �s crian�as ao risco, por que n�o faz�-lo?

    Felizmente, acredito que hoje, exista uma maior preocupa��o dos pais com a vida pr�-natal devido � quantidade de informa��es a respeito que s�o divulgadas em todos os ve�culos de comunica��o. GALLAHUE & OZMUN (2001), ao final do cap�tulo afirmam que o per�odo pr�-natal � importante demais para ser deixado de lado. Eu concordo com esta afirma��o e espero que a conscientiza��o da popula��o cres�a cada vez mais e fatores de risco como �lcool, cigarro e drogas sejam cada vez menos utilizados.

• GABBARD, C. P. Lifelong Motor Development. Boston: Allyn & Bacon, 3� ed., 2000.

• GALLAHUE, D. L. & OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: beb�s, crian�as, adolescentes e adultos. S�o Paulo: Phorte editora, 2001, 641p.

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EFDeportes.com, Revista Digital � A�o 17 � N� 170 | Buenos Aires,Julio de 2012   © 1997-2012 Derechos reservados

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