Quais são as modalidades esportivas paralímpicas criadas especificamente aos portadores de deficiência?

As Paralimpíadas, maior evento esportivo para pessoas com deficiência do mundo, reune atletas de diversos países que são exemplos de desempenho e determinação.

Também chamada de Jogos Paralímpicos, as Paralimpíadas ocorrem de quatro em quatro anos desde 1960, primeiro ano de sua realização, e contam com a presença de competidores portadores de deficiências físicas ou mentais.

Nesse contexto, o campeonato surgiu como uma espécie de alternativa terapêutica para os efeitos da segunda guerra mundial que aconteceu em 1945. A história mostra que esse conflito resultou em ferimentos gravíssimos para diversos soldados que atuaram no combate e como solução o neurologista Ludwig Guttmann prescreveu uma reabilitação que envolvia como fator determinante o esporte, elemento que trazia benefícios físicos e psicológicos para seus pacientes.

Tal conduta resultou na criação das Paralimpíadas de Verão que continuam sendo realizadas até os dias atuais ocorrendo sempre duas semanas após os Jogos Olímpicos tradicionais.

Nessa perspectiva, o Brasil iniciou sua participação nessa competição em 1972 e desde então acumulou 302 medalhas nos Jogos Paralímpicos de Verão, sendo 87 de ouro, 112 de prata e 103 de bronze, ocupando a 19a colocação no ranking baseado na quantidade de medalhas.

Em relação às modalidades, as Paralímpiadas contam tanto com categorias adaptadas do esporte tradicional quanto com modelos criados especificamente para pessoas portadoras de deficiências, cada uma delas com divisões próprias de acordo com o nível de deficiência dos atletas, proporcionando disputas justas e equilibradas. Sendo assim, os Jogos Paralímpicos de verão contam com vinte e duas modalidades, as quais incluem:
atletismo, badminton, basquete em cadeira de rodas, bocha, canoagem, ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, goalball, halterofilismo, hipismo, judô, natação, remos, rugby em cadeira de rodas, taekwondo, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro com arco, tiro esportivo, triatlo e vôlei sentado.

Paralelo a isso, a versão de inverno da competição estabelece cinco modalidades em sua estrutura: esqui alpino, esqui cross country, biathlon, hóquei e curling em cadeira de rodas.

As Paralímpiadas possuem, portanto, grande importância não apenas no desenvolvimento do esporte nacional brasileiro mas também na integração plena das pessoas com deficiência na sociedade, contribuindo para a visibilidade da luta desses indivíduos em busca de seus direitos e oportunidades
objetivando a redução das desigualdades e a construção de uma sociedade mais inclusiva e igualitária, assim como determina o espírito olímpico.

O Fique por Dentro desta semana inicia um diálogo sobre o esporte adaptado e a inclusão de atletas com deficiência nessa área

publicado: 05/09/2019 12h38 última modificação: 05/09/2019 12h38

O esporte adaptado

Seja para lazer, para cuidar da saúde ou como atividade profissional, o esporte envolve muitas pessoas em todo o mundo, inclusive desportistas com diferentes deficiências. Destes, muitos são atletas de alto rendimento. Mas quais as atividades esportivas que pessoas com deficiência (PcDs) podem praticar? Há alguma restrição à sua participação na prática esportiva?

O Fique por Dentro desta semana inicia um diálogo sobre o esporte adaptado e a inclusão de atletas com deficiência nessa área.

O envolvimento de pessoas com deficiência no esporte

O esporte é física, emocional e socialmente benéfico para todas as pessoas. Alguns dos benefícios significativos para as PcDs serão abordados em outra postagem, mas pode se adiantar que, além de ser valioso à reabilitação e à inclusão social, há muito, o paradesporto forma atletas com deficiência de alto rendimento, competidores internacionais que disputam jogos como os Parapan-americanos e as paralimpíadas.

O que é necessário considerar quanto a inserção de pessoas com deficiência no esporte?

A inserção de pessoas com deficiência na prática esportiva deve passar por avaliação médica, que considerará condições cardiovasculares, respiratórias, circulatórias, fisicomotoras, bem como eventuais riscos decorrentes da prática esportiva.

Além disso, como já mencionado, devem ser avaliados aspectos funcionais, isto é, a compatibilidade das possibilidades da pessoa com a modalidade esportiva. Ademais, a pessoa deve ser acompanhada por um profissional especializado.

Modalidades de esporte adaptado

Há modalidades esportivas praticadas por pessoas sem deficiência que são adaptadas para ser praticadas por atletas PcDs e outras desenvolvidas especificamente para pessoas com deficiência, a exemplo do Golbol, criado para ser praticado por atletas com deficiência visual.

Confira algumas modalidades adaptadas, conforme a deficiência:

  • Pessoas com deficiência visual: futebol de cinco, golbol, atletismo, natação, judô, ciclismo, hipismo, halterofilismo e esportes de inverno;
  • Pessoas com deficiência intelectual: atletismo, natação, tênis de mesa, entre outros;
  • Pessoas com deficiência física: bocha, corrida (para cadeirantes), basquete em cadeira de rodas, vôlei sentado, vôlei para amputados, arco e flecha, atletismo, esgrima em cadeira de rodas, ciclismo, futebol para amputados e pessoas com paralisia cerebral, hipismo, halterofilismo, natação, iatismo, rugby, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas e modalidades de inverno;
  • Pessoas com deficiência auditiva: atletismo, handebol, basquetebol, futebol, natação, vôlei, entre outras. Note-se que pessoas com essa deficiência podem participar de muitas modalidades, haja vista que suas características físicas não são incompatíveis com a maior parte dos esportes.
  • Além desses, outras modalidades adaptadas são equitação, tênis de quadra, tiro, tiro com arco, vela e motor, entre outros.

As modalidades apresentam diversas adaptações e regras específicas. Além disso, os atletas são agrupados em categorias conforme suas características, de modo a não haver competição entre atletas com condições muito diferentes, em que possa haver vantagens de uns sobre os outros. Há casos em que busca-se minimizar eventuais disparidades. Tomando novamente o Golbol como exemplo, observa-se que, nesta modalidade, os atletas com resíduo visual utilizam venda, impedindo os estímulos à visão durante o jogo e nivelando as condições às dos atletas com cegueira total.

O paradesporto costuma ser fomentado em espaços específicos ligados ao trabalho com pessoas com deficiência, incluindo associações, centros de apoio, entre outros. Há registros de projetos que buscam fomentar o paradesporto para além desses espaços, mas, até a conclusão deste texto, não foram localizadas informações mais detalhadas.

Acompanhe o Fique por Dentro. Em outras postagens, você conhecerá mais sobre inclusão, acessibilidade, esporte adaptato, entre outros temas relacionados.

Quais as modalidades paralímpicas criadas especificamente para a participação de pessoas com deficiência?

Somente a bocha, o goalball, o rugby e o halterofilismo são modalidades que foram criadas especificamente para a participação dos deficientes.

Quais as modalidades paralímpicas disputadas por atletas com deficiência visual?

Existem vários esportes para deficientes visuais. Muitos deles apresentados no site, como Atletismo, Natação, Ciclismo, Remo, e alguns específicos para deficientes visuais como o Goalball e Futebol de 5.

Quais esportes foram criados especialmente para atletas com necessidades especiais?

Goalball: desenvolvido em 1940, o esporte é voltado especialmente para pessoas com deficiência visual. Tanto homens como mulheres podem competir. Hipismo: pessoas portadoras de diversas deficiências podem participar das competições em provas mistas.

Quais são as modalidades criadas exclusivamente para os Jogos Paralímpicos?

1 - Modalidades exclusivas Dentre elas, dois esportes são exclusivos dos Jogos Paralímpicos: a bocha e o goalball. Na bocha, os atletas são pessoas com paralisia cerebral ou que têm deficiências severas.