O Complexo de Golgi ou Aparelho de Golgi, ou ainda Complexo Golgiense, é uma organela de células eucariontes, composta de discos membranosos achatados e empilhados. Show
Suas funções são modificar, armazenar e exportar proteínas sintetizadas no retículo endoplasmático rugoso e além disso, origina os lisossomos e os acrossomos dos espermatozoides. Estrutura de um dictiossoma.FunçõesNa face cis da cisterna as vesículas recebidas do RER contém proteínas (produzidas pelos ribossomos associados ao retículo) que serão modificadas e dobradas. Algumas dessas proteínas são glicosiladas, ou seja, sofrem reação de adição de um açúcar no RER. Esse processo é completado no Golgi, caso contrário, essas proteínas podem se tornar inativas. Na face trans as proteínas são "empacotadas" em vesículas membranosas. Desse modo, são originadas muitas enzimas, bem como os lisossomos primários e os peroxissomos. Enquanto essas organelas ficam no citoplasma da célula, as proteínas são muitas vezes enviadas para fora da célula. Uma outra função do Complexo de Golgi é a formação do acrossomo que se localiza na cabeça do espermatozoide. O acrossomo é o resultado da fusão de vários lisossomos formando uma grande vesícula, que contem enzimas digestivas para auxiliar na perfuração da membrana do óvulo. Leia também:
EstruturaO Complexo de Golgi é composto de estruturas chamadas dictiossomas. Cada uma dessas estruturas é constituída por dobras de membrana que formam pequenos sacos achatados e empilhados chamados cisternas. As cisternas possuem duas faces: cis e trans. A face trans é côncava e direcionada para a membrana plasmática. Está ligada ao Retículo Liso (REL), de quem recebe membranas para a formação de vesículas de secreção que contem as substâncias armazenadas. Essas vesículas saem da célula e atuam em diferentes locais do organismo. Por exemplo, enzimas usadas na digestão, hormônios e muco são secretadas no Aparelho de Golgi. A face cisé convexa e está associada com o Retículo Rugoso (RER), de quem recebe vesículas de transição ou transferência contendo proteínas. Veja também: células procariontes e eucariontes Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Para informações sobre o órgão do corpo ver vesícula biliar Uma vesícula, em biologia celular, é uma pequena estrutura dentro de uma célula, que consiste num fluido incluso por uma bicapa lipídica. Pode ser entendido como uma bolha de líquido dentro de outro líquido, ou seja, a união supramolecular constituída por diferentes moléculas. Mais tecnicamente, uma vesícula pode ser definido como um pequeno saco membranoso que pode armazenar ou transportar substâncias. As vesículas podem formar-se naturalmente devido às propriedades da sua membrana lipídica (como é o caso da micelas), ou podem ser preparadas artificialmente (como no caso dos lipossomas). A maioria das vesículas têm funções especializadas dependendo do material que contêm. Dado que as vesículas têm um aspecto muito parecido, é muito difícil descrever a diferença entre os diferentes tipos. A vesícula está separada do citosol pelo menos por uma bicamada de fosfolípidos. Quando possuem apenas uma destas bicamadas designam-se de unilamelares, e se não, multilamelares. As vesículas transportam ou digerem produtos celulares ou resíduos. A membrana que rodeia a vesícula é similar à da membrana plasmática, pelo que as vesículas podem facilmente fundir-se com a membrana plasmática e libertar o seu conteúdo para fora da célula. As vesículas podem também fundir-se com outros organelos da célula. Como o interior da vesícula está separado do citosol pela sua membrana, o interior pode ser diferente do ambiente citosólico. Graças a isso, as vesículas são a ferramenta básica celular para a organização das substâncias celulares. As vesículas estão envolvidas no metabolismo, transporte, controlo de flutuação,[1] e armazenamento de enzimas. Podem também desempenhar o papel de compartimentos para a formação de reações químicas. Imagem obtida com a técnica Sarfus de vesículas lipídicas. Tipos de vesículas[editar | editar código-fonte]Micrografia electrónica duma célula que contém um vacúolo alimentar (fv) e um vacúolo de transporte (tv) no parasita da malária. Vacúolos[editar | editar código-fonte]Os vacúolos são vesículas que contém principalmente água.
Lisossomas[editar | editar código-fonte]
Vesículas de transporte[editar | editar código-fonte]
Vesículas secretoras[editar | editar código-fonte]As vesículas secretoras contêm substâncias que devem ser excretadas para fora da célula. As células têm necessidade de excretar substâncias por vários motivos, nomeadamente a eliminação de resíduos ou a secreção de substâncias produzidas pela célula que desempenham uma função no organismo (hormónios, neurotransmissores, etc.), como acontece em células especializadas que armazenam esses produtos em vesículas secretoras e depois libertam-nos quando necessário. Alguns exemplos de vesículas secretoras de células especializadas são: Tipos de vesículas secretoras[editar | editar código-fonte]
Outros tipos de vesículas[editar | editar código-fonte]
Formação e transporte de vesículas[editar | editar código-fonte]Algumas vesículas formam-se quando parte da membrana do retículo endoplasmático ou do aparelho de Golgi se evagina do organelo. Outras formam-se quando algum elemento de fora da célula é introduzido no seu interior por invaginação da membrana plasmática ou por fagocitose com emissão de pseudópodes. Captura das moléculas a transportar[editar | editar código-fonte]A formação das vesículas requer a fabricação de numerosos revestimentos para as estas, que as rodeiam e se unem às proteínas que transportam no seu interior. Os revestimentos também atraiem diversas proteínas receptoras, chamadas receptoras da carga, as quais ficam encarregues de capturar as moléculas da carga para transportar, e que se unirão a elas. Revestimento de vesículas[editar | editar código-fonte]O revestimento das vesículas serve para conformar a superfície da membrana doadora, e para seleccionar as proteínas específicas que formarão a carga para transportar na vesícula. A selecção das proteínas da carga é feita unindo-as a determinadas marcas de classificação que possuem essas proteínas. Os complexos ou clusters proteicos do revestimento da vesícula selecionam proteínas de membrana de carga nas vesículas que se evaginam. Existem três tipos de revestimentos vesiculares, chamados coatómeros: clatrina, COPI e COPII. Os revestimentos de clatrina são comuns das vesículas que fazem o transporte entre o aparelho de Golgi e a membrana plasmática, ou entre o Golgi e os endossomas, ou entre a membrana plasmática e endossomas. As vesículas revestidas COPI são as responsáveis pelo transporte retrógrado desde o Golgi ao retículo endoplasmático. Por fim, as vesículas revestidas COPII encarregam-se do transporte anterógrado desde o retículo endoplasmático ao Golgi. Acredita-se que o revestimento de clatrina se reconstrua em resposta à proteína reguladora G. O revestimento de coatómeros reconstrói-se e desconstrói-se devido à proteína ARF ou factor de ADP-ribosilação. União das vesículas a membranas[editar | editar código-fonte]Diversos marcadores de superfície das vesículas chamados SNAREs identificam qual deve ser a carga a transportar na vesícula, e complementarmente outros SNAREs da membrana do organelo de destino funcionam facilitando a fusão da vesícula transportadora com a membrana alvo. Os SNAREs vesiculares são por vezes chamados cone v-SNAREs (v de vesícula) e os da membrana alvo como t-SNARES (t de target , alvo). Porém, não raras vezes, os SNAREs associados a vesículas ou a membranas alvo são alternadamente classificados como SNAREs Qa, Qb, Qc ou R, porque apresentam uma maior diversidade que não se poderia classificar simplesmente nos dois grupos V- ou t-SNAREs. Até agora, foram identificados em diferentes tecidos e compartimentos sub-celulares um conjunto de complexos SNARE diferentes com até 36 isoformas em humanos. Pensa-se que as proteínas reguladoras Rab supervisionam a união dos SNAREs. As proteínas Rab são proteínas reguladoras ligadas ao GTP, e controlam a união dos SNAREs complementares durante um longo período de tempo, suficiente para que a proteína Rab hidrolize o GTP ligado e fixe a vesícula na membrana alvo. Fusão de vesículas[editar | editar código-fonte]Para que ocorra a fusão das vesículas com as membranas alvo é necessário que ambas se aproximem até uma distância de 1,5 nm. Para que isso ocorra, a água deve ser deslocada da superfície da membrana vesicular. Isto é energeticamente desfavorável, e diversos estudos sugerem que o processo requer ATP, GTP e acetil-CoA. Regulação dos receptores vesiculares[editar | editar código-fonte]As proteínas de membrana que servem como receptores são por vezes marcadas com ubiquitina para a sua eliminação e diminuição da sua quantidade. Quando chegam a um endossoma pela via anteriormente descrita, começam a formar vesículas no endossoma, que levam com elas as proteínas de membrana destinadas à degradação. Quando o endossoma matura convertendo-se em lisossoma ou quando se liga um lisossoma, as vesículas que estão no seu interior são completamente degradadas. Sem este mecanismo só a parte extracelular das proteínas de membrana chegaria ao lume do lisossoma, e só esta parte seria degradada.[4] Devido a estas vesículas internas que possuem endossomas, estes são denominados corpos multivesiculares. O seu meio de formação não é totalmente compreendido, e, ao contrário das outras vesículas descritas anteriormente, a superfície exterior destas vesículas não está em contacto com o citosol, uma vez que estão dentro do endossoma. Preparação de vesículas[editar | editar código-fonte]Têm-se realizado muitos estudos bioquímicos sobre as vesículas fosfolipídica. Para tal pode-se preparar por sonicação[5] uma suspensão homogénea de vesículas fosfolipídica, ou injectar uma solução de fosfolípidos numa solução-tampão aquosa de membranas.[6] Deste modo, podem preparar-se soluções aquosas de vesículas de diferentes tamanhos e com diferentes composições fosfolipídicas. Ver também[editar | editar código-fonte]
ReferênciasBibliografia[editar | editar código-fonte]
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
Quais são as 3 vias conhecidas do transporte vesicular?Três vias de transporte vesicular são encontradas nos organismos eucariotos: via de exportação, via de recuperação e via endocítica.
Qual o destino das vesículas do complexo de Golgi?As substâncias produzidas pelo retículo são levadas por meio de vesículas, que se fundem ao complexo golgiense na face cis da organela. Então, elas são transportadas pelo complexo até a face trans, onde serão liberadas.
Quais são as três vias das substâncias que entram no complexo de Golgi?Geralmente o transporte dessas moléculas obedece a três destinos: membrana plasmática, vesículas de secreção e lisossomos, os quais serão responsáveis pela formação dessa organela.
Quais são os processos que ocorrem no complexo de Golgi?Também conhecida como aparelho de Golgi ou complexo golgiense, é responsável por armazenar, transformar e exportar as substâncias produzidas no Retículo Endoplasmático Liso e Rugoso (REL e RER), estabelecendo dessa forma, uma relação de interdependência.
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