Quais são as modalidades esportivas restritas a atletas deficientes visuais?

Quais são as modalidades esportivas restritas a atletas deficientes visuais?

Fabiane de Oliveira Dorneles

O Goalball é um esporte desenvolvido por pessoas com deficiência visual (pessoas cegas e com baixa visão). Pelo fato de o jogo ser “jogado as escuras”, pois todos os atletas precisam estar bandados e vendados, a fim apresentar igualdade de condições durante a prática, toda a dinâmica é pautada na exploração das percepções auditivas (bola com guizo interno) e táteis (linhas demarcatórias em alto relevo – barbantes sob fita adesiva).

O Goalball foi criando pelo austríaco Hanz Lorenzer e pelo alemão Sepp Reindle, em 1946, na Alemanha. A modalidade teve a sua primeira aparição internacional em 1972, nos Jogos Paralímpicos de Heidelberg, como esporte de exibição. Em 1976, foi incorporado ao programa esportivo dos Jogos Paralímpicos de Toronto, mas apenas na categoria masculina. Em 1984, nos Jogos de Nova York, foi incluída a categoria feminina. Desde então, o Goalball nunca deixou de fazer parte do programa oficial das Paralímpiadas.

No Brasil, a modalidade iniciou na década de 1980. No entanto, existem duas versões para o início da prática em nosso país. Uma destas aponta Steven Dubner como o responsável por apresentar o esporte por aqui. Dubner trouxe a primeira bola de Goalball para o Brasil, em 1985, e a levou ao Clube de Apoio ao Deficiente Visual (CADEVI), de São Paulo, mas manteve a prática restrita a essa instituição.

A outra versão assinala o início formal da prática no país a partir do Mundial de Goalball da Holanda, em 1986, quando Mário Sérgio Fontes foi enviado ao evento com o intuito de conhecer a modalidade. Após o Mundial, Fontes retornou ao Brasil com as regras e as bolas oficiais, difundindo a modalidade por todo o país.

As competições internacionais mais importantes da modalidade são: Jogos Paralímpicos, Campeonato Mundial, Jogos Panamericanos e Mundial de Cegos da IBSA. O Brasil sediou em 2002 a VII edição do Campeonato Mundial de Goalball, na cidade do Rio de Janeiro. Esse campeonato foi o grande responsável pela crescente procura da modalidade em nosso país. Hoje, de acordo com dados da Confederação Brasileira de Desportos para Cegos, são mais de 40 equipes em cada categoria praticando a modalidade no Brasil.

Goalball em Paralimpíadas
Ano Local Masculino Feminino
1976 Toronto, Canadá Áustria  ———-
1980 Arnhem, Holanda Alemanha Ocidental  ———-
1984 Nova York, EUA EUA EUA
1988 Seoul, Coréia do Sul Iugoslávia Dinamarca
1992 Barcelona, Espanha Itália Finlândia
1996 Atlanta, EUA Finlândia Alemanha
2000 Sidney, Austrália Dinamarca Canadá
2004 Atenas, Grécia Dinamarca Canadá
2008 Pequim, China China EUA
2012 Londres, Inglaterra Finlândia Japão
Mundiais de Goalball
Ano Local Masculino Feminino
1978 Volkmarket, Áustria Alemanha Ocidental  ———-
1982 Indianápolis, EUA EUA EUA
1986 Roermond, Holanda Iugoslávia EUA
1990 Calgary, Canadá Alemanha Dinamarca
1994 Col. Springs, EUA Finlândia Finlândia
1998 Madrid, Espanha Eslovênia Finlândia
2002 Rio de Janeiro, Brasil Suécia EUA
2006 Spartanburg, EUA Lituânia Canadá
2010 Sheffield, Inglaterra Lituânia China
2014 Espoo, Finlândia Brasil EUA

O Goalball é um confronto entre duas equipes, baseado na troca de bolas por meio de lançamento, com o intuito de pontuar ou marcar o gol. A quadra tem as mesmas dimensões da quadra de vôlei (9m de largura por 18m de comprimento). As partidas são realizadas em dois tempos de doze minutos, com três minutos de intervalo. Cada equipe conta com três jogadores titulares e três reservas. De cada lado da quadra há um gol com 9m de largura e 1,30m de altura. Não é permitido que os atletas invadam a meia quadra adversária; assim, cada equipe fica no seu lado da quadra, em um espaço delimitado, e se organiza para defender sua meta das bolas lançadas pelos adversários e lançá-las de volta para eles. O lançamento é feito com as mãos e deve ser rasteiro ou quicado, não são permitido lançamentos altos. O ato da defesa pode ser realizado com o corpo todo, e, geralmente, os atletas deslizam pela quadra para aumentar as chances de defesa.

O silêncio dos praticantes e expectadores é extremamente importante para o desenvolvimento da partida, pois é a partir da audição que os jogadores se orientam em relação ao deslocamento da bola com guizo. Outra percepção bastante utilizada pelos atletas é o tato, através dele que os jogadores se orientam pela quadra, toda a marcação da quadra no solo é feita em alto relevo, ou seja, todas as linhas são táteis para permitir a orientação tátil dos jogadores.

Para que os jogadores estejam aptos a participar de competições oficiais de Goalball, eles precisam passar por uma classificação esportiva. Em esportes para pessoas com deficiência visual, essa classificação é realizada mediante exames clínicos. Os atletas são classificados da seguinte maneira:

  • B1 – Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção.
  • B2 – Atletas que têm a percepção de vultos. Da capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 ou campo visual inferior a 5 graus.
  • B3 – Os atletas que conseguem definir imagens. Acuidade visual de 2/60 a 6/60 ou campo visual entre 5 e 20 graus.

Nesta modalidade, os atletas deficientes visuais das classes B1, B2 e B3, competem juntos, ou seja, do atleta completamente cego até os que possuem resíduo visual. Todas as classificações são realizadas por meio da mensuração do melhor olho e da possibilidade máxima de correção do problema. Todos os atletas, independente do nível de perda visual, utilizam uma venda durante as competições para que todos possam competir em condições de igualdade.

Referências

CBDV. Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais. Disponível em: http://www.cbdv.org.br/. Acesso em 26 de setembro de 2014.

CPB. Comitê Paralímpico Brasileiro. Disponível em: http://www.cpb.org.br/. Acesso em 23 de setembro de 2014.

MELLO, M. T.; WINCLER. C. (Org.). Esporte Paralímpico. São Paulo: Editora Atheneu, 2012.

Quais são as modalidades esportivas para pessoas com deficiência visual?

Esportes para deficientes visuais.
Futebol de 5. O futebol de 5 é um dos esportes adaptados para deficientes visuais disputado em uma quadra muito parecida com a de futsal. ... .
Goalball (ou Golbol) Essa é uma modalidade criada exclusivamente para deficientes visuais. ... .
Natação. ... .
Basquete. ... .
Atletismo. ... .
Tênis de mesa..

Qual a modalidade que os atletas deficientes visuais não podem participar?

De acordo com a Federação, só existem três provas que os atletas com deficiência visual não podem competir: as de obstáculos, as corridas com barreiras e o salto em altura.

Qual modalidade e praticada exclusivamente por atletas com deficiência visual?

O futebol de 5 é uma modalidade praticada exclusivamente por pessoas com deficiência visual.

Qual desse e o esportes Olímpicos destinados aos deficientes visuais?

Goalball. O goalball traz uma especificidade bem inclusiva e significativa: é o esporte criado para deficientes visuais em geral, diferente de outras modalidades, e por isso, é o mais praticado entre o grupo.