Qual é a consequência da Desmetropolização no Brasil?

Concentração da população e da pobreza (contemporânea da rarefação rural e da dispersão geográfica das classes médias);

Concentração das atividades relacionais modernas (contemporânea da dispersão geográfica da produção física);

Localização privilegiada da crise de ajustamento às mudanças na divisão internacionais de trabalho e às suas repercussões internas, o que inclui a crise fiscal;

"Involução metropolitana", com a coexistência de atividades com diversos níveis de capital, tecnologia, organização e trabalho;

Maior concentração da irradiação ideológica, com a concentração dos meios de difusão das ideias, mensagens e ordens;

Construção de uma materialidade adequada à realização de objetivos econômicos e socioculturais e com impacto causal sobre o conjunto dos demais vetores.

Metropolização no Brasil

O processo de metropolização no Brasil começou na década de 1960.


Qual é a consequência da Desmetropolização no Brasil?

São Paulo: metropolização teve início na década de 1960.

O que é metropolização (significado)

Metropolização é um fenômeno urbano, que ocorre quando uma cidade se desenvolve muito, exercendo influências nas cidades vizinhas. Nesse sentido, essa cidade torna-se uma metrópole. A região formada pela metrópole e cidades vizinhas é chamada de Região Metropolitana. Esse desenvolvimento metropolitano consiste em aumento de população, de empresas (indústrias, comércio e serviços) e intenso processo de urbanização.

Quando e como ocorreu o processo de metropolização no Brasil

A metropolização no Brasil teve início na década de 1960, principalmente durante o governo JK, com a entrada de grandes empresas multinacionais, principalmente, nas capitais das regiões sudeste e sul do país. O desenvolvimento industrial impulsionou os investimentos em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Houve, nesse contexto, forte crescimento da construção civil e de obras de infraestrutura. Esses fatores, motivaram o êxodo rural e a migração, principalmente do Nordeste para o Sudeste.

Desmetropolização

O processo de metropolização no Brasil foi intenso até o final da década de 80. A partir desse momento, as metrópoles pararam de crescer significativamente e teve início o processo de desmetropolização.

O processo de desmetropolização não significa o enfraquecimento ou diminuição da influência das metrópoles sobre as áreas ao redor. Ele significa que, a partir da década de 1990, teve início um novo processo, caracterizado pelo crescimento e desenvolvimento de cidades de porte médio. As regiões metropolitanas atingiram um certo grau de estabilidade no tocante ao crescimento populacional.

O processo de desmetropolização teve como principal causa a saturação da infraestrutura das grandes metrópoles e do aumento do custo de vida e do custo de produção para as empresas (principalmente da mão-de-obra e dos transportes).

Neste contexto, muitas indústrias saíram das grandes cidades em direção as cidades médias do interior. Incentivos fiscais, mão de obra e logística favorável foram os principais fatores de atração para essas indústrias na mudança de local de produção.

Vale ressaltar também que, esse processo de crescimento de cidades médias, ocorre até os dias de hoje. As metrópoles (São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Porto Alegre e Curitiba) estão deixando de ser polos industriais para se estabelecerem, cada vez mais, como centros de prestação de serviços.

Qual é a consequência da Desmetropolização no Brasil?

Região Metropolitana do Rio de Janeiro: a segunda maior do Brasil.


Atualizado em 14/09/2022




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Bibliografia Indicada

Metrópole, Metropolização e Regionalização

Autor: Leoncini, Sandra

Editora: Consequência

Fonte de referência do texto:

- MAGNOLI, Demétrio e ARAÙJO, Regina. Construção Do Mundo - Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Editora Moderna, 2005. 

Após as primeiras Revoluções Industriais ocorreu, paralelamente, o processo de urbanização que contribuiu para densificar as cidades, principalmente as europeias que, entre outros atributos (inclusive simbólicos e culturais), ganharam também notoriedade econômica, produtiva e administrativa. Isso aconteceu, marcadamente, com as que concentraram o fenômeno da industrialização que irradiou para as áreas contíguas, transformando invariavelmente o Espaço geográfico. Os países que sediaram o desenvolvimento da indústria foram, consequentemente, os que primeiro testemunharam o surgimento das metrópoles.

No segundo quartel do século XX, verificou-se um relativo e contínuo esvaziamento ou desconcentração industrial e, consequentemente, populacional das grandes cidades mundiais, tais como Londres e Paris, entre outras. Visto que o solo urbano passou a ter um valor econômico e simbólico de uso e de troca, essa tendência nomeou-se “desmetropolização”, já que as cidades pequenas e médias do entorno imediato passaram a sediar algumas dessas atividades industriais, e o preço mais acessível da terra atraía uma significativa parcela da população menos solvável.

No Brasil, esse processo passou a ser mais perceptível a partir da década de 1980, visto que vários fatores econômicos, políticos e culturais atuaram juntos, sendo claramente tutoriados pelo Estado, por meio de políticas públicas de incentivos fiscais, doações de terras, entre outras estratégias para que as grandes corporações e conglomerados industriais ocupassem os terrenos das cidades menores, ainda que estas mantivessem uma forte relação de dependência com as suas metrópoles.

A região Sudeste do Brasil foi o lócus geográfico e histórico privilegiado para a implantação efetiva dos parques industriais, que datam do início do século XX, sobretudo após a crise global de 1929. Sem alternativa, coube ao Estado utilizar as infraestruturas já existentes, que atendiam a economia cafeeira, sobretudo incrementar e ampliar as suas redes de comunicações, tornando-as mais eficazes para atender às necessidades produtivas da indústria. Dessa forma, o embrião experimental do parque industrial brasileiro consubstanciou-se nos centros urbanos das duas maiores cidades do país: Rio de Janeiro e São Paulo.

A primeira sediava o poder governamental republicano e com isso tinha a capacidade de ser um pólo de atração migratório, constituindo um largo bolsão de mão-de-obra disponível e barata. Também por ser uma cidade portuária, havia uma constante necessidade de trabalhadores braçais sem qualificações técnicas a não ser a força muscular.

Já a segunda cresceu economicamente à custa da cultura do café e, portanto, detinha as melhores redes de infraestrutura do país. Consonante à queda da economia agrária no mercado interno e global, a cidade transformou-se no mais bem sucedido polo industrial do Brasil e, algumas décadas após a sedimentação dos parques produtivos nesse perímetro urbano, deu origem a uma clássica aglomeração industrial, consolidando um vetor contínuo de captação migratório.

Esse fator remodelou multifacetadamente não só o Espaço Geográfico mas também impôs ao Planeamento Urbano uma constante reorganização e avaliações periódicas das intervenções espaciais; estas, realizadas em favor da ampliação horizontal e vertical do processo de urbanização, que atendia fundamentalmente as indústrias. Nesse sentido, as cidades deveriam ser funcionais, porém o ônus foi o Inchaço Urbano, que, dentre outras consequências, ampliou as desigualdades sociais e incrementou a favelização e a degradação ambiental (SANTOS, 2003).

Após a década de 1980, o processo de conurbação integrou, mesmo que parcialmente, as áreas mais distantes, futuramente nomeadas de Regiões Metropolitanas ao CDB (Central Business District), pois a dialética do Espaço brasileiro não se furtou em seguir, com algumas restrições, a lógica global, sobretudo o modo de produção do Capitalismo Ocidental, cuja desmetropolização dotou as cidades médias de infraestruturas viárias, de parques industriais e, consequentemente, ampliou a densidade demográfica e o tecido urbano.

Esse processo, que desterritorializou as grandes indústrias das áreas centrais do Sudeste brasileiro, criou novas perspectivas espaciais junto ao Planeamento Urbano, cujo conceito geográfico de Regionalização passou a ser discutido em âmbito acadêmico e técnico quanto à sua eficácia, eficiência e abrangência (VILLAÇA, 1998). Após a dispersão das grandes corporações para as áreas metropolitanas, a mancha urbana conurbada ainda concentra atualmente no Sudeste brasileiro 41% do total da população, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Entretanto, Santos (2003) ilumina a Geografia com o conceito de MTCI (Meio Técnico Científico e Informacional), criado a partir do casamento da técnica com a ciência. Não obstante as transformações espaciais vividas pelo Brasil no período, as grandes cidades foram especializando-se em serviços que atendiam ao setor terciário da economia, em detrimento das novas áreas industriais mais distantes dos centros urbanos.

Com o advento da aplicação das novas tecnologias robóticas e da automação no setor produtivo, a inovação no sistema de transporte de massa e de carga, a difusão técnica de comunicação material e imaterial e a implantação de novas áreas portuárias especializadas, entre outros, reconfigou-se a ideia clássica da localização industrial. Tais mecanismos foram decisivos para que as outras macrorregiões do Brasil também fossem beneficiadas por esses transbordos.

Atualmente, a noção de arquipélago econômico, que acompanhou o país desde a colonização até aproximadamente a década de 1970, foi em certa medida descaracterizado pelas iniciativas públicas nas mais diferentes instâncias, promovendo inclusive a guerra fiscal entre as cidades e os estados federativos, cujo êxito foi a mobilidade industrial no território nacional em busca de vantagens comparativas, mas que ainda faz permanecer, mesmo que em menor escala, uma marca da desigualdade de acesso aos bens e consumos dependendo da localização geográfica.

Hércules Paes Lima

Bibliografia

ABREU, Maurício de Almeida. A evolução urbana do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: IPLANRIO/Zahar, 1987.

ABREU, Maurício de Almeida. Reconstruindo uma história esquecida: origem e expansão inicial das favelas do Rio de Janeiro. São Paulo, Espaço e Debates, v. 14, n. 37, 1994.

AZZONI, R. C.; SOBRINHO, E. M. G. Aglomerações industriais relevantes do Brasil. São Paulo: Nereus, 2014.

BENCHIMOL, Jaime Larry. Pereira Passos: Um Haussmann Tropical. RJ. Editora Carioca.1990.

BORGES, Marília Vicente. O zoneamento na cidade do Rio de Janeiro: gênese, evolução e

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Urbano e Regional. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.

CAMPOLINA, B.; REZENDE, A. C.; PAIXÃO, A. N. Clusterização e localização da indústria de transformação no Brasil entre 1994 e 2009. In: SEMINÁRIO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL, ESTADO E SOCIEDADE, 1., 2012, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: Sedres, 2012.

CASTELS, Manuel. (2002). A sociedade em rede. (A Era da Informação: economia, sociedade e

cultura; vol.1). São Paulo: Paz e Terra. 2a. ed. Revista.

CHOAY, Françoise. O Urbanismo: utopias e realidades. Uma antologia. S. Paulo: Perspectiva,

1992.

FRIDMAN, fania. Donos do Rio em nome do rei: Uma história fundiária da cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Ed. Garamond, 1999.

REZENDE, Vera. Evolução da produção urbanística na cidade do rio de janeiro (1900-1950-1965) in: Anais do V seminário de história da cidade e do urbanismo. Campinas: PUCCampinas, 1998.

SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção.São Paulo: HUCITEC, 1996.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único; 6ª Ed. Rio de Janeiro: Record, 2003.

SANTOS, Milton. A Urbanização Brasileira. Ed; HUCITEC. São Paulo. 1993.

VAZ, Lilian Fessler. Modernidade e moradia: habitação coletiva no Rio de Janeiro, séculos XIX e XX. Rio de Janeiro: 7 letras / FAPERJ, 2002.

VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo: Studio Nobel, Fapesp, Lincoln Institute, 1998.

WWW.ibge.org.br

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “economia e Política Regional”, do curso de Mestrado em Geografia do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)

Quais são as consequências da Desmetropolizaçao?

Diante do esvaziamento industrial, os principais centros urbanos de povoamento perderam atração e dinamismo, refletindo-se no fenômeno da desmetropolização, ou seja, a estagnação das metrópoles em relação ao crescimento dos municípios menores, sobretudo das cidades médias.

O que causa e quais são as consequências da Desmetropolização?

A desmetropolização do Brasil Esse fenômeno está acompanhado da desconcentração industrial, em que as grandes empresas e fábricas – antes concentradas nos grandes centros urbanos – passam a se deslocar para cidades menores em busca, principalmente, de menores impostos (ou até a isenção de boa parte deles).

Por que o Brasil vem passando por um processo de Desmetropolização?

O processo de desmetropolização teve como principal causa a saturação da infraestrutura das grandes metrópoles e do aumento do custo de vida e do custo de produção para as empresas (principalmente da mão-de-obra e dos transportes).

Quais são os resultados da intensa metropolização no Brasil em decorrência do processo de urbanização?

No Brasil, em decorrência do processo de urbanização, verificou-se uma intensa metropolização, da qual resultaram: a) cidades médias, que se industrializaram após a abertura econômica da década de 1990, como Campinas e Ouro Preto.